O outro capitulo 47 Bienvenidos a Cancún

Um conto erótico de Arthur Miguel
Categoria: Gay
Contém 6990 palavras
Data: 26/06/2023 15:26:30
Última revisão: 29/06/2023 11:39:06

A viagem de Júlio

Logo pela manhã, assim que chegou no escritório, Júlio se surpreendeu ao se deparar com uma moça de cabelos curtos e cacheados, que usava óculos grandes. Ela ajeitava uns papéis na sua mesa. A moça não era alta, e era pouco farta de corpo, usando um terninho cinza de listras finas e brancas.

_ Bom dia, doutor Júlio._ A mulher o cumprimentou com um sorriso gentil, se posicionando de um jeito solicito, como se estivesse pronta para atender a qualquer pedido feito por ele.

_ Bom dia. Quem é você?

_ Me chamo Cristina. É um prazer conhecê-lo._ A mulher esticou a mão e Júlio apertou.

_ E o que você faz aqui?

_ Ah, eu sou a...

_ Nova secretária._ disse Rubens entrando na sala.

_ Mas cadê o rapaz?_quis saber Júlio.

_ Minha querida, Cristina, você poderia nos deixar a sós por um momento?

_ Claro, doutor Rubens. Com licença.

Cristina saiu da sala aflita. Era o seu primeiro dia de trabalho e teve medo de o fato de Júlio se surpreender com ela pudesse pôr em risco o seu emprego.

_ Que história é essa, Rubens? Eu não tinha contratado o Maxwell ?

_ Júlio, querido, o seu digníssimo esposo não gostou nada nada de você ter contratado um novo secretário tão jovem e bonito como ele. Aí veio aqui e demitiu o rapaz e solicitou o RH que só contratasse mulheres para trabalhar com você.

_ Mas que porra é essa de Luciano se meter aqui no meu ambiente de trabalho?

_ Ele conhece o homem que tem, sabe que você é veado demais para meter esse pau grande e gostoso numa racha. Por isso, ele só quer garantir que pelo menos aqui você se comporte.

_ Não tô gostando nada disso. Luciano tem que se conformar em só administrar as coisas da casa e não aqui. Ela tá pensando o quê? Que merda!

_ Iiihh! Pelo visto vai ter briga de novo no barraco.

Júlio sentou em sua cadeira, relaxando.

_ Desta vez eu vou deixar passar. Luciano tá de cara virada comigo e está me deixando literalmente na mão. É uma merda ter que tocar punheta.

_ Huuum! O que você queria depois do que aprontou?

_ Eu não posso ficar sem transar!

_ Você sem transar? Conta outra, veado. Até parece que você não dar os seus pulinhos por aí.

_ Tá difícil com o Luciano marcando em cima. E ele mesmo não colabora. Você vai me ajudar.

_ Euzinha?!

_ Você mesmo. Você vai se aproximar do Luciano, fazer amizade com ele. Aí você vai sondar algumas coisas e ainda o convencer a dar pra mim.

_ Você tá louca né? Me tira fora dessa. Luciano não é Leandro, meu filho. Eu é que não quero correr o risco de levar uma patada daquela onça.

_ Que mané, patada o quê! Eu vou te pagar por isso.

_ Agora sim, está falando a minha língua.

_ Vou te fazer um pix para que você convide o Luciano para passear no shopping ou qualquer merda assim. Aí você vai convencer o Luciano a me perdoar e dormir comigo.

_ Como eu vou fazer isso?

_ Se vira.

_ Ui! Que grosso!

Júlio pegou o telefone preto e ligou para que Cristina comparecesse na sua sala. Em questão de segundos, a mulher entrou.

_ Pois não, doutor.

_ Querida, você poderia me fazer um favor?

_ O que o senhor quiser.

_ Entre em contato com a minha agência de viagens e faça uma reserva para Cancún para duas pessoas. Diga que quero a suíte presidencial.

_ As passagens são para a primeira classe?

_ Sim.

_ Doutor Júlio, me desculpe, mas, como sou nova não sei qual é a sua agência de viagens.

_ Meu bem, as minhas anotações pessoais ficam no arquivo dos secretários no seu computador. É só você ligar e pedir para falar com Silvana. Ela sabe todas as minhas preferências.

_ Sim, senhor. Posso ajudar em mais alguma coisa?

_ Ah, sim. Peça para que a moça do RH venha aqui.

_ Ok. Com licença.

_ Cristina!

_ Pois não, doutor Júlio.

_ Seja bem-vinda!

_ Obrigada!_ Cristina agradeceu sorrindo, aliviada, antes de sair.

Alguns segundos depois, Silvia do RH entrou na sala.

_ Mandou chamar, Júlio?

_ Que história é essa de Luciano está demitindo ou contratando funcionários para a minha empresa? Isto aqui virou a casa da mãe Joana?

_ Mas ele não é o seu companheiro?

_ Quem manda nesta porra aqui sou eu! Sou eu quem pago o seu salário! Então, da próxima vez que Luciano querer cantar de galo aqui, você vai dizer para ele que só recebe ordens minhas. Fui claro?

_ Como água. Agora posso ir?

_ Pode.

...

Foi ao som da campanhia que Valdeia interrompeu o seu trabalho de aspirar o pó do tapete felpudo da sala. Como o porteiro não interfonou pedindo autorização para liberar o visitante, presumiu que era alguém íntimo do seu patrão o suficiente para entrar direto.

Desligou o aparelho, pondo ao lado do sofá e foi atender a porta.

