O Brutamontes da minha vida (02) B

É foda quando a gente esta apaixonado. Claro que eu estava doido por aquele momento desde o dia que ele foi embora. Queria muito abraçar, beija, pegar, em fim, meu corpo pedia pelo dele. Não havia outro homem pra mim. Até mesmo o Tiago nada mais era do que um estepe. O que eu tentava ver em Tiago era Bruno.

Sei la, ok, o Tiago não tinha medo de se declarar, tinha atitudes carinhosas e e aparentemente se preocupar comigo, mesmo tudo sendo falso, poderia parecer sedutor, melhor do que Bruno me oferecia.

Mas mesmo sem nada disso, mesmo sendo grosso, meio bruto, mesmo sem aceitar que ele me amava, eu preferia ele. Eu amava ele demais.

Estar ali sendo beijado por ele. Daquela maneira, grosseira, com a minha cabeça presa pela mão dele que a segurava, com a barba dele por fazer ferindo meu rosto e a sua língua invadindo minha boca com violência, com vontade, a logica ditaria que eu me fizesse de duro, de difícil, afinal não foi pouco o que sofri por ele. Mas quer saber. Esqueci de tudo, abracei ele e me entreguei ao beijo dele.

Não era só ele que estava com saudades. Todo aquele tempo que o via sem poder tocar, sem poder pegar. Comecei a puxar a camisa dele ate retira-la por completo. Ele me empurrou e saímos derrubando cadeira e mesa de centro ate cairmos sobre o sofá com ele sobre mim.

Bruno ofegante: -Te machuquei?

Eu só balancei a cabeça negando e voltei a puxar ele para o beijo. Corria minhas mãos pelas suas costas, beijava, acariciava, já estava nas nuvens quando o celular toca.

Eu tenho o habito de criar grupos e toques telefônicos diferentes para cada grupo, o toque indicava que era uma ligação de minha família, provavelmente minha mãe.

Eu: -Tenho que atender.

Bruno ainda em cima de mim: -Não, deixa tocar.

Eu: -Não Bruno, deixa eu atender.

Estiquei a mão e peguei o aparelho, como imaginava era ela. Atendi o telefone e ele se levantou saindo de cima de mim.

Ela me ligava porque o porteiro achou estranho a chegada de Bruno, afinal um homem grande, de cara amarrada, que ele nunca tinha visto, e depois os sons de coisas quebrando dentro de casa o assustaram e ele preferiu entrar em contato com ela.

Expliquei que não nada, apenas me desequilibrei e deixei um copo cair. Ao desligar o telefone eu e Bruno nos entreolhamos e começamos a rir.

Ele estava ali em pé, sem camisa, rindo, aquele sorriso lindo dele, quando reparou que eu o observava.

Bruno: -Que foi?

Eu serio: -Eu não quero passar por tudo aquilo de novo.

Bruno apertando as sobrancelhas: -Como assim?

Eu: -Bruno eu te amo.

Bruno se sentou ao meu lado: -Eu sei.

Eu: -Mas você não me ama, não é verdade?

Bruno ficou mudo.

Eu: -Foi muito difícil pra mim chegar num ponto que eu conseguisse viver minha vida sem você. Depois que você foi embora eu fiquei dias em casa em cima da cama. Sem animo nem vontade de fazer nada. E eu não queria viver isso de novo.

Bruno: -Man eu fui embora por que não queria que tu sofresse.

Eu: -É, mas foi justamente o que aconteceu.

Ele abaixou a cabeça e pegou na minha mão: -Me desculpa.

Eu: -Não tenho mais que desculpar você. Já passou, eu não quero te forçar a nada, mas também não quero sofrer novamente.

Bruno: -Você tá certo.

E se levantou.

Bruno: -Não tenho esse direito. Não posso fazer tu sofrer de novo.

Eu: -Mas é, agora olha, entenda, eu te amo e eu quero ficar com você. Mas só se você realmente quiser ficar comigo.

Bruno: -Eu querer ficar com você já basta?

Eu me levantei também: -Como assim?

Bruno: -Eu não posso dizer que te amo cara, não porque já me fudi por ter amado uma pessoa antes, mas porra, eu não sou viado como você saca? Eu não sou bichinha, eu sou macho cara. Macho não se apaixona por macho, isso não existe, tá errado saca?

Eu ri de canto de boca: -Não tem nada de errado em amar.

Bruno sacudindo a cabeça de maneira esquisita de um lado pro outro: -Sim cara eu te amo, mas não do jeito que se ama uma nega, eu te amo como um brother, como um primo, sei lá como um cara que eu dou o maior ponto. Não porque tu me ajudou, mas porque tu é massa cara, tu é show comigo, sei lá, tu merece que eu goste de você. Mas não quero te enganar fazendo tu achar que eu te amo.

Eu: -Eu te entendo.

Bruno respirou fundo: -Vem cá, mas mermo assim, se eu quiser ficar com você. Tu topa?

Eu confuso: -Como assim?

Bruno: -Como era antes lá em São Francisco. A gente voltar a ser brother e ficar junto.

Eu: -Ficarmos naquele lance?

Bruno abriu um pequeno sorriso: -Isso, a gente curtir junto, e não quero que tu me de nada, a gente ta na minha terra, não sou como o Tiago que quer tua grana...

Eu: -Para Bruno, eu sei que você nunca quis se aproveitar de mim. Você e seu irmão são duas pessoas diferentes. Eu sei separar isso.

Bruno: -E então?

Eu agora após respirar fundo e fazendo sinal de não com a cabeça: -Não cara, aquele jeito não tinha futuro. Eu insistir em investir porque tinha esperança de que você viesse a gostar de mim. Não quero viver sobre essa expectativa que talvez nunca se concretize.

Bruno: -Mas eu gosto de você!

Eu: -Como eu gosto de você?

Bruno: -Primo porra, tu ainda ta assim, eu aprendi tanto com tu, mas tu não aprendeu nada comigo?

Eu olhava para ele tentando entender o que ele queria dizer.

Bruno percebendo isso: -Primo em alguns momentos da vida a gente precisa esquecer dos nossos problemas, porque se a gente não esquece a gente pira. A gente tem que parar de tentar controlar tudo, de que tudo tenha uma razão. Hakuna Matata primo, serio.

Eu abri um pequeno sorriso: -Sabe? Da primeira vez que ouvi você dizer isso não entendi. Procurei na internet para entender.

Ele me olhava esperançoso de uma resposta.

Eu me aproximei dele e abracei ele e cantarolei: -“Os seus problemas, você deve esquecer...”

E ele continuou: -“Isso é viver, é aprender, é Hakuna Matata....”

Olhei para o rosto dele e rimos.

Bruno: -Hakuna Matata?

Eu: -Bem... Não custa nada tentar. Eu te amo cara. Só não me deixa sofrer daquele jeito de novo. Ta bom?

Ele assentiu a cabeça concordando comigo. E mais uma vez nos beijamos, ate que ele aproximou a boca do meu ouvido e disse: -Vamo pra cama, vou te fazer feliz essa noite.

É, foi assim nesse papinho dessa noite que finalmente o inicio de uma relação duradoura com Bruno se iniciou. Mas não foi fácil esse inicio de relação, tinha um problema que o Hakuna Matata me fez esquecer naquele momento. E ele tinha nome, Tiago. Mas eu não queria pensar em mais nada naquela noite, queria apenas ele. E na boa, o cara sabe o que faz na cama, e o que ele fez me deixou muito feliz naquela noite.

CONTINUA...