MINHA VIDA VIROU DO AVESSO [4] ~ Primeiro beijo!

Um conto erótico de robson
Categoria: Gay
Contém 4434 palavras
Data: 03/08/2024 15:54:50

Na sexta, na saída da escola, me convida para irmos ao cinema... que estava passando um filme que eu queria muito ver. Só que teria que ser no período da tarde.

Antes de aceitar, perguntei para ele se a Tânia iria, pois não queria ficar segurando vela. Ele disse que ela não gostava desse tipo de filme.

Estávamos próximo ao cinema e quem nós encontramos? A Tânia e a Roberta na porta.

Fingiram que era por acaso, mas disfarçavam muito mal.

Olhei para elas e dei um soco no braço dele.

- Por que você me bateu?

- Não se faça de desentendido.

- Eu não fiz nada.

Nos aproximamos e cumprimentei elas com um abraço e beijos no rosto.

O constrangimento entre a Roberta e eu era evidente.

Fomos para a bilheteria comprar os ingressos e depois comprar pipoca.

Entramos e sentamos na mesma fileira. Assistimos ao filme e depois fomos a um barzinho.

Levei ela para casa e no caminho conversamos e descobrimos que os dois tinham armado para nós dois.

Ela me disse que não queria me namorar, pois ainda gostava do ex e foi ele que largou ela.

Eu disse que podíamos ser amigos e ela concordou.

Também perguntou o que faríamos com aqueles dois, pois não nos deixariam em paz.

Eu falei que podíamos fingir que namorávamos, na frente deles.

Ela ficou pensando e acabou concordando e disse que seria muito divertido.

E combinamos o que faríamos na frente deles.

Pela manhã, no pátio, estávamos os três sentados na arquibancada, esperando as garotas e o Gabriel estranhou eu ali e ficou me olhando.

As garotas chegaram e os dois foram correndo ao encontro delas e se abraçaram e se beijaram.

A Roberta ficou um pouco para trás e eles me perceberam.

Passei por eles e ficaram olhando para onde eu ia.

Aí abracei a Roberta e ela me beijou na boca. Eles ficaram assustados.

Sentamos ao lado deles e o Flávio disse:

- Estão namorando?

- Não; apenas nos conhecendo.

Então, toda vez que estávamos junto deles, fingíamos que namorávamos.

Quando estávamos longe deles, éramos amigos.

Na manhã seguinte o Gabriel fala para meus pais que eu estou namorando.

Eu digo que estamos nos conhecendo e ele querem saber quando vou levar a moça para eles conhecerem.

E comentam que meu aniversário está próximo e o que eu quero ganhar.

O Gabriel pergunta se vai ter festa. Meus pais dizem que eu não gosto de festa e para acabar com o assunto puxo o Gabriel para fora.

Chegando na escola, fomos ao encontra das meninas e o Gabriel foi logo dizendo que em breve teria uma festa e que todos estavam convidados.

O Flávio foi logo perguntando:

- Festa de quem?

- Festa do aniversário do Robinson.

- Pode ir tirando seu cavalinho da chuva, pois ele é muito chato, nunca quis fazer uma festa... e olha que os pais dele, todo ano falam que vão fazer e chega no dia e nada.

- Esse ano também não terá e pronto.

- É que eu não estava aqui. Este ano vai ter.

Agarrei a Roberta pelo braço e estávamos caminhando para longe deles e o Gabriel quer saber aonde a gente ia.

Disse que iríamos namorar.

Sentamos longe deles e ela pergunta por que eu não gostava de comemorar meu aniversário.

Eu disse que não curtia muito o barulho e um monte de gente andando pela casa.

O sinal tocou voltamos para a sala.

Na saída o Gabriel pergunta se eu quero sair no fim de semana.

Concordei e perguntei quem mais iria.

- Apenas nos quatro.

- E o Flávio?

- Ele disse que não podia.

Em casa, estava almoçando na cozinha, quando ele chega, me abraça e toma o garfo da minha mão e dá umas garfadas na minha comida.

