Mariana sentiu o vento quente bater em seu rosto ao sair do escritório. Era uma noite abafada, mas havia algo na brisa – algo que não era apenas calor. Era como se o ar carregasse uma promessa, uma provocação. Ela ajeitou a alça da bolsa no ombro e caminhou até o bar onde costumava ir sozinha quando queria se perder. E naquela noite, ela queria exatamente isso: perder-se.
No balcão, com uma caipirinha na mão, ela observava o movimento ao redor. Então, seus olhos cruzaram com os de Lucas. Ele estava sentado em um canto mal iluminado, mas mesmo à distância parecia brilhar. Não era só a aparência – embora ele fosse bonito de um jeito quase irritante –, era a maneira como ele olhava para ela: como se já soubesse o final daquela noite.
“Você parece perdida,” ele disse quando se aproximou dela. Mariana riu com um toque de ironia. “E você parece saber exatamente onde me encontrar.”
O jogo começou ali.
Horas depois, no apartamento dele, Mariana sentia as mãos de Lucas percorrendo seu corpo com uma mistura de urgência e cuidado que a fazia esquecer quem era – ou quem deveria ser. Ele a beijava como quem devora algo precioso e efêmero. Quando seus lábios desceram pelo pescoço dela e chegaram aos seios, ela soltou um gemido curto, quase involuntário.
“Você é deliciosa,” ele murmurou contra sua pele antes de continuar descendo. Mariana segurou os lençóis com força quando sentiu a língua dele entre suas coxas. O prazer veio em ondas que pareciam começar nos pés e explodir na cabeça.
Mas então a campainha tocou.
Lucas levantou-se contrariado, murmurando algo sobre Carlos. Mariana ficou ali, nua na cama desarrumada, os cabelos caindo pelo rosto como se tivesse acabado de sair de uma tempestade. Quando Lucas voltou ao quarto acompanhado de Carlos – alto, loiro, com olhos que pareciam ver através dela –, ela apenas sorriu.
“O que você está esperando?” perguntou a ele. “Vem cá!”
Carlos hesitou por um momento antes de se aproximar da cama. Lucas estava atrás dela agora, os dedos brincando com seus cabelos enquanto Carlos subia na cama à sua frente. A sensação era avassaladora: duas presenças tão diferentes ao mesmo tempo – Lucas com sua intensidade ardente; Carlos com sua calma quase cruel.
Enquanto Lucas mordia seus lábios e segurava seus quadris com força suficiente para deixá-la sem fôlego, Carlos deslizava os dedos por entre suas coxas molhadas, provocando-a até ela implorar por mais.
“Você é nossa agora,” Lucas sussurrou em seu ouvido enquanto puxava seus cabelos para trás. Mariana fechou os olhos e deixou-se levar pela torrente de sensações: línguas explorando sua pele; mãos firmes segurando-a como se ela fosse algo sagrado; corpos movendo-se em perfeita sincronia ao redor dela.
Quando Carlos finalmente a penetrou – devagar no início, mas aumentando o ritmo conforme ela gemia –, Lucas beijava seus seios com uma devoção quase religiosa. O quarto estava cheio de sons: respirações ofegantes, gemidos abafados e o ranger da cama sob os movimentos intensos dos três.
O gozo veio como uma onda inevitável: primeiro nela – um grito abafado enquanto seu corpo tremia entre os dois –, depois neles, quase simultaneamente. O quarto estava impregnado pelo cheiro do sexo; o ar parecia pesado, mas também carregado de algo inexplicável – algo que não era apenas prazer físico.
Quando tudo terminou, Mariana ficou deitada entre eles, sentindo o suor secar lentamente em sua pele. Lucas dormia profundamente ao seu lado esquerdo; Carlos ainda respirava pesado à sua direita. Ela olhou para o teto por alguns minutos antes de fechar os olhos e sorrir.