Marcos fechou a porta do quarto com um estrondo que ecoou pela casa. A tensão era palpável, o ar pesado com a mistura de medo e traição. Laura e Roberto, ainda nus e vulneráveis na cama, olhavam para ele com terror evidente. Os olhos de Marcos, cheios de uma fúria selvagem, fixavam-se neles com uma intensidade que fez o sangue de ambos gelar.
"Então," começou Marcos, sua voz baixa, mas carregada de ameaça, "vocês gostaram de foder aqui, na minha cama?" Ele deu um passo adiante, a arma firme em sua mão. "Vamos, me digam, desde quando isso vem acontecendo?"
Roberto tentou falar, mas as palavras pareciam presas em sua garganta. Ele engoliu seco, o medo dominando seus sentidos. "Eu... eu posso explicar," começou, mas Marcos interrompeu com uma risada alta e perturbadora.
"Explicar? Ah, claro, por favor, explique-me como você decidiu meter sua pica na minha esposa," disse Marcos, o tom de sua voz oscilando entre a raiva e um humor cruel. "Laura, minha querida esposa putinha," ele se voltou para ela, "quanto tempo você vem me traindo com esse filho da puta?"
Laura, tremendo, tentou se cobrir com o lençol, mas Marcos o arrancou dela com um movimento brusco. "Não se esconda agora, sua vagabunda," ele gritou. "Quantas vezes você gozou para ele? Quantas vezes você mentiu para mim, olhando nos meus olhos, enquanto estava fodendo com esse cara pelas minhas costas?"
Ela soluçou, tentando desesperadamente encontrar uma resposta. "Marcos, por favor, me escuta," ela começou, mas ele a interrompeu novamente, desta vez com um grito ainda mais alto.
"EU QUERO SABER A PORCARIA DA VERDADE!" ele berrou, a arma agora apontada diretamente para Roberto. "Quantas vezes? Onde mais vocês transaram? Me contém cada maldito detalhe."
Roberto, suando frio, tentou ganhar tempo. "Marcos, nós... só foram algumas vezes," disse ele, mas a resposta apenas inflamou ainda mais a fúria de Marcos.
"Algumas vezes? ALGUMAS VEZES?" Ele riu, uma risada sem alegria que ressoou pela sala. "Eu ouvi você metendo nela como se fosse um animal. Eu vi tudo," ele apontou para um ponto no teto, onde uma pequena câmera estava camuflada. "Vocês dois são uns imbecis. Eu tenho tudo gravado."
O choque nos rostos de Laura e Roberto eram evidentes. "Sim," continuou Marcos, "eu sei de cada encontro, cada mensagem, cada gemido. Vocês acham que eu sou idiota?"
Laura chorava abertamente agora, as lágrimas escorrendo pelo rosto. "Marcos, eu sinto muito," ela disse, sua voz quebrada pelo desespero. "Eu... eu fui fraca. Eu não sei o que me deu."
Marcos se aproximou da cama, a arma ainda firme em sua mão. "Fraca? Você foi fraca?" Ele riu novamente, um som perturbador e insano. "Você acha que isso é fraqueza? Isso é traição, é maldade pura." Ele olhou para Roberto, que estava congelado de medo. "E você," ele disse com desprezo, "como se sente sabendo que eu posso te matar aqui e agora?"
Roberto balbuciou, incapaz de formular uma resposta coerente. "Marcos, por favor, não faça isso," ele implorou. "Eu... eu não queria que isso acontecesse. Foi um erro."
"Erro?" Marcos gritou, sua voz atingindo um tom quase histérico. "Você meteu na minha esposa repetidamente e chama isso de erro? Seu canalha, seu desgraçado." Ele começou a andar de um lado para o outro, a expressão no rosto oscilando entre raiva e um estranho deleite. "Eu poderia acabar com vocês dois agora mesmo," ele disse, a voz baixando para um sussurro ameaçador. "Mas onde estaria a diversão nisso?"