Olho para ele, pergunto se não quer almoçar e ele diz que já almoçou... E ele pergunta para minha mãe:

- Quando vai ser a festa?

- Que festa?

- Do aniversário do Robinson, que a senhora comentou essa manhã? Convidei a classe toda e só falta marcar o dia e o horário.

Ela ficou espantada com a resposta e os dois começaram a planejar a festa.

- Não quero festa nenhuma.

- Larga de ser estraga prazer.

Fui para meu quarto.

Combinamos de ir para o cinema e depois iríamos para um barzinho.

A noite foi meio que estranha, pois sempre que eu e a Roberta nos beijávamos, o Gabriel, ou nos esbarrava, ou me cutucava, não me deixando beijar por muito tempo.

Aquilo começou a me incomodar.

Deixamos nossas namoradas em casa e quando eu ia despedir da Roberta com um beijo, ele praticamente me arrastou pelo braço.

Eu perguntei o que estava acontecendo, pois ele estava muito estranho.

Ele disse que só estava com muito sono... e fomos para casa.

A partir daquele dia, sempre que ele estivesse perto de mim e da Roberta, ele sempre dava um jeito de atrapalhar nossos beijos.

Comentei isso com a Roberta e ela também havia percebido.

Meu aniversário estava se aproximando e ele, junto minha mãe, organizavam a tal festa.

O dia do meu aniversário caiu numa terça. Levantei, tomei um banho e desci para tomar meu café da manhã.

Quando meus pais me viram, deram um abraço e um beijo, me dando os parabéns.

Logo em seguida o Gabriel todo sorridente se aproximou e me deu um longo abraço... e eu o abracei e ele me deu os parabéns e desejou felicidades. E me deu um puta beijo.

No colégio, todos os meus amigos de classe me deram os parabéns.

O Flávio se aproximou de mim. Estendi a mão e surpreso... ele me abraçou e me deu uns beijos no rosto.

Olhei para ele assustado e ele perguntou:

- O que foi? Não posso te beijar? Só o Gabriel que pode te beijar?

- Não. Nem você e nem ele. Vocês estão cada vez mais estranhos. Você tem que parar de andar com ele, pois está pegando a mania dele.

O Gabriel riu .

O resto do dia foi normal.

No sábado, logo pela manhã, estava uma barulheira e eu tentei dormir mais um pouco.

Logo o Gabriel apareceu no meu quarto e ficou de quatro sobre mim. Ficou me olhando e eu tentado dormir.

- Robinson, acorda!

- Agora não, é muito cedo... e sai de cima de mim.

Ele deitou do meu lado. Como não tinha espaço, ele me empurrou e ficou abraçado no meu corpo.

Ficava perguntando as coisas. Como eu não respondia, ele ficava me beijando o rosto até fazer eu acordar.

Olhei pra ele, joguei meu edredom sobre ele e levantei. Fui para o banheiro fazer xixi e tomar um banho.

Ele me olhou levantar e ficou me olhando peladinho.

- Você dorme sempre peladinho?

- Sim, você não?

- Eu não.

- E como você dorme?

- De cuequinha ou de pijama. Depende.

- Que lindo!

E ri. Vesti uma roupa e desci pra ver a bagunça.

Ficamos conversando e olhando os preparativos.

Minha mãe arrastou o Gabriel para ajudar e eu fui comer alguma coisa na cozinha.

Subi para meu quarto.

De vez em quando ele fugia da minha mãe, mas logo ela gritava seu nome.

Eu olhava pra ele e ria.

- Quem mandou você inventar essa festa... agora aguenta.

Fiquei vendo TV a tarde toda.

Minha mãe deu uma folga pra ele e conversamos o resto da tarde.

Às sete ele foi pra sua casa se arrumar e eu tomei outro banho.

Vesti uma cuequinha sleep bem pequena, entrando no meu rabo, calça jeans meio apertada e uma camiseta branca.

Era mais ou menos oito horas, ele aparece no meu quarto e fica me olhando

- O que foi... não está bom?

- Está lindo... quer dizer... bom!

- Cadê?

- O quê?

