UMA NOITE AGITADA

Um conto erótico de Cláudio Newgromont
Categoria: Heterossexual
Contém 1131 palavras
Data: 15/07/2022 17:37:26
Assuntos: Heterossexual

Paulo era muito gostoso. Conheci-o no escritório da fábrica onde trabalho. Ele era representante de um fornecedor, e sempre estava por lá. Muito gentil, não raro deixava bombons, canetas, lembrancinhas para as meninas, mas para mim ele entregava em mãos. Apesar de nada falar sobre o assunto, eu notava que ela era super a fim de mim, e eu estava ficando a fim dele também. Contei isso para Sônia, minha melhor amiga, confidente, quase-irmã; ela deu a maior força, sugerindo até que, se ele não se declarasse, eu o cantasse, o que descartei de imediato: tímida como eu sou, não tinha como.

Até que, numa sexta-feira, recebi uma mensagem dele, me convidando para jantar. Fiquei num misto de surpresa, alegria e apreensão: ele nunca havia falado diretamente sobre esse assunto, mas claro que o convite me deixou muito feliz, e eu já me via em seus braços, numa cama, com seu corpo dentro do meu. Ao mesmo tempo, eu me sentia apreensiva, já que nem o conhecia direito e já estava prestes a rolar uma transa. Minha xoxota clamava e me obrigava a aceitar. Foi novamente Soninha quem me acalmou e deu a maior força para que eu aceitasse, com a condição de lhe contar todos os mais “sórdidos” detalhes, no dia seguinte. Enfim... aceitei.

Na hora marcada nos encontramos no lugar combinado e fomos para um restaurante muito massa. Paulo mostrou-se super atencioso, simpático, sorridente. Encantei-me com ele e a cada toque de suas mãos nas minhas, sentia minha buceta derreter-se em líquido. Não tinha esperança de ser um compromisso, claro, mas, naquele momento o que eu queria era sentir o prazer que se prenunciava. O resto, via-se depois. Ou nem se via mais, tanto fazia...

Depois do jantar, fazendo uma pequena caminhada, já nos abraçamos, nos beijamos, nos roçamos, e senti seu pau duro. Eu deveria estar encharcada entre as pernas. Por isso vibrei quando ele sugeriu irmos para um “lugar mais tranquilo”. Ele escolheu um motel discreto, numa longa avenida, deserta àquela hora, mas que reconheci ser perto da casa de Sônia. Sorri com a coincidência e agradeci, intimamente, pela amiga maravilhosa que eu tinha.

Enquanto procurávamos localizar nosso quarto, notei o quanto a cerca que separava o motel do exterior era baixinha e com lacunas disfarçadas por rala vegetação – até comentei com Paulo sobre se aquele motel era seguro o bastante... Ele apenas sorriu, enquanto buscava o número da suíte.

Entramos e, ao fechar a porta do quarto, ele me pegou com uma firmeza que eu não havia experimentado até então, de sua parte. Colou sua boca na minha, mas não com a suavidade dos beijos de antes; pelo contrário, agora parecia que ele queria comer literalmente meus lábios. Tudo nele estava sendo força e ímpeto: arrancava com certa brutalidade minha roupa e a sua, pegou-me nos cabelos por trás e sua boca percorreu-me o corpo com intensidade. Com certeza deixava avermelhadas marcas no meu pescoço a forma como o sugava.

Até então eu creditava toda essa ansiedade ao tempo que havia reprimido o desejo de me comer, e procurei seguir-lhe os movimentos – até porque eu também estava louca de tesão por Paulo.

Ao descer para os meus seios, estava irreconhecível. Cheguei até a sentir certo desconforto, pela forma incisiva como ele os chupava. Enquanto isso, me empurrava e, com força, jogou-me na cama, como se joga um celular. Não tive tempo de me recompor e ele já estava em cima de mim, mordendo minha xoxota e, grunhindo feito um porco do mato, subiu até minha boca e me beijou novamente.

Fez-me ajoelhar-me sobre a cama e apresentou o pau duro, enfiando-o sem aviso na minha boca. Com as mãos firmes, agarradas aos meus cabelos, fazia movimentos de vai e vem com minha cabeça. Por vezes, senti a ponta de sua rola na minha garganta e comecei a ficar preocupada em não vomitar.

Eu comecei a sentir medo; nem de longe Paulo lembrava o cavalheiro gentil com quem jantara. E seu comportamento não dava sinais de que fosse amainar, pelo contrário, o nível de agressividade crescia assustadoramente. Ele então me virou bruscamente de costas para ele, levantou minhas ancas, fazendo com que minha bunda se empinasse, e senti o estalar alto de sua mão sobre minhas nádegas... uma vez, duas vezes...

Então senti que precisava fazer alguma coisa. Não estava sendo normal aquilo. Ensaiei uma tímida reclamação, de que fosse com calma, que estava doendo, e ele berrou: “Cala a boca, sua puta, vadia! Catraia! Vai ser do meu jeito!” Entendi que estava fodida, e do pior jeito. Comecei a entrar em desespero e a ficar aterrorizada, com aquele animal sobre mim.

Empurrou-me brutalmente de um lado para outro, sempre dizendo as piores coisas. Eu já chorava, e isso parece que o excitava ainda mais. Colocou-me novamente de costas, cuspiu no meu cu e apontou a rola grossa e dura para me penetrar. Gritei que não, que iria doer. Com palavras que jamais imaginei fosse capaz de dizer, ofendeu-me ferozmente e começou a esfregar a cabeça da pica ao longo do meu entre-nádegas e a forçar a penetração, enquanto me batia fortemente nas costas. Eu já estava travada e temendo pelo pior.

Foi quando vi uma pequena estátua de ferro, como decoração do motel. Não pensei duas vezes: passei a mão e com a força que eu nem julgava ter, rodei-a em sua têmpora; ele gritou e caiu sobre o colchão, com a mão sobre o sangue que brotava. Voou para cima de mim e desferi o segundo golpe sobre a sua fronte, ele caiu para trás, desacordado.

Eu estava que era só desespero. Não atinava exatamente com o que fazer. Recolhi rapidamente minhas roupas, vesti de qualquer jeito, certifiquei-me de que não havia esquecido de nada. Em meio ao transtorno, lembrei-me das séries policiais que assistira e passei com força uma toalha sobre a estátua, para apagar as minhas digitais; em seguida, abri a porta do quarto, certifiquei-me de que não havia ninguém, enrolei a cabeça com a toalha para não ser reconhecida pelas eventuais câmeras, olhei para cama e me assustei com seu rosto lívido e o sangue que escorria de sua testa; corri para a cerca que eu vira na chegada, torcendo para não encontrar ninguém.

Passei facilmente pelo buraco, atravessei um pequeno trecho de mato, até sair na rua deserta. Meu coração parecia querer sair pela boca. Livrei-me da toalha e fui caminhando, aos prantos, que somente agora as lágrimas chegaram em profusão. Lívida de medo do que acontecera e do que ainda poderia me acontecer, sozinha naquela rua deserta, acelerei o passo e cheguei à porta de Sônia, batendo e chamando por ela, que, também assustada, abriu e me recebeu nos braços, literalmente, porque senti tudo escurecer, minhas pernas bambearem e desmaiei.


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