A Vida que Não Escolhi - 10: "MASTER SAMUEL"

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 2428 palavras
Data: 04/02/2019 21:15:39

BOA NOITE, GALERA. ESPERO QUE ESTEJA TUDO BEM COM VOCÊS. SEGUE MAIS UM CAPÍTULO DE HOJE:

150 chamadas no celular de Samuel. Ele olhou para o visor do aparelho e se assustou com a quantidade de Ligações de Jonathan. Não demorou muito para que o amigo entrasse no quarto. Jonathan estava nervoso e não falava as coisas direitos, então, Samuel pegou o amigo pelos ombros e o chacoalhou, na verdade, o jovem sempre viu isso nos doramas, as famosas novelas coreanas, e queria fazer em alguém.

- Ok, isso ajudou, um pouco. – reclamou Jonathan pegando no ombro. – Na real, doeu muito.

- Agora pode falar o que houve? – pediu Samuel.

- Cara, o nosso pai, quer dizer, o teu pai apareceu. Eu me encontrei com o Oliver no Ibira e...

- Pera aí, você se encontrou com o Oliver! – gritou Samuel puxando Jonathan pela orelha.

- Não, espera, para. Tá, doendo. – choramingou Jonathan.

- É para doer mesmo, e a parte em que não íamos usar o corpo do outro!!!!! Você está me prostituindo, é?!

- Não, não estou, eu juro. E, outra, ele nem gosta de mim, ele gosta de você.

- Ah, é? – perguntou Samuel finalmente soltando a orelha do amigo. – E o que ele disse de mim?

- Samuel, foco. Você não ouviu o que eu disse? Eu encontrei o João, o teu pai.

- Sério? – mudando de expressão. – E, e como ele tá?

- Não sei, desconversei e sai correndo, mas não fui muito longe, então, me joguei em um arbusto gigante.

- Você falou com a Isabella? – perguntou Samuel sentando na cama.

- Ainda não, procurei você primeiro. Eu não sei o que ele quer. – sentando ao lado de Samuel.

- Seu rosto. – tocando no rosto de Jonathan. – Você se cortou. Espera. – indo até o banheiro e pegando um kit de primeiros socorros.

A relação entre os dois havia mudado bastante, pouco a pouco, um conquistou ao outro, seja pela simplicidade, inteligência ou companheirismo, pela primeira vez na vida, Jonathan, sabia o significado de ter um verdadeiro amigo. Samuel era o oposto dele, sempre preocupado e sorridente. Com muito cuidado, Samuel, fez o curativo no amigo, depois, eles começaram a pensar em uma maneira de falar sobre João para Isabella.

- Filhinho, eu trouxe lanchinho. – avisou Wal entrando no quarto com um bandeja.

- Não precisa. – gritou Jonathan, no corpo de Samuel.

- Samuel. Que grosseria, isso não é jeito de falar com a MINHA madrasta. Peça desculpa. - interveio Samuel.

- Desculpa, tia Wal. Eu pensei que fosse outra pessoa.

- Oh, tudo bem. Eu sei que tem dias difíceis. Já fui adolescente. Avisa se precisar de algo, Jon Jon. – saindo do quarto.

- Jon Jon, sério? – reclamou Jonathan, olhando para Samuel.

- Não fala mal da Wal, ela é a minha única amiga nessa casa. Você trata muito mal ela, tem que parar de ser assim. A Wal é a tua amiga. Ela ama você e o teu pai. – aconselhou Samuel.

- Nossa, a minha cara de conselheiro é um nojo. Bem, pelo menos o sanduíche dela não é ruim. – pegando um sanduíche e comendo. – E quando vamos praticar a receita?

- Que receita?

- A receita do concurso. Precisamos praticar, eu quero entender os processos, a Lana, depende de nós.

Lana e Daniel se encontraram para treinar, a jovem, pediu ao amigo pequenas dicas sobre corrida. Daniel era um rapaz bonito e atlético, ele tirava suspiro de várias garotas e garotos, também. Ele levou Lana para treinar em um circuito acidentado, ou seja, com muitos obstáculos. Segundo ele, aquilo serviria para aumentar a resistência da colega.