- Meu presente.

- Eu não comprei nenhum presente.

- E o pacote que você estava segurando no corredor quando entrou aqui?

Ele foi até o corredor e pegou o pacote; me entregou e disse:

- Espero que você goste.

Abri o pacote, rasgando o papel e vi que ele havia me comprado uma camisa polo verde e uns óculos escuros de marca.

- Não precisava comprar um presente tão caro...

- Você merece, pois pra mim você é muito especial.

- Adorei o presente!

Abracei e dei um beijo no rosto dele.

Saímos do quarto e fomos pra festa.

Havia chegado muitos amigos da escola, inclusive da escola do período noturno.

Quando apareci todos vieram me cumprimentar e me entregar meus presentes. Eram tantos que eu não conseguia segurar e cumprimentar ao mesmo tempo. Pedi para o Gabriel, que estava ao meu lado, segurar os presentes enquanto eu cumprimentava os convidados.

Depois pedi para o Gabriel levar os presentes para meu quarto e fui para a cozinha comer alguma coisa. Aí notei que a movimentação era no jardim. Olhei a decoração, meio que surpreso e estava dando meia volta quanto o Gabriel chega e diz:

- O que foi?

- Acho que entrei na festa errada.

- Por quê? Não gostou? Ficou lindo!

- Lindo se eu estivesse comemorando dez anos.

- Você não viu o bolo?

- Só falta ser um personagem de desenho animado.

- Bem que eu queria...

O bolo era enorme; devia ter quase um metro de comprimento e meio de largura.

- Nossa que bolo enorme! Vocês não exageraram?

- Que nada! Os convidados não chegaram nem metade ainda.

- Quem você convidou?

- Nossos colegas da escola. E também pode trazer acompanhantes. E nossos professores; os que eu gosto.

O Flávio chegou com a namorada, me deu o presente e veio me abraçar.

- Se você me abraçar eu te bato.

- Larga de ser chato!

Tomou o presente da minha mão e deu para o Gabriel segurar e me abraçou forte.

- Parabéns, Robson, meu melhor e único amigo... e que em breve vai encontrar muitas felicidades! – e olhou para o Gabriel.

A Roberta chegou, me beijou e ficamos conversando, nós cinco... e não demorou muito a casa estava lotada.

O tempo foi passando e vejo que o Gabriel está sozinho e pergunto para o Flávio:

- A Raquel não vem?

- Você não sabe que eles largaram? Ele não te contou?

- Não; apenas havia me falado que eles não estavam se dado bem. Quando foi que eles largaram?

- Faz uma semana.

Saí pra conversar com ele e o vejo com a minha mãe perto da mesa do bolo. Quando vou falar ele diz:

- Chegou bem na hora de cantar parabéns e cortar o bolo.

Ele chama o pessoal e canta parabéns.

E eu morrendo de vergonha.

Quando vou apagar as velas, o Gabriel empurra minha cara contra o bolo. Só ouço o pessoal rindo.

E alguém me lambendo o rosto.

- Está delicioso!

O Flávio se aproxima e também lambe meu rosto.

- Flávio, tem que parar de andar com o Gabriel.

E todo mundo rindo.

Vou para meu quarto me limpar e o Gabriel vem junto. Ele me ajuda a tirar a camisa toda suja e limpo o rosto com ela. Aí vou ao banheiro lavar o rosto e quando volto ele está deitado na minha cama e abrindo meus presentes.

Procuro uma camisa pra vestir e ele fala pra usar a camisa que ele me deu.

Pego a camisa e visto.

- Você fica bem com essa cor.

- Obrigado!

E saímos do quarto. Quando passamos pela sala vejo a Roberta sentada no sofá. Sento perto dela e o Gabriel foi atrás do bolo.

- Bonita camisa!

- Presente do Gabriel.

- Ele tem bom gosto. Robson, eu queria conversar com você.

- É coisa boa ou ruim?

- Para mim é bom, para você eu não sei.

Perguntei o que seria e ela ia começar a falar quando o Gabriel aparece trazendo dois pedaços de bolo para nós.

