Obrigada pelas palavras, VIC, e por sua visita. Grata pela sua presença, Preto da Anja, beijos para ambos.
Tempestade de Pecados
Eu passei parte da minha vida em uma cidade do interior de São Paulo, na casa dos meus avós maternos, um casal religioso e de princípios fundados no cristianismo. Eu não tinha a mesma fé, tampouco a religião despertava em mim um envolvimento espiritual, mesmo assim a minha avó não cansava de insistir para que eu assistisse uma missa dominical.
Não rolou a minha presença na missa, a princípio, porém, durante as festas juninas, os acompanhei em um dia de quermesse e tive uma surpresa agradável, conheci o padre Alberto. Ele terminara o seminário a cerca de um ano e há poucas semanas foi designado para substituir o antigo padre do nosso bairro.
Gente! Que padre gato, sósia do modelo e ator Jesus Luz — também, com esse nome é covardia, né?
Enfim, passei a ser frequentadora assídua das missas de sábado e também as dominicais da paróquia local que ficava do outro lado da rua de casa. Entrei no grupo de jovens e estava sempre disposta a ajudar nos trabalhos da igreja… Tá bom, confesso, meu interesse era o de ter alguma chance com o padre delicinha.
Foi com muita insistência que convenci a dona Lourdes a deixar-me ajudá-la na limpeza e arrumação da casa paroquial. Achei que seria uma boa oportunidade de levar um papo e conhecer o homem fora daquele clima religioso da paróquia.
Certa manhã de sábado, durante a limpeza da dita casa, a dona Lourdes precisou dar uma corridinha até sua residência para resolver problemas de família. Fiquei sozinha por mais de uma hora cuidando da arrumação e ela não havia retornado. O telefone tocou. Atendi da extensão da cozinha. Era a senhora querendo saber se estava tudo certo. Falei que já havia terminado, então ela começou a relatar a travessura que seu neto fizera. Até sentei no balcão que separava a cozinha em dois ambientes, pois a mulher falava pelos cotovelos. Cruzei as pernas relaxadamente, minha saia foi acima do meio das coxas, já que estava sozinha e não contava com a presença de ninguém naquele instante.
Contudo, Mila não percebeu a presença do padre Alberto, ele chegou sem chamar a atenção. De imediato seu olhar fixou-se nas pernas e no bumbum parcialmente exposto pela posição descontraída da moça. A cena de sedução não intencional, propiciada por ela, afetou o religioso, há dias seus pensamentos estavam confusos em razão daquela jovem ter abalado sua devoção religiosa com suas frequentes insinuações carnais e terrenas. Ele reuniu forças para se afastar dela e saiu da casa sem ser notado.
Mila ficou com as chaves, ela devolveria na manhã seguinte para a dona Lourdes.
As alterações na rotina diária da garota, por causa do trabalho semanal, estudo noturno, uma ou outra baladinha com as amigas que a deixava sem dormir por longos períodos, cobrou a conta e seu corpo começou a reclamar da fadiga. Parte também era resultado do trabalho despendido na igreja e as tentativas de se aproximar do padre.
Naquela noite de sábado ela se tocou antes de dormir, seus pensamentos voaram na imensidão ao fantasiar que fazia amor com o sacerdote. Porém seu prazer solitário não foi suficiente para amenizar a chama do desejo.
Ela adormeceu, no entanto, uma hora depois levantou, pegou a chave da casa paroquial e saiu porta afora, descalça e vestida somente com o camisetão que usava para dormir. Caminhou em direção à igreja naquela noite sem lua, de vento frio e ameaçando chover a qualquer momento.
Destrancou e abriu o portão sem fazer barulho, caminhou até a porta de entrada, colocou a chave e girou até o fim após o clique da fechadura, porém ela teve que fazer força para movimentar a maçaneta e abrir a porta definitivamente. O barulho despertou o padre Alberto, ele levantou assustado e acendeu a luz no mesmo instante em que Mila adentrou o cômodo caminhando determinada na direção dele.
— Ei, moça, o que houve, você está bem?
