Atendendo a pedidos, aí está. Divirtam-se.
O vídeo acaba e eu tento ligar para o número que o enviou. Sou atendido rapidamente:
– Clay? Acho melhor tu vir pra cá. Josi está mal, estou com medo dela fazer alguma bobagem. No estado em que ela está, é perigoso acontecer algo mais grave.
Nem pensei duas vezes, agradeci e desliguei. Voltei à pista de dança e chamei Simone. Entreguei um de meus cartões a ela para cobrir as despesas da noite e expliquei por alto que um amigo estava com problemas. Ela entendeu e como já tinha uma cópia da chave de casa, disse que cuidava dos dois, para eu ir tranquilo. Na volta, eles pegariam um carro de aplicativo.
Paguei minha comanda rapidamente, entrei no carro e acelerei.
A chácara ficava na zona norte da cidade, um pouco afastada, mas eu não demorei mais do que meia hora para chegar. O trânsito da madrugada, bem calmo, também ajudou. Apesar de cheia, a festa tinha perdido seu ritmo. Não tinha música tocando e as pessoas, em rodinhas de conversa, fofocando, pareciam admiradas com os acontecimentos.
Logo que cheguei próximo à piscina, Marcos, o dono da chácara, me chamou:
– Clay, aqui!
Percebi que todos os olhares se viraram para mim. E logo atrás de Marcos, caminhando em minha direção, Douglas:
– Tá fazendo o que aqui, parceiro? Se soubesse que viria, eu tinha esperado para virmos juntos. Por que não disse nada?
Ainda confuso, sem saber direito o que pensar, mantive a calma:
– Que porra foi essa, cara? Tu e a Josi brigando assim, na frente de todo mundo, o que está acontecendo? Cadê ela?
Para a minha incredulidade, Douglas tentou me enrolar:
– Brigando onde? Quem te contou essa porra? Aquela mina é louca, tu tá bem melhor sem ela.
Sem paciência para joguinhos, mostrei o vídeo no celular e fui direto:
– Eu sei de tudo. Para se proteger precisa expor a garota com mentiras? Que papelão é esse que tu tá fazendo?
Douglas se irritou:
– A mina me atacou do nada, irmão. Ainda vem cheia de calúnias pro meu lado? Não tenho sangue de barata, tu sabe disso. Eu lá tenho culpa de você ter me escolhido e não a ela?
O corrigi:
– Eu não escolhi ninguém. Eu terminei com ela, mas mesmo voltando a nossa amizade, você pisou na bola comigo, omitiu uma situação grave. Eu relevei, já que não houve traição e sabendo de tudo isso, você não precisava falar que ela é uma puta, que não consegue manter as pernas fechadas. Mandou mal, cara! Puta babaquice, tu não é assim.
Douglas parecia ainda mais irritado e bastante nervoso, mas antes que ele falasse alguma bobagem, o cortei:
– Chega, cara! Já deu.
Me virei para o Marcos:
– E cadê a Josi? Ela já foi?
Marcos, gentil como sempre, me pediu para acompanhá-lo. Subimos até a casa principal e ele me indicou um dos quartos.
– Ela está lá.
Preocupado, ele disse:
– Cê sabe que ela é louca por você, né? Eu entendo a sua decisão quando terminou, mas por outro lado, acho que você pegou pesado demais. Ela errou, é inegável, mas também, foi bastante induzida a esse erro. – Ele me encarou, ainda mais sério. – Eu sei que vocês são amigos, mas esse Douglas é um canalha. Se você soubesse o que ele disse da própria esposa, e até de outras garotas com quem saiu recentemente, tenho certeza de que você reavaliaria seriamente essa amizade com ele.
Achei que Marcos estava passando dos limites, cruzando uma linha que não deveria. Mesmo assim, não quis ser grosseiro:
– Com o Douglas, pode deixar que eu me entendo, fica tranquilo.
Sem perder a compostura, ele ainda rebateu:
– Tu já é um homem adulto, sabe o que faz. Fica o aviso. – Ele se virou e saiu.