_ Bom dia, seu Rubens. Entre.

_ Bom dia, querida.

Rubens entrou olhando em volta, como se procurasse por alguém.

_ O Luciano está?

_ Está sim. Na biblioteca do outro...aquele que não se pode falar o nome.

_ Do Leandro?

_ Fala baixo! Se o seu Luciano te ouve falar esse nome é capaz de quebrar a casa toda.

Rubens deu uma gargalhada, se recompondo em seguida.

_ Confesso que não imaginei que aquela bicha gostasse de ler.

_ Ah, não! Não tem mais livros lá. Agora virou academia particular. O senhor tem que ver como ficou, parece até a Smart Fit. Eu vou avisar a ele que o senhor está aqui.

_ Não precisa. Eu sei o caminho.

_ Mas...

Rubens subiu as escadas antes que Valdeia terminasse a frase.

Entrou sorrateiro, permanecendo na soleira da porta observando Luciano, sem que esse notasse a sua presença. Uma música eletrônica o ajudava a focar no exercício de musculação. Estava sentado na Peck deck, puxando as manoplas em direção central ao peitoral.

Rubens não pode deixar de reparar no seu aspecto físico. Usava apenas um short, exibindo as coxas grossas e bem torneadas, semelhantes as dos jogadores de futebol. Pelo peitoral liso e de músculos bem definidos gotas de suor escorriam, que Rubens as invejou, desejando ser ele o felizardo em percorrer aquela pele deliciosa.

Abanou-se com as próprias mãos, sentindo o desejo o deixar duro entre as pernas. Lembrou do quanto Júlio se gabava por Luciano ser, além de lindo, bom de cama.

"Se concentra, Rubens! Não vai querer pegar o boy do seu amigo." Ajeitou o colarinho e caminhou até Luciano sorrindo, acenando.

Luciano interrompeu o exercício e usou o smartphone para dar pause na música.

_ Olaaaa, meu bem! Como está?

_ Oi. Aconteceu alguma coisa com o Júlio? Você veio me dar uma má notícia?

_ Aí, credo, veado!

Na falta de uma madeira por perto, Rubens deu três soquinhos na barra de algum aparelho.

_ Está tudo bem com o seu homem. Não se preocupe. Eu só passei aqui para te ver.

_Me ver?! Mas você nem tem amizade comigo!

Luciano levantou e pegou uma toalha branca, que passou no rosto. Aproveitando que Luciano não podia vê-lo, Rubens reparou no volume do short do jovem e sentiu água na boca.

"Meu Deus! Que delícia! E olha Júlio desperdiça essa maravilha de rola. Foco, Rubens! Foco!"

_ Não tenho, mas quero ter.

_ Por quê?_ Luciano perguntou jogando a tolha no chão.

_ Porque você é o homem do meu melhor amigo. É normal que eu queira ser o seu amigo também. Aliás, achei muito peculiar isto aqui de uma biblioteca virar uma academia.

_ Algum problema com isso?_ Luciano o perguntou olhando muito sério.

_ Mas de jeito nenhum! Muito pelo contrário! Academia é vida! É saúde! Eu sei que não é bom falar das pessoas por trás, mas eu não ia nem um pouco com a cara do Leandro.

_ Sério?_ dessa vez, Luciano sorria.

_ Ah, é uma bicha macarrão sem molho. Sem graça, tadinha. Sem contar que era nariz empinado, metida a intelectual. Um porre! Sou mais você, que é mais simpático, mais alto astral, mais gente como a gente.

Rubens era esperto o suficiente para perceber que se quisesse conquistar a simpatia de Luciano, falar mal de Leandro era o caminho, mesmo que tivesse que mentir. Rubens nunca foi um grande amigo do ex marido de Júlio, mas também nunca teve nada contra ele.

Luciano por sua vez adorou ouvir alguém falando mal de Leandro pela primeira vez. Sorriu para Rubens, o que resplandeceu ainda mais a sua beleza jovial.

_ Eu estou morrendo de fome, querido. E você?

_ Ah estou sim, Rubens. Eu vou pedir para a Valdeia servir o almoço? Você come comigo?

_ Com certeza. Mas não aqui. Hoje eu vou te levar num restaurante maravilhoso. Gosta de comida italiana?

_ Gosto sim.

Rubens, deu o braço a Luciano.

_ Então vamos sair para almoçar e gastar o dinheiro do Júlio.

...

Há tempos Luciano não gargalhava daquele jeito. Passar um tempo com Rubens fez com que todos os seus problemas e medos fossem esquecidos por algumas horas.

Primeiro, caminharam pelas lojas dos shopping, comprando tudo o que desejavam.

O restaurante Picolla Cucina foi o escolhido para saborearem um típico almoço Italiano. A conversa foi ficando mais agradável. Devido aos últimos acontecimentos da sua vida, Luciano se via sem amigos e ter Rubens por perto, sendo cômico e agradável era muito bom.

_ Eu confesso que odeio essa lei de não poder fumar em restaurantes. Sinto falta da liberdade de antes. Você não deve se lembrar, é muito jovem. Aliás, se quiser, podermos ir para a área externa fumar.

_ Eu não fumo. E odeio o hábito que o Júlio tem de fumar e beber. O meu sonho é tirar isso dele.

_ Impossível, meu amor. Aquela bicha é uma viciada de primeira. Fuma desde novinho.

_ Vocês se conhecem há muito tempo, Rubens?

_ Ah, sim. Desde a época da faculdade.

_ E vocês já treparam?