Laura e Roberto estavam paralisados de medo, cada movimento de Marcos os deixando ainda mais apavorados. "Vamos brincar um pouco," ele disse finalmente, um sorriso cruel se formando em seus lábios. "Vamos ver até onde vai a coragem de vocês."
Ele pegou a garrafa de vodca do chão e deu outro gole, o líquido ardendo em sua garganta. "Vamos lá, Roberto," ele provocou, "você gosta tanto de foder minha esposa. Me mostra como você faz isso. Quero ver de perto." Ele apontou a arma para eles, o sorriso sinistro nunca deixando seu rosto.
"Marcos, por favor," Laura implorou, "não faça isso. Vamos conversar, resolver isso de outra maneira."
"Resolver?" Ele riu novamente. "Não há mais nada a resolver. Agora, é só o caos. Vamos ver como vocês se saem quando estão sob a mira de uma arma. Vamos ver quanto tempo vocês conseguem manter essa coragem fajuta."
O silêncio no quarto era esmagador, interrompido apenas pelos soluços de Laura e pela respiração pesada de Roberto. A tensão era insuportável, cada segundo se estendendo como uma eternidade. Marcos estava no controle, e ele sabia disso. E com cada palavra, cada gesto, ele aprofundava o terror nos corações dos dois amantes.
"Então, vamos lá," disse Marcos, a voz carregada de ironia. " Vamos lá, então, esqueçam a foda, é óbvio que não tenho o menor interesse em vê-los trepando. Quem vai ser o primeiro a falar? Quem vai me contar exatamente o que aconteceu, desde o início? Porque eu estou disposto a ouvir. Muito disposto." Ele se sentou em uma poltrona próxima da cama, a arma ainda apontada para eles, e esperou.
"Amor," disse Laura, "eu..."
Marcos a interrompeu com um grito feroz. "Amor porra nenhuma! Eu quero saber exatamente como caralho esse caso entre vocês se iniciou e quero saber agora! Caso contrário, vou começar a causar dor em ambos. Falem, porra, falem seus malditos!"
Laura, chorando, tentou argumentar. "Marcos, você já nos flagrou, para que isso?"
"É cara, olha só, somos todos adultos aqui, vamos nos acalmar," disse Roberto, tentando se afastar da cama.
Marcos, percebendo a tentativa de Roberto, o interrompeu. "Nem pense em sair dessa cama, seu puto desgraçado!" Ele levantou-se, apontando a arma para a cabeça de Laura. "Acho que vocês ainda não entenderam a gravidade da situação aqui. Sente-se aí, seu merda!" ordenou Marcos a Roberto, que obedeceu imediatamente, parecendo um cachorrinho assustado.
Marcos voltou a sentar-se na poltrona, mantendo a arma apontada para a esposa enquanto andava de costas. "Agora, vocês dois tirem no par ou ímpar quem vai começar a me contar o que quero saber."
Laura e Roberto, com os olhos arregalados, fizeram como ordenado. Laura ganhou, e Marcos sorriu com um deleite sinistro. "Bom, bom, bom. Agora, putinha, comece a falar. Relate com detalhes sórdidos a safadeza que fez comigo desde o início, e você, Roberto, nem um piu. Apenas ouça. Depois que essa ordinária falar, será sua vez."
Laura, tremendo, começou a falar. "Tudo começou há cerca de oito meses," disse ela, tentando manter a voz firme. "Roberto e eu trabalhamos juntos no escritório de arquitetura. No início, eram só conversas normais de trabalho, mas logo se tornaram mais íntimas. Um dia, depois do expediente, nós fomos tomar um café e, ali, começamos a nos abrir um para o outro."
Marcos interrompeu, seus olhos ardendo de raiva. "E então? Um café e vocês decidiram foder? Continua, quero saber tudo."
Laura engoliu em seco e continuou. "Nós começamos a trocar mensagens fora do trabalho. As conversas se tornaram cada vez mais pessoais e, eventualmente, íntimas. A primeira vez que ficamos juntos foi em um motel. Eu sabia que estava errado, mas a atenção dele me fez sentir desejada de novo."