Respirei fundo, sem saber realmente o motivo de eu ter vindo atrás da Josi. Ao saber que ela estava tão mal, nem pensei direito, apenas reagi a situação, no piloto automático, sem pensar em mais nada.
Abri a porta e entrei. Ao me ver, ela paralisou, me encarando sem saber como reagir. As duas amigas que estavam com ela sorriram uma para a outra. Uma delas disse para Josi:
– Acho que não precisamos mais ficar aqui te segurando, né? Agora pode dizer para ele tudo o que estava dizendo para a gente.
Assim que as amigas saíram, Josi finalmente reagiu:
– Clay? Tá fazendo o que aqui?
Ela não parecia mais tão nervosa ou bêbada quanto no vídeo. Estava de banho recém tomado e a cafeteira ao seu lado exalava um delicioso cheiro de café fresco. Vestindo um roupão fino, com a parte frontal bem aberta, quase mostrando os seios, ela estava linda, sexy demais.
Ela insistiu:
– Não acredito que já tá sabendo de tudo. Veio me dar um sermão também?
Hipnotizado por seu charme, vidrado no decote profundo que o roupão mal arrumado formava, até gaguejei:
– Não … é que … sabe como é, né? Então …
Josi sorriu, me deixando ainda mais encantado, percebendo o efeito que causava em mim. Ela ajeitou o roupão, se levantando:
– Olha só, desculpa pela minha explosão, por ter causado mais uma vergonha para você … é que eu não aguentei ver aquele babaca sonso e mentiroso se gabando das …
Josi parou de falar abruptamente, parecia com medo de se expressar livremente. Ela voltou a se sentar:
– Quer saber, não importa. Me desculpa, Clay …
Curioso, a interrompi:
– Aquele babaca sonso e mentiroso, se gabando do que? Já que começou, termina.
Emocionada, com lágrimas já escorrendo pelos olhos novamente, ela tentou se safar:
– Deixa pra lá. Você não vai acreditar mesmo.
Me aproximei, tentando controlar meus instintos, lutando para não a agarrar ali mesmo:
– Josi, eu sei que você não é uma pessoa mentirosa. Eu não tenho motivos para duvidar de você. Por favor, confie em mim, me conte, seja honesta.
Josi se levantou, pegando sua roupa e se trancando no banheiro. Sem saber o que fazer, eu fiquei sentado na cama, esperando-a voltar. Aqueles dez minutos pareceram uma eternidade, mas ela finalmente saiu do banheiro, já vestida, mexendo no celular, me olhando pelo canto dos olhos. Vendo que eu não iria desistir, ela arriscou:
– Estou pedindo um Uber. Não esquenta comigo, eu não quero atrapalhar sua amizade com o Douglas. Eu entendi que você seguiu em frente e no final preferiu acreditar nele. Já está até namorando …
Instintivamente, tomei o celular de suas mãos e cancelei o pedido de corrida:
– Eu não escolhi o Douglas e muito menos estou namorando … eu te levo em casa, vem comigo.
Josi, mesmo triste, se lamentando, parecia querer o confronto:
– Sua namorada não vai gostar de saber que outra mulher entrou no seu carro. Melhor evitar.
Comecei a me irritar:
– Vai insistir nesse negócio de namorada? Vai me dizer que você não ficou com ninguém depois que terminamos?
Josi foi rápida e direta:
– Não! Não fiquei com ninguém. Achei que te dando espaço, deixando você se acalmar e pensar melhor, você acabaria voltando para mim, entenderia o quanto eu amo você e me daria outra chance. Nosso amor era forte, pelo menos o meu era, mas você acabou seguindo em frente sem olhar para trás, até perdoou aquele manipulador falso e mentiroso. E de acordo com os tabloides, já está em outra.