Lana tentava evitar, mas olhar para o corpo de Daniel o que era uma missão impossível. Depois de algumas dicas, os dois seguiram o percurso, no início, Lana teve muita dificuldade para enfrentar os buracos e poças de lama, então, precisou improvisar, Daniel, adorou e a seguiu, ele deu o braço a torcer e naquele momento soube que Lana seria dele.

- Você é rápida, para uma garota. – ele disse sentando no chão.

- E você é rápido, para um garoto. – ela respondeu ironicamente sentando ao lado dele.

- Olha, o sol vai se pôr daqui a pouco. Você quer assistir? – perguntou Daniel.

- Claro, eu adoraria. E eu queria te fazer um convite. No sábado, um amigo meu vai participar de uma competição de doces, o Samuel, digo, o Jonathan, Jonathan Godoy.

- Ah, ele é teu amigo? – questionou Daniel.

- Sim, quer dizer, viramos amigos nesse semestre. – explicou Lana.

- Entendi. Eu vou sim. Podemos tirar uma selfie? Quero guardar esse momento.

- Podemos sim, mas espera. – pediu Lana olhando no visor do celular. – Tá, tudo bem.

O grande dia do concurso chegou. Gláucio e Wal foram prestigiar o filho que competiria pela primeira vez, eles ainda não entendiam o novo talento de Jonathan, mas queriam apoia-lo. A família de Samuel também compareceu, já que o jovem teoricamente ajudaria o amigo durante a competição. Lana, Daniel, Oliver, Lorena, Henrique e Kleiton, garantiram seus lugares nas primeiras fileiras. Samuel e Jonathan, enfrentariam pessoas mais velhas e experientes, porém, a permanência de Lana na escola dependeria do resultado daquele concurso.

- Ei, Jonathan. – disse Samuel, quase cantando.

- O que foi Samuel, estou fazendo várias coisas aqui. – se embolando com os materiais de cozinha.

- Só me responde uma coisa. O Oliver está aqui pra me ver, é? – questionou o jovem.

- Não. Está aqui para me ver. – reclamou o jovem.

- Credo.

Enquanto se preparavam para começar a competição, Samuel, que estava tão animado acabou tomando um banho de água fria. Uma das competidoras era a mãe de Nando, seu ex- namorado. Só para infernizar, Nando, também conhecido como El Diablo, resolveu conversar com o jovem.

- Olha, só. – falou Nando de forma sarcástica.

- Quem é você? – respondeu Jonathan. – Ah, tá. Olha aqui, garoto, vaza. Eu me arrependo até hoje do dia em que fiquei contigo. E, por favor, dá um jeito nessas espinhas, eu juro por Deus, que tô quase pegando esse rolo de macarrão e passando no teu rosto, não, mas aí, ia ser muito nojento, né? Enfim, vaza. – completou o jovem fazendo uma expressão engraçada.

- A mãe dele manda muito bem. – revelou Samuel.

- Ei, grandão. – disse Jonathan. – A gente vai arrasar, né?

- Vamos. Não, não vamos, Jonathan, isso é uma furada, eu nem lembro como faz um creme de confeiteiro.

- Vamos parar, ok? Você é o Samuel, o grande. O cara mais inteligente, parceiro e dedicado que eu conheço. Você vai fazer essa Bomba do Polo Norte...

- Bomba Alaska. – corrige Samuel.

- Isso, Bomba Alaska e vai arrasar. Vai time! – grita Jonathan.

- Você é ridículo. – afirma Samuel rindo.

- Pelo menos eu te fiz rir. – colocando o avental. – Agora vamos acabar com esses velhinhos.

Não demorou muito para a competição começar, os candidatos teriam apenas três horas para finalizar suas receitas. Samuel escolheu um doce com vários processos, mas que feito com maestria lhe garantia a vitória, afinal, os outros competidores optaram por fazer bolos. Jonathan passou a semana estudando para aquele momento, ele ajudava o amigo a não se perder nos processos, cada segundo naquela cozinha era precioso.