Marcos grunhiu, mas a deixou continuar. "Depois disso, começamos a nos encontrar regularmente. Nós nos encontrávamos em motéis, hotéis, até alugamos alguns lugares pelo Airbnb. Eu sabia que estava errado, mas não conseguia parar. Cada encontro era um misto de culpa e prazer. Nós só começamos a nos encontrar aqui em casa alguns meses depois, quando eu me sentia mais segura de que não seríamos descobertos."
Marcos respirava pesadamente, tentando controlar a raiva. "Então foi assim que começou? E depois, o que aconteceu?"
Laura fechou os olhos, lágrimas escorrendo pelo rosto. "Depois que começamos a nos encontrar aqui em casa, foi difícil parar. Cada vez que você estava fora ou ocupado, ele vinha aqui. Transávamos em vários lugares da casa: no sofá, na cozinha, até mesmo aqui na nossa cama. Inclusive, foi aqui que você nos flagrou. Eu sabia que estava errado, mas não conseguia parar."
Marcos se levantou de repente, fazendo Laura e Roberto estremecerem. "Você é uma puta desprezível," ele disse, a voz baixa e ameaçadora. "E você, Roberto, é um desgraçado por tocar na minha mulher. Agora é a sua vez. Conta sua versão da história, e não tente mentir."
Roberto, pálido e suando, começou a falar. "É como ela disse, Marcos. Nós nos conhecemos no trabalho e começamos a conversar. Eu sabia que ela era casada, mas não consegui resistir. Ela estava tão... tão vulnerável e linda. Eu me aproveitei disso, eu sei. Foi errado. Cada vez que estávamos juntos, eu sabia que estava traindo sua confiança."
Marcos bufou, a raiva pulsando em suas veias. "Então você sabia que estava errado e continuou mesmo assim? Você é um covarde desprezível. Agora, me digam, alguma vez vocês pensaram nas consequências? Pensaram em como isso me afetaria?"
Laura, soluçando, balançou a cabeça. "Eu... eu só pensava no momento. Eu nunca pensei que você descobriria. Me perdoe, Marcos, eu estava cega."
"Perdoar?" Marcos riu amargamente. "Perdoar vocês? Vocês acham que merecem perdão? Isso não vai acabar bem para nenhum de vocês."
Ele se aproximou da cama, a arma ainda firme em sua mão. "Agora, eu quero saber mais. Quero saber cada detalhe nojento. Fala, Laura, quantas vezes ele meteu em você aqui, na minha casa?"
Laura hesitou, mas sabia que não tinha escolha. "Muitas vezes, Marcos. Não consigo contar. Cada vez que você estava fora, nós nos encontrávamos aqui. Ele vinha à noite, e nós transávamos até de madrugada. Fizemos em todas as posições possíveis: de quatro, em pé, na mesa da cozinha. Ele era bruto, Marcos, ele me tratava como uma boneca. Eu me sentia viva, mas ao mesmo tempo suja."
Laura relatava com a voz trêmula, forçada pelo olhar severo de Marcos, que a pegara em flagrante com Roberto. Sentia uma mistura de vergonha e medo, mas sabia que não tinha escolha senão contar cada detalhe sordidamente.
"Um dia, eu estava na sala, sentada no sofá, mexendo no celular, quando Roberto chegou. Ele parecia tenso, como se estivesse segurando algo dentro dele há muito tempo. O desejo estava estampado em seus olhos. Sem dizer uma palavra, ele se aproximou e me puxou para perto. Senti a dureza da sua rola contra minha barriga, o que me fez perder o fôlego. Suas mãos deslizaram pelo meu corpo, arrancando minha roupa peça por peça, como se não pudesse esperar mais um segundo.
