Natan: Rafa... Eu te amo, mas...
Rafa: Ama?? Em que conceito? Pois o teu conceito de amar alguém é diferente do meu!! Só pode!!
Natan: Tenta me entender, por favor!!
Rafa: O que eu teria para entender? Entender que quando eu mais precisei de alguém comigo, que quando eu queria comigo alguém que confio, alguém para conversar ou para simplesmente estar ali, você não estava lá! Eu fiquei na espera, fiquei sentindo um vazio muito grande!
Natan: Eu estava com medo de tudo o que aconteceu! Eu tive medo de te encontrar, eu não sabia o que eu ia falar ou o que eu deveria falar. Pensava que esse momento deveria estar reservado apenas para ti. Que eu não deveria estar lá. Que tu iria preferir ficar com a tua mãe! Eu queria estar lá, mas eu me acovardei. Eu não sei explicar, apenas pensei que deveria me ausentar para que tu tomasse as tuas decisões que seriam necessárias.
Rafa: Natan, tu não precisava falar nada, apenas precisava estar comigo. Tu não precisava ficar comigo todo o tempo. Poderia ter feito como os outros, que foram, ficaram um tempinho e foram embora. Eu não ia exigir isso de ti. Eu entendo que tivesse medo, mas eu te liguei, eu te procurei e isso mostraria a você que eu queria a tua companhia, além disso, quem causou toda a situação fui eu. Fui eu quem provocou a morte dele...
Natan: Não, Rafa, não foi tu que que provocou a morte dele. Tu não tem culpa disso. Jamais pense isso. Foram circunstâncias que podem ter agravado um problema cardíaco que talvez desconhecessem, mas não pense que tu tenha provocado a morte. Não se culpe.
Rafa: Eu não deveria ter discutido com ele. Eu não devia ter mentido para ele, Natan! Eu provoquei a morte dele, sim! Se eu tivesse dito logo, talvez ele estivesse aqui.
Natan: Você disse certo TALVEZ ele estivesse aqui. Não tem garantia nenhuma de que nada disso iria acontecer se tivesse dito antes.
Rafa: Eu estou sofrendo tanto. Está difícil ficar em casa. Quando estou lá eu o vejo nos meus braços morrendo. Eu lembro de todo o desespero, mas eu tento não deixar minha mãe me ver chorando e sei que ela também se esconde para chorar. Preferia que eu tivesse morrido do que ele...
Natan: Não!! Não fale isso!! Nem sequer pense nisso.
Rafa: Eu tento, mas não consigo pensar diferente disso. Mas tu não é obrigado a me ver assim... Por mais que eu vá sofrer mais, acho que é melhor nos afastarmos. Não há lugar para mim em ti. Não quero viver de falsas esperanças achando que você vai estar comigo...
Natan: Não, Rafa!!
Rafa: Natan, é melhor assim! Assim tu terá liberdade e ver se há espaço para alguém em ti, porque para mim, eu sei que não tem. Se um dia tiver, poderemos recomeçar. Mantenho a nossa amizade. Minha casa continuará aberta para ti.
Natan: Não faz isso!!
Rafa: Eu te amo, Natan. E por te amar é preciso fazer isso. Eu vou para casa agora. Pode voltar para casa. Eu vou sozinho. Quando quiser, pode vir na minha casa.
Rafael virou-se e foi em direção à sua casa. Natan ficou imóvel. Já longe, Rafael começou a chorar. Estava sofrendo, estava magoado. Parou no caminho chorando. Mesmo tendo se afastado, tinha esperança de que Natan viesse atrás dele, mas isso não aconteceu, Natan havia voltado para casa. Estava caminhando rumo para casa, ainda enxugando as lágrimas quando encontrou-se com Renan que o viu nesse estado.
Renan: Oi Rafa! Tudo bem? Que foi que aconteceu, por que está chorando? É por causa do seu pai?
Rafa: Nada não!
Renan: Fala, Rafa! Pode confiar em mim!! Por que está chorando? Alguém te fez algo?
Rafa: Não se preocupe, Renan, eu só não estou conseguindo lidar com algumas coisas. Entre o que aconteceu com meu pai e...
Renan: Tudo vai se acertar, Rafa! Tenha fé! No que precisar de mim, estou aí, pode me chamar!
Rafa: Obrigado, Renan, tu está sendo muito gentil.
Renan: Rafa, não sei se... ah deixa para lá.
Rafa: Que foi Renan, pode falar...
Renan: Tu e o Natan...
Rafa: O que tem?
Renan: Vocês dois estão...
Rafa: Namorando? Não, não estamos mais...
Renan: Então estavam?
Rafa: Sim, mas depois de tudo o que aconteceu comigo e todo o afastamento dele nesse período, acho melhor que não continuemos. Se mais adiante ele tiver espaço para mim, poderemos talvez voltar.
Renan: Humm!! Tem certeza disso?
Rafa: Certeza eu não tenho. Eu amo ele demais. Mas por agora vai ser assim. Mas por favor, não espalhe.
Renan: Claro, claro, pode deixar comigo.
Rafa: Bom, vou para casa. Vou ver como está minha mãe. Ela ainda está sentindo muito tudo o que aconteceu.
Renan: Então até mais! Qualquer dia desses eu passo na tua casa para conversarmos mais.
Rafa: Certo. Até mais.
Rafael voltou para casa ainda triste e pensando em tudo o que conversou com Natan. Estava em dúvida se era o melhor a fazer. Esperava que pelo menos Natan o fosse visitar ainda, assim poderia tê-lo por perto. Sua mãe percebeu que ele estava triste mas preferiu não interferir. Chegou a noite e Rafael foi trabalhar. Trabalhou toda a noite e retornou para casa pela manhã. Chegou em casa, deitou-se e dormiu.
Continua...