Charles era um médico que atendia numa pequena cidade no interior do estado. Trabalhava de segunda a sexta em sua clínica particular, além dos plantões que eventualmente realizava nos hospitais da cidade. Levava uma vida discreta e sem grandes agitações, apesar do perfil jovial, do corpo trabalhado por anos de academia, e da boa condição financeira, que lhe permitiriam viver excessos plausíveis para um homem solteiro com pouco mais de 30 anos de idade.
Aquele era mais um dia comum de atendimento numa pacata cidade do interior.
- Bom dia, Herbeth - cumprimenta Charles com um sorriso gentil no rosto, fazendo menção para que se sentasse na cadeira à sua frente – O que o traz aqui hoje? Como posso ajudá-lo?
Herberth estava na flor da idade, e exalava sensualidade por seus poros. A camiseta justa, os braços malhados e tatuados, a pele bronzeada, a alta estatura, o cabelo muito bem penteado, os cordões de prata pendurados no pescoço, e o robusto relógio no punho, davam-lhe um ar faceiro e cobiçável. Apesar disso, entrou nervoso e tímido no consultório.
Charles percebendo a postura incômoda do paciente, procurou tornar a conversa mais amigável e informal. Em pouco tempo, Herberth confidenciou que havia se tornado garoto de programa há pouco tempo, e que os clientes corriqueiramente lhe solicitavam para que transasse sem camisinha. Na maioria das vezes ele recusava, mas quando se sentia atraído pelo cliente e a oferta de pagamento aumentava, era difícil recusar a proposta.
Naturalmente, Charles procurou tranquilizar o garoto e prescreveu alguns exames, além das rotineiras admoestações para cuidados com a saúde. Herberth simpatizou pelo sorriso afável, o ar paternal e o jeito amigável do médico que acabara de conhecer.
Despediram-se com um caloroso aperto de mão, os dedos róseos e delicados de Charles quase sumindo entre a mão basta e robusta do jovem rapaz.
- Pode me chamar de Betão, emendou o garoto, com um sorriso enigmático, acompanhado de uma inflexão no toque de mão, tornando-o levemente sensual, o que deixou o médico um tanto excitado ao longo do dia.
No meio daquela madrugada, Charles despertou com um calor incomum em seu quarto. O lençol, que estava embebido de suor, fora arrancado vigorosamente de sobre si, para que as lufadas do ar condicionado refrescassem mais rapidamente o seu corpo semi-nu. Foi quando percebeu na cueca uma mancha úmida e untuosa próxima à cabeça do pau. Lembrou-se então do sonho que havia tido, quase um frame de vídeo, uma memória súbita atravessando ligeira por sua retina, e a imagem se formando etérea.
Ele, debruçado sobre a maca do consultório, de quatro, a anca bem arqueada, sob as rédeas do jovem garoto, que lhe ordenava em comandos curtos e secos, a voz grave e rouca, que aguentasse, sem reclamar, as estocadas firmes e vigorosas, como as de um cavalo no pico do tesão. Ele, cheio de dor, aguentava, gemia, e convertia em puro prazer as estocadas úmidas e profundas de Betão!!!
- Não era isso que você queria?!!
