Sem título

Um conto erótico de Cobrapreta
Categoria: Homossexual
Contém 1716 palavras
Data: 18/05/2006 14:12:35
Assuntos: Gay, Homossexual

LOUCO

- Uuuuuuuuuiiiiiiiiiiii, aiaiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, ó,ó,ó,ó,ó,ó,ó,óoooooooooooo.!

Essa espécie de uivo, talvez causado pela surpresa e admiração com que meu parceiro ocasional reagiu à incontrolável estocada que lhe dei, naquele banheiro estreito e sem portas, mas bem-cuidado e amplo, deixou-me ainda mais excitado.

Acabara de chegar da minha cidade de origem, litorânea, aonde fora visitar minha mãe, e ali, como sempre faço, quando lá estou, consumi vasta variedade de mariscos, entre os quais mexilhões, sururu, caranguejo, siri ― e xiris, claro, estes da fauna não aquática ―, e, evidentemente, de peixes, enriquecendo-me assim de elementos que enriquece minha potência sexual.

Foi nesse estado que retornei à capital. No domingo, dia sete, deste maio dedicado às rosas, fui a um clube campestre de cidade próxima, já unida pela conurbação à metrópole. Como não havia programação alternativa, e porque estou curtindo uma contusão no joelho que, parece, no linguajar futebolístico, já está bichado, fui a esse clube como a intenção de admirar as mulheres que freqüentam o clube, umas, caboclas naturalmente bronzeadas como chocolate, bonitas e dos mais variados formatos físicos, que ali, como capivaras, vão se exibir ao sol, e, para saciar sua vaidade, também, aos homens, verdadeiras potrancas que são, não apenas pelos carnudos traseiros que têm, pelas coxas grossas e torneadas pernas, a cintura fina e volumosos seios, mas pelo rosto lindo e dentes perfeitos que mostram quando sorriem. Coisa de despertar interesse de homens, que, como eu, procuram esses locais para bebericar um pouquinho e, lá vem a frase feita, jogar conversa fora até que a noite se aproxime, ou, quem sabe, despertar o tesão de outras mulheres, por que não? Outras, mais longilíneas, como garças, jogam voleibol ou caminham graciosamente, como se flutuassem, ora pela grama, ora pela pérgula da imensa piscina de água cristalina, natural, extraída de aqüífero próximo. Fui àquele clube aventurar. De repente...

Homens, como é natural, jogavam futebol nos diversos campos para essa finalidade, e tênis, nas quadras àquela hora já em alta temperatura pela soalheira.

Comecei a bebericar, em doses homeopáticas, um tipo de cachaça recentemente saída do alambique, e por isso azulada, que recebera de amigo residente em cidade fluvial que sobrevive da receita provinda dos produtos da cana-de-açúcar. Antes, precavi-me degustando espécie de sopa chamada mojica de sapequara, molusco que infesta, como as cracas (caracas) a costa brasileira.

Começava a tarde. O sol, nesse horário, iniciou, com seus raios, a perturbação. Mudei-me para uma cabaninha mais próxima da piscina e, pensei: “vou lavar o estômago” com cerveja, para desfazer os efeitos da cachaça que trazia na garrafa o rótulo “Pau da Coxa”. Pedi uma Cerpinha, e, a conselho do garçom, mandei que me fosse servido filhote ao tucupi, com arroz de jambu, um dos acepipes mais deliciosos que se consome por estas bandas do Brasil. O filhote, para melhor explicar, é um silúrida, família a qual pertence o bagre, apelidado de gari dos mares, por exercer verdadeira limpeza nas profundezas, em termos de matérias comestíveis. Esse peixe habita os rios de águas temperadas.

Levantei-me, fui ao banheiro para vestir a sunga. Não havia ninguém. Molhei-me, e, quando saí, pedi ao garçom para que guardasse meus pertences na administração.

Fui à piscina, onde fiquei flutuando e exercitando as pernas, como se aquilo fosse curar a “bicheira” do meu joelho. Passei a trocar olhares com uma volumosa moça. Ela não chegava a ser gorda, embora fosse dona de uma massa que emprestava especial e atraente forma a seu corpo. Seu rosto era bonito e seus cabelos eram nigérrimos como os de uma índia carajá, permanentemente alisado a óleo de miriti. Comecei a sonhar.

Mas, qual o quê!, no dizer de Athaulfo Alves, a moça me fez sinais sugestivos de que tinha marido, ao simbolizar um aro com o indicador da mão direita introduzido no anular esquerdo. E, com a cabeça, indicou-me, com discrição, a direção onde estava seu garanhão.

Esfriei com esse indicativo e, voltando à realidade e frustrado, mergulhei e depois saí da água.

O sol já começava a se pôr. Poucas pessoas permaneciam no local, mais as que tinham carro, porque os que deveriam tomar ônibus, como eu, já haviam partido em coletivos ainda vazios àquela hora.

E, pensando no conforto da volta, permaneci tomando Cerpinha. Iria esperar a noite chegar para voltar a casa.

Aqueles que tomam cerveja, sabem do efeito diurético dessa bebida. Eu procurei suportar ao máximo a vontade de ir ao mictório. Quando não mais agüentei, dirigi-me ao banheiro.

Nem bem cheguei à porta de entrada, já ia com o pau para fora da sunga, buscando liberar minha verga da insuportável vontade de expelir água, vontade que aumentou quando escutei o rumor de água caindo de chuveiro. Banheiros e mictórios foram construídos alternadamente.