Ele me beijou com uma intensidade que eu nunca tinha sentido antes. Seus lábios eram firmes e suas mãos ágeis, explorando cada centímetro do meu corpo. Ele me levantou e me levou para a cozinha, onde me colocou em cima da mesa. Eu senti o frio da superfície de mármore contra minha pele quente. Ele abriu minhas pernas com uma confiança arrebatadora e começou a me chupar. Sua língua deslizava pela minha buceta, enquanto seus dedos me penetravam com uma força que me fazia gemer alto. Eu não conseguia controlar meus sons, era como se meu corpo tivesse assumido o comando.
Na cozinha, ele me fez gozar várias vezes com a sua boca e seus dedos. Eu podia sentir a intensidade do prazer crescendo dentro de mim, cada movimento seu me levava mais perto do limite. Quando finalmente me deixou descer da mesa, eu estava tremendo. Mas ele não tinha acabado. Ele me virou de costas, me empurrando contra a parede. Eu podia sentir seu pau duro pressionando contra minha bunda enquanto ele se posicionava atrás de mim. Sem aviso, ele me penetrou com força, fazendo com que eu arfasse de surpresa e prazer.
As investidas de Roberto eram ritmadas e intensas, cada uma mais profunda que a anterior. Eu podia sentir seu pau preenchendo cada parte de mim. A cozinha estava cheia dos sons de nossas respirações pesadas e dos gemidos que não podíamos controlar. Ele puxava meu cabelo, forçando-me a olhar para trás, e eu via o desejo bruto em seus olhos. Cada movimento era calculado para me levar ao limite, e ele sabia exatamente onde tocar, onde beijar, cada gesto dele me deixava louca.
Depois de transarmos na cozinha, ele me pegou no colo e me levou para o quarto. Lá, me jogou na cama e subiu em cima de mim, seu corpo quente contra o meu. Ele me penetrou novamente, dessa vez com mais calma, mas com a mesma intensidade. Eu podia sentir cada centímetro dele dentro de mim. Ele se movia de forma ritmada, seus olhos fixos nos meus. O quarto estava impregnado com o cheiro do sexo, uma mistura de suor e desejo.
A cada investida, eu sentia uma onda de prazer que tomava conta de mim. Seus movimentos eram precisos, ele sabia exatamente como me levar ao êxtase. Eu gritei seu nome várias vezes, incapaz de conter a avalanche de sensações que me consumia. Ele também estava no seu limite, eu podia ver nos olhos dele, o prazer se acumulando até que finalmente, com um gemido profundo, ele gozou dentro de mim.
Mesmo depois disso, não paramos. Ele me virou de lado e continuou, seu pau ainda duro e pulsante. Transamos de todas as formas possíveis naquela noite, explorando cada canto dessa casa. Na sala, no chão da cozinha, no banheiro, no corredor. Ele me pegou de todas as maneiras, cada posição trazendo uma nova onda de prazer.
Eu sabia que era errado, que estava traindo você, Marcos, mas o desejo era incontrolável. A forma como ele me tocava, como me fazia sentir, era algo que eu não podia resistir.
Marcos, eu juro que não foi planejado. Meu caso extraconjugal com o roberto foi inevitável. Mas eu não posso negar que foi intenso, que cada segundo foi cheio de prazer. Eu sinto muito por ter te machucado assim, mas é a verdade. Eu fui pega pelo desejo, pela paixão, e não consegui resistir. Por isso estou aqui, contando tudo, como você pediu, esperando que de alguma forma você entenda e possa me perdoar, embora eu saiba que isso é pedir demais."
Marcos riu novamente, uma risada perturbadora. "E você, Roberto, gostava de ouvir ela gemendo para você? Gostava de saber que estava fazendo ela trair o marido?"
Roberto abaixou a cabeça, incapaz de olhar para Marcos. "Eu... eu me sentia culpado, mas ao mesmo tempo excitado. Era errado, mas eu não conseguia parar."
Marcos foi em direção ao colega de trabalho da esposa, a arma quase tocando a testa de Roberto. "Excitado? Você se excitava traindo um amigo? Você é um verme, Roberto. Um verme que merece ser esmagado."