Rubens permaneceu um tempo em silêncio, com um sorriso paralisado nos lábios. Luciano fixava o olhar em Rubens, como se tivesse o poder de arrancar qualquer verdade que desejasse.

No entanto, Rubens sabia o que estava sendo pago para fazer. Sabia da intensidade dos ciúmes de Luciano e por isso, não poderia dar um passo em falso.

_ De maneira nenhuma! De onde a senhora tirou isso, gata?

_ Eu conheço o Júlio. Sei que ele é safado. Mas ele é bonito, é inteligente e bom de lábia. Eu entenderia se você caísse na dele.

_ Eu sou extremamente profissional. A minha relação com Júlio se resume ao escritório. Nada de cama.

_ Qual é, Rubens? A relação de vocês não é nada profissional. Vocês são melhores amigos. O Júlio confia cegamente em você.

_ E eu nele. Nossa relação é profissional e fraternal. Não nos vemos sexualmente. Aliás, eu gostei de você. Gostei mesmo. Eu, como amigo, do Júlio acho que é um homem como você que ele precisa. Aquele lance do pen drive foi maravilhoso. E graças a você, o Júlio pôs um fim naquele sentimento doentio que tinha pelo Leandro.

_ Você acha?

_ Claro, querido. Vocês são perfeitos juntos. Foram feitos um para o outro.

Luciano gostou do que ouviu. Era bom ter o melhor amigo do seu amado como aliado.

_ Mas, como gostei de muito de você e quero ser o seu amigo, preciso te alertar de uma coisa.

_ Do quê?_ Luciano perguntou preocupado.

_ Como eu e Júlio somos grandes amigos, nós conversamos sobre vários assuntos. Ele está muito arrependido do que fez e está louco para fazer as pazes contigo. Mas, nós conhecemos o Júlio, sabemos o quanto ele gosta de sexo. E essa abstinência o está deixando louco. Até o seu trabalho não estar rendendo como antes. E ele é o chefão né. Muitas bichas ficam loucas para ajudá-lo nessa questão.

_ Tem alguém dando em cima do Júlio?

_ Oh, se tem. Mas só você pode manter o boy na linha.

_ Como?

_ Não faça a egípcia que a senhora sabe como. Veado, ele quer viajar para o México com você. Então, querida, segure o seu homem, antes que as piranhas o devoram todo. Conselho de amigo.

Rubens observava Luciano quieto e pensativo, tendo certeza que foi bem sucedido na sua persuasão.

Após deixar Luciano em casa, foi para o estacionamento do prédio, onde pode fumar tranquilo dentro do carro. Ouviu o celular tocar, e para atender, jogou o restante do cigarro pela janela do carro.

_ Fala, veado.

_ Como foi com ele?_ quis saber Júlio.

_ Eu fiz a minha parte. Agora você faça sua. Trate de vir para casa e comer aquele veado até o rabo dele dizer chega.

Júlio sorriu de canto da boca, alisando o pau por cima da calça social.

...

Depois que chegou do shopping, Luciano não encontrou mais Valdeia em casa, pois o horário do expediente dela já havia terminado. Decidiu tomar um banho e deitar na cama para assistir TV vestindo apenas uma cueca preta boxer. Sentiu-se feliz com o silêncio e a tranquilidade da casa. Sorriu ao lembrar como conseguiu se livrar de Vanessa e agora pode desfrutar de Júlio só para ele.

Acabou adormecendo com a TV ligada. Não havia dormido direito nos últimos dias por causa das tensas brigas que teve com o namorado e a saudade que sentia da mãe.

Despertou com o barulho do chuveiro ligado. Imaginou que Júlio já havia chegado e foi até o banheiro coçando o olho, ainda sonolento.

Ao vê-lo entrar no banheiro, Júlio abriu a porta do box e sorriu, o convidando para entrar com um gesto na mão.

Luciano permaneceu no mesmo lugar, observando as águas desligarem pelo corpo de Júlio, sobre a sua pele macia e bronzeada. Não deixou de reparar que o namorado estava duro. As veias do seu pênis avantajado estavam salientes. O líquido da excitação saia pelo buraco do seu pênis, e Júlio deslizava com a mão lustrando toda a cabeça rosada.

Começou uma auto masturbação, movendo os quadris para frente. Com boca entre aberta e os olhos fechados, Júlio gemia de prazer, com a voz rouca deixando Luciano sedento por aquela piroca.

_ Venha tomar banho comigo, coração?

A frase foi finalizada com um sorriso sacana, e uma mordida no lábio inferior.

_ Eu já tomei banho.

Júlio o olhou com tesão, e com a respiração ofegante, sem parar de se masturbar, apoiando a outra mão no vidro embaçado pelas gotículas de água.

_ Ah não acredito que você não queira tomar banho. A água tá tão gostosa.

Luciano retirou a cueca e o seu pau duro pulou para fora como se tivesse feliz em se libertar.

Entrou no box, fechando a porta e pondo a mão no pau de Júlio, prosseguindo com a masturbação. Pôs a boca próxima a do namorado, encostando a testa na dele.

_ Eu disse que já tomei banho. Eu não disse que não quero tomar outro.

Júlio ergueu a cabeça gemendo, sentindo a mão de Luciano manuseando o seu pau.

_ Eu tô no comando, Júlio. Não você.

_ Sim. Você está, meu amor.

Sedento, Júlio o segura com as duas mãos no rosto e o beija. Movendo os quadris, sente o corpo inteiro se arrepiar ao roçar o seu membro com o de Luciano e permanece assim, devorando-o.

