Camila e Carolina trabalhavam numa empresa que não tinha escritório fixo. Normalmente não precisavam, exceto quando necessitavam de uma sala de reuniões. O chefe delas fez um acordo com um amigo, que cedeu parte do espaço do próprio escritório. Assim, além de um espaço disponível para reuniões, as duas também podiam dispor de um espaço fixo para pequenas tarefas, entre uma ou outra visita a clientes.
Como raramente ocupavam aquele espaço, sentiam-se como se fossem eternas novatas na outra empresa, onde mal lembravam os nomes daqueles que frequentava o escritório cotidianamente. Carolina, mais extrovertida, era quem cumprimentava a todos sempre, como se lembrasse do nome de cada um deles. Camila normalmente só respondia, pois se sentia uma estranha naquele espaço.
Sendo a mais falante das duas, Carolina provocava constantemente sua colega com a ideia de arrumar um namorado para ela. Era comum interpelar os homens da outra empresa com perguntas sobre estarem ou não casados, ou namorando. Dizia estar procurando um bom partido para uma amiga. Fazia isso descaradamente na frente de Camila, pois se divertia em ver a colega sem graça enquanto fingia não estarem falando dela. Camila deixava para reclamar apenas quando as duas se encontravam sozinhas na sala de reunião.
— Carolina, você tem que parar com isso!
— Você está séria demais. Se visse o quão bonitinha você fica quando está sem graça, iria me entender.
— É sério, você fica me constrangendo no meio dessas pessoas que nem conheço.
— Não estou te constrangendo e sim arrumando um namorado para você.
— Dispenso! Arrume para você, que também está solteira.
— Farei isso após arrumar o seu. Você é muito devagar.
— Não vai arrumar ninguém, só fica se divertindo às minhas custas.
Carolina ri, pois o que Camila disse tinha um fundo de verdade.
— Vou, sim, conseguir como já achei um rapaz interessante.
— Sei… — diz Camila, despretensiosa enquanto faz uma pausa — … quem?
Carolina ri.
— O nome dele é Saulo. Trabalha numa salinha lá no final do corredor.
— Não conheço.
— Você não conhece ninguém, não é. Não fala com ninguém, aí aparece um gatinho te paquerando você nem percebe.
— Você percebeu?
— Sim, sempre que ele passa, por perto está olhando você.
— Nunca percebi isso.
— É porque ele está olhando a sua bunda.
Camila gargalha.
— Então o meu futuro amor é um tarado na minha bunda? Tem certeza de que ele não está olhando a sua, que é maior do que a minha?
— Já o peguei olhando a sua bunda junto comigo. Ele é meu cúmplice. — diz Carolina emendando uma risada — mas se você não quiser, eu pego. Ele é bem gatinho.
Carolina sabia bem como provocar a curiosidade da amiga. Porém, não compreendia o fato de sua amiga não estar sozinha por não estar procurando. Na verdade, ela já tinha achado a pessoa ideal, mas não sabia como se expressar. Camila admirava Carolina, não apenas pela beleza, mas também pela sua extroversão, que animava todas as pessoas em volta. Essa mesma extroversão, geralmente expressa como uma alegria constante, que a impedia de introduzir um assunto mais sério e íntimo.
Certo dia, a dupla decidiu fazer compras depois do trabalho. Carolina estava prestes a voltar à academia e queria roupas para se exercitar. Camila de início apenas acompanharia, mas acabou convencida a comprar algo. Segundo Carolina, ela precisava de roupas novas para ficar bonita para o Saulo. Camila entrou na brincadeira, mas não era para o misterioso ocupante daquele escritório que ela ficaria mais bonita.
Ficaram horas num shopping próximo e acabaram por comprar roupas em lojas diferentes. Por curiosidade mútua, decidiram voltar ao escritório para uma ver o que a outra havia comprado. No meio da noite, com o escritório vazio, todos já haviam saído. Ligaram a luz da recepção e da sala de reunião. Os painéis de vidro permitiam a visibilidade do exterior, prejudicada pelas luzes apagadas. A mesa comprida permitia uma reunião de dezenas de pessoas e era perfeita para elas estenderem as roupas compradas.
— Você não comprou uma calça, vai para academia só com esses shortinhos?
— Qual o problema? Fico muito suada malhando, quanto menos tecido melhor.
— Não gosto. Quando começo a exercitar, eles sobem. Me incomoda. Quando percebe está com a bunda de fora.
Carolina franziu o cenho olhando para os shorts sobre a mesa, como se tivesse se esquecido de pensar em algum detalhe.
— Deixa eu ver como fica.
— Aqui?
— O escritório está vazio, ninguém vai ver.
— A gente devia estar aqui para trabalhar.
— Ninguém trabalha até tão tarde. Me mostra o que comprou.
Sem nem imaginar as segundas intenções de Camila, Carolina desabotoou a calça jeans e a deslizou pelas pernas, com uma peculiar dificuldade em despir o largo quadril.
— Você é gostosa demais para essa calça. — Brincou Camila, recebendo uma careta de volta de sua amiga.
Com certo esforço, Carolina se despiu da calça, ficando com uma camisa social e uma calcinha branca, para a admiração de Camila. Carolina tinha a pele morena e cabelos ondulados, longos até o meio das costas. O quadril largo e as pernas grossas eram alguns dos motivos dela preferir shorts a calças leggings. Enquanto escolhia um short rosa, não percebia os olhares desejosos da amiga, voltados para a sua bunda e a calcinha caprichosamente torta. Quando se vestiu, virou de costas para ela, empinando o quadril, deixando Camila ainda mais impressionada.
— Não ficou bom?