O silêncio no quarto era sufocante, a tensão quase insuportável. Laura e Roberto estavam aterrorizados, esperando pelo próximo movimento de Marcos. Ele, por sua vez, estava saboreando o momento, a fúria e o poder fervilhando dentro dele.
"Agora, vamos continuar," disse Marcos, a voz baixa e controlada. "Laura, quero saber mais detalhes. Quero saber como você gozava para ele. Quero saber como ele te fazia sentir."
Laura, tremendo, começou a falar novamente. "Ele era... bruto, como já relatei. Ele me pegava com força, me jogava de um lado para o outro. Eu me sentia desejada, como nunca me senti antes. Cada vez que ele entrava em mim, eu sentia um prazer intenso, quase doloroso. Eu gritava, gemia alto, porque ele me fazia sentir coisas que eu nunca senti antes, desculpe, amor. Você queria a verdade, essa é a verdade, lamento"
Marcos olhou para Roberto com desprezo. "E você, Roberto, gostava de ouvir ela gemendo para você? Gostava de saber que estava fazendo ela trair o marido? Já perguntei isso, mas responda de novo, seu infeliz".
Roberto tentou falar, mas as palavras saíram trêmulas. "Sim, Marcos. Eu gostava. Eu me sentia no controle. Mas agora, eu só sinto arrependimento."
Marcos deu uma risada sombria. "Arrependimento? Isso não vai te salvar, Roberto. Nada vai. E você, Laura, acha que merece meu perdão depois de tudo isso?"
Laura balançou a cabeça, lágrimas escorrendo pelo rosto. "Sim, Marcos. Eu mereço. Eu fiz uma coisa horrível. Mas me perdoe, por favor."
"Perdão?" Marcos gritou, sua voz ecoando pelo quarto. "Vocês acham que isso é um jogo? Eu perdi tudo por causa de vocês. Minha confiança, meu amor, minha vida. E agora, vou fazer vocês pagarem por isso."
Ele gritou, gritou muito, sua arma estava encostada na cabeça de Roberto. "Vocês vão aprender o que é dor, o que é traição. E vou começar agora. Levante-se, Roberto."
Laura gritou, "Por favor, Marcos, não!"
Marcos, tomado pela raiva, deu uma coronhada em Roberto, que ficou meio atordoado, o sangue logo começou a escorrer de sua testa. Antes que Roberto pudesse se recuperar, Marcos desferiu uma joelhada violenta em seu saco, fazendo Roberto desabar no chão com um gemido de dor.
Laura gritou, desesperada, mas Marcos rapidamente levantou o dedo indicador da mão esquerda para a boca, fazendo aquele sinal universal de silêncio. "Shhh," ele sussurrou com um olhar frio e mortal. Em seguida, Marcos começou a pisar em Roberto, que estava contorcido de dor no chão.
Roberto gemia, tentando falar entre os gritos. "Para, cara, porra, para!"
Marcos, ignorando os pedidos, continuava a desferir chutes impiedosos. "Parar? Parar? Eu te recebi na minha casa! Eu te tratei com cordialidade! Nós nos tornamos amigos, seu bosta!"
Cada chute era acompanhado de um grito de dor de Roberto. "E você estava comendo minha mulher, seu puto desgraçado! Toma! Toma! Toma!"
Laura estava em pé, imóvel, lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela chorava incontrolavelmente, paralisada pelo terror da cena que se desenrolava diante dela. Ela não conseguia se mexer, não conseguia pensar, apenas assistir, impotente.
Marcos finalmente parou, ofegante, seu rosto contorcido de dor e raiva. Roberto estava fazendo os barulhos característicos de alguém que estava sentindo muita dor, tanto física quanto emocional. Ele olhou para Roberto, que estava caído no chão, gemendo e tentando recuperar o fôlego.
"O que você tem a dizer agora, Roberto? Nada, né? Porque você é um covarde. Um traidor. Um lixo." Marcos cuspiu no chão ao lado de Roberto, seu desprezo evidente.
