Ao me deparar com Jorge dormindo tranquilamente na minha cama, sinto meu coração pular no peito, parecendo que a qualquer momento ele sairia pela minha boca.
Naquele momento não sei o que fazer. São tantas coisas na minha cabeça.
Jorge abre lentamente os olhos, e quando me vê, me proporciona o mais lindo dos sorrisos. Meu coração salta no peito. Minha vontade era cair na cama com ele e amá-lo loucamente ate o amanhecer.
Jorge – Oi amor.
Eduardo – Oi.
Jorge – Onde você estava?
Eduardo – Por ai.
Jorge – Por ai?
Eduardo – É.
Jorge já fica nervoso com minha resposta
Jorge – Como assim por ai? Não vai me dizer onde estava?
Eduardo - E por acaso você vai me dizer onde você estava ontem?
Jorge - O que?
Eduardo – Isso mesmo! Onde você estava ontem?
Jorge – Na casa da minha mãe.
Eduardo - E por que não me ligou?
Jorge – Você sabe que na casa de mamãe no tem sinal.
Eduardo – Mas tem telefone fixo.
Jorge – Nossa! Um dia sem te ligar e você já fica desse jeito.
Eduardo – Pois é. Apenas um dia. Mas você sabe que dia foi esse?
Jorge – Não. Que dia foi?
A minha vontade naquele momento era socar a cara dele. Como assim “que dia foi”. Será que ele estava se fazendo de desentendido ou simplesmente não lembrava que foi meu aniversário ontem?
Eduardo – Então Jorge, voltamos a conversar quando você lembrar que dia foi. Agora quero que você vá embora, to muito cansado e quero dormir em paz.
Jorge – Tá me dispensando?
Eduardo – Entenda como quiser.
Jorge – Você esta me deixando?
Eduardo – Já disse. Entenda como quiser.
Jorge – Você é mesmo um idiota!
Eduardo – Idiota! Idiota por quê?
Jorge – Por estar me largando. Acha que vai arrumar alguém melhor do que eu? Ta muito enganado. Estava com você mais por pena do que por amor.
Nessa hora o Jorge quebra de vez qualquer sentimento bom que ainda nutria por ele.
Eduardo – Pena?
Jorge – Pena sim. Sempre sozinho, nada pra fazer, ninguém que goste de você realmente.
Eduardo – Pena sinto eu de você Jorge. Sempre se escondendo, sempre fazendo coisas pra satisfazer o seu ego.
Jorge – Satisfazer o meu ego? Pelo menos faço algo por mim. E você? O que você faz por você?
As duras palavras de Jorge me machucaram profundamente.
Eduardo - A partir de agora vou fazer as coisas apenas por mim. Então Jorge, sai da minha casa e esquece que eu existo. Continua na sua vidinha de promiscuidade e me esquece!
Jorge sai batendo a porta e eu fico parado no meio do meu quarto. As palavras dele ainda ecoavam na minha cabeça. Uma dor insuportável se apossava de mim. Meu peito parecia explodir.
Não pensei, apenas pegue o telefone e liguei para Beatriz, minha amiga de todas as horas.
Beatriz – Alô. Atende Beatriz com voz de sono
Eduardo – Oi Bia, desculpa te acordar.
Beatriz – Oi Du, imagina, você sabe que estou sempre disponível pra você.
Eduardo – Obrigado amiga, sei que sempre posso contar com você.
Já com lagrimas nos olhos, conto tudo que aconteceu, Beatriz sempre me colocava pra cima, mesmo nas piores situações.
Beatriz – Levanta a cabeça Du, já não era de hoje que desconfiava que o Jorge não vale nada. Amanha de manha, levanta e pensa que será um novo dia e que está cheio de homens lindos e gostosos louco pra fornica com você.
Eduardo – Hahahahaha!!!!!!!!!! Só você mesmo pra me falar isso.
Beatriz – Imagina se eu ficaria de bode pro causa de um homem! Pensa Eduardo, a vida é muito curta pra perdermos tempo. Levanta a cabeça meu amor que a vida é bela.
Após mais algumas palavras com Bia, desligo o telefone e vou dormir. O sono nesse dia parece nunca chegar, fico boa parte da noite rolando na cama e varias lembranças vem a minha mente, inclusive Tom.
Tom fora meu primeiro amor, amante, amigo, meu primeiro tudo.
