Antes de começar eu quero agradecer a cada pessoa que leu a primeira parte desse relato, não esperava tantas leituras. Também quero me desculpar pela demora, estava meio ocupado essas ultimas senanas. Obrigado também a quem comentou, e se você não comentou, comente e dê sua nota, é muito importante pra mim.
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Fiquei sem reação nenhuma quando o Caio me pediu um beijo. Não esperava por aquilo.
Ele se aproximou de mim devagar, me olhava o tempo todo, medindo cada reação que eu esboçava.
- Um pedido estranho. - eu disse.
Ele não disse nada. Só tocou seus lábios nos meus levemente.
Acho que pode parecer clichê, mas eu estremeci com seu toque. Era algo que eu nunca tinha sentido antes.
Nos afastamos após alguns segundos. Ele me olhou com um sorrisinho nervoso.
- Melhor do que eu esperava... - ele disse.
O Roberto abriu a porta, Caio me olhou mais uma vez e disfarçou voltando a atenção para o celular.
Aquilo tinha sido estranho. Estranho e bom ao mesmo tempo.
Não consegui dormir aquele dia. Ele estava bem ali do meu lado e eu queria muito poder beijar ele de novo, mas sabia que podia nunca mais acontecer. Me pareceu, naquele momento, que ele só queria matar uma curiosidade.
Dormi pouco mais de duas horas, no dia seguinte tinha que apresentar um texto sobre a viagem, mas não tinha nada pronto. Corri pra entregar tudo a tempo. O caio, percebendo meu desespero pra entregar tudo no tempo certo, se aproximou de mim durante uma das pausas que demos pra comer algo.
- Não sou bom em escrever, mas se quiser te ajudo aí pra você não se atrasar.
Achei legal ele me oferecer ajuda, mas não queria atrapalhar. Eu sabia que ele tinha ido para participar dos debates sobre esporte e resolvi recusar a ajuda. Com muita educação, é claro.
- Valeu por se oferecer pra ajudar, mas não quero atrapalhar você. - eu disse.
Ele me olhou com o melhor sorriso de "para com isso" dele e se sentou numa cadeira ao lado da minha.
- Vou ajudar! - ele disse. - Só dizer o que quer que eu faça.
Sorri para ele em agradecimento.
- Bom, já que você insiste, pode dar uma lida nesse texto que já escrevi e me diz o que acha.
Ele ficou super vidrado na leitura do texto. Era até bonitinha a forma como ele mordia os lábios enquanto lia. Ás vezes voltava o olhar pra mim e sorria.
Depois de alguns minutos ele disse:
- Cara, você escreve perfeitamente bem. Cada detalhe do que aconteceu desde que entramos no ônibus vindo pra cá está aí. Você é bastante observador, né?
- Sou. - respondi meio sem graça.
- É cara, você vai ter um bom futuro se escolher ser jornalista ou escritor.
- Obrigado! E você, quer continuar na area de esporte? - perguntei pra segurar um pouco a conversa.
Ele assentiu com um aceno.
- Quero continuar na area, sim. Não me vejo fazendo outra coisa. Sou bem competitivo e o jiu-jitsu é uma forma de tentar vencer sempre. Não digo que sou invencivel, mas luto até o fim.
- Eu sou um pouco mais tranquilo, eu gosto de esporte, jogos e tal, mas não sou tão competitivo, é mais por diversão mesmo. - eu disse.
Não conseguia parar de olhar pra ele enquanto falava. Ele deve ter percebido, pois esboçou um sorriso. E que sorriso lindo ele tem.
- Vou voltar pro meu grupo. - ele disse se levantando. - Eu vi que no hotel tem um salão de jogos, tem video game lá. Se você quiser a gente pode jogar um pouco mais tarde.
Achei a ideia interessante.
- Podemos fazer isso sim. - respondi, mas uma vez, com um sorriso bobo.