Uma das mãos desliza até a bunda de Luciano. Um tapa sonoro é estalado, e um dos seus dedos o penetra sentindo a vibração do ânus, o que o deixa louco.

Luciano interrompe o beijo o olhando irradiando tesão. Desliza a língua pelo queixo de Júlio, descendo pelo pescoço e peitoral. Vai ajoelhando percorrendo a barriga até chegar no membro. Começa lambendo a cabeça e as bolas uma de cada vez, antes de engolir o máximo que pode e chupar com vontade.

_ Ca-ra-lho! Porra! Puta que pariu! Que mamada é essa?! A melhor que já tive.

Luciano o olha sorrindo e capricha mais ouvindo o elogio. Sente os dedos de Júlio penetrando nos seus cabelos empurrando a sua cabeça para engolir ainda mais.

_ Eu vou gozaaaar.... Aaaah.

Luciano retira a boca e abre mais pondo a língua pra fora. Júlio alisa a cabeça do pau naque língua macia, sentindo o corpo vibrar e uma explosão de prazer o dominar.

O orgasmo vem com tudo! Um líquido quente e leitoso e jogado pela língua de Luciano e o pau volta com tudo para a boca.

_ Engole essa porra toda. Não dispersa nada, putinha.

Luciano sorrir satisfeito, desfrutando muito daquele leite.

Ao levantar do chão, Luciano sente o seu corpo puxado, o posicionando com as mãos no azulejo frio. Os quadris são erguidos para deixar suas nádegas bem empinadas.

Júlio se afasta um pouco e volta com o lubrificante. E vai dedilhando devagar, desfrutando com o dedo aquele cuzinho pulsante.

Os arrepios são inevitáveis sentindo a boca de Júlio atacar o seu pescoço. Cada pelo do seu corpo se arrepia e as pernas ficam bambas.

_ Empina mais esse rabo.

Nessa hora, Luciano se esqueceu que queria estar no controle e obedeceu como uma cadelinha adestrada.

Foi um prazer intenso sentir cada centímetro daquela rola o invadindo e provocando gemidos. Os movimentos começaram lentos até ficarem frenéticos. O barulho dos seus corpo se chocando era pura luxúria.

Como estava muito próximo a parede, cada estocada que recebia fazia o seu pau deslizar na parede para frente e trás, o que o proporcionar chegar ao orgasmo sem precisar da masturbação com as mãos.

Júlio também desfrutou do gozo, desperdiçando tudo naquele cuzinho delicioso.

Puxou Luciano para frente, finalizando aquele banho gostoso com um beijo.

...

As mãos de Júlio cobriam os olhos de Luciano e o conduziu até a sala de jantar. Ao retirar as mãos, revelou-se uma mesa posta com pratos de porcelanas sobre o sousplat, ao lado talheres de pratas e taças de cristais. Candelabros estavam postos pela sala e somente as velas iluminavam o ambiente, proporcionando um clima mais romântico. Ao centro da mesa um cloche de aço brilhante.

_ Amor! O que é isso?!

Os olhos azuis de Luciano brilhavam de felicidade. Suas mãos cobriam a boca, demonstrando estar surpreendido.

_ Um pedido de desculpas. Eu sei que não é o suficiente, diante de toda merda que fiz. Mas é só o começo. Eu prometo que vou tomar jeito. Vou ser o homem que você merece.

_ Amor, eu nem estou vestido para tudo isso.

Luciano se referia ao fato de apenas um roupão de banho branco cobrir o seu corpo nu. Júlio o puxou pela cintura e pôs a mão por baixo, e alisou as coxas do namorado.

_ Você está perfeito.

Luciano recebeu um beijo carinhoso e demorado. Em seguida, Júlio puxou a cadeira para que se sentasse.

O cloche foi retirado por Júlio, revelando um delicioso espaguete com frutos do mar.

_ Não me diga que você cozinhou isso? Você não sabe fritar um ovo, Júlio!

_ Hum! Está duvidando da minha capacidade de cozinhar, mocinho?

_ Estou._ Luciano respondeu rindo.

_ Para o seu governo eu uso o Ifood como ninguém.

_ Tô vendo.

_ Eu tenho uma boa notícia. Nós vamos viajar para Cancún no carnaval.

_ Não era México?

_ Cancún é uma cidade mexicana, coração.

_ Ah tá...eu nunca viajei para fora do país! Nunca viajei de avião! Nossa!

_ E a sua primeira vez será na primeira classe.

_ A parte dos ricos?!

_ Isso mesmo.

_ Caramba! Mas vamos só nós dois né? Sem a Vanessa. Se aquela garota for, ela vai me infernizar.

_ Não. Só iremos nós dois. Quero relaxar com o amor da vida.

A noite não poderia ser mais perfeita para Luciano, apreciou um delicioso jantar e terminou na cama com mais uma foda de tirar o fôlego.

...

A paisagem era paradisíaca. O azul turquesa do mar com as ondas espumantes a beira da praia. O dia estava perfeitamente ensolarado, com pouquíssimas nuvens no céu. A areia da praia era de um amarelo tranquilo e estava perfeitamente limpa, com espreguiçadeiras, guarda-sol e quiosques em formatos de ocas. Essa era a visão que Luciano tinha da varanda do seu quarto de hotel. Nunca em sua vida, se imaginou ficar hospedado num hotel tão luxuoso.

Apesar de tudo isso, o que mais o deixava feliz não era toda a mordomia que desfrutava, mas sim o fato de estar com homem que ama. Júlio encenava bem o papel de bom marido, atencioso, carinhoso e um bom amante na cama.