Roberto apenas gemia, incapaz de responder. Laura soluçava, sem saber o que fazer. O silêncio no quarto era quase ensurdecedor, quebrado apenas pelos sons de dor de Roberto e os soluços de Laura.
Marcos, ainda ofegante, virou-se para Laura. "E você, Laura? O que você tem a dizer por si mesma? O que você acha que merece depois de tudo isso?"
Laura balançou a cabeça, as palavras presas em sua garganta. Ela não sabia o que dizer, como se defender. Ela estava aterrorizada, perdida.
Marcos deu um passo para trás, tentando recuperar o controle de suas emoções. "Eu não sei o que vou fazer com vocês dois," ele disse, sua voz baixa e ameaçadora. "Mas sei que não vou esquecer isso. Nunca."
"Levanta, Roberto," Marcos ordenou com uma voz carregada de desprezo. Roberto, com dificuldade, conseguiu se erguer, mas seus movimentos eram desajeitados e doloridos. Ele se sentou na cama, tentando se recompor, enquanto Marcos se aproximava, sua presença imponente preenchendo o quarto.
"Eu sou de origem humilde," Marcos começou, o tom de sua voz ainda carregado de raiva e frustração. "Tudo que conquistei na vida foi através de muito esforço e dedicação. Não sou herdeiro de nada. Meritocracia, já ouviram falar, seus merdas? Meritocracia é quando o sucesso de alguém é baseado no seu esforço, nas suas habilidades, no que realmente faz e conquista, e não por causa de riqueza ou conexões. Esse sou eu, um guerreiro, um batalhador. Na minha vida, nada foi me dado de mão beijada. Eu tive que ir atrás, porra.
Ele fez uma pausa, olhando para Roberto, que estava cabisbaixo e com o olhar fixo no chão. "Meus pais vieram do Nordeste para São Paulo, tentando dar uma vida melhor para mim e para meus irmãos. Eu estudei em escola pública, sempre foquei nos estudos, e meus pais, mesmo com pouco instrução, sempre tiveram uma sabedoria que transcendeu a falta de instrução formal. Eles sempre disseram: 'Estudem, se esforcem. Sua mãe e eu não tivemos escolha, então vocês devem buscar o que nós não conseguimos.'"
Marcos continuou, sua voz um pouco mais controlada, mas ainda carregada de emoção. "Lembro disso como se fosse ontem. Quando éramos pequenos, meus pais nos disseram para estudar, se esforçar e conquistar o que eles não puderam. E eu fiz isso. Trabalhei duro, construí meu negócio do zero. Não sou um magnata, mas tenho uma vida confortável, uma vida que meus pais nunca puderam me proporcionar."
Ele olhou para Laura, que estava em pé, chorando e sem saber como reagir. "E você, Laura," Marcos disse, a raiva ainda evidente em sua voz. "Você usufrui disso. Eu te dei tudo o que você precisava. Uma vida confortável, oportunidades para os nossos filhos. E agora, você me trai com um colega de trabalho? Com alguém que eu recebi em minha casa como um amigo? Como você pôde?"
A raiva de Marcos era quase palpável. Ele caminhou de um lado para o outro, tentando controlar a intensidade das emoções que sentia. "Eu fiz tudo isso para garantir que nossos filhos tivessem um futuro melhor. Que eles pudessem ter tudo que eu não tive. E agora, eu vejo tudo isso se desmoronando por causa de um caso. Por causa de uma traição que não tem explicação."
Marcos se virou novamente para Roberto, que estava sentado na cama, tentando se recompor. "Eu te recebi na minha casa, com camaradagem. Te tratei como um amigo, e você estava comendo minha mulher. Como você pode fazer isso? Como você pode me trair dessa forma?"