Lembro-me de nossas transas loucas, na areia da praia, de madrugada no meio da rua. Durante o banho com nossos pais em casa. Naquela época éramos loucos, adolescentes sem medo das conseqüências.
Certo dia estava transando loucamente em meu quarto, a casa estava vazia, meus pais estavam trabalhando e nós aproveitamos para matar o tesão, quando de repente a porta do meu quarto abre de supetão e minha mãe adentra meu quarto. Tom e eu estávamos nus e de pau duro. Foi uma sena muito constrangedora, tanto para nós quanto para minha mãe. A expressão no rosto de minha mãe era quase cômica, tive que segurar o riso.
Lembro-me dela muito nervosa com a situação, o Tom saiu em disparada pra sua casa com medo de minha mãe contar para a sua que estávamos fazendo sexo. Minha mãe sempre esteve do meu lado para qualquer obstáculo que eu enfrentasse. Naquele momento pude sentir o amor que ela tinha por mim, me abraçando e chorando ao mesmo tempo. Me dizia que me amava e independente de qualquer coisa estava do meu lado.
Tom e eu começamos a namorar, nosso amor era interminável. Fazíamos de tudo em todos os lugares. Com Tom, não tinha nenhum medo, nenhuma censura. Andávamos de braços dados em qualquer lugar. Fazíamos amor a qualquer hora e em qualquer momento. Mesmo hoje, depois de 7 anos que se passaram, ainda me lembro de seus gemidos no meu ouvido quando o penetrava, ou mesmo quando era penetrado por ele. Tom era a pessoa mais linda do mundo, não pela sua beleza externa, pois se reparasse bem, não possuía traços de galã, mas sim por sua beleza interior. Tom era bom de coração, bondoso, generoso, carinhoso. Com ele passei os melhores momentos de minha vida. Sua família aceitava nosso relacionamento numa boa, sempre tiveram boa cabeça para enfrentar situações difíceis.
Mas a vida esta sempre pregando peças nas pessoas. Sua família precisou viajar, pois teriam de resolver alguns problemas familiares em outra cidade. A distancia de Tom me causava fortes dores no peito de saudades. Sempre falávamos por telefone, todos os dias em que ele esteve fora, e olha que não foram muitos, apenas 5 dias, mas para quem esta apaixonado, parece uma eternidade.
Na volta para casa, ocorre um acidente. O pai de Tom estava dirigindo numa via escura, com pouca sinalização. Altas horas da madrugada. Seu pai não teria vindo, se não fosse por insistência de Tom. Mas como coração de pai é, acabou cedendo aos apelos do filho e todos vieram. Porem ninguém contava que na mesma rodovia, estava vindo um caminhoneiro, que estava dias sem dormir, e justamente quando estava passando pelo carro deles, cochila na direção, perdendo o controle e atingindo em cheio o carro do meu amor, a minha vida.
Eu, em minha casa, naquele dia, no mesmo horário do acidente, sinto uma forte fisgada no peito e uma angustia enorme.
Tom, em poucos segundos deixou de existir fisicamente. E meu coração, a partir daquele instante, nunca mais foi o mesmo. Acabara de perder o grande amor de minha vida.
Na minha ultima despedida ao meu amor, chorando baixinho ao pé de seu corpo, fiz uma promessa, de que cada vez que me sentisse sozinho a noite, olharia para a lua, e sempre o encontraria lá.
Em momentos de grande angustia, sempre cumpro minha promessa. A noite, ao pé da minha cama, sempre a luz do luar bate nela, como se Tom estivesse do meu lado.
Anos após, já conformado com a situação, porem com uma saudade infinita, levo minha vida da forma como acho que Tom gostaria.
Não parei de viver, prossegui. E é assim que continuo.
Hoje, após minha discussão com Jorge, essas lembranças ainda me causam uma dorzinha de saudade, mas como minha promessa, vou continuar a viver, pois amanha será um novo dia.
Na dor da saudade, continua . . .
Gostaria de agradecer as pessoas que estão me acompanhando e pedir desculpas se ester terceiro capitulo não possui detalhes picantes de sexo, mas achei que nesse momento não caberia expor tais detalhes.
Gostaria ainda que continuassem a comentar, e agradecer as boas palavras do Claudio e da Nick. Obrigado.
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