Ele se despediu e voltou pro grupo dele.
Fiquei aquele resto de dia pensando nele e, principalmente, pensando no beijo que eu queria repetir.
Continuei minhas atividades e consegui entregar tudo a tempo.
O grupo inteiro voltou pro hotel por volta de 18:00. Eu soube, por um aviso na porta, que o salão de jogos só funcionava até aquele horário, portanto não conseguiríamos jogar. Fiquei chateado, era minha chance de passar um pouco mais de tempo com o Caio.
Tomei um banho rápido e fiquei vendo tv. O Caio não tinha aparecido e eu não tinha nem visto a cara dele no ônibus durante o caminho do local do evento até o hotel.
Ele não apareceu.
Fiquei enrolando com um livro até umas 2:30 da manhã e nada do Caio voltar.
Estava ficando preocupado, mas não sabia como me comunicar com ele, afinal nem o número do celular dele eu tinha.
O Roberto já estava até roncando essa hora da madrugada. Nós mal nos falavamos, aliás so falavamos o indispensavel.
Quando era mais ou menos umas 4:00 da manhã escutei a porta abrindo.
Mais que depressa disfarcei e fingi dormir.
O Caio entrou tentando ser o mais silencioso possível.
Achei que ele ia direto pra cama dele, mas ele veio em direção a minha.
- Ei! - ele disse baixinho. - Acorda!
Dei uma disfarçada, bocejei e fingi acordar.
- Oi! - eu disse.
Ele sentou na minha cama.
- Desculpa, eu acabei tendo que sair com os caras do meu grupo.
Eu não disse nada.
- Eu queria ter jogado um game com você hoje. Se eu tivesse o número do seu celular teria avisado que ia chegar tarde ou te convidado pra ir junto.
Olhei pra ele, fechei os olhos fingindo cansaço.
- Tenho 16 anos, não poderia ter ficado até tão tarde. - eu disse abrindo os olhos novamente.
- Verdade, você tem razão. - ele disse isso me olhando fundo nos olhos.
Eu fiquei encarando ele por longos segundos, toquei sua mão e o puxei em direção a mim. Ele não disse nada, apenas se deixou levar pelo momento. Toquei seus lábios com delicadeza. Estava com gosto de cerveja.
Ele segurou minha cabeça e investiu com mais vontade no beijo. Toquei seu peito e corri a mão por seu abdomem. Maravilhoso.
Paramos de nos beijar e sorrimos.
- Doideira! - ele falou. - Estava esperando por isso o dia inteiro.
Fiquei feliz com o que ele disse, afinal eu também estava ansioso por aquele beijo.
Puxei ele de novo para perto de mim. Nos beijamos de novo e nos abraçamos por alguns minutos.
O Roberto se mexeu e nos afastamos rapidinho. O Caio riu e foi direto pro banho. Fiquei ali pensando no quanto seria bom dormir abraçado com ele.
Queria muito poder passar aquela noite sendo abraçado por ele, mas ainda não era a hora. Depois que saiu do banho, só com uma bermuda de pijama, ele veio até mim. Me beijou de novo.
- Será que ele acorda se eu deitar só um pouquinho com você aqui? - perguntou fazendo com os dedos um sinal de pouco.
Olhei em direção ao Roberto e xinguei em pensamento por ele estar ali atrapalhando a coisa toda.
- Melhor não, acho que ele pode acordar, aí seria um problema para nós dois, né?
Ele confirmou positivamente com a cabeça.
- Estranho isso, né? - ele disse.
- É, é estranho sim, mas é bom ao mesmo tempo.
Senti seus braços mais uma vez me envolvendo.
- Bom abraçar você, magrelo.
Sorri.
Queria mais que um abraço, mas não estávamos em uma boa hora.
Ficamos mais um pouco abraçados e logo em seguida ele foi para sua cama.
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Amanhã volto para continuar a história. Obrigado pelas leituras até agora.
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