Ela para de falar, fica nos olhando, pega o bolo, agradece o Gabriel e se levanta.

- Conversamos depois.

Fico olhando ela.

Viro e vejo o Gabriel comendo o meu bolo na minha mão.

- Ei, esse bolo é meu!

- Seu não; nosso! O que está acontecendo entre você e a Roberta?

- Não sei, mas hoje ela está muito estranha...

- Vocês brigaram?

- Não, mas ela disse que tem que conversar comigo e é importante.

- Você está gostando da festa?

- Estou gostando muito. Obrigado, Gabriel!

- Não precisa agradecer; você merece muito mais. Pra mim você é uma pessoa muito especial!

- E quando é o seu aniversário?

- Não sei; e se soubesse eu não diria.

- Eu descubro.

E fiquei tentando fazer ele me contar.

Ele não me contou e fugiu com a desculpa de buscar outro pedaço de bolo.

Era quase três da manhã, havia pouca gente e a Roberta se aproxima e que diz que quer conversar comigo.

- Vamos para meu quarto que é mais tranquilo e não vamos ser incomodados.

Entramos no quarto, tirei a camisa, pois tinha uma coisa me incomodando... era uma etiqueta lá. Retirei ela e vesti de novo, só que não percebi que estava do avesso.

Perguntei se podia trancar a porta para não sermos incomodados e ela disse que sim.

Só que ela ficou enrolando e batem na porta.

- Robinson, você está aí?

- Não.

- Por que a porta está trancada? Abre aí.

- Não posso, tenho que fazer uma coisa importante.

- Tem nada, abre logo.

E o Flávio também aparece e começa a bater na porta e pede para eu abrir.

A Roberta olha pra mim.

- Hoje não vai dar pra a gente conversar.

Ela se levantou, abriu a porta e o Gabriel entrou, olhou pra mim e viu minha camisa do avesso.

- Robinson, por que você faz isso comigo?

- Faz o que Gabriel? Não estou entendendo... O que você está falando?

Ele me agarrou pela camisa e me prensou contra a porta.

- Ou você é cego ou muito burro. Não percebe que eu gosto muito de você?

- Claro que sei. Somos amigos.

- Eu não quero ser seu amigo. Quero ser mais que isso. Quero ser seu namorado. Quero poder te abraçar, te beijar e tocar em todo o seu corpo!

- Gabriel, eu não estou entendendo...

- Eu te amo, seu burro! Eu te amo! Entendeu agora?

Fiquei imóvel e olhando para seu rosto que se aproximava do meu.

Sentia sua respiração no meu rosto cada vez mais próxima. Aqueles olhos castanhos... e seu cabelo loiro... Sua boca foi se abrindo quando se aproximava da minha... Prensou meu corpo contra a porta e me beijou. Tentei desviar, mas não consegui, pois seus lábios sugavam os meus.

Tentei resistir, mas o gosto da sua boca começou a invadir a minha que, quando notei, estava correspondendo ao seu beijo.

Sua língua penetrava minha boca e era uma sensação maravilhosa!

Aquele momento era único e parecia que estávamos flutuando.

E de repente batem na porta...

- Vocês estão bem?

- Estamos, Flávio.

- Então abre a porta.

Ele me largou e saiu.

E eu com as pernas bambas acabei sentando atrás da porta.

Ele olhou para o Flávio.

- Estraga prazeres.

- O que eu fiz?

- Tudo. – e saiu.

Eu estava quase sem forças para levantar.

- Você está bem?

- Não. – e estiquei o braço para ele me ajudar a levantar.

Saí rápido dali.

Procurei a Roberta e me disseram que ela estava indo embora e que estava esperando o Flávio para irem embora juntos. Ela estava na calçada, conversando e fui falar com ela.

- Você está bem, Rob?

- Acho que estou.

- Resolveu o seu problema com o Gabriel?

- Do que você está falando?

- Você não percebeu ainda que ele está afim de você?

- Como você sabe disso?