Isabella estranhou o comportamento do filho, uma vez que Jonathan, no corpo de Samuel, não sabia cozinhar um ovo e obedecia aos comandos do amigo. Silvio e Suellen, levaram cartazes para torcer pelo irmão mais velho, eles não entendiam nada, apenas se sentiam orgulhosos por Samuel. Lana parecia tranquila, mas por dentro gritava, ela se sentia muito agradecida pelo esforço dos amigos. Lorena dormiu parte da competição, na outra metade, fez compras online, seu passatempo favorito. Já Henrique e Kleiton, ainda tentavam entender o comportamento de Jonathan.

João, esperto como ele só, soube que o filho participaria da competição de doces, e seguiu para o shopping, local onde estava acontecendo a disputa. Ele observou de longe, e não demorou muito para perceber a presença de Gláucio, que era conhecido no mundo corporativo. João fotografou o pai de Jonathan, e depois de um tempo, se aproximou da plateia.

- Vai, filhão! – ele gritou chamando a atenção de Samuel.

- O quê? – questionou Samuel se distraindo e derrubando um bowl (vasilha) com morangos.

- Estou contigo Samuel! – gritou novamente João.

- Eu não acredito, irmã, olha quem tá aqui. – apontando para João.

- O que esse traste está fazendo aqui? – perguntou Antonella.

- Eu vou lá. Fica aqui com os meninos. – Isabella pediu.

- Você o chamou aqui? – perguntou Samuel com os olhos vermelhos.

- Não, claro que não. Tuas redes sociais não devem ser bloqueadas, né? – ressaltou Jonathan. – Samuel, agora não é momento para você se afetar com isso, por favor. A gente chegou tão longe.

- Eu não posso. – se afastando.

- Ei, você é pode. Qual é. A sua amizade com a Lana é mais forte que isso, por favor. Vamos mostrar para o teu pai que não precisamos dele. – aconselhou Jonathan pegando no ombro do amigo. – Eu e você, nós dois vamos terminar essa prova. E depois, juro que vamos resolver isso. Só não fica preocupado, eu nunca vou deixar ele te machucar, te prometo.

- Tá bom, a Lana é mais importante. – fala Samuel fechando os olhos e voltando para a bancada. – Vai meu empregado, junta esses morangos. Temos uma hora apenas.

- Eu e a minha boca grande, literalmente.

Com ódio nos olhos, Isabella, encarou João, que soube a encrenca onde se meteu. A mãe de Samuel é franzina, mas conseguiu puxar o pai do seu filho até uma área mais reservada. Ela soltou o verbo em cima do homem, ele até tentou se defender, porém, era praticamente impossível. João explicou que sentia falta do filho, coisa que Isabella nunca acreditou, afinal, ele não via Samuel há cinco anos.

- Qual é, florzinha.

- João, não me chame de florzinha. Você perdeu esse direito há muito tempo. Olha, não me faz procurar a polícia, ou você esqueceu que não paga pensão? – ameaçou Isabella.

- Não faz isso, você não pode deixar um pai longe do filhão.

- Vaza daqui. Se eu ainda te pegar próximo ao Samuel, eu juro, chamo a polícia. – voltando para a plateia.

- Adoro quando ela fica mandona. – pegando o celular e discando. – Alô, chefe. Adivinha, o meu filhão é amigo do Jonathan Godoy. Isso mesmo, filho do empresário Gláucio Godoy. Não se preocupa. – desligando e jogando o aparelho no lixo. – Finalmente, esse garoto vai servir para alguma coisa.

Samuel continuava a lutar contra o tempo. Ele parou no meio da bancada e começou a repassar os passos, faltavam cinco minutos para finalizar a competição. O jovem pediu para Jonathan ligar o maçarico, esse momento foi de pura tensão, até os jurados pararam as anotações para assistir. Com todo o cuidado do mundo, Samuel, iniciou o processo, Jonathan, ficou tão nervoso que não conseguiu olhar. Após finalizar, Samuel, respirou aliviado, a dupla foi a última a entregar e utilizaram as três horas de prova. Todos aplaudiram, Samuel e Jonathan, eles formaram um ótimo time.

A avaliação começou, cinco jurados se dirigiram para a bancada de Samuel e Jonathan. A Bomba Alaska estava linda, eles pediram para o jovem partir, com delicadeza, Samuel, pegou uma faca pré-aquecida e cortou um generoso pedaço. Era possível ver as camadas definidas, o que chamou a atenção deles.

