(Parte 5/5: A dupla perfeita)
O PISTOLEIRO, APROVEITANDO-SE DAQUELA CRENDICE de que era mensageiro de um deus, deitou-se naquela cama rudimentar e deflorou a todas as moças, uma a uma, por toda aquela noite de lua minguante onde a aldeia pernoitou em claro, com a alternância dos ecos de gemidos, grunhidos e lamentações sucessivas provindas das virgens e do prisioneiro inglês.
― Ouça... O som doce das moças embarrigando do mensageiro de Hamatsa! Que serenata gloriosa para o nosso povo... ― comentou Cavalo Feroz ao seu bruxo. Ambos menearam as cabeças em consentimento às palavras.
Na aurora seguinte, ainda cedo, os índios preparavam a continuação do rito que Johnny sofreria. Depois do estupro, o pintor seria torturado nu, amarrado ao poste dos martírios ante a todos da aldeia, seria alvo de flechas e, por fim, escalpado.
Bob, depois de deflorar todas as jovens índias que pôde na noite anterior e compreender que os índios o respeitavam por ser um macho bem-dotado, exigiu deles a sua liberdade e um bom cavalo. Já queria ir embora, mas os índios não aceitaram estas suas ideias. Queriam persuadi-lo a ficar ali, casar-se com algumas jovens e viver como um índio ou talvez, macho reprodutor.
Tornando a divergir de seu real desejo, os índios ordenaram a prisão de Bob, deixando-o numa tenda isolada. "Refletirá aqui, consigo, e compreenderá que se ficar, a vida será boa e terá quantas mulheres quiser para deflorar!", sentenciou o cacique Cavalo Feroz, antes de lhe dar as costas. O pistoleiro, no entanto, conseguiu soltar-se com a ajuda fundamental de um punhal. Aproveitou que uma multidão curiosa rodeava Johnny amarrado nu num imponente totem de madeira, qual tinha inúmeros ídolos entalhados.
Silencioso como uma sombra, Bob deslizou para fora da aldeia e fugiu. "Danação! Por mais que eu lamente, não há nada que possa fazer por Johnny" ― pensou o bandoleiro subindo uma colina e perdendo-se por entre os rochedos e arbustos. Seguiu pela estrada de Arlington, certo de que encontraria uma diligência ou qualquer outra carona. No caminho, teve uma grande surpresa: deparou-se com "El Diablo" e seus homens, acampados a poucos quilômetros de onde fugira.
Estava salvo!
***
NA ALDEIA, A FIGURA NUA E FRACA DE JOHNNY, amarrado ao poste, era frequentemente assediada pelos índios excitados, exaltados. Enfiavam seus pênis entesados na boca lambuzada do pintor, obrigando-o a chupá-los. Vários jovens puderam divertir-se com seus lábios carnudos.
Quando a tarde desceu silenciosa e tórrida sobre o Texas, deformando as montanhas do horizonte, os índios acendiam uma grande fogueira no centro da aldeia onde torturariam Johnny, mutilando-o e tirando o seu escalpo. Lobo Grande, seu capturador, queria ter a satisfação de manusear o punhal em seu corpo pálido ― porém, o destino não permitiria.
Pouco depois do meio-dia, Cavalo Feroz deu início ao macabro rito de tortura. Todos da aldeia juntaram-se ao redor do totem onde estava amarrado o prisioneiro inglês. Lobo Grande ergueu o punhal para Johnny, sorrindo, mas não teve tempo de feri-lo; uma bala de rifle o interrompeu para sempre.
Era Bob, o atirador. Montando um cavalo negro cintilante à luz do sol, o pistoleiro louro liderava o bando de "El Diablo" contra os índios de Cavalo Feroz para libertar Johnny Wally!
― Vamonos, muchachos! Iuuupi! ― gritava "El Diablo", atirando para o alto como um endemoninhado.
Durante o breve entrevero, Bob pôde libertar Johnny do poste dos martírios que, mesmo nu e exausto, montou em sua garupa e, apoiando-se no tronco firme do louro, fugiram de lá deixando alguns cadáveres indígenas estendidos no chão da aldeia.
Dali, levaram o pintor para o médico mais próximo, o Dr. McParland, de Arlington. Sob seus cuidados e medicina, depois de alguns dias o artista inglês recuperou a saúde e vigor. Bob lhe contou na tarde de um dia como evadiu-se da aldeia, como encontrou "El Diablo" ocasionalmente acampado e que, em nome das antigas aventuras, este aceitou sem demora atacar os índios para liberar Johnny.
Como agradecimento, Johnny deu um beijinho cantado no rosto empoeirado do pistoleiro. Este baixou a vista, envergonhado por aquilo, mas tornou a erguê-la para Johnny lhe abrindo um sorriso tímido.
***
UMA SEMANA DEPOIS, EM DALLAS, destino inicial do pintor Johnny Wally, em uma famosa galeria artística da cidade, este expunha alguns quadros seus ao animadíssimo diretor do local. Uma das pinturas chamou-lhe a atenção: era o retrato minucioso de um louro nu e absorto em seus pensamentos, com as pistolas nos coldres à cintura, deixando exibir seu físico rústico e exuberante numa caverna. Johnny ouviu com evidente contentamento o comentário elogioso que recebeu do diretor sobre aquele seu quadro naturalista, qual intitulou "O pistoleiro do Texas".
Acertou os detalhes da exposição. Saiu de lá saltitando e trauteando uma canção com o sorriso estampando o rosto de maçãs avermelhadas. Entrou no Eldorado Hotel e subiu ao seu quarto. Encontrou Bob ainda fresco, recém saído do banho, enrolado num roupão felpudo que havia apanhado na mala de Johnny.
Contou-lhe as novidades. Agora seria artista de Dallas, famoso e bem sucedido. Bob parabenizou-o, com os olhos brilhando e o sorriso branco, aberto. Era homem rude. Não entendia muito de arte, mas sabia que Johnny era bom naquilo. Deitou-se na cama, o louro danado, sabendo que o pintor não resistia aos seus olhos e seu sorriso, e levou as mãos atrás da cabeça:
― Vamos, tire logo essa roupa, danação! Deixe a comemoração por conta do meu pau e do seu rabo! ― disse o louro risonho, livrando-se do roupão e estirando-se sobre as rugas dos lençóis...
"THE END"
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E aí? Me diz o que achou do Johnny e Bob!
Também tô lá no WATTPAD, ok? Só procurar o