Entrei num deles sem olhar para os lados. E com os olhos fechados do prazer da micção, demoradamente urinei. Urinei, dei as tradicionais batidas no meu “tição” e suavemente o espremi para livra-lo das inconvenientes gotas que teimam em permanecer no tubo. Enquanto fazia isso olhei para trás. O que vi foi uma bunda imensa e carnuda sendo espalhafatosamente lavada. Era um negão que dava esse trato em seu rico traseiro. Já o tinha visto, quando cheguei ao clube pela manhã.

Agora, ele estava num banheiro quase à esquina do corredor.

Quando lavava sua imensa abertura, arrebitava o traseiro, como para exibi-lo a mim, num desafio talvez. Meu cacete logo cresceu. E ele viu. Quando voltei a olha-lo, para confirmar sua intenção, ele imediatamente voltou o rosto para baixo do chuveiro, mas não deixou de esfregar a mão direita no interior da racha. Ainda de costas para mim, voltou o rosto para a bunda, como se me a oferecesse. Para não ficar frustrado, como ficara na piscina, pensando que havia ganhado a cabocla bonita, baixei a sunga até ao meio das coxas e fiquei quase de perfil, para que ele visse meu pedaço de chouriço-paraná. Minha estratégia funcionou. Ele arrebitou ainda mais o rabo e a impressão que tive foi que ele escancarou sua cratera com as duas mãos, ensaboando-a e provocando farta espuma que contrastava com a cor de sua pele. Virei-me de frente para o banheiro que ele ocupava, uma peça estreita que mal cabia uma pessoa, ainda mais um negão como aquele, que tomava quase todo o espaço com seu corpanzil, esperando que ele fizesse um sinal mais significativo para mim. Mas iso não foi preciso. Era tão patente o convite, que eu me aproximei com minha lança em riste. Foi como se tudo já estivesse programado. Ele apoiou as duas mãos na parede e empinou a bunda. Sem nenhum aviso, esfreguei a cabeça do meu pau em suas nádegas, enquanto lhe dizia:

― Pode vir gente, cara! Aqui não vai dar.

― Mete rápido. Neste horário não vem mais ninguém. Sou segurança do clube.

Nem mesmo essa confissão fez com que eu temesse a entrada de pessoas. Mas meu tesão, embora isso, continuava firme. A bunda à minha frente era a razão disso tudo. Era impossível não deseja-la, diante da tanta lubricidade. E por isso, quem sabe, meu espírito pícaro e o dele também, convidavam-nos à libertinagem prestes a ser iniciada.

― Vem logo me foder, vem! – Ele falava como se para me excitar mais.

― Assim, sem uma preliminar? – perguntei-lhe, a voz quase apagada de prazer.

― Então deixa te chupar. Tou doido pra engolir teu pau! – O negão sabia mostrar seu lado lúbrico.

Acocorou-se e nem mesmo teve o cuidado de lavar a cabeça do meu cacete, que, como já disse, é um tanto afinada em relação ao corpo. É como um míssil. Aliás, é um pequeno míssil, mas não desses que caem antes de atingir o alvo.

O negão havia fechado o chuveiro, mas permaneceu com a bunda ensaboada, como se fossem nuvens brancas envolvendo a Terra, como nas fotografias do nosso planeta.

De um só golpe, abocanhou-me a vara. Senti a ponta de meu mastro tocar-lhe a úvula. Ele emitiu um “ai” de prazer.

― Vem gente, cara! – disse-lhe preocupado.

Embora com vontade em entrar naquele negro rabo, estava com medo de ser flagrado ali.

― Não tem outro lugar, além daqui?

― Não. Me come aqui mesmo, que não vem ninguém. Vem!

Voltou a virar-se de costas para mim, apoiou outra vez as mãos na parede e empinou a bunda.

Peguei minha verga, que pulsava de vontade e que com sua rede venosa já estava servilmente em alto relevo, para sustentar minha ereção.

Agasalhei a ponta do meu falo naquela convidativa entrada escura e carnosa e a invadi. Invadi de uma só vez aquele anel lubrificado a sabonete. Evidente que as fartas carnes laterais daquela imensa bunda, impediram que meus pentelhos roçassem a borda de seu anel, que, como um moedor de cana, parecia espremer meu cacete, abreviando assim os jatos de esperma. Pensei naquele bunda sendo invadida por mim num frango assado. Só assim eu poderia lhe dar o prazer de uma esfregadela de pentelhos à borda de seu ânus.

― Uuuuuuiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii, aaaaaaaiiiiiiiiiiiiii, ó,ó,ó,ó,ó,ó,ó,ó,ooooooooooooo!

Foi um gozo, um gemido de gozo, sim; mais que um gemido de dor. Foi um gemido surdo de comprometimento sodômico que, sem que eu esperasse, eu acabava de proporcionar àquele negão de provocante e guloso rabo, e ele a mim, pelo intenso momento de apelo carnal.

Gozei! E gozei à farta. À medida que meu pau se livrava dos apertos anais que recebia daquele apertado ânus, golfadas de esperma saiam e se transformavam em bolotas esbranquiçadas ao contato com a água. O negão tocou a bunda com a mão direita e a levou aos lábios. Quase enjoei, e, para evitar o vômito, fui a outro chuveiro. Levei-me sem sabão. Voltei ao chuveiro ocupado pelo segurança e tomei-lhe emprestado o sabonete. Esfreguei-o no púbis e voltei de novo aonde estava, para ensaboar o pau, com um cheiro de fezes que se dissipou graças ao olor do sabonete.

― Voltas domingo?

― Não sei. Aqui é difícil fazer isso. Gosto de ficar à vontade.

― Podes me dar o número do teu telefone?

Dei-lhe o do meu emprego.

Em casa, pensei na gostosa loucura que havia feito. Sem querer, sem esperar, coisa de puro acaso, como acontece com os loucos.


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