- Eu noto que ele tem ciúme de você, pois toda vez que nós dois estamos beijando ele dá um jeito de atrapalhar; um esbarrão, um cutucão e quando ele praticamente te arrasta para longe de mim.

- Roberta, me desculpe por fazer você passar por isso. Está com raiva de mim e por isso que quer conversar comigo, quer me bater? Eu deixo. – e me ajoelhei aos seus pés.

- Pode bater, pois eu mereço. Eu não podia fazer você passar por isso; você é uma ótima pessoa.

Ela olha para mim e ri .

- O que eu queria te falar é que o meu ex quer voltar comigo e que de certa forma eu aproveitei de você também, pois ele está morrendo ciúme de mim com você.

- Vai voltar para ele?

- Estou pensando, mas primeiro vou fazer ele sofrer um pouco.

- Retiro que você boa; você é muito má!

Eu ainda ajoelhado na sua frente ela dá uma risada.

- Você viu que ele está aqui?

- Cruzei com ele.

- Será que ele me deu um vidro de veneno?

- Rob, para de fazer gracinha.

E olho para o lado e vejo que ele está nos olhando. Eu abraço a perna dela.

- O que você está fazendo?

- Estou ajudando seu ex sofrer um pouquinho, pois ele não para de nos olhar.

- Depois diz que eu sou má.

- Então quer dizer que você está me largando?

- Esqueceu que o namoro era de mentira?

- Para mim não era.

- Você e muito bobo mesmo.

- Hoje me chamarem de bobo três vezes.

- Um bobo que adoramos.

- Seremos amigos, então?

- Mais que amigos... confidentes.

Eu me levantei, abracei ela e dei o último beijo na boca dela, pois o Flávio e a namorada dele estavam impacientes.

Pedi para ele esperar e entrei em casa e procurei meu pai e pedi para ele deixar eu pegar o carro para levar eles para casa.

Meu pai permitiu e disse para eu ter cuidado e que voltasse logo.

Deixei as garotas e depois o Flávio na casa dele.

Parei o carro e esperei ele descer, mas ele ficou me olhando, esperando que eu falasse alguma coisa.

- Por que está me olhando desse jeito?

- Não vai me contar?

- Contar o quê?

- Não se faça de desentendido, você sabe do que estou falando.

- Do que você está falando?

- De você e o Gabriel... trancados no quarto.

- O que quer saber?

- Aconteceu alguma coisa?

- Para de ser curioso e vai dormir!

- Então rolou?

- Flávio, boa noite!

- Não vai me contar?

- Não.

- Vocês ficaram muito tempo naquele quarto para não acontecer nada...

- Flávio, boa noite, tchau, até daqui a pouco!

Ele desceu do carro e entrou em sua casa.

Cheguei em casa, guardei o carro e notei que não havia mais ninguém, pois estava tudo escuro.

Fui ao quarto do meus pais avisar que tinha chegado e que estava tudo bem.

Fui para meu quarto e levo um susto com o Gabriel dormindo na minha cama.

Olho para ele e vejo que ele está dormindo de tênis. Tiro e o cubro com meu edredom.

Tiro a roupa, pego outro edredom e vou dormir no sofá da sala.

Acordo com a claridade entrando pela janela da sala e o Gabriel sentado no outro sofá. Ele tinha trocado de roupa e estava de shortinho e camiseta, comendo bolo.

Olho para o relógio e vejo que era oito.

- Faz tempo que você acordou?

- Não, acordei agora.

- Você trocou de roupa, trouxe de casa?

- Não, peguei dos seus presentes. Você ganhou roupas, perfumes, livros e CDs.

- Como você sabe disso?

- Enquanto eu te esperava, abri os seu presentes. Tem muitos presentes repetidos.

- Não tem problema. O próximo aniversário que eu for convidado, embrulho um deles e darei de presente.

- Quer dizer que vou ganhar um desses presentes repetidos?

- Você não vai ganhar nada... eu não sei quando é seu aniversário.

- E nem vai saber.

- Meu pais acordaram?

- Estão dormindo ainda.

- Você avisou seus pais que ia dormir aqui?

