Das Terras e além do Mar

Um conto erótico de Navegante Português
Categoria: Heterossexual
Contém 849 palavras
Data: 29/11/2022 14:34:14

Nos Idos de 1729 da graça de nosso Senhor, meu navio cortava os mares, Eu João Pereira de Brites era o primeiro Imediato do Navio Negreiro Madalena, em geral para essa atividade se empregava navios rápidos, e com grande capacidade de carga que empregavamos no comércio entre o Brasil e a Costa de África.

Para se fazer esse comércio notabilizava a necessidade de algumas coisas, a carta régia expedida pela Junta Comercial de Lisboa ou Salvador e um Foro da Companhia Geral de Comércio do Brasil, estabelecida anos antes quando da Restauração quando os Reis de Bragança monopolizaram o comércio, uma terceira porém pouco seguido a risca era a taxa especial dada a igreja por cada "peça" isto é escravo novo ou mocambo que traziamos as Américas devia ser cristão e batizado, navios maiores empregavam padres a bordo para essa questão ou então como os meus, pagam taxa quando embarcaram os negros ao capelão local que fazia o serviço.

O Capitão Duarte de Almeida Salgado havia feito fortuna nas Índias Orientais, um sem fim de batalhas e guerras naquelas partes que sangraram o povo português, vendo que a fortuna agora pendia para o negócio de escravos ele venderá seu quinhão que tinha em Goa e viera montar atividade nesse comércio que tantos pareciam querer tentar a sorte.

Embarcavamos as "peças" em São Paulo de Luanda, que a pouco tempo havia sido retomada dos Holandeses, e que suplantará São Jorge da Mina como principal ponto de coleta para o novo mundo, Os Negros quando eram oferecidos sempre estavam em plena Nudez, eu pouco sabia diferenciar um de outro mas Duarte tinha bons olhos para isso, mandando os dançar,correr e mostrar os dentes, assim verificava sua força e risco de doenças.

Cada Preto tinha função e sempre evitavamos trazer escravos da mesma nação ou tribo, para serviços braçais Minas ou Fulás eram os recomendados, serviços domésticos eram com os Guiné e as mulheres por serem mais altas e belas que os do restante sempre caiam na casa grande quando vendidas, eu mesmo me servia de uma Guiné para minhas necessidades, batizada como Teresa, uma negra forte de 1 metro e 60 com ancas firmes e belo traseiro, talvez ela tenha sido uma princesa para aquela gente, agora aquece minha rede e me acalenta nos dias rudes dos mares.

Duarte tinha necessidade de embarcar 200 peças para Salvador, e por isso levava no porão para negociar com os chefes de guerra vitoriosos que vendiam os seus para nós, rolos de fumo que era bem apreciada e sempre trocada a um bom preço, cachaça e melaço outro item altamente desejado nas tribos, e armas de fogo para que tribos como os N'Gonla continuem trazendo seu espólio de guerra até nossos fortes e praças de guerra a serem trocados, e por último porém pouco negociado são tecidos estampados de algodão ou linho, cujo oferta era sempre vendida a preços baixos.

Negros e Negras postos a ferros, subiamos com eles em pequenos barcos até nosso navio, sempre havia aqueles que tentavam escapar, uma última chance de liberdade, e as ordens eram de atirar em toda a carga se algum deles estivesse tentado a se socorrer a sorte ou a seus deuses tribais e pular no oceano, traziamos conosco 150 negros e 50 negras, eu sabia que franceses e ingleses preferiam por negros e negras para o trabalho mas evitavamos isso no Brasil, cada preto tinha serventia dizia Duarte, muitas dessas negras tinha sido vítimas de estupro, não sei se por obra de seus captores ou dos oficiais coloniais alojados nos fortes, mas se o acontecido era uma tragédia para elas, para nós era um bônus, pois havia a perspectiva de mão de obra extra no ventre delas, e apesar de Duarte ser veemente contra, os marujos a bordo também tinha essa prática nefasta, com um sem número de vezes um que ficasse de vigília tirasse uma negra de sua prisão e levasse para cima para praticar coito com ela, não que elas tivessem muita escolha quanto a isso.

Quando embarcados, recebiam a ferros quentes a marca do governo português e a marca de Duarte seu comprador, eram amontados em porões umidos e sujos, era ordem régia que sempre deviam estar arejados e limpos mas os navios que doravante eram chamados de tumbeiros nunca seguiam a regra, e não era incomum dada a má higiene e alimentos em pouca quantidade, morrer de 2/3 a 2/4 de uma carga na viagem, o que Duarte sempre se precavia comprando peças extras e estimulando os negros a comer, nem que precisasse usar a força para isso.

Estando prontos nossa marcha era soado com dois toques de apito, velas lubrificadas com óleo, e o navio escovado de cima a baixo com alcatrão e cordas novas,nossa primeira parada era o porto do Rio de Janeiro, que por conta do início do ciclo do ouro nas novas Minas Gerais sempre atraia o grosso da venda do mercado de escravos.

(No Próximo Capitulo, tentativa de estupro contra uma princesa da Guiné, ameaça de motim, e falta de alimento).


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Comentários

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Muito bom, nossa história, apesar de suas mazelas, é um excelente pano de fundo para construção de personagens interessantes.

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