Como não era a sua primeira vez em Cancún, apresentou a Luciano as maravilhas do lugar. Passearam pelas melhores praias, conheceram os centros históricos e as pirâmides dos Maias e desfrutaram da gastronomia dos melhores restaurantes.

O sexo era realizado todas as noites. Júlio desfrutou o máximo que podia dentro de Luciano e saboreando o melhor que o seu corpo podia oferecer.

Luciano fez questão de registrar cada momento com fotografias, que eram postadas no seu perfil do Instagram.

Júlio conhecia bem a badalação das noites mexicanas. Dentro do hotel que estavam hospedados havia um bar gay frequentado por homens ricos, principalmente turistas, a procura de diversão.

Como não relaxava há tempos, sempre focado no trabalho, Júlio aproveitou para abusar dos drinks. Como estava um pouco alcoolizado e dançando se esfregando com Luciano o tesão surgiu com força e o seu pau já começava a dar sinal de vida.

_ Eu preciso ir ao banheiro._ disse Luciano, tentando se esquivar dos amassos de Júlio.

_ Vamos pro quarto, amor.

_ Não! Depois a gente vai. Tá tão bom aqui. Eu vou ao banheiro.

_ Não...eu tô doido por esse corpinho gostoso.

Luciano se afastou sorrindo e mandando um beijo para Júlio. Esse foi para o balcão do bar, encostando os cotovelos nele, permanecendo tomando o seu drink.

O seu olhar foi de encontro ao um rapaz que aparentava ter uns trinta e poucos anos. Vestia uma blusa florida de botões, uma bermuda cinza e calçava tênis brancos. Os cabelos escuros brilhavam ainda mais quando as luzes do bar refletiam sobre eles. A pele branca tinha um aspecto saudável de bronzeamento.

O rapaz sorriu de um jeito sugestivo e mordeu o lábio inferior, deslizando a língua sobre ele em seguida. Júlio retribuiu o sorriso e ergueu o copo como se o convidasse a se aproximar.

Deixando-se guiar pelo ritmo da música pop que tocava, o rapaz se aproximou de Júlio dançando sem tirar o sorriso do rosto. Júlio pôs o copo no balcão e retirou do bolso da calça uma carteira de cigarro, pegou um e pôs na boca, e aproximou o isqueiro.

_ Yo hago eso por ti. (Eu faço isso por você)_ disse o rapaz, tomando o isqueiro da mão de Júlio e acendendo o cigarro.

O rapaz pegou o cigarro da boca de Júlio e levou até a sua dando um trago e o devolveu.

_ ¿Quieres conocer a mi habitación? (Que conhecer o meu quarto?)

_ Presupuesto. Pero estoy con mi novio. (Com certeza, mas estou com o meu namorado.)

_ No veo a nadie. (Não vejo ninguém.)

Luciano retornou do banheiro, estranhando o rapaz perto de Júlio.

_ Oi, amor, quem é esse?_ perguntou Luciano.

_ Coração, este é um novo amigo que acabei de fazer. ¿Como te llamas?

_ Soy Carlos, mucho gusto.

Carlos olhava para os dois os desejando. Adorava a possibilidade de trepar com aquele casal de estranhos.

_ Soy Júlio y este es mi novio, Luciano.

_ Encantado. ¿ Entonces, vamos a mi habitación follar? Los dos son muy hermosos.

Júlio sorriu.

_ Júlio, o que ele está dizendo?

_ Está perguntando se queremos ir no quarto dele fazer umas brincadeirinhas. Vamos, coração? Vai ser divertido.

Júlio deu um aperto forte da bunda de Luciano e um beijo na sua boca. Carlos os olhou acariciando o próprio pau.

Júlio olhava para Luciano sorrindo, na esperança de obter uma resposta positiva. Como Luciano também sorria, acreditou que o companheiro estava empolgado com a proposta que recebeu.

_ Sabe o que eu acho curioso, Júlio? É que comigo você não se importa em propor um ménage com um putinho qualquer, mas quando era o Leandro, você ficava com ódio só pelo fato de alguém olhar pra ele.

O sorriso de Júlio se desfez no mesmo instante, convertendo sua expressão alegre em insatisfação.

_ Porra, cara, tudo você tem que meter a merda do nome do Leandro no meio! Tá dando uma de Abner agora?

Luciano socou o balcão tão forte, que o copo tremeu. Mesmo não entendo nada do que diziam, Carlos percebeu que uma briga iria se explodir entre o casal e resolveu se afastar.

_ EU QUERO CORTAR A GARGANTA DELE!!! EU ODEIO O LEANDRO!!!

_ Pare de dar chiliques! Que coisa horrorosa! Tenha modos! Você é jovem, mas não é criança! 24 anos não são 4!

_ Você não me respeita! Não liga pra mim, se gostasse de mim, não desejaria outro e sentiria ciúmes! Mas isso só faz com o Leandro.

_ Pra mim, já deu. Eu odeio escândalos! Tô voltando para o quarto. Quer dar um show em público? Faça sozinho.

Júlio saiu do local o mais rápido possível, deixando Luciano ainda mais furioso.

Depois de alguns minutos, Luciano lamentava que a noite terminou daquela forma. Sentiu as lágrimas pesarem e não quis chorar em público. Resolveu voltar para o quarto, mas imaginava que não encontraria Júlio.

"Na certa está com raiva de mim e foi se esfregar com algum filho da puta por aí."