- Eles sabem. A que hora você foi dormir?

- Acho que era umas três e meia. Levei o Flávio e as meninas para casa.

- Fiquei esperando você.

- Para quê?

- Queria conversar sobre o que aconteceu no seu quarto ontem.

- Gabriel, o que aconteceu me deixou muito confuso e assustado. Preciso de um tempo para entender a coisa.

- Você está com raiva de mim? Por eu ter te beijado?

- Como te disse, eu estou confuso e surpreso, pois todos os nossos amigos perceberam o que estava acontecendo... só eu que não.

- Eu te entendo... Eu passei por isso no começo e peço desculpa.

- Não precisa pedir desculpas... somos amigos.

- Amigos? Só amigos?

- Gabriel... não me deixa mais confuso...

Ele olhou para mim.

- Esqueci uma coisa.

- O quê?

- O seu abraço e seu beijo diário.

Pulou sobre mim, me abraçando e me beijando no rosto, segurou meu rosto e deu um selinho.

Ouvimos o barulho vindo do quarto dos meu pais e nos separamos.

Não demora muito e meu pai aparece.

- Por que você está dormindo no sofá?

- Alguém dormiu na minha cama ontem.

Olho para o Gabriel e meu pai fala:

- Bom dia, filho postiço!

- Bom dia, papai torto!

- Dormiu bem?

- A noite foi ótima.

Minha mãe nos cumprimentou e foi preparar o café da manhã.

Meu pai foi junto com ela para a cozinha e peguei o edredom e o travesseiro e fui para meu quarto.

E o Gabriel veio atrás.

Quando entrei estava a maior bagunça... papeis de presente jogados no chão, misturados com roupas, CD’s, livros e vidros de perfume.

Ele olhou pra mim e disse:

- Gahriel, como você é bagunceiro! Esse quarto está uma zona... Se por apenas uma noite você deixa o meu quarto assim, nem quero imaginar como é o seu...

Ele me abraçou por trás e falou no meu ouvido.

- Eu sou limpinho e organizado.

Olhei para ele e disse:

- Você tem toda razão. Então me ajuda arrumar, senhor organizado.

- Eu não, o quarto é seu.

- Gabriel, por que não contou que havia largado a Tânia?

- Achei que não era importante.

- Por que vocês largaram?

- Eu não queria enganar ela. Falei que gostava de outra pessoa.

- Como ela reagiu?

- Bem.

- Ficaram amigos?

- Acho que não.

Ele sentou na cama e ficou olhando eu arrumar as coisas. Depois de um tempo meu pai chamou para tomar café da manhã.

Chegando na cozinha, vejo que havia mais um presente e era dos meus pais. Ele ficam me olhando.

- Tem que abrir nosso presente primeiro, filho.

Olhei para ele.

- Desculpe pai, mãe, mas vocês estão atrasados.

- Não vai me dizer que você já abriu todos os presentes que ganhou.

- Eu não, o Gabriel.

- Mas ele deixou... Enquanto esperava por ele ontem à noite; não deixou Robinson?

Fiquei olhando para ele e fiquei alguns minutos em silêncio. Fiz um suspense e eles me olhando.

- Deixei.

- Então abre esse.

Abri o pacote; era um relógio. Olhei para eles e abracei e beijei os dois.

Tomamos o café da manhã e depois fui para meu quarto arrumar a bagunça que o Gabriel havia feito lá. Separei as coisas, joguei os papeis fora e, depois de organizado, pude ver o que havia ganhado.

Realmente havia muita coisa repetida.

Perguntei para o Gabriel:

- Você quer alguma coisa?

- Não.

- Tem certeza? – fique olhando para ele e ele se lembrou do que eu havia dito hoje cedo.

- Pode me dar tudo que você não quiser. Depois eu divido com o Flávio.

- Por que do interesse agora?

- Pelo que você falou hoje cedo.

- Interesseiro...

- Assim você não vai ter que me comprar um presente.

- Você é muito safado!

Separamos as coisas que ele queria e coloquei em uma sacola. E uma outra daria o para o Flávio.

