A CASA DOS SONHOS– PARTE FINAL
- Há tudo bem eu vou com vocês. – Disse o Tay. – Mas se eu morrer vai ser culpa de vocês.
Juntamos as facas afiadas que pegamos em caso de emergência no dia anterior quando saímos da casa e distribuímos duas para cada individuo. O plano era muito simples. Gean e Sarah iam ficar de vigia na porta principal enquanto os outros iriam espalhar galões de gasolina em todos os cômodos da casa e depois atacar fogo naquela maldita casa. Se o tal sonhador estivesse escondido ali dentro, ele teria que sair para não morrer queimado e quando ele saísse, Gean e Sarah iriam cuidar bem dele. Nós daríamos um jeito de sair da casa antes que o fogo se espalhasse por completo. A gente estava andando rápido para chegar á casa logo e assim que atravessamos á floresta e chegamos ao quintal verdinho por causa da grama, colocamos nosso plano em ação. Gean e Sarah ficaram na porta principal segurando suas facas enquanto Eu, Gisele, Lara, Luke e o Tay entramos e fomos direto para á dispensa de suprimentos. Havia muita coisa ali, mas apenas seis galões de álcool de 5 litros. Não tinha gasolina. Pelo menos tinha isqueiros.
- Vamos ter que fazer milagre. – Eu disse para os outros membros. – Vamos fazer o seguinte. Vamos nos separar em duplas, mas um vai ficar sozinho.
- Eu fico. – Disse Luke se oferecendo. – Eu vou sozinho.
- Tudo bem, eu vou distribuir dois galões de gasolina para cada dupla e dois isqueiros e então vamos fazer o que der com eles. – Eu disse. - Se colocarmos fogo em uma boa parte da casa, logo o fogo se espalha e destrói a casa inteira. Então faça o seguinte, coloquem o fogo e corram para fora o mais rápido que puder.
Todo mundo balançou a cabeça entendendo o que era para fazer. Eu fiz dupla com o Tay e a Lara e Gisele foram juntas.
- Ok eu, o Tay e o Luke vamos colocar fogo no andar de cima e vocês duas vão colocar no andar de baixo, de um modo que não nos atrapalhe a sairmos depois.
Lara e Gisele assentiram com a cabeça. Então eu e o Tay subimos e fomos para o lado direito da casa enquanto o Luke foi para o lado esquerdo. Eu e o Tay fomos até o fim do corredor e entramos no último quarto. Eu abri um galão de gasolina e comecei a derramar na cama enquanto o Tay jogava no guarda-roupa. Foi ai que a porta do quarto se fechou de uma vez. Eu e o Tay não vimos quem o fechou. A porta havia sido trancada com a chave pelo o lado de fora.
- Droga! – Gritei.
- Calma Peter. – Disse Tay. – Relaxa, vamos conseguir sair.
- Precisamos sair antes que as garotas coloquem fogo lá embaixo cabeção! – Exclamei. – Se não vamos morrer torrados.
Tay parecia tão calmo. Eu estava estranhando. Ele sorriu para mim.
- Há pelo menos podemos nos beijar. – Ele disse rindo. – Que tal? Se vamos morrer, então prefiro morrer agarradinho com você.
- Não Tay! – Exclamei alto. – Não é hora para isso. Eu não sei você, mas eu não quero morrer hoje. Ajude-me derrubar á porta.
Eu me aproximei da porta e dei um chute com força nela, mas ela mal se mexeu.
- Peter... – Ele disse ainda mais calmo como se tivesse perdido á vontade de viver. -... Querido, não há como derrubar á porta.
Era duro admitir, mas ele tinha razão. Á porta era feita de um tipo de aço dourado e a espessura era muito forte. Iríamos morrer de tanto chutá-la e ela nem se mexeria. Encarei o Tay que parecia aliviado e me aproximei dele e o abracei forte.
- Tay, num quero morrer hoje. – Eu disse quase chorando no ombro dele.
- Então fique comigo. – Ele disse com um tom de voz sombrio.
Então senti á lamina ser cravada em minha perna. Tay me soltou e eu cai de joelhos no chão. A dor era insuportável. Tay sorriu e se afastou de mim e ficou em pé em frente á janela do quarto, olhando para fora.
- Não... – Eu resmunguei com muita dor. – Você... É o sonhador...
Ele se virou para mim e sorriu.