Quando entrou no elevador, a tristeza pesou ainda mais. Temeu que Júlio desaparecesse como fez há um tempo atrás. E desta vez, seria pior, estaria sozinho num país desconhecido. Não conseguiu conter o choro e desabou em lágrimas ali mesmo.

Quando chegou no corredor, um funcionário o perguntou em espanhol se poderia ajudá-lo. Luciano só se afastou sem responder nada. Entrou no quarto aflito, planejando desabar na cama e chorar até adormecer. Mas, para a sua surpresa, Júlio estava deitado na cama com a barriga pra cima, fumando e assistindo TV. Sentiu como se um peso fosse retirado das suas costas. O seu homem não estava com outro e muito menos o abandonou.

Luciano entrou no quarto sem dizer uma palavra. Sentou ao lado de Júlio na cama com os braços cruzados. Olhava para a TV sem entender o que o jornalista dizia em espanhol, mas parecia compreender de tão concentrado que parecia estar.

_ Já se acalmou?_ Júlio quebrou o silêncio e apagou o cigarro no cinzeiro que estava na mesa de cabeceira.

Luciano não respondeu.

_ Eu te fiz uma pergunta!_ desta vez, Júlio alterou o tom de voz.

_ Eu não quero brigar, Júlio.

_ Então não estrague a porra da viagem! Cara, eu fiz tudo isso por você e você só sabe brigar, caralho!

_ Eu fiquei chateado por causa do cara. Eu queria que você sentisse ciúmes de mim, assim como você sente do Leandro.

_ Para falar a merda desse nome! Luciano, esquece o Leandro! Que saco! Eu só falei aquilo com a intenção de te agradar. Dar uma apimentada na relação. Foi só isso! Não significa que eu não te ame, ou que quero que você me troque por qualquer babaca! O que eu tenho que fazer para provar que te amo?

Luciano o olhou como um cachorrinho abandonado. Abaixou a cabeça, em silêncio.

Por dentro, Júlio estava de saco cheio de Luciano e das suas crises de ciúmes. Mas, sabia que Luciano seria muito útil para por em prática o seu futuro plano de recuperar Leandro. E pensou que valeria a pena o sacrifício.

Ergueu a cabeça de Luciano, segurando em seu queixo e deu um selinho na sua boca.

_ Eu te amo muito. Me dói saber que você dúvida disso.

_ Me desculpe?

Luciano o abraçou com força. Sentia-se culpado por ter estragado o clima de lua de mel.

_ Claro que eu te perdoou. Eu te amo! Esqueça aquele merda do Leandro. É você que eu amo e será o meu marido. Só estou esperando o divórcio sair. E resolver aquele probleminha.

_ Aquela mulher voltou a te perturbar, Júlio?

_ Não, vamos falar sobre isso. Não aqui.

_ Mas, Júlio, isso não pode ficar assim e...

_ Amor, hoje não.

_ Tá bom.

Luciano concordou e o beijou. As pazes não poderia ser feita de outra forma, a não ser nus na cama, gozando muito.

....

Mesmo depois de todo o aborrecimento com a foto de Vanessa e a conversa com Abner, Júlio tentava manter a calma para não estragar o clima bom da viagem com Luciano. Queria ocultar o máximo o ciúme que sentia de Leandro.

No entanto, por dentro sentia o ódio o queimar. Imaginar Leandro com o Abner o perturbava, a imagem de Leandro feliz e nu nos braços de Abner era um tormento.

Para piorar, ver a foto em que Vanessa postou ao lado de Abner, demonstrando simpatia por ele foi o ápice para adiantar o seu plano de vingança. Queria não só a família de volta, como acabar com o seu pior rival.

Mas diante de Luciano, fingia tranquilidade e felicidade. Chegando a ocultar do namorado todo o acontecido.

A viagem durou uma semana. Por mais que Luciano quisesse ficar mais um pouco, Júlio era um profissional muito ambicioso e não se via longe do trabalho por muito tempo. Também sentia saudades de Vanessa e planejava vê-la.

Chegaram ao Brasil na sexta-feira a noite. Como estavam muito cansados por causa das horas de viagem e do fuso horário, adormeceram profundamente depois do banho.

No dia seguinte, ao acordar, Júlio percebeu que Luciano não estava mais na cama e imaginou que já tivesse descido para a sala ou estivesse na piscina.

Júlio tomou um banho e pôs um bermuda esportiva preta, uma camiseta branca, um boné preto e tênis de corrida com meias brancas. Desceu para tomar café da manhã e encontrou Luciano na cozinha só de cueca azul, preparando a mesa.

_ Bom dia, meu lindo! Vai correr?_ Luciano perguntou sorrindo e deu um selinho na sua boca.

_ Vou sim. Vem comigo?

Júlio sentou á mesa, se servindo, passando manteiga no pão.

_ Ah hoje não, amor. Eu convidei o Rubens para almoçar conosco e vou ficar aqui cozinhando._ Luciano disse, pondo café na xícara de Júlio.

_ Coração, você não precisa esquentar essa linda barriguinha no fogão. Pode pedir o que quiser e no restaurante que quiser. Ou, podemos sair para almoçar.

_ Ah, não, amor! Eu faço questão de preparar para vocês o nhoque á bolonhesa que aprendi com a minha avó. Vocês vão amar.

Luciano sentou ao lado de Júlio e o beijou.

_ Bom, se é o que você quer, então será um prazer provar dos seus dotes culinários. Mas vê se põe uma roupa, que não quero o Rubens de olho nessas coisas gostosas, que são só minhas.