— Ficou ótimo. A sua bunda já é grande, agora parece enorme. Acho que o short subirá no primeiro agachamento.
Carolina faz o teste, se agachando e levantando como se estivesse na academia. No movimento de volta, de fato o short subiu, deixando parte do bumbum nu, para o deleite de Camila.
— Não falei. Já está com a bunda de fora! Está sentindo? — disse Camila, enquanto tocava a parte desnuda de sua amiga, fingindo estar mostrando a ela o quanto do seu corpo estava descoberto.
Camila não queria perder o momento e sugeriu a amiga também experimentar o top. Fez questão de se levantar e desabotoar a camisa dela. Foram breves segundos com as duas bem próximas, trocando olhares. Com a camisa fora, se aproximou ainda mais de Carolina, como se a abraçasse, para soltar o sutiã e liberar os médios seios. Carolina, nesse momento, pode sentir o calor de sua amiga de uma forma diferente, assim como a respiração alterada dela. Quando vestida, viu sua amiga dar um passo para trás, e percebeu seu olhar de cima a baixo, como se a devorasse inteira. Seu coração acelerou e fez questão de girar na frente dela para se exibir mais. O desejo estampado no rosto de sua amiga era indisfarçável.
Carolina então sugeriu a sua amiga fazer o mesmo e experimentar o que comprou. Camila enrubesceu com o pedido, mas tirou a calça, exibindo uma delicada e rendada calcinha preta, arrancando um sorriso sapeca de Carolina.
— Nossa! Está arrumada assim para quem? — provocou Carolina, sentada em uma cadeira, antes de uma mordida nos lábios.
“Para você”, pensou Camila enquanto se virava de costas para não mostrar o seu rosto ficando ainda mais vermelho. Com sua pele branca, sentir vergonha chamava demais a atenção. Tinha o corpo curvilíneo, apesar de um pouco menos que sua amiga. O cabelo loiro e liso descia até um pouco além dos ombros. Seus os olhos eram castanhos e lábios, bem carnudos. A calcinha exibia detalhes rendados ao mesmo tempo que pouco cobria as nádegas daquela mulher, ressaltando a formosura de seu quadril. Vestiu a saia, suspendendo a blusa com as mãos, deixando um pouco das costas nuas. Não demorou muito para sentir um par de mãos em sua cintura.
— Você fica bem de saia. Tem as pernas bonitas. Devia ter comprado mais. — disse Carolina enquanto ajeitava a saia, passeando as mãos pelo corpo de Camila mais do que precisava. — Só faltou colocar a blusa por dentro.
Ainda de costas para a amiga, Camila ouviu o zíper da saia se abrir e seu quadril foi despido mais uma vez. Sentiu os apertões na bunda e os dedos delicadamente ajeitarem sua calcinha antes de deixar a blusa por dentro da saia e assim, vesti-la novamente
— Está muito gata. Essa saia deixa sua bunda ainda mais bonita. Se o Saulo te ver assim, ficará louco.
Camila era gradualmente pressionada contra o painel envidraçado, com Carolina atrás de si. Os elogios ao seu corpo eram acompanhados por apertões bastante entusiasmados.
— Você acha que ele vai querer me comer?
— Com toda a certeza. — Carolina responde, enquanto subia a saia da amiga até a cintura. — principalmente se ele ver essa calcinha.
Com as mãos entrando em seu corpo, Camila virou o rosto, buscando os lábios de Carolina. As mãos passeavam pelo seu corpo, das pernas até os seios, embalados pelas respirações ofegantes. Ela, então, se vira e abraça a amiga em um beijo mais intenso. Esfrega sua coxa na perna dela, puxando-a contra si, pela bunda. Com a língua roçando na sua, Camila se torna mais afoita, empurrando Carolina até a mesa, onde a virou para se curvar sobre ela.
— Sei não, acho que esse rapaz vai quer comer você se te ver com esse shortinho. — disse Camila enquanto arranca o short e a calcinha de Carolina com um único puxão.
— Só pelo shortinho? O que ele ia querer fazer comigo? — pergunta Carolina, com um tom manhoso na voz.
Camila responde com um tapa firme na bunda da amiga, provocando um gemido de dor acompanhado de risos. Carolina empina a bunda e abre as pernas para sentir a mão de sua amiga deslizar facilmente pela sua intimidade, de tão úmida.
Após ser masturbada por alguns instantes, Carolina então subiu na grande mesa e engatinhou aos risos, como se fugisse, até ter seu pé seguro por Camila, no centro. Viu sua amiga montar em cima dela e beijá-la mais uma vez. As duas se envolveram pelas pernas. Os lábios úmidos das bocetas roçavam entre enquanto uma segurava a coxa da outra, puxando-a contra si. Discretos rebolados faziam os corpos se esfregarem. Os clitóris cada vez mais inchados eram esfregados entre os corpos sedentos por aqueles movimentos prazerosos. Enquanto gemiam, trocavam olhares lascivos, carregados de desejo e sem nenhuma vergonha de apertarem os seios, a bunda, as coxas ou mesmo puxar os cabelos. A troca deliciosa de olhares denunciava uma à outra o quão excitada estavam, assim como a intensidade dos gemidos que pouco tempo depois se tornou um grito único de duas vozes. As duas forçavam o quadril contra a outros, pressionado as bocetas enquanto tremiam e apertava o corpo da companheira quase como se quisessem arrancar um pedaço.
Camila mordeu os lábios e puxou Carolina para um beijo antes mesmo de recuperar o fôlego. Permaneceram ali na mesa, trocando beijos e carícias, até olharem para além dos painéis de vidro e perceberem que Saulo estava trabalhando até mais tarde.