- Eu não sou o sonhador. – Ele disse. – Há Peter, você é tão lindo. Que tal eu lhe contar minha história inteira? Sabe, quando eu estava lá na rodinha com todo mundo, eu tive que inventar o final da minha história. Mas não se preocupe, vou ser verdadeiro agora.
- Por que Tay? – Eu perguntei com uma lagrima escorrendo pelo meu rosto. – A gente praticamente quase fez amor Tay.
Ele riu e se aproximou de mim e começou a passar á mão no meu rosto. Ele me deu um selinho rápido no pescoço.
- Depois que o Max me acertou com uma faca na perna, ele me pegou em seu colo e meu levou para á casa dele. Ele me disse que nunca iria me machucar que ele me amava e que ele iria me proteger. Ele me disse que só me esfaqueou por que se não eu não teria ouvido ele. Ele me pediu perdão e tudo mais. - Disse o Tay me encarando. – Ele fez o possível para que eu me recuperasse do corte e depois que me recuperei, ele cuidou de mim como se eu fosse o cara mais importante do mundo. Eu passei á amá-lo mais que do que eu amo á mim mesmo. Foi ai que os negócios do pai dele foram à decadência. Max e o pai dele não podiam mais morar na cidade e foi ai que eles compraram essa linda casa nessa ilha maravilhosa. Eu não queria perde-lo então eu vim com ele. Eu abandonei tudo para vim com ele. Então eu e ele inventamos um jogo. A gente traria jovens á ilha os mataria para tirar seus órgãos para vender depois. Conseguiríamos uma boa grana. E foi assim que você chegou aqui. Eu e ele nos infiltramos no grupo de jovens para que parecêssemos um de vocês.
Eu queria matá-lo ali. Mas não conseguia me levantar. A porta do quarto se abriu e Luke entrou todo sorridente.
- Então Peter, esse é o Max. – Disse o Tay indo em direção do Luke e o abraçando. Os dois trocaram um beijo rápido.
- Então Peter, eu e o Tay gostamos de você. – Disse o Luke. – A gente pode te dar uma chance. Que tal a gente ficar juntos? Podemos ser uma equipe. Podemos ser o trio perfeito. Amanhã o papai vai pousar o avião na ilha para pegar os órgãos de todos que foram mortos. E ai? Por que não aceita? A gente gosta mesmo de você cara.
Luke me deu um selinho no pescoço. Eu estava com muito ódio. Como eu pude gostar deles? Como eu pude cair naquilo? Meu coração estava em pedaços.
- Me matem logo. – Eu disse. – Como podem ser tão amorosos e serem monstros ao mesmo tempo?
Luke me agarrou por debaixo dos braços e me colocou de pé. Então ele segurou forte meu pescoço e me jogou na parede com força. E ouvi o barulho das chamas devorando as coisas em embaixo nos nossos pés. Sorri para eles. Logo a casa estaria em chamas.
- Tay, vá logo atrás daquelas garotas e acabe com elas antes que á casa seja completamente destruída. – Disse Luke.
Tay obedeceu saindo do quarto e indo em direção ás escadas. Luke me encarou e agachou na minha frente. Ele acariciou meu rosto.
- O Peter, não faça isso com a gente. – Ele disse. – O Tay gostou de você e eu também. Por que não fica com a gente? A gente vai cuidar um do outro. Prometemos á você que vai gostar.
- Prefiro morrer. – Eu disse lançando uma cara de nojo para ele.
Eu vi o chão do quarto começar á fazer barulho como se estivesse pegando fogo debaixo dele. Eu ri novamente. Logo aquele quarto iria desabar. Mas então o terror me invadiu quando ouvi um grito ecoar lá de baixo. Era a Lara que estava gritando e então o grito dela se cessou de uma vez. Tay havia matado a Lara.
- Por quê? – Eu perguntei chorando. – Por que são tão cruéis?
Luke passou á mão no meu rosto carinhosamente.
- Logo você se acostuma amor. – Ele disse. – Você vai se acostumar.
Eu peguei á minha faca que estava na minha cintura para poder enfiar nele, mas ele foi mais rápido e tomou á faca de mim e então enfiou no meu braço esquerdo. Eu gritei de dor. Aquela dor me devorava por dentro.
- Eu não quero te machucar mais Peter. – Disse Luke. – Não quero mesmo, mas se você não cooperar...
O chão explodiu em labaredas e chamas. Uma parte do chão caiu para baixo e ás chamas acabou chegando à cama molhada de álcool. As labaredas saltaram para cima e começou a invadir o quarto inteiro.