Júlio agarrou com vontade o pau de Luciano por cima da cueca. Esse o beijou sorrindo.

...

Júlio correu por uma hora pelo calçadão da praia. Também aproveitou para parar num quiosque e tomar umas cervejinhas com uns amigos/vizinhos, pôr o assunto em dia.

Quando percebeu, a manhã inteira já havia passado. Luciano o ligou dizendo que o almoço já estava pronto e Rubens já havia chegado.

Júlio se despediu dos amigos e retornou ao apartamento.

Na porta do elevador, enquanto esperava, encontrou Lúcia vestindo a parte de cima do biquíni e uma canga cobrindo a parte de baixo, usava uma bolsa e um chapéu de palha. Ao seu lado, estava a sua filha Marcinha, vestindo um biquíni de praia rosa e uma saída branca de tricô por cima, e também um chapéu de palha.

_ Oi, querido! Como vai?

Lúcia o cumprimentou com um grande sorriso e um abraço caloroso. Júlio também abraçou Marcinha e beijou o seu rosto.

Todos entraram no elevador que acabou de chegar.

_ E como está o Luciano e a Vanessa? Como foi de viagem, Júlio?

_ Os dois estão ótimos, Lúcia. E a viagem foi maravilhosa. Eu amo Cancún. Sempre que posso, volto pra lá.

_ Feliz é você, tio, que foi para o sol e a praia. O meu carnaval foi quase ruim. Tive que suportar o frio infernal da Itália e a ausência da minha melhor amiga. Só não foi pior, porque tive uma surpresa e estou namorando.

Marcinha, empolgada, mostrou a Júlio o dedo em que havia um anel de compromisso.

_ Olha que maravilha! E quem é o sortudo?

_ É o Guilherme, Júlio! Amigo, da Vanessa, lá da antiga escola._ Respondeu Lúcia, dando um tapinha no braço de Júlio.

_ Ah sim. Meus parabéns, Marcinha.

_ Eu senti muito falta da Vanessa, tio.

_ Eu sei, filha. Mas depois do que vocês duas aprontaram, precisavam ter um tempo separadas. Aliás, sinto muito, Júlio, por tudo o que aconteceu.

Júlio a olhava como se não compreendesse do que ela estava falando. Marcinha sabia que Júlio não estava a par da noite da boate, e praticamente implorava com o olhar para que a mãe ficasse quieta.

_ O que aconteceu, Lúcia?

_ O Leandro não te contou?

_ Do que você está falando?

_ Pelo visto ele não contou.

_ Chegamos, mãe!_ Marcinha disse empolgada, tentando tirar a mãe do elevador e a levar para a casa para não contar nada.

Mas, mesmo saindo do elevador, no saguão, Lúcia contou com detalhes sobre a noite da boate. Júlio não conseguia disfarçar a expressão de fúria. Para ele, aquela foi a gota d'água.

...

_ Júlio, se acalme, por favor!

Rubens pedia, tocando do ombro de Júlio. Esse retirou a sua mão com brutalidade e começou a gritar.

_ Me acalmar é o caralho! Leandro tem merda na cabeça! Como ele pode me esconder que a Vanessa foi parar numa boate com aquele vagabundo? Eu sou pai dela, porra! Eu tinha o direito de saber, boceta!

Júlio andou de um lado para o outro e arremessou um vaso contra parede. Devido ao barulho, Luciano se encolheu, cobrindo as orelhas.

_ Eu não permiti que ela namorasse, mas o incompetente do Leandro passou por cima da minha palavra e permitiu. Ele é o culpado dessa merda toda! E ainda botou aquele putinho barato para conviver com a minha filha! É por isso que ela tá se comportando desse jeito. É má influência. Mas, eu vou lá agora! Vanessa não fica mais um segundo naquela pocilga, que ele chama de casa.

_ Júlio, pelo amor de deus! Você não pode chegar na casa do Leandro nesse estado. E se o Abner estiver lá?

_ Se aquele michezinho estiver lá, eu juro pra você que dou um tiro no meio da cara dele. E desta vez, eu não vou errar.

Júlio passou a mão na chave do carro e caminhou com pressa até a porta.

_ Espere! Eu não vou deixar que você fique a sós com o Leonardo. Eu vou contigo.

_ Faça o que quiser, Luciano. Foda-se!

Júlio saiu e Luciano foi atrás.

_ Pelo visto, eu também terei que ir para tentar evitar uma tragédia.

Disse Rubens, saindo em seguida.

Leandro e Vanessa estavam sentados no sofá da sala, assistindo TV, quando ouviram os gritos de Júlio vim da portaria. Júlio chamava por Leandro com a voz tão rouca que chegava ser assustador. Junto com os gritos, barulho de buzina de carro.

_ É o meu pai?_ Vanessa perguntou, antes de ir para a janela confirmar.

O interfone de Leandro tocou no mesmo instante.

_ Oi, seu Zé.

_ seu Leandro. Aquele homem está aqui de novo e está furioso querendo falar com o senhor. Como o senhor me disse para não deixá-lo subir, ele está soltando fogo pelas ventas. Acho melhor o senhor vir aqui resolver.

_ Pode deixar, seu Zé. Já estou descendo.

_ Eu vou junto._ disse Vanessa.

Júlio ordenou que Rubens e Luciano aguardassem no carro.

Ao ver a filha chegando na portaria ao lado de Leandro, Júlio avançou na direção da menina e a pegou pelo braço.

_ Você vem comigo!

_ Para! Você tá me machucando!