Ele olhou para Laura, que ainda estava em pé, com lágrimas escorrendo pelo rosto. "Você não tem ideia do que é conquistar algo do zero, trabalhar duro e construir uma vida. Tudo o que eu fiz, eu fiz para dar a você e aos nossos filhos uma vida melhor. E você, ao invés de valorizar isso, destruiu tudo por causa de um caso."
A voz de Marcos começou a vacilar, a dor e a frustração claras em cada palavra. "Eu estou furioso. Não apenas pela traição, mas pelo fato de que tudo o que eu construí, toda a confiança que eu coloquei em você, foi destruída. E agora, vocês vão me dizer tudo. Não há mais espaço para mentiras. Eu quero saber cada detalhe."
Mas antes de vocês continuarem, eu quero falar algumas coisas.
Marcos foi até a poltrona, pegou a garrafa de vodca e deu um gole. Ele fazia isso sem tirar os olhos da esposa infiel e do Roberto. Então, ele falou:
"Bom, Laura, sua puta, você me confessou que iniciou a porra desse caso com esse merda," Marcos falou isso apontando para o Roberto, “há oito meses. Eu descobri há quatro meses. Portanto, vocês me fizeram de idiota por quatro meses. Então, quando contratei um detetive particular, um muito bom por sinal, ele não demorou muito para descobrir o que eu já desconfiava. Mas eu pedi para que ele continuasse a ficar de olho nos dois. Ele então tirou muitas fotos de vocês, filmou e informou cada lugar que vocês iam. Há fotos e vídeos muito interessantes, como no shopping, vocês dois felizes, andando de mãos dadas como se fossem um casal. Bem, perante as pessoas que estavam lá, vocês eram mesmo. O detetive tirou fotos de vocês tomando sorvete, se beijando e fazendo outras merdas."
Nesse momento, Marcos tirou o celular do bolso e começou a mostrar as fotos. Ele dizia, apontando o celular para eles e mostrando:
"Olhem aqui, seus vermes, olhem aqui! Agora eu pergunto, seus vermes: vocês merecem perdão? E eu mesmo respondo: é claro que não."
Roberto tentou falar alguma coisa, mas Marcos falou:
"Calado! Eu coloquei escutas por toda a casa. Tem câmeras escondidas em diversos pontos desta residência, sabiam? Até no seu carro tem escuta, Laura."
Laura arregalou os olhos quando Marcos falou isso.
"No meu... no meu carro?" disse ela, espantada.
"Sim, sim, no seu carro." E então Marcos prosseguiu: "E sabe o que é mais curioso nisso? Curioso? Não, curioso não, macabro. Em uma dessas conversas, você e esse idiota do Roberto estavam conversando sobre uma forma de me matar."
Quando Marcos disse isso, Laura e Roberto se olharam, e ficou nítido que eles sabiam que as coisas agora estavam bem, mas bem complicadas para eles. Parece que nesse momento a ficha caiu.
Querem saber? Eu mudei de ideia. Não quero mais ouvir nada que sai da boca de vocês. Eu sei por que fizeram isso: por ganância. Você e eu, Laura, nos casamos com separação total de bens. Lembra-se disso, sua vagabunda? - perguntou Marcos.
"Casamento com separação total de bens é um regime em que cada cônjuge mantém a propriedade exclusiva dos bens que possuía antes do casamento, bem como dos bens adquiridos individualmente durante o matrimônio. Nesse regime, os bens não se comunicam, ou seja, não se tornam propriedade comum do casal. Cada um administra e é responsável pelos seus próprios bens de forma independente."
"Você sabe disso. Então, juntamente com esse patife," Marcos apontando para o Roberto, "vocês combinaram de dar um jeito de acabar comigo. Assim, dessa forma, você sendo viúva tem direito à herança, conforme a legislação vigente. Apesar de os bens serem administrados separadamente durante o casamento, no caso de morte de um dos cônjuges, o cônjuge sobrevivente é considerado herdeiro necessário e possui direito a uma parte dos bens do falecido. Mas eu não morri, então essa porra de plano já era." Marcos fez sinal de negativo com o dedo, andou para um lado e para o outro e falou:
"Você, putinha, não ficará com nada do que é meu. Eu tenho provas de que vocês dois estavam tramando para me matar, e com isso, é claro, a guarda dos meus filhos ficará comigo."