- Droga! – Exclamou Luke.
Ele me agarrou por debaixo dos braços e me colocou de pé.
- Venha. – Ele disse. – Vou tirar você daqui.
Eu coloquei meu braço direito por trás do pescoço dele e ele foi me ajudando a andar até a saída do quarto. Eu não podia ser um deles. Eu tinha que acabar com aquilo. Eu só tinha que arranjar uma oportunidade. Ele me ajudou a caminhar até a metade do corredor e então o quarto onde estávamos explodiu por causa dos galões de álcool que o Tay deixou no chão e destruiu mais dois quartos atrás da gente. Luke me colocou sentado no chão. Ele parecia cansado e então me encarou.
- Me diga se vai ou não querer ficar comigo e o Tay. – Ele disse esperando pela minha resposta.
- Se eu recusar, você vai me matar não é? – Eu perguntei tentando disfarçar enquanto pensava em pegar a segunda faca que estava presa na minha cintura.
- Se você recusar, vou deixá-lo aqui. – Ele disse sério. – Vai morrer queimado.
Ouvi outros gritos ecoarem fora da casa. Provavelmente Tay já havia matado a Sarah e o Gean também já que eles não sabiam quem era os verdadeiros inimigos. Comecei á chorar.
- Tudo bem. – Eu gritei chorando. – Fico com vocês dois.
Luke sorriu e me agarrou por debaixo dos braços novamente e me colocou de pé. Ele me ajudou a caminhar até as escadas. Mas o fogo estava tomando conta da escada do lado direito da casa e logo estaria destruindo á outra também. Olhei para baixo e só via as chamas destruir as coisas lá em baixo. Vi Tay entrar pela porta principal da casa e subir á escada que ainda não tinha sido alcançada pelo fogo.
- Mor, a Gisele está escondida aqui em cima. – Disse ele para o Luke. – Ela foi para o outro lado.
- Então vá atrás dele Tay! – Ele exclamou alto enquanto me segurava.
Tay saiu pelo corredor do outro lado á procura de Gisele. Luke continuou á andar em direção á escada que estava boa, mas foi tarde. Uma explosão lá em baixo atingiu a escada e ela começou a ser devorada pelas chamas avermelhadas.
- Droga! – Disse Luke me colocando sentado no chão e se virou para olhar o caos que as chamas estavam fazendo pela casa.
Essa foi á hora perfeita. Tirei a faca da minha cintura e enfie na perna dele. Ele gritou de dor. Retirei a faca e enfie no outro pé dele. Ele caiu deitado no chão e gritava de dor. Eu engatinhei até o corpo dele e enfiei a faca no braço direito dele. Ele chorava.
- Isso foi pelo Will. – Eu disse.
Enfiei a faca na mão direita dele e ele gritou mais auto.
- Isso foi pela a Lara.
Enfie a faca no braço esquerdo dele.
- E isso foi pelo Gean e pela Sarah.
Ele gritava de mais. Uma explosão destruiu á escada da direita inteira. Ela foi desabando em pequenas partes e indo ao chão. O chão começou a ficar todo cheio de sangue em volta do Luke. A pequena proteção que tinha em entre ás duas escadas explodiram e caíram para baixo. Eu comecei á empurrar o corpo do Luke em direção á beirada do andar e quando consegui empurrá-lo até lá, ele me encarou com um olhar triste e com as lagrimas caindo pelo rosto dele. Ele estava completamente imóvel por causa das facadas pelo corpo que eu lhe havia dado. Ele mesmo rolou por conta própria para o lado da beirada e então ele caiu, mas ficou pendurado na borda do chão do segundo andar. O fogo lá embaixo iria matá-lo em segundos se ele caísse. Eu estava sentindo uma coisa muito ruim no meu coração. Eu não podia matá-lo e nem deixá-lo morrer. Avancei para a beirada do segundo andar e segurei as mãos dele. As chamas eram muito fortes e destruidoras lá em baixo. Á mão dele estava escorregando da minha. Ele me encarou com seus olhos profundos.
- Me perdoa Peter. – Ele disse descendo lágrimas pelo seu rosto. – Não vamos poder ficar juntos.
- Não Luke, não solte. – Eu dizia chorando. – Segure firme, por favor.