Era por volta de uma da tarde e ele disse que iria para casa, pois seu pais poderiam estar preocupados.

Ele estava saindo quando me agarrou e me empurrou contra a porta e tentou me beijar. Vendo que eu não queria ele disse:

- Tudo bem; vou lhe dar um tempo para se acostumar.

Ele se afastou e de uma vez me deu um selinho.

- Eu não resisto.

Ele foi para sua casa e disse que voltaria depois do almoço.

Meus pais insistiram para ele almoçar conosco, mas eles entenderam que ele precisava voltar para a casa dele.

Estava quase que dormindo e ouço alguém bater na porta.

- Posso entrar? – era o Flávio. – está dormindo, posso voltar mais tarde.

- Não, pode entrar.

- Como você está?

- Bem.

- Gostou do meu presente?

- Para ser honesto eu nem sei o que você me deu.

- Você não abriu meu presente ainda?

- O Gabriel abril ontem à noite.

- Por que ele abriu?

- Estava me esperando ontem à noite e não tinha nada que fazer, então ele abriu.

- Ele dormiu aqui?

- Dormiu. Como você sabe?

- Olha as roupas dele ali. Onde está ele?

- Foi para sua casa. Pega a calça dele para mim, por favor!

Ele pegou e me deu.

Mexi nos bolsos da calça até achar o que queria.

- Por que está mexendo na calça dele?

- Procurando a carteira dele.

- Para quê?

- Para ver quando é o seu aniversário.

- E quando é?

- Daqui duas semanas.

- Serviu o meu presente?

- Flávio, me desculpe, mas se você me disser o que é, eu experimento agora, para ver se serviu.

- Uma bermuda cargo verde escura.

- Há! Serviu sim... no Gabriel.

- Você deu meu presente pra ele?

- Claro que não! é que ele dormiu ontem aqui e hoje cedo ele vestiu a primeira coisa que encontrou.

- Vocês dormiram juntos? E peladinhos?

- Não... Quando cheguei à noite, ele estava dormindo na minha cama. Aí eu fui dormir no sofá.

- Sei!

- Flávio, por que tanta pergunta? O que você quer perguntar, pergunta logo; para de rodeios.

- Acho que não devo, mas estou curioso.

- Pergunta logo!

- Você e o Gabriel estão ficando?

- De onde você tirou isso?

- Eu sei que o Gabriel gosta de você. E não é como amigo; ele me disse.

- E por que você nunca me disse nada?

- Ele não deixou.

- Quando foi que ele te contou?

- Aquele dia que viemos nadar na piscina.

- Então é por isso que vocês estavam de segredinho...

- É sim. Ele gosta muito de você.

- Ele me disse ontem.

- E você gosta dele?

- Gosto.

- Gosta de que jeito?

- Não sei. Estou muito confuso desde ontem. Meus sentimentos estão me deixando louco.

- Por quê?

- Ontem, aqui no quarto, ele se declarou pra mim. E nos beijamos... e esse beijo não sai da minha cabeça.

- Por que gostou, ou não?

- Aí que está. O beijo foi diferente dos beijos da Roberta.

- Em que sentido?

- A Roberta foi a primeira pessoa que eu beijei na vida.

- Você era BV?

- Sim. Depois que eu beijei ela eu descobri como era bom, mas não sentia nada até o Gabriel me beijar.

- Qual é a diferença?

- Com a Roberta nosso namoro era de mentirinha... para vocês pararem de nos perturbar. Não sentíamos nada. Com o Gabriel, seu beijo me deixa todo arrepiado... meu coração dispara e deixa meu corpo mole. Eu me sinto muito bem nos braços dele. Isso é amor?

- Só pode ser.

- Tem certeza? Como você sabe?

- Dizem. Você está sentindo a falta dele agora?

- Estou e muito. Apesar dele ter acabado de sair daqui.

- E se fosse o contrário... sentiria minha falta?

- Com certeza, não.

- Gosta quando ele te abraça?

- Muito.

- Do beijo?

- Ele não sai da minha cabeça.


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