- Você sabe que fez vários processos, né? – perguntou uma das juradas.

- Sim. Primeiro, a gente fez o creme inglês, e deixamos no congelador. Em seguida, o meu amigo preparou o pão de ló, enquanto, eu preparava a geleia de morango. Depois fizemos os mousses de morango, chocolate e baunilha. – explicou Samuel.

- Gente, e essa decoração? Ficou linda. – ressaltou um outro jurado para a arte com chocolate que Samuel fez.

- Sim. É chocolate meio amargo derretido. É uma das técnicas mais complexas da Bomba Alaska. – respondeu.

- Jonathan, eu estou impressionado. – garantiu um terceiro jurado. – A Bomba está deliciosa e linda. Guarda um pedaço para eu levar, por favor.

A deliberação começou. Todos os familiares e amigos se aproximaram de Samuel e Jonathan, eles estavam exaustos, mas a Lana valia todo o esforço, principalmente, para Samuel, seu melhor amigo. Isabella precisou disfarçar a tristeza, pois, aquele momento era do filho, ela abraçou e beijou Jonathan na frente de todos, ele deixou, pois, se sentia bem com a mãe do amigo. Gláucio e Wal, também mostraram o orgulho pela participação do filho.

- Filho, estou muito orgulhoso. Parabéns. – disse Gláucio abraçando Samuel.

- Obrigado, pai. Estou nervoso.

- Não fique, vai dar tudo certo. O seu esforço já foi um prêmio ótimo. – assegurou Gláucio.

- Se meu esforço rendesse 10 mil reais. – balbuciou Samuel.

- O quê?

- Nada, pai, deixa eu falar com meus amigos. – disfarçou Samuel.

O grande momento chegou, todos ficaram na expectativa. Em terceiro lugar, ficou a dupla formada pela Dona Maria e sua filha, Dolores, o bolo feito por elas era de Champanhe com morangos. Já a segunda posição, foi para El Diablo, Nando, e Dona Berenice, sua mãe, eles preparam uma floresta negra. Samuel olhou para Jonathan, meio que decepcionado, quando os jurados chamaram por eles. A plateia vibrou, Jonathan, correu e abraçou o amigo. Por alguns segundos, Samuel, não entendeu nada.

- A gente ganhou? – ele perguntou para Jonathan.

- Sim, vem. – respondeu o jovem praticamente puxando Samuel para o palco.

Os dois receberam um troféu e o cheque representativo no valor de 10 mil reais. Lana começou a chorar, pois, ela não precisaria mais se mudar, a partir, daquele momento, ela tinha uma dívida de sangue com Samuel e Jonathan. Já para os garotos, a vitória representava muita coisa, uma dupla improvável, que conseguiu superar as desavenças, se uniu e venceu.

- Agora, Jonathan, me fala. Como aprendeu a cozinhar desse jeito? – perguntou o apresentador entregando um microfone para Samuel.

- Bem, eu... em primeiro lugar, quero agradecer esse cara que está aqui ao meu lado. Ele me ensinou tudo o que eu sei, ele me deu coragem para seguir na competição. Seria injusto, dizer, que a vitória é apenas minha. A vitória é nossa, irmão. – disse Samuel, abraçando Jonathan, que até tentou, mas não segurou as lágrimas.

Enquanto alguns festejavam, outros tramavam o mal. O pai de Samuel, João, chegou até um prédio abandonado. Ele bateu na entrada, e um homem perguntou qual era a senha. “Notridamus”, respondeu João. O local era o esconderijo de uma gangue barra pesada que atuava em São Paulo. Ele desceu pelo elevador e entrou em um escritório. Não demorou muito, e um senhor de idade, apareceu.

- Então, Costa, quer dizer que você tem um plano? – perguntou o velho.

- Isso mesmo, senhor. E se chama Gláucio Godoy. – respondeu João.

- Da família, Godoy?

- Isso mesmo. E já tenho até a abertura para começar meu plano, mas preciso de um capital e...

- Não fale nada. Compre um celular descartável. – entregando um maço de dinheiro para João. – Faça valer o seu papel aqui.

- Pode deixar, senhor, eu vou fazer valer.


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Comentários

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Sabia que esse pai do Samuca não valia nada.

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