A amizade entre os leões é construída por meio da convivência e da confiança mútua. Os predadores formam laços fortes e duradouros, demonstram companheirismo e protegem uns aos outros, mostrando que a união é essencial para o bem-estar da espécie.
«Amizade é um laço de amor
Que aquece o coração
É um tesouro que perdura
Não importa a situação»
Capítulo 4: «Almeida, Daniel.»
O meu nome é Daniel Almeia e sou o rei da escola. Todo mundo quer um pedaço de mim, e aqueles que disserem que não querem, bem, estão mentindo. Tenho tudo o que poderia desejar: um lindo rosto, um corpo atlético e todo o dinheiro do mundo. Além disso, tenho o poder sobre todos os fracassados na escola, ou seja, a maioria dos alunos.
Há somente duas pessoas que odeio com toda a alma: o meu pai e o Tiago.
O meu pai prioriza o trabalho enquanto sou deixado em segundo plano e isso acaba comigo! Tento impressioná-lo em praticamente tudo e ele nem sequer enxerga o meu esforço.
Agora, tratando-se do Tiago, ou melhor, «Tiagordo», é um caso delicado. Eu não o odeio por ele ser gordo ou ridículo, mas sim porque ele é amado e apreciado pelos pais. Todo ano acontece a tradicional «Feira de Ciências» na escola e sempre ganho a medalha de ouro, contudo, ela não tem valor algum para mim, já que o meu pai nunca presenciou a minha vitória! Embora a aberração gorda ganhe apenas a medalha de participação, os pais dele o abraçam e também o beijam como se ele fosse o grande vencedor e eu não posso aceitar isso, caralho!
Aquela baleia nojenta é admirada pelos seus pais enquanto eu, o «Leão» mais gostoso, não recebo nem uma porra de parabéns do meu próprio pai? Não admito isso! Exatamente por isso que o odeio, entretanto, jamais confessarei o real motivo para algum amigo, nem mesmo para o Samuelito. Eles pensam que desprezo o Tiagordo devido ao seu peso, personalidade e até seu jeito viado de ser, porém, a verdade somente eu sei!
A existência do Tiago é apenas um aborrecimento para mim, cacete! Faço questão de lembrá-lo disso todos os dias na escola, sempre o humilho e faço de sua vida um inferno. Hoje mesmo, dei um forte tapa na cara dele que o fez cair igual uma peça de dominó. É tão prazeroso tê-lo debaixo dos meus pés!
Ao chegar em casa, logo após uma manhã animada na escola, mandei imediatamente uma mensagem para o meu pai perguntando se ele almoçaria comigo. Como já mencionei, raramente o vejo, pois ele está sempre ocupado com o trabalho, contudo, crio falsas expectativas e toda vez acabo me chateando.
Acreditei cegamente que almoçaríamos juntos na tarde de hoje e quebrei a cara quando recebi a mensagem de meu pai dizendo que infelizmente ele não viria.
Irritado, decidi enviar-lhe uma mensagem de voz!
«Você nunca tem tempo para mim, papai! Há meses que não nos sentamos e comemos como uma família! Você apenas valoriza o seu trabalho e ignora o seu próprio filho. Eu te odeio, papai!»
Sem hesitar, joguei o meu celular no sofá e gritei para as empregadas peitudas servirem a minha comida. Sentei-me e aguardei a criadagem trazer o prato principal (macarronada) e os acompanhamentos (salmão grelhado, creme de milho e legumes), que pareciam mais deliciosos do que nunca.
Reclamei estar com sede e uma das criadas saiu da cozinha correndo, tentando equilibrar a bandeja com o suco de laranja. Ela tropeçou e acabou derramando o líquido tanto na mesa quanto em mim. Não contive a raiva, porra!
«Sua vadia desajeitada! Veja o que você fez! Não sabe andar, não!? Está demitida!» Gritei com ela, com todo o meu pulmão.
Observei as suas mãos trêmulas e as lágrimas se formando em seus olhos.
«Por favor, senhor, eu sinto muitíssimo! Preciso deste trabalho, pois meus pais estão doentes. Por favor!» Implorou ela, tentando limpar a bagunça.
Não pude deixar de rir.
«Se você quer continuar trabalhando aqui, terá que chupar o meu pau até eu gozar! Você tem exatamente trinta segundos para fazê-lo ou irei jogá-la na rua!» Ameacei.
A expressão de desespero em seu rosto só alimentou a minha diversão. Ela hesitou por um momento, porém logo foi para debaixo da mesa e abriu o meu zíper. Gemi alto quando a sua boca encontrou o meu pau e assim repousei os braços atrás da cabeça.
A empregada estava com a língua tão afobada que me fez gozar em dois minutos.
«Percebeu como foi fácil salvar o seu doce emprego, Fernanda? Apenas tenha mais cuidado, entendeu? Agora vá limpar essa cara toda gozada!» Ordenei e ela obedeceu imediatamente.
Peguei o meu prato e fui comer no sofá, porém quando me sentei, derramei um pouco de suco no chão.
«Bárbara, venha aqui!» Chamei a criada.
«Estou às suas ordens, patrão!» Ela disse, ansiosa.
«Limpe o suco do chão com a sua língua!» Exigi, apontando o lugar exato.
«Co-como quiser!» Ela gaguejou e rapidamente se ajoelhou, terminando a limpeza em segundos.