_ Júlio, o que você tá fazendo?

_ Estou levando a minha filha desse pulgueiro. Você é moleque mimado. Sempre teve tudo o que quis com facilidade. Era só pedir que eu e os seus pais acatavamos. Aí você se tornou este veadinho incompetente que não sabe fazer nada direito. Muito menos criar uma menina! Eu soube pela boca da Lúcia que a Vanessa foi parar numa boate com o vagabundo do Pedro. Você acobertou tudo. Não me disse nada!

_ E por que eu te diria? Você jogou toda a responsabilidade pra mim! Nem ligava para saber como a sua filha estava. Eu estou sendo o pai dela sozinho.

_ Uma merda de pai que você é! Você colocou um prostituto para conviver com a nossa filha. E olha o que ela está fazendo. Indo parar em boates e postando fotos indecentes no Instagram. O seu amante está pondo a minha filha no mau caminho. Mas isso acabou! Eu vou fazer o possível para que você nunca mais ponha os olhos nela. Agora venha, Vanessa!

_ Não vou! Eu não gosto que vocês briguem desse jeito!

_ Escute aqui, seu filho da puta!_ Leandro apontou o dedo indicador para Júlio._ Você que não se atreva a tentar tirar a minha filha de mim! Eu acabo com você.

_ Parem de brigar! Parem com isso!_ suplicou Vanessa.

_ Eu é que vou acabar com você por ter exposto a minha filha a sua prostituição.

_ O único prostituto aqui é você, Júlio! Você sempre se enfiou em casas de orgías, me traía com tudo que era veado! Quer pagar de moralista, mas não passa de um pervertido nojento!

_ Vá tomar no seu cu, Leandro! Vá se foder, sua vagabunda de merda! Agora venha, Vanessa!

Júlio a puxou pelo braço para levá-la para o carro, mas Leandro a puxou de volta.

_ Ela não vai a lugar nenhum com você.

_ É fim de semana. É o meu dia de ficar com ela. Se você tentar me impedir, eu retorno aqui com uma ordem judicial.

_ Júlio, amanhã é a minha festa de aniversário. A Vanessa precisa ir.

_ Que se foda o seu aniversário! Ela não vai! Não quero a minha filha metida com aquele michezinho e nem com o vagabundo do Pedro.

_ Júlio, por favor! Eu levo ela pra sua casa depois da festa e você pode ficar com ela a semana inteira.

_ Eu já disse que não!!! Agora entra no carro, Vanessa!

_ Mas eu não quero ir.

_ Foda-se que você não quer! Eu sou o seu pai e estou mandando você entrar naquela porra daquele carro!

Vanessa olha para Leandro como se pedisse socorro.

_Vai filha, vai. Segunda-feira eu te busco.

Júlio puxou Vanessa pelo braço, até o carro. Abriu a porta de trás do veículo e a mandou entrar. Rubens vendo o quão assustada Vanessa estava, abriu os braços.

_ Oh meu bem!

_ Tio Rubens!

Vanessa o abraçou como se buscasse proteção.

Júlio fechou a porta do carro com brutalidade e deu a volta com a intenção de ir para o lado do motorista. No entanto, Leandro o puxou pelo braço.

_ Eu preciso falar com você em particular.

Luciano não gostou do que viu. Como se fosse atrevimento Leandro querer falar com o seu homem.

_ Ei, você não vai falar com o Júlio estando sozinho com ele.

Como Leandro já estava bravo demais com toda aquela situação, apontou o dedo indicador para Luciano e disse:

_ Não se meta no que não é da sua conta!

E puxou Júlio para um pouco longe do carro.

_ Escute aqui...

_ Eu não vou escutar nada!

Júlio puxou o próprio braço, soltando da mão de Leandro.

_ Você vai me ouvir sim, porra! A Vanessa está muito triste por causa da sua negligência. Ela acredita que você não a ama mais.

_ Mas que porra você tá dizendo? Tá pondo merdas na cabeça da minha filha?

_ Eu não preciso dizer nada. Você está estragando tudo e deixando a Vanessa infeliz. Ela é a pessoa que mais amo nesta vida e não vou permitir que ninguém a machuque. Muito menos você, então trate de se desculpar com ela e fazer o papel de pai, coisa que você não faz há tempos.

_ Eu não preciso dos seus ensinamentos paternos. São uma merda!

Luciano sentiu a fúria dominar o seu coração, ao ponto de não restar nenhuma racionalidade. Saiu do carro andando em direção a Leandro, que estava de costa para ele discutindo um Júlio.

Caminhava ofegante, mas em passos macios, como uma onça pronta para dar o bote. Retirou do bolso um canivete, e deslizou o dedo o abrindo.

Com os olhos arregalados Vanessa percebeu que o padrastro estava armado.

_ Tio Rubens, o Luciano tá armado com canivete e quer ferir o meu pai!

Luciano observou o pescoço de Leandro em busca de uma arteria, queria atingir um ponto fatal. Sem erros. Ergueu a mão com o canivete ao avistar uma veia saliente, pretendo cravar ali a ponta do canivete.

Desesperada, Vanessa abriu a porta do carro e saiu, Rubens fez o mesmo. Mas, percebeu que Luciano estava próximo demais a Leandro e ela não teria tempo de correr.

_ Pai, cuidado! Ele está armado com um canivete!


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Comentários

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Mas é claro que o capítulo terminaria neste gancho hahahahahahahahaha.

Espero que finalmente o Júlio veja e saiba de fato quem o Luciano é de verdade.

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