Tentei me defender:
– Você está enganada …
Josi não me deixou prosseguir, se lamentando em voz alta:
– Por que eu vim nessa maldita festa? Josi, sua burra! Burra, burra, burra …
Se desesperando de vez, não conseguindo conter suas emoções, ela caiu em um choro forte, doloroso, tapando o rosto com as mãos e voltando a se sentar na cama. Assistir aquela cena dilacerava o meu coração. Me ajoelhei a sua frente e a abracei, incapaz de resistir ao sentimento de proteção que tomava conta do meu corpo. Ela deitou a cabeça em meu ombro, chorando ainda mais forte, ensopando minha camisa com suas lágrimas.
Tentei convencê-la a vir comigo:
– Vem comigo, vamos sair daqui. Eu não aguento te ver dessa forma, me machuca também.
Ela aproveitou a chance para pegar pesado, me fazendo olhar direto em seu olhos, suplicando:
– Eu te amo demais, não estou conseguindo suportar essa separação. Por favor, Clay, volta pra mim. Me dá outra chance, me deixa provar o meu amor …
Não resisti! Com nossas bocas a centímetros uma da outra, eu a beijei. Como era bom, quanta saudade existia naquele beijo … como eu pude ter desistido tão facilmente dela?
Josi me puxou, me fazendo deitar por cima dela, se esfregando em mim, me beijando de forma ardente, desesperada, como se aquele fosse nosso último beijo. Eu não tinha forças para evitar, para dar um fim naquilo, apenas me entregava, a apertando contra mim, sentindo o calor do seu corpo, que eu tanto desejava.
Me virei em um movimento rápido, com Josi montando sobre mim, se esfregando, me beijando. Seis seios já estavam desnudos, belos e empinados, atraindo minhas mãos e minha boca. Suguei carinhosamente, um de cada vez, brincando com a língua nos biquinhos, arrancando gemidos manhosos:
– Que delícia, meu amor. Que saudade! Faz amor comigo, me ame novamente, seja meu.
Respondi sem pensar, me entregando:
– Eu sempre fui seu, jamais deixei de amar você.
Num estalo, lembrei de Rafaela, da mágoa pela omissão de Josi e Douglas. Comecei a me sentir mal, um hipócrita. Terminei com Josi por me sentir enganado e estava fazendo a mesma coisa com Rafaela.
Tirei Josi de cima de mim:
– Para! Assim não, não está certo.
Josi insistiu, montando novamente sobre mim:
– Você acabou de dizer que sempre foi meu, que sempre me amou …
Novamente, mas de forma carinhosa, empurrei Josi para o lado:
– Sim, é verdade, eu te amo, não consegui te esquecer, mas é complicado. Desculpa, assim eu não consigo. Não é certo.
Envergonhado, me sentindo um canalha, me levantei, me desculpando novamente:
– Por favor, não entenda errado, eu não estou te rejeitando, muito menos te iludindo. Eu só preciso de um tempo para resolver algumas coisas. Se for para a gente voltar, eu quero fazer as coisas direito.
Josi também se levantou e veio ao meu encontro, me abraçando carinhosamente, parecendo entender o meu conflito:
– Eu te conheço, seu bobo. Resolve tua vida, eu vou esperar. Sei o tipo de homem que você é e tenho muito orgulho por você ser assim.
Sorrindo sem conseguir se conter, ela pediu:
– A carona ainda tá de pé?
Sorri de volta, feliz por ela me entender sem precisar de mais explicações. Saímos de forma disfarçada, por trás da casa, dando a volta na propriedade, até o estacionamento. A única pessoa a perceber nossa saída, sorrindo para nós, foi o Márcio. Parecia até que ele nos vigiava, satisfeito por ver uma espécie de "final feliz".
Mas outra pessoa também nos viu saindo juntos e, em breve, mostraria de vez suas garras, trazendo consigo uma verdadeira tempestade para a minha vida, colocando em risco tudo o que eu havia conquistado. Essa pessoa não viria sozinha.
Não demoramos a voltar para a cidade e Josi me convidou para subir e conhecer seu apartamento. O clima entre nós era descontraído e ela respeitava minha decisão, agindo de forma alegre, mas respeitosa, sem invadir meu espaço ou tentar me seduzir.
O pequeno apartamento, de um quarto, era muito aconchegante e de decoração moderna e minimalista. Estava mais para uma quitinete melhorada, pois a cozinha, a sala e o banheiro, eram minúsculos, mas perfeito para apenas uma pessoa.
Após me mostrar o local, Josi pegou uma caixa de pizza na geladeira e dizendo estar morrendo de fome, começou a comer uma fatia, gelada mesmo, uma mania que ela sempre teve. Aproveitei a oferta, pois estava com fome também, mas esquentei o meu pedaço no micro-ondas.
Uma coisa ainda me deixava curioso e não resisti, perguntando de forma bem direta:
– Por que você atacou o Douglas daquela forma? Você disse que ele estava se gabando de alguma coisa. O Márcio me disse algo parecido, mas, assim como você, parou de falar.
Josi largou a fatia de pizza, voltou a geladeira e abriu uma lata de refrigerante, dando um gole bem longo antes de responder:
– Olha, Clay, eu sei que sua amizade com ele é forte, que é difícil para você enxergar o quão babaca ele é, mas ele não presta. Não adianta a gente tentar abrir seus olhos, tu não acredita.
Cheguei mais perto dela:
– Então me conta, joga a real de uma vez. Eu prometo que vou passar a ser mais observador, mais atento às coisas que o Douglas faz.
Josi pegou o celular e enquanto buscava uma conversa específica, disse:
– Vou fazer melhor. Tu vai ouvir da própria boca dele e tirar suas próprias conclusões.
Ela colocou um áudio enviado por uma amiga para eu ouvir:
“– Aquela lá foi fácil. Fácil até demais. Na primeira vez que encontrei com ela aqui, já transamos.
Uma voz feminina diz:
– Para, vai! Tu sabe que a Josi era liberal até conhecer aquele carinha. Por ele, ela largou tudo. Se ela deu pra você, foi porque quis, porque estava com vontade. Errado foi o que vocês fizeram depois, não contar a verdade para o rapaz.
Douglas inverte a história:
– Por mim, nós teríamos contado, mas ela não deixou, disse que era solteira na época e não devia satisfações para ele. Eu avisei que ia dar merda.
Uma voz bem conhecida entra na conversa, o Márcio:
– Tu é muito filho da puta, cara. Nada disso é ver …
Douglas, falando alto e agressivamente, o interrompe:
– E o que você sabe? Só o que aquela safada te contou? Eu e o Clay nos conhecemos há anos, somos melhores amigos e aquela vagabunda quase conseguiu destruir nossa amizade. Se coloque no seu lugar.
Márcio não afinou:
– Agora conta a parte em que você enganou a Josi, pois era casado e sua esposa te expulsou de casa. Ou então, a parte em que o Clay, ao descobrir a omissão, ainda teve que aturar seu surto de ingratidão.
Douglas gaguejou e mentiu outra vez:
– Minha esposa é uma idiota, acreditando em mentiras. Nossa separação não tem a ver com a Josi. Aquela vagabunda estava de olho em outro macho, e só aproveitou o momento. Quer saber, Josi e ela são farinha do mesmo saco, duas mentirosas”.
Satisfeita, Josi colocou o celular na mesa e olhou no fundo dos meus olhos:
– Você mesmo ouviu, esse é o verdadeiro Douglas. Falso, dissimulado, desonesto, mentiroso … assim que recebi o áudio, não consegui me controlar. Eu invadi a festa e, se as meninas não tivessem me segurado, eu teria deixado minhas unhas bem-marcadas na cara daquele escroto.
Será que eu estava tão enganado a respeito do Douglas? Eram anos de amizade, de confiança, de parceria. Eu não poderia ser tão ingênuo. Refleti sobre aquele áudio por alguns minutos e pedi:
– Você me envia este áudio? Quero ter uma prova contundente quando precisar confrontar o Douglas.
Josi me enviou a conversa e depois foi até o quarto se trocar. Ela voltou com um pijaminha de malha – calça e camisa – bem-comportados. Arrumada, Josi era uma verdadeira Femme Fatale, mas era na simplicidade, no dia a dia, que residia todo o meu encanto por ela. Eu amava o seu jeito moleca e sua irreverência. Seu humor quase adolescente, sua forma despreocupada de viver a vida.
Eu precisava sair dali, estava começando a perder a vontade de resistir, de fazer a coisa certa. Cada segundo ao lado dela era um martírio. Por mais que fosse errado, que Rafaela não merecesse, eu sentia que era a Josi que eu pertencia, que ela era a outra metade de mim, que era ao lado dela que eu deveria estar. Cada célula do meu corpo pedia por isso, era atraída para Josi.
Me aproximei e segurei seu rosto com as duas mãos, acariciando sua bochecha:
– Eu preciso de um dia ou dois para fazer as coisas da forma correta. Por favor, espere por mim.
Dei um selinho carinhoso em seus lábios, um beijo mais demorado em sua testa e a abracei forte, querendo nunca mais soltar. Enquanto eu tentava encontrar forças para ir embora, Josi disse:
– Eu preciso te falar uma coisa, quero que seja o primeiro a saber da minha decisão.
Ela parecia calma e eu apenas esperei, sem interromper. Nos separamos do abraço e ela finalmente falou, me surpreendendo:
– Eu vou procurar outro emprego para mim. Sou grata por ter me indicado, mas eu … ah, não consigo explicar … eu não me sinto bem trabalhando com o Juan.
Eu estranhei:
– Ué? Como assim? Achei que estava feliz.
Josi, estalando os dedos, um tique que aparecia sempre que ela ficava nervosa, não conseguia me dar uma explicação razoável:
– Não sei mesmo, Clay. É um pressentimento, uma sensação estranha que me acompanha sempre que entro naquele lugar. Sou grata pela ajuda, foi importante, pagou as contas durante esse tempo, mas eu não me sinto bem naquele local e principalmente ao lado dele.
Fiquei um pouco preocupado:
– Ele tentou fazer alguma coisa? Te desrespeitou …
Rapidamente, Josi me cortou:
– Não, claro que não! Pelo contrário, ele é muito profissional … – Ela respirou fundo. – Pareço até estar sendo ingrata, mas essa não é a minha intenção. Eu não sei mesmo explicar, só não me sinto bem naquele lugar. Parece coisa de doido, né?
Eu a acalmei:
– Não, de jeito nenhum. Se não se sente bem, apenas mude. É até muito normal isso. Ninguém é obrigado a fazer o que não se sente bem. Se você quiser, eu posso …
Ela novamente me cortou:
– Não! Obrigada, mas dessa vez eu mesma quero fazer isso. Sei que posso contar com você, mas eu não vou apenas largar o emprego, antes eu vou procurar outra coisa.
Fiquei orgulhoso dela, querendo se provar e mostrar que era independente. Aproveitei a deixa, o bom momento para me despedir. Josi parecia preocupada:
– Você vai mesmo? Por que não fica aqui essa noite? Vamos colocar a conversa em dia, podemos ver …
Eu que a interrompi naquele momento:
– Essa noite, Josi? São quase seis horas da manhã. Eu vou voltar, prometo.
Ela se aproximou, ficando na ponta dos pés, enlaçando meu pescoço com os braços e oferecendo sua boca, já de olhos fechados. Como resistir? O beijo, apesar de rápido, foi intenso, apenas uma forma de selar minha promessa. Saí sem dizer mais nada, fraquejando, forçando minhas pernas a obedecerem ao comando do meu cérebro. Josi me olhava com aqueles olhinhos de pedinte, tentando quebrar minha determinação. Sei que ela não fazia por mal, mas que moral eu teria se escolhesse o caminho mais fácil? Como me achar no direito de cobrar lealdade de alguém se não fosse leal também? Mesmo que Rafaela e eu não tenhamos nada oficial, nenhum compromisso, eu devia a mim mesmo ser honesto com a minha própria história, e começar, ou recomeçar, que seja, da forma correta com Josi.
Confesso que foi difícil sair e fechar a porta atrás de mim. Eu estava ainda descendo as escadas, quando recebi uma mensagem da Josi:
“Eu disse que ia esperar por você. Mais um dia ou dois, não vai mudar isso. Te amo”.
Respondi com um emoji de coração e outro de beijo. Saí do prédio, entrei no carro e cheguei em casa rapidamente.
Antes de me deitar, conferi minha trupe. Lucas e Simone dormiam no mesmo quarto. Ele na cama que deveria ser de Lariane. Ela, pelo jeito, aproveitou mesmo a liberdade, do jeito que disse que faria. Ainda conferi o outro quarto, o que Lucas deveria ocupar, por desencargo de consciência, mas ele estava vazio. Tomei um banho rápido e logo depois, capotei na cama. Tive um sonho erótico maravilhoso, mas absolutamente estranho:
“Josi, cavalgando sobre mim, com as mãos apoiadas no meu peito, gemia deliciosamente:
– Que saudade, meu amor! Como eu esperei por você … nunca mais me deixe.
Eu a puxei para mim, beijando aquela boca gostosa e apertando sua bunda redonda e firme:
– Eu te amo, sua safada. Agora é para sempre.
Na outra ponta da cama, mordendo os lábios, vindo beijar a Josi, uma mulher reclamava:
– E eu? Como fico nessa história? Me deem atenção também.
Seu rosto, antes um borrão, ia se revelando, enquanto ela se posicionava sobre mim, me oferecendo aquela bucetinha pequena e melada:
– Eu quero. Chupa sua outra safada também. Eu mereço, não coloquei objeções para a reconciliação entre você e a Josi. Cuida bem de mim também.
Aqueles olhinhos puxados, o corpinho mignon, a pele sedosa e macia, eram inconfundíveis. Rafaela esfregava a xoxota na minha cara enquanto se virava para beijar a Josi.
Eu começava a entender o fascínio daquele mundo liberal em que Josi vivera, mas de forma egoísta, jamais disposto a dividir minha mulher com outro homem. Ter o amor da minha vida e ainda poder desfrutar da companhia de Rafaela, seria o melhor de dois mundos.
Josi acelerou os movimentos, se esfregando para frente e para trás, fazendo o pau entrar fundo nela. Rafaela também apertava ainda mais aquela xoxota deliciosa no meu rosto, as duas ensandecidas, gemendo alto, gozando ao mesmo tempo. Uma buceta ordenhando o meu pau e a outra pulsando na minha boca. Abraçadas, se beijando e se acariciando, se deixaram cair na cama, esquecendo de mim. Elas me encaravam com aquelas carinhas de satisfação, de quem acabara de gozar gostoso.
Josi, sabendo que eu adoro, para me recompensar, começou a esfregar o pezinho bem cuidado no meu pau. Rafaela apenas a imitou. Comecei a me masturbar, tentando me satisfazer com minhas próprias mãos, enquanto era acariciado por aqueles lindos pezinhos que eram meio que uma tara minha.
Amo os pés femininos, principalmente os pequenos e delicados. Rafaela, já recomposta, pegou no meu pau e, sem cerimônias, olhando para Josi em desafio, começou um boquete caprichado. Para não ficar atrás, Josi se enfiou entre as pernas dela e passou a castigá-la com a língua, a ponto de ela perder o embalo e começar a gemer, mais do que me chupar. Eu já estava no limite, incapaz de me segurar, gozei naquela boquinha pequena que me chupava e Rafaela, sem perder tempo, se virou e atacou a Josi, dividindo com ela, o produto do prazer que as duas me proporcionaram.
Acordei assustado com o toque do celular. O pau, muito duro, latejava na minha mão. Ainda sonolento, olhei quem ligava e atendi:
– Alô! Oi, Rafa.
Ela não parecia muito bem:
– Oi, Clay. Consegui uma folga e voltei à cidade. Podemos conversar?
Eu sabia o que precisava fazer:
– Precisamos mesmo.
Continua ...