Ele podia ser um assassino cruel, mas não era certo deixá-lo morrer ali. Ele deveria cumprir anos na cadeia, mas não morrer ali. Ele soltou sua mão direita da minha e logo após soltou à da esquerda.
- Nããããooo... – Gritei ao ver o corpo dele cair e ser devorado pelas chamas vermelhas.
Ouvi o Tay gritando de algum lugar próximo de mim. Eu estava de peito para baixo no chão chorando e então senti a faca entrar pelas minhas costas. Tay me virou de peito para cima e eu o encarei. A faca tinha transpassado meu corpo e eu podia ver a ponta suja de sangue na minha barriga. A dor estava se aliviando como se meu corpo estivesse morrendo. Eu estava ficando tonto. Eu via o Tay chorar e gritar pelo nome do Max. Ele chorava mais que tudo.
- Tay... – Eu resmunguei. – Me desculpe...
Eu podia ver o ódio emergir dos seus olhos. Tay me agarrou por debaixo do braço e me colocou de pé na beirada do cão do segundo andar e me empurrou cai para baixo. Em nanosegundos eu via tudo rodar á minha volta e então senti as chamas ferventes tomarem conta no meu corpo e minha visão e minha audição sumirem. Era o meu fimEu saltei da cama gritando. O sol batia na janela do meu quarto e brilhava sobre meus olhos.
- Amor, amor... – Disse o Gean acordando assustado. – O que foi? Você sonhou de novo?
- Amor... – Eu resmunguei encarando ele. – Foi um pesadelo...
Ele me abraçou e me deu um selinho no pescoço.
- Amor, fica calmo. – Ele disse carinhosamente passando a mão no meu rosto. – Foi só um sonho... Está tudo bem agora, eu estou aqui. Vou cuidar de você.
- Amor, no meu pesadelo você era um garoto muito safado e eu não gostava de você. – Eu disse. – E eu morri no final. Aliás, todos do meu pesadelo morreram.
- Credo amor. – Ele disse me beijando. – Agora relaxa. Vou preparar um café da manhã do jeito que você gosta.
Ele se levantou e saiu do quarto. O Gean era meu namorado á oito meses. Eu o amava e ele me amava. Eu sabia que era um amor verdadeiro. Ainda bem que tudo aquilo não passou de um sonho, se bem que... Eu sentiria falta daqueles jovens. Luke, Tay, Lara, Will, Sarah e Gisele... Eu iria sentir falta deles, até dos assassinos eu sentiria falta. Pelo menos um personagem do meu sonho não era da minha cabeça. Sai da cama e andei até a cozinha. Sorri para Gean que estava fazendo o café da manhã com todo o carinho do mundoS2---FIM---S
Wont Power - Produções™, 11 de janeiro de 2014. Casa dos Contos ©
Contatos: Apenas SMS para
E-mail:
Facebook: EDUARDO SAMPAIO.
ψ EXTRAS ψPerguntas para os leitores que quiserem responder nos comentários. Suas respostas podem ser muito importantes para que possamos aprimorar nossos contos.
1- Qual o melhor conto já publicado pela Wont Power™?
2- O que precisamos melhorar em nossos contos?
3- Diga o que devemos acrescentar ou tirar em nossos contos.
4- Qual foi o conto que você menos gostou?
5- Qual sua opinião sobre os personagens e roteiros dos contos da Wont Power™?
Deixaremos claro que comentários de xingamentos e de ofensas por diversão serão removidos. ObrigadoCOMENTÁRIO DO AUTOR:
O QUE ACHARAM DA CONCLUSÃO DESSE MAIS NOVO CONTO? ALGUNS PODEM NÃO TER GOSTADO OUTROS PODEM TER AMADO... MAS EU... EU ESTOU FELIZ POR ENCERRAR ESSE CONTO MARAVILHOSO E EU SÓ TENHO A AGRADECER Á TODOS VOCÊS MEUS QUERIDOS LEITORES. AFINAL, SEM VOCÊS NÃO HAVERIA Á CASA DOS SONHOS E NEM OS NOSSO QUERIDOS PERSONAGENS. MANDO ENTÃO UM BEIJO Á TODOS VOCÊS E UM GRANDE ABRAÇO. AGURDEM PELOS PRÓXIMOS LANÇAMENTOS DA WONT POWER. ESPERO QUE GOSTEM DOS CONTOS ÚNICOS QUE ESTAMOS PREPARANDO PARA VOCÊS. ENTÃO? BORA ESCREVER?