«Gostei de você. É ágil e caprichosa. Pegue o seu bônus, querida!» Elogiei e enfiei uma nota de duzentos reais no seu decote, fazendo-a corar.
Adoro humilhar a criadagem! Senti que a minha alma obscura precisava de mais entretenimento, então fui até a piscina e observei o piscineiro terminar a manutenção dela. Acenei para ele e sorri, portanto, uma ideia já estava formada em minha mente deturpada.
«Boa tarde, senhor Daniel!» O homem, por volta dos trinta anos, cumprimentou-me.
«Serei direto, Carlos. Mostre o seu cu para mim e darei a você duzentos reais!» Propus, confiante.
O piscineiro olhou para mim com um misto de raiva e nojo, contudo, tirei da minha carteira a lendária nota acinzentada e ele se virou e arriou as calças. Comentei estar satisfeito e o homem do cu peludo, visivelmente constrangido, pegou a cédula e foi embora.
Caminhei em direção ao meu quarto e deitei na cama, verificando as notificações do celular. Observei as mensagens de desculpas de meu pai e também a notificação de recebimento de quinhentos reais pelo Pix.
Joguei o meu telefone na cama, sentindo uma onda gigantesca de raiva em todo o meu ser. O meu próprio pai depositava dinheiro em minha conta para compensar a sua ausência em minha vida!
Olhei ao redor do meu quarto, tentando me distrair. Encarei as paredes decoradas com pôsteres das minhas bandas favoritas e as estantes cheias de livros que já havia lido inúmeras vezes.
Respirei fundo e soltei um suspiro, relaxando os meus músculos. De repente, o meu telefone acendeu com uma notificação de videochamada de meu melhor amigo Samuel.
Sorri e aceitei a ligação, ansioso para conversar com ele!
«E aí, parça!» O Samuel me cumprimentou com um grande sorriso.
«Oi, doce Sami!» Respondi, feliz em ver o seu rosto.
Conversamos sobre o nosso dia, discutindo os principais acontecimentos de hoje.
«Não acredito que o meu pai não veio almoçar comigo de novo, amigão!» Desabafei.
«Sinto muito, Dani. Eu sei o quanto cê tava esperançoso, mas se quiser, eu almoço contigo da próxima vez, parça! As suas empregadas são mó gostosas e o pai aqui ia comer elas em vez da comida!» Ele comenta, lambendo os lábios e fazendo algumas caretas.
O Samuelito sempre soube como me animar!
«Você é hilário demais!» Eu disse, gargalhando.
«O pai aqui sabe, Dani!» O meu amigo diz enquanto espalhava o cabelo.
Continuamos conversando sobre o meu pai e senti um aperto no peito. O Samuelito ouvia atentamente tudo o que eu estava desabafando e senti uma imensa gratidão por sermos melhores amigos. Ele sempre esteve ao meu lado, não importa o que acontecesse. Olhei fixamente para ele através da tela do celular e me deixei ser dominado pelas emoções.
«Eu amo você, meu querido amigo!» Exclamei, surpreendendo tanto ele quanto a mim mesmo.
Houve um silêncio constrangedor da parte dele, deixando-me preocupado por alguns instantes, contudo, o rosto de Samuel se abriu em um maravilhoso sorriso.
«Que lindo, Daniel! Eu também te amo, te amo e muito!» Ele diz, com lágrimas nos olhos.
«Por um momento pensei que me chamaria de gay.» Confessei, coçando a orelha esquerda.
«É serio que o grande Daniel Almeida pensou isso do pai aqui? Esperava bem mais de ti… A nossa amizade acabou pra sempre!» Debocha o Samuelito, provocando-me.
Revirei os olhos e ri.
«É uma pena, Sami. Agora que estou sem um melhor amigo, não tenho escolha senão implorar a amizade do Tiagordo!» Comentei, entrando na brincadeira.
«Ah! Falando no balofo… Dani, cê aceita foder ele comigo, tipo, ao mesmo tempo? Aí, a gente ganha a aposta junto. Que tal?» Ele pergunta, empolgado.
«Isso é contra as regras, amigão! Teremos apenas um vencedor!» Expliquei.
«Então quer dizer que cê já criou as regras da aposta e nem me contou, parça?» Ele questionou, com um olhar deprimido.
«Relaxa, Samuelito! Acabei de criá-las e você ficará informado, assim como todos, hoje à noite!» Respondi, dando uma piscada e estalando os dedos.
Seria uma experiência incrível compartilhar o Tiagordo com o meu melhor amigo, porém, sou muito competitivo e somente um de nós poderia vencer a aposta!
«Meu doce Sami, agora tomarei um banho e irei me arrumar para o curso. Vejo você à noite!» Avisei, rapidamente.
«Hoje é o curso de ADM ou de inglês?» Ele pergunta, tocando a testa com o dedo indicador.
«Se realmente fosse o melhor amigo, você saberia a resposta! Eu disse, irônico, deixando-o corado.
«Eu sei, caralho! Acho que… Porra… É o de administração!» O Samuelito gritou como se estivesse em um programa de televisão sobre conhecimentos gerais.
«Excelente, amigão!» Elogiei, dando um piscada.
Encerrei a ligação e fui até o banheiro. A água quente caía sobre os meus músculos e o sabonete percorria cada centímetro de meu corpo leonino.
Deem-me privacidade, doces leitores!
Continua…