O olhar dela era o de um zumbi, não piscava e não expressava emoção. Ela estava sonambulando e o padre percebeu. Ficou com receio de despertá-la bruscamente, mas também estava curtindo o visual daquele anjo só de camiseta, descalça e de mamilos insinuantes sob a malha branca.
Ao tocar seu corpo no do religioso, que fora surpreendido e não sabia o que fazer, ela passou os braços pelo seu pescoço e o beijou nos lábios. Ele olhou para cima, bem acima, como se procurasse por Deus para pedir que o perdoasse por sua fraqueza… O padre Alberto correspondeu ao beijo, ao mesmo tempo caminhou para trás sendo conduzido por ela até a cama. A jovem o fez deitar, apesar dele relutar pedindo para ela parar e ir embora, todavia, sem muita convicção. Mila subiu sobre o padre ficando ajoelhada e o deixando entre suas pernas. Sua camiseta subiu ao nível de sua cintura deixando sua bunda nua exposta. Enfiou a mão por dentro do shorts dele tirando o pinto pra fora e direcionou em seu sexo úmido de desejo.
— Perdoe-me senhor, sou um pecador e não sou essa fortaleza toda — falou o padre olhando novamente para o alto e sem esboçar reação ao ato sexual.
Nós começamos a fazer amor enquanto eu ainda sonambulava, mas acordei assim que senti a introdução em minha vagina. Ao mesmo tempo ouvi um estalo seguido de um raio fortíssimo. Acabou a energia elétrica e caiu uma chuva torrencial.
Consegui controlar minhas emoções, apesar do susto e a surpresa da situação em que me encontrava, pois o que eu estava considerando como um sonho, até segundos antes, estava acontecendo de verdade. Continuei fingindo que dormia, pois tive medo que o meu despertar fizesse o homem abortar aquele momento tão esperado por mim.
Continuei subindo e descendo sobre ele, copulando na penumbra do ambiente e sentindo os tremores que se confundiam com o prazer da transa e o medo dos raios e trovões contínuos.
Só saí de cima dele após o padre gozar pela segunda vez. Eu já havia me acabado com meus orgasmos múltiplos.
Prossegui fingindo e caminhei como uma sonâmbula, fiz de conta que não ouvira seus chamados. Fui em direção à porta sentindo o líquido escorrer por minhas pernas. Ainda teria que encarar a chuva daquela noite fria.
Cheguei em casa ensopada e tremendo de frio, fui pelos fundos, tirei a camiseta, torci a malha e com ela tirei o excesso de água do corpo para não deixar rastros pela casa. Entrei tentando não tropeçar em nada naquela escuridão. Não que seria alguma novidade ser surpreendida pelos meus avós enquanto eu circulava nua pela casa, mas como explicaria os cabelos molhados àquela hora da madrugada?
Acordei resfriada na manhã seguinte, e ainda havia dormido demais, pois meus avós já tinham ido para a igreja. A chuva, apesar de fraca, persistia; seria um motivo a mais para ficar em casa.
Na segunda-feira, no fim da tarde, passei na igreja antes de ir para o colégio. Ao encarar o padre Alberto ele não tocou no assunto, talvez por prudência, em razão de haver mais pessoas na igreja, apesar que não seríamos ouvidos. Ou será que ele acreditou que eu sonambulei o tempo todo e não comentaria o assunto comigo? Pensei num modo de falar com ele indiretamente, disse que tinha urgência em me confessar. Ele encaminhou-me ao confessionário.
— Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
— Amém.
— Abençoe-me, padre! Eu pequei.
— Abra o seu coração.
— Padre, estou confusa, não sei se realmente pequei, estou apaixonada por alguém proibido pra mim e sonhei que fiz amor com ele. — O que eu devo fazer, padre, deixar de sonhar?
— Ninguém consegue controlar seus sonhos, então não se culpe. Deixe que o seu coração te guie na escuridão da noite e continue sonhando.
— Perdoo os seus pecados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
— Entendi, padre, "é nois"… digo, Amém!
Fim