AVISO ESSE CAPÍTULO SERÁ TOTALMENTE NARRADO PELO ERICK.
Eu: se quer saber de tudo é melhor ter tempo pra escutar Nunes - já calmo olho pra ele.
Ivan: ei Erick é melhor deixar o passado pra trás, como prometemos.
Nunes: começou, agora termina.
Erick: tudo começou, quando conhecemos o Tales.
(20 anos atrás)
Descobri oque era amor após conhecer o Tales, na época ele havia acabado de se mudar e assim que o vi pela primeira vez, senti que ele era parecido comigo.
Ambos tinhamos pais que usavam drogas e ambos viviamos apanhando.
Certo dia enquanto brincava na rua com o Ivan, ele saiu chorando de sua casa. O rosto dele estava totalmente roxo e inchado, olhar ele daquele jeito me deixou bravo e preocupado.
Eu: ei você - chamo ele.
Tales: o..oque ? - ele me olha chorando.
Eu: oque aconteceu com seu rosto ?
Tales: não sei, meu corpo ta doendo - ele fala soluçando.
Ivan: porquê você não sabe ?
Tales: eu não sei - ele volta a chorar.
Eu: se você parar de chorar, eu te dou uma das minhas balas - tiro do bolso um pacotinho de balas.
Tales: se eu parar de chorar você me dá ? - ele limpa as lagrimas.
Eu: sim eu prometo - sorrio.
Ele respira fundo e faz o maior esforço pra não chorar.
Tales: agora me dá - ele fala segurando o choro.
Eu: como prometido, aqui toma - dou uma bala pra ele.
Ivan: você quer brincar com a gente ?
Eu: estamos brincando de bola.
Tales: não sei se minha mãe deixa - ele abaixa a cabeça.
Eu: vamos, se ela pedir pra você entrar, ai é só entrar né - estendo minha mão pra ele.
Tales: ta bom - ele pega minha mão.
Após esse dia Tales começou a sair todos os dias pra brincar conosco, era muito legal brincar com ele. O tempo foi passando até que perguntei pra minha mãe se ele e o Ivan podia dormir em casa. Ela negou no início um pouco, mais como sei ser teimoso ela disse que sim e que iria conversar com a mãe do Tales e com a mãe do Ivan.
Alguns dias de conversa entre minha mãe e as mães deles, elas finalmente deixaram eles dormirem em casa.
Tales e ivan: Erick - eles gritam do lado de fora de casa.
Eu: to indo - corro pra abrir a porta pra eles.
Tales: trouxe meu travesseiro - ele sorri.
Ivan: eu não trouxe nada.
Tales: podemos dividir o travesseiro.
Ivan: ta bom - ele coça a cabeça.
Eu: vão ficar conversando ai fora ? Ou vão entrar ? - estava muito contente por eles terem vindo.
Assim que eles entram, eles cumprimentam minha mãe.
Ivan e Tales: oi tia.
Minha mãe: Oi pivetes, querem comer brigadeiro acabei de fazer - ela sorri.
Ivan: uhum - ele sorri e vejo que ele estava com uma janelinha.
Eu: seu dente caiu ?
Ivan: sim, caiu hoje cedo.
Tales: oque é brigadeiro ? - fico surpreso por ele não saber.
Ivan: é uma coisa bem gostosa, feita de chocolate - esse gosta de doces.
Minha mãe: vem que te mostro.
Seguimos minha mãe, e a cara que o Tales faz ao experimentar o brigadeiro era hilária.
O dia passou normal e brincamos muito, até que chegou a hora de dormirmos. Como não tinha colchão sobrando, minha mãe colocou nós três na mesma cama. Eu na beirada, Tales no meio e Ivan no canto.
Na madrugada meu pai chegou bebado e drogado, ele e minha mãe brigaram feio. Eu levanto e vou ver minha mãe, mas quando meu pai me vê.
Pai: ta acordado ainda ?
Eu: acordei com o barulho.
Pai: sabe que eu não queria você, pedaço de bosta - ele fala alto.
Eu: eu sei - abaixo a cabeça.
Pai: se não fosse pela puta da sua mãe, eu ja teria jogado você no lixo - ele se senta no sofa.
Mãe: cala boca Guilherme e não fala assim com ele.
Pai: cala boca você e me traz a comida, se não vou espancar você e esse viadinho que você chama de filho.
Mãe: NÃO FALA ASSIM DELE ! - ela começa a chorar.
Ele levanta e segura o pescoço da minha mãe.
Pai: cala a sua boca e tenha mais respeito com quem te sustenta.
Mãe: você está me sufocando - ela fala perdendo ar.
Corro e empurro ele mas sem sucesso.
Pai: o viadinho quer virar homem - ele larga minha mãe e tira a cinta da calça.
Quando ele ia dar a primeira cintada, minha mãe entra na frente e recebe ela em meu lugar. Meu pai vendo ela me protegendo bateu nela até cansar.
Quando ele finalmente parou, falou mais um monte de merda pra minha mãe e foi pro quarto dele.
Eu: mãe - coloco minha mão no rosto dela e começo a chorar.
Mãe: eu estou bem - ela respira fundo e sorri.
Eu: me desculpa mãe, me desculpa -falo entre lagrimas e ela me abraça forte.
Mãe: você é meu herói filho, e eu te amo muito por tentar me proteger - ela beija minha testa.
Ela limpa as lagrimas dela e contínua me abraçando forte.
Mãe: vai dormir agora vai - ela faz carinho na minha cabