(Esse não era pra sair agora, mas atendendo aos pedidos dos leitores JÉSSICA ALVES e Paulo Taxista MG, está aí mais um capítulo.)
Sentamos na cama para conversar. Eu queria deixar as coisas claras para não dar problemas no futuro. Foi ótimo o que aconteceu naquela noite com nós três juntas na cama, mas eu não queria correr nenhum risco em relação ao nosso relacionamento. Eu amo muito a Paola e não quero perdê-la de jeito algum.
Ju: Amor, precisamos ter uma conversa séria. Eu não quero que o que houve traga problemas pra gente no futuro.
Paola: Pois para mim, não acho que precisamos ter uma conversa séria. Na verdade, nem acho que precisamos conversar sobre isso.
Ju: Como assim, Paola? Isso é sério, poxa!
Paola: Amor, eu sei, mas deixa eu te explicar.
Ju: Tá bom.
Paola: Você e a Rebeca já passaram por isso antes e não teve nenhum tipo de problema entre vocês, certo?
Ju: Sim, mas agora é diferente.
Paola: Sim, porque agora tem eu, e sou sua namorada. Mas acho que para você isso é tranquilo, pelo que conversamos, pelo que a Rebeca disse quando saiu daqui. Pelo que já conversei com ela, para ela também é tranquilo.
Ju: Sim, pra mim é, e com certeza para a Rebeca também, mas tem você.
Paola: Era onde eu queria chegar. Para mim também é, amor. Eu amo você e tenho certeza disso, como tenho que preciso de ar para respirar. Eu tenho total segurança do que sinto e do que você sente por mim. Se eu tivesse qualquer tipo de dúvida, não teria feito a proposta pra Rebeca.
Ju: Tem certeza disso, amor?
Paola: Claro que tenho! Eu amo você, e a Rebeca é uma amiga incrível. O que aconteceu foi incrível e não vai trazer problemas entre nós. Confia em mim, por favor.
Ju: Eu confio sim, amor.
Paola: Que bom, amor! Agora vamos lá ajudar a ruiva, porque depois ainda tenho que preparar seu almoço.
A conversa não foi como eu imaginei. Paola sempre me pareceu meio insegura no início do namoro e, mesmo com o tempo passando, eu nunca a vi assim tão segura sobre nossa relação. Eu realmente fico muito feliz com isso.
Arrumamos a bagunça no quarto e fomos ajudar a Rebeca.
Rebeca: Nossa, a conversa demorou! Está tudo bem?
Paola: Na verdade, a conversa foi rápida. A gente demorou porque estava arrumando o quarto.
Ju: Na verdade, foi mais um monólogo do que uma conversa, kkk.
Rebeca: Como assim?
Ju: Praticamente eu só ouvi a Paola, kkk.
Rebeca: Achei que ia ser o contrário.
Ju: Eu também, mas até parece que dormi por uns 30 anos e, quando acordei, a minha namorada tinha a sabedoria e a segurança de uma mulher de 50 anos, kkkkk.
Rebeca: É que ela tem conversado muito comigo ultimamente, kkkkk.
Paola: Olha aí a ruiva se achando, kkkkk.
Ju: Na verdade, eu pensei nisso. Pelo menos eu me tornei uma pessoa muito mais segura e decidida depois que conheci a ruiva.
Rebeca: Está vendo? Eu sou o máximo, kkkkk.
Paola: Não dá corda, amor, kkkkk.
Arrumamos tudo e Paola foi pra cozinha começar a preparar o almoço. Eu e Rebeca iríamos até a lanchonete buscar meu tio, Marcos, Clara e Paula. Eu convidei minha mãe, mas tinha certeza de que ela não iria.
Minha cunhada e a Joanna conseguiram arrumar um tempo para vir, mas ainda não tinham chegado. Eu estava muito ansiosa para conhecê-las pessoalmente.
Antes de ir para a lanchonete, iríamos passar no mercado para comprar algumas bebidas, porque Paola achou que as que tinham no apartamento não seriam suficientes.
Fomos no carro da Rebeca. Iríamos trazer Clara e Paula, enquanto meu tio e Marcos seguiriam a gente no carro do meu tio.
Depois de passar no mercado e comprar as bebidas, seguimos para a casa do meu tio. Antes de chegar, ele me ligou e perguntou se eu já estava chegando. Eu disse que sim, e então ele me disse uma coisa que me deixou preocupada: minha mãe estava no meu quarto me esperando e chegou lá com algumas malas.
Eu disse que logo estaria lá. Rebeca perguntou o que tinha acontecido e eu falei para ela. Aí ela disse para eu conversar com calma e não deixar ela estragar meu dia.
Bom, eu cheguei e fui direto pro meu quarto. Rebeca ficou na lanchonete esperando a Clara chegar.
Quando entrei no meu quarto, minha mãe estava sentada na minha cama, olhando uma foto minha com a Paola e a Rebeca abraçadas na praia. Eu tinha feito um pequeno quadro dela e deixava ao lado da minha cama.
Ju: Oi, mãe! O que houve?
Mãe: Oi, filha! Eu saí de casa. Não aguento mais aquele inferno que se tornou meu lar.
Ju: Mas mãe, a casa é sua. Não é a senhora que deveria sair?
Mãe: Eu resolvo isso depois. Só tinha que sair de lá. Desculpe ter vindo pra cá, mas é só por hoje, tá bom?
Ju: Mãe, a senhora pode ficar o tempo que precisar, se o meu tio não se importar. Mas a senhora sabe que depende dele e não de mim.
Mãe: Depois de tanto tempo fingindo que ele nem existia, acho que ele não deixaria eu ficar.
Ju: Eu acho que ele deixa sim, mas não quero falar disso agora. Tenho que ir pro almoço que minha namorada está preparando pra comemorar meu aniversário. A senhora vai vir comigo?
Mãe: Eu tinha até me esquecido disso, filha. Mas você quer mesmo que eu vá?
Ju: Mãe, se te convidei é porque quero que você vá. Porém, preciso avisar que meu tio vai com o namorado, minha namorada vai estar lá, talvez a minha cunhada com a esposa também e mais duas amigas minhas com as namoradas. Se isso não for problema para você, quero que você esteja lá comigo.
Mãe: Filha, não vai ser um problema, não. Só acho que nem roupa tenho para ir nesse almoço.
Ju: Mãe, coloca qualquer vestido. As pessoas que vão estar lá não ligam para isso.
Mãe: Então vou com você, se estiver tudo bem. Só preciso trocar de roupa.
Ju: Se quiser tomar um banho, pode pegar toalha no guarda-roupa e usar o que precisar. Temos uns 40 minutos antes de sair. Quando estiver pronta, vai pra lanchonete, tá bom?
Mãe: Está bem, filha. Muito obrigada.
Eu a abracei, dei um beijo no seu rosto e lhe dei um belo sorriso. Era bom ter minha mãe ali. Apesar de tudo que aconteceu, era minha mãe e eu a amava muito.
Fui pra frente da lanchonete e logo Clara e Paula chegaram. Eu achei que Paula iria ficar meio com o pé atrás por Rebeca estar ali e as duas ainda não se conhecerem, mas me enganei. Elas se deram super bem e logo estavam fazendo piadas comigo e com a Clara.
Minha mãe apareceu e eu a apresentei às meninas. Ela parecia um pouco tímida, mas ficou ali com a gente até Marcos e meu tio aparecerem.
Como minha mãe iria, mudamos os passageiros: minha mãe foi comigo e Rebeca, enquanto Clara e Paula foram com meu tio e Marcos. Assim seguimos pro almoço.
Quando chegamos, May já estava lá com Estefânia. Joanna e Paula tinham avisado que estavam a caminho. Assim que elas chegaram e depois de todos serem apresentados, fomos almoçar. Para variar, a comida da Paola estava uma delícia. Meu tio até brincou que, se ela quisesse, os dois abririam um restaurante de sócios.
Tudo estava correndo bem. Comemos a sobremesa e aí os grupinhos começaram a se separar. Meu tio, Marcos, Joanna, minha cunhada e minha mãe ficaram de papo na sala, e eu e as meninas fomos pra copa. Ficamos ali muito tempo, o papo rendeu, até que Rebeca falou que precisava ir para casa porque só tinha deixado as malas lá e avisado o pai que tinha chegado, mas ainda não tinha visto ele e estava com saudades.
Aproveitando a deixa, todo mundo resolveu ir também. Pedi à Paola o carro emprestado pra levar Clara e Paula em casa, mas elas não quiseram. Disseram que já tinham chamado um Uber. Meu tio falou que levava minha mãe, então eu resolvi ficar para ajudar a Paola a arrumar tudo.
Todos saíram pras suas casas. Eu estava muito feliz de ter reunido todos que eu amava ali. Sem dúvida, esse foi o melhor aniversário da minha vida!
Continua...