2016
Luiz e Paula se formaram na mesma turma na Faculdade de Direito, abriram um escritório juntos, que estava indo muito bem. Ambos eram “workaholics”, trabalhavam muito em detrimento da vida pessoal.
Paula é lésbica, e naquele ano de 2016 começou a namorar Aletheia, Chefe do departamento Jurídico do Hospital Orion.
Numa manhã de quinta-feira ela chega no escritório:
- Luiz, eu já te falei da minha nova namorada? Ela é advogada também.
- Sim você me falou, o nome dela é Aletheia, né? Ela trabalha no Jurídico do Hospital Orion, isso? Quero que você me apresente qualquer dia ...
- Sábado! Está marcado um almoço lá em casa no sábado.
- Tá bom, no sábado eu ia passar o dia estudando o novo caso que pegamos, daquela empreiteira ... mas vou abrir um espaço para almoçar com vocês e conhecer a Aletheia.
- Mais uma coisa, o almoço é para você conhecer a Aletheia sim, mas também agora o Hospital Orion será nosso cliente! No almoço vamos tratar do caso! Um dos funcionários surtou, agrediu uma enfermeira, danificou uma máquina e ameaçou de morte a Aletheia e a Celeste.
Aquele era um caso que normalmente o Luiz não pegaria, não era significativo do ponto de vista financeiro. O Escritório estava em um nível que só aceitava causas grandes, envolvendo milhões!
- Tá bem Paula. Você sabe que normalmente não pegaríamos um caso assim. Vamos fazer somente porque a Aletheia é tua namorada!
- Obrigada Luiz! Ah , além da Aletheia, contaremos com a presença da Diretora Celeste no almoço.
- Ok.
- Olha Luiz, a Celeste é bem bonitona! Quem sabe se você e ela ...
- Ah não Paula, corta essa! Não vai querer dar uma de cupido. Eu estou casado com meu trabalho.
- Olha como são lindas – fala Paula alegremente, mostrando uma foto no celular.
Luiz observa que ambas são bem magras e franzinas, com cabelos lisos.
Luiz não estava tão animado com o almoço e com o caso que daria mais trabalho do que lucro ao escritório, mas tinha curiosidade de conhecer a namorada de Paula, afinal nunca tinha visto a sua amiga/sócia tão feliz.
SÁBADO
Paula pediu que todos chegassem as 11h, para que pudessem ter tempo de falar sobre o caso antes de almoçarem.
Luiz estacionou seu carro do outro lado da rua, próximo a casa de Paula. Percebe que havia duas mulheres em frente ao portão da casa, só podiam ser elas.
Ao se aproximar, nota que estavam bem concentradas falando uma com a outra, quando chega mais perto consegue ouvir que estão conversando em uma língua estrangeira, muito diferente.
- Bom dia!
As duas levam um susto! O coração de Celeste chega a acelerar.
- Desculpe, cheguei meio de supetão - diz estendendo a mão para cumprimentá-las. - Sou o Luiz, prazer em conhecê-las!
- Prazer Luiz, nós estávamos concentradas, conversando, nem percebemos você chegar!
Nesse instante Paula abre o portão :
- Desculpe fazer vocês esperarem tanto! A abertura automática do portão deu defeito, e demorei para achar as chaves. Que bom que já estão todos aqui! Vamos entrar!
Enquanto caminham no jardim em direção â casa, Luiz decide matar a curiosidade:
- Desculpe perguntar, mas vi que vocês falavam em outro idioma, bem diferente!
Celeste e Aletheia se olham, um pouco apreensivas, até que Celeste responde:
- Ah, bem, é que nós duas somos da Região de Prudentópolis, descendentes de Ucranianos, e nós fomos criadas falando ucraniano desde pequenas.
Aletheia complementa:
- Para nós é muito natural , então quando estamos só nós duas falamos em ucraniano!
Luiz já sabia que a região centro-sul do Paraná recebeu forte colonização ucraniana, que os moradores mantém viva a cultura e a língua. Na época da faculdade estudou com um colega de lá, e uma vez o ouviu falar em ucraniano com o país dele por telefone. Mas a língua que as duas falavam não lhe pareceu ucraniano.
"Mas deve ser bobagem da minha cabeça" pensou, "afinal, eu não falo uma palavra em Ucraniano"
- Vocês são parentes então?
- Nós somos primas de segundo grau - responde Celeste. - Eu sei que tecnicamente não é correto falar "primas de segundo grau", mas fica mais fácil explicar nosso grau de parentesco.
- Imagina, não se preocupe em ser "tecnicamente correta".
A Casa de Paula é espetacular, conta com uma cozinha moderna e sala de jantar ampla, com dois ambientes. Todos os móveis e objetos de decoração refinados e de bom gosto.
Conforme combinado, antes do almoço falam brevemente sobre o caso. Luiz e Paula expõe as medidas a serem tomadas:
- Na esfera penal pediremos uma medida protetiva de proibição de contato, como medida cautelar, ou seja já é determinada de imediato, com urgência.
- Enquanto o processo penal tramita , apurando os crimes de lesão corporal, dano ao patrimônio, ameaça, injúria e calúnia, Claudio não poderá se aproximar de vocês e de Cyntia.
- Na esfera cível, como Claudio não tem bens e nem dinheiro para indenizá-las, não será tomada nenhuma medida.
Todos de acordo, finalizada essa etapa começam a almoçar. Luiz quase não consegue falar com Aletheia, pois ela só tem olhos para Paula.
As duas formam um casal apaixonado, se tocam, se abraçam, trocam olhares e sorriem uma para outra todo o tempo.
Dessa forma Luiz conversou quase que exclusivamente com Celeste. E que conversa agradável!
Luiz se encantou, ela é simpática, inteligente, agradável e tinha muito em comum com ele. Luiz sempre se orgulhou de seu vasto conhecimento geral, mas se impressionou com Celeste, ela é médica, mas conversa sobre vários assuntos, mostrando um conhecimento e inteligência muito acima da média.
E o sentimento era recíproco, Celeste também estava gostando muito de conversar com Luiz.
Paula e Aletheia notaram, a postura corporal de ambos já mostrava que ali podia estar nascendo um novo casal. O jeito que se olhavam, o sorriso no rosto dos dois, Celeste com o corpo relaxado inclinada em direção dele, mexendo graciosamente no cabelo várias vezes. Estava bem evidente o interesse mútuo.
Depois do almoço Paula chamou Luiz na cozinha para uma conversa particular:
- Luiz, tô vendo que você e a Celeste estão se entendendo muito bem.
- Ela é encantadora!
- Olha, daqui a pouco eu a Aletheia vamos para o meu quarto. E você sabe que também tem o quarto de hóspedes.
- Não, mas eu a Celeste não vamos ...
- Nunca se sabe! Vou te passar a chave do quarto de hóspedes, e eu já coloquei umas coisinhas lá ... petiscos, água, chocolate, vinho, preservativo . Fiquem a vontade.
- Não Paula, é que ...
- Assunto encerrado Luiz, vamos para a sala!
Luiz sentou no sofá ao lado de Celeste. Paula e Aletheia até chegaram a sentar, mas alguns minutos depois já se levantaram:
- Eu e a Aletheia vamos no meu quarto e já voltamos, fiquem a vontade – Disse Paula, com um jeito de que não iria voltar tão logo assim.
- Eu fiz uma tatuagem em homenagem à Paula. Vou mostrar para ela lá no quarto, pois é em uma região íntima do meu corpo – diz Aletheia com um sorriso no rosto
Luiz e Celeste descobrem que tem muito em comum, e continuam a conversar. Mas enquanto rola a conversa começam a ouvir gemidos de prazer vindos do quarto de Paula. Ambos, um pouco constrangidos, dão risada da situação.
- Que bom que as duas estão se divertindo, mas podiam ser um pouco mais discretas – comenta Luiz
- Essa minha prima Aletheia é meio louquinha mesmo, já conheço seu jeito.
- Conheço Paula a muitos anos, desde que começamos a faculdade, e nunca a vi tão feliz!
- Nossa, que bom! A Aletheia também está apaixonada. Ela me contou que a Paula só vivia para trabalhar, agora que estão namorando parece que ela descobriu que existem outras coisas na vida além do trabalho.
- É bem isso mesmo, Paula é viciada em trabalhar, e a Aletheia está fazendo muito bem a ela!
- E você doutor Luiz? Pelo que sei também é workaholic, não pensa em namorar?
- Sabe que até ontem eu não pensava, mas hoje já estou mudando de ideia.
- Ah é ?! E posso saber o que fez um advogado lindo e charmoso como você mudar de ideia?
- Claro que pode, o motivo está bem aqui na minha frente. Será que o que aconteceu com Paula irá acontecer comigo também?
- Só tem um jeito de saber! – diz Celeste se aproximando para um beijo.
O beijo é longo e demorado, ao final Luiz não tem dúvidas, pega Celeste no colo e a leva até o quarto de hóspedes. Celeste coloca os braços em torno de seu pescoço e o fita com um olhar apaixonado. Quando Luiz a coloca na cama ela se aproxima para um novo beijo.
Luiz começa a beijar todo o corpo de sua amada, começando pelo pescoço e descendo. A medida que vai percorrendo seu corpo vai tirando sua roupa. Começa com a camisa e sutiã, aproveitando para beijar seus lindos mamilos. Continua beijando até a barriga, vai descendo até a virilha.
Tira sua calça e a calcinha - Que bocetinha linda!!!
Celeste não fala nada, mas Luiz sente que ela deseja sua língua massageando e lambendo sua vagina.
Quando inicia o sexo oral, Celeste se contorce e geme alto de prazer.
- Aí Luiz, que delícia! Agora quero o seu pau todinho dentro de mim!
Os preservativos já estavam estrategicamente posicionados, Luiz coloca o mais rápido possível, e iniciam com a posição “papai e mamãe”. Corpos colados, bem juntinhos, ficam bastante tempo nessa posição. Enquanto ocorre a penetração, Luiz não para de lhe beijar o pescoço, a orelha e a boca.
Celeste completamente entregue a prazer, abraça Luiz com toda força, e começa a passar as unhas em suas costas, arranhando-o levemente.
Depois de muito tempo nessa posição, Luiz, de alguma forma sente que Celeste quer mudar para a posição de 4:
- Aí Luiz! Eu adoro essa posição de 4 ! Me possua!
A relação segue intensa, depois de diversas posições e muita troca de carinho eles resolvem dar uma pausa. Enquanto degustam as comidas deixadas por Paula, Celeste baixa um pouco a cabeça, encosta a palma da mão direita na própria testa. Luiz pensa que ela está sentindo alguma dor ou desconforto, mas ela levanta novamente a cabeça e comenta:
- Tá ótimo aqui com você Luiz, mas a Aletheia está querendo ir embora, ela está insistindo comigo!
Luiz fica confuso, não entende bem o que ela está lhe dizendo:
- Como assim? Só estamos nós dois aqui ...
- Ah sim ... é que ... eu conheço bem minha prima ... eu acho que ela já deve estar querendo ir ... e ... ah ... já são 16:00 h ... ela tem um outro compromisso ... isso ... ela já tinha me falado que tem outro compromisso ... tá na nossa hora.
- Ah ok, mas nos vemos de novo?
- Claro que sim , meu amor.
A partir daquele dia um novo casal se formou, Celeste e Luiz iniciaram um namoro, que mais tarde viraria noivado.
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Na segunda-feira foi ajuizada uma Ação Penal contra Claudio, que já de início foi impedido de se aproximar delas e do hospital.
Somente reencontraram Claudio no dia da audiência na Vara Criminal.
Claudio, assistido por um advogado dativo repete durante a audiência toda aquela história inacreditável.
Afirma que foi até a Ala nova para manter uma relação sexual com Cyntia, que entrou na máquina e que após ouvir um barulho vindo da capsula 2 descobriu que havia sido clonado. Que Cyntia tentou fugir, mas que a deteve e a imobilizou, mas que seu clone lhe deu um mata-leão e o jogou contra a parede, permitindo a fuga de Cyntia.
A história dele é tão absurda que cria um clima de constrangimento na sala de audiências. O rapaz responsável por digitar tudo que é falado já estava se segurando para não rir.
Ele falou ainda que havia descoberto que Aletheia e Celeste são extraterrestres porque as ouviu falar em uma língua alienígena, e testemunhou as duas sofrendo uma transformação física, mudando repentinamente de aparência.
Para espanto de todos, mesmo em audiência, na frente da Juíza, Claudio diz que gostaria de matar Cyntia, Aletheia e Celeste, porque são alienígenas.
Em seguida Cyntia entrou na sala, na condição de testemunha.
A história contada por ela era semelhante, com exceção de que afirmou que além dela e de Claudio não havia ninguém mais na sala 51 naquele dia. Ou seja, não havia clone. A Juíza começou a questioná-la:
JUÍZA: Senhora Cyntia, após manter a relação sexual com o réu Claudio, a senhora realizou um exame nele, utilizando uma máquina que estava na sala ?
CYNTHIA: Sim excelência, é uma máquina nova, ele ficou curioso e eu quis mostrar como funcionava. Mas depois que terminei o exame o Claudio começou a surtar, dizendo que eu tinha feito um clone dele, que eu era uma extraterrestre. Eu comecei a ficar com medo e tentei fugir.
JUÍZA: E o que ele fez quando viu a senhora tentando fugir?
CYNTHIA : Ele me agrediu, me agarrou por trás, me derrubou no chão e me imobilizou, ficou em cima de mim, segurando meus braços atrás de minhas costas.
JUÍZA: A senhora tentou se livrar dele?
CYNTHIA: Sim, mas ele é muito mais forte que eu, por mais que tentasse eu não estava conseguindo escapar dele.
JUÍZA: Havia mais alguém na sala além de vocês dois? Alguém que pudesse te ajudar a se livrar do agressor?
CYNTHIA: Não excelência, só estávamos nós dois na sala, não havia mais ninguém lá que pudesse me ajudar.
JUÍZA: Mas se não havia mais ninguém para te ajudar, e sozinha a senhora não estava conseguindo, como que conseguiu se livrar do Claudio e escapar?
Continua ...