Laura decidiu partir para cima de Marcos, falando:
"Seu desgraçado, filho de uma puta, eu vou..."
Antes de concluir o que queria, Marcos, alto e forte, acertou nela um tapaço que a fez cair no chão.
"Ficou nervosa, esposinha?" disse Marcos com um tom irônico, abaixando-se próximo a ela e pegando nos seus cabelos e puxando. "Você acabou com a nossa família, não eu." Após falar isso, ele se levantou e concluiu:
"Well, well, well, Roberto, você e a Laura serão presos. Não pela traição, porque isso não é crime, mas por quererem acabar comigo. Suas carreiras serão prejudicadas, suas vidas destruídas."
Laura, de joelhos e arrastando-se em direção a Marcos, falava:
"Amor, amor, por favor, por tudo que é mais sagrado, não faça isso."
Conforme ela chegava perto, Marcos se afastava.
"Chega dessa conversa. O Manuel, delegado, um amigo meu que você conhece muito bem, Laura, já está ciente do caso. Ligarei para ele agora e ele virá aqui."
O tempo passou até que o delegado Manuel chegou. Claro que Marcos teve uns probleminhas, afinal ele agrediu Roberto e sua esposa Laura, mas quem vai se dar mal mesmo é Laura e Roberto.
Enquanto Manuel ouvia as explicações e observava as evidências que Marcos havia coletado, a gravidade da situação ficava cada vez mais clara. Laura e Roberto não apenas traíram Marcos, mas também conspiraram para tirar sua vida. A polícia recolheu as gravações das conversas comprometedoras, as fotos e os vídeos que documentavam o caso extraconjugal e a tentativa de assassinato.
Marcos sabia que sua agressão física contra Laura e Roberto não seria ignorada. Ele foi conduzido à delegacia para prestar depoimento e responder pelo que fez, mas a certeza de que Laura e Roberto enfrentariam consequências muito mais sérias lhe dava uma sensação de justiça. Com as provas do plano macabro de Laura e Roberto para matá-lo, ficou claro que Marcos agiu em legítima defesa ao proteger sua própria vida e a guarda de seus filhos.
O plano de Laura e Roberto para matar Marcos foi o principal foco das investigações. A polícia não teve dificuldade em ver que a conspiração deles era uma ameaça real à vida de Marcos. Além da infidelidade, eles estavam prontos para cometer um crime muito mais grave. O fato de Laura e Roberto estarem dispostos a matar por dinheiro e liberdade foi o que mais pesou contra eles.
A agressão física de Marcos contra Roberto e Laura foi, sem dúvida, um problema, mas o delegado Manuel compreendeu a intensidade das emoções envolvidas. Marcos foi avisado de que teria que responder por isso, mas a ênfase foi colocada na conspiração criminosa que Laura e Roberto arquitetaram. Quanto à guarda dos filhos, ficou claro que Laura não poderia mais ser considerada uma figura confiável. Marcos usaria todas as evidências para garantir que seus filhos ficassem sob sua proteção.
Refletindo sobre o caso, é possível ver como a ganância e a traição podem levar as pessoas a cometerem atos impensáveis. Marcos foi vítima de um plano terrível, mas conseguiu expor a verdade e proteger sua vida e a de seus filhos. Laura e Roberto, por outro lado, deixaram-se consumir por seus desejos egoístas, e agora enfrentariam as consequências de suas ações. A justiça, embora tardia e complexa, estava sendo feita. O caso de Marcos serve como um lembrete sombrio dos perigos do engano e da ambição desmedida.
Fim.
Conto erótico inspirado no filme intitulado Adulterers de 2015. Na verdade, essa segunda parte foi inspirada no filme. Obviamente, mudei inúmeras coisas. Aos leitores e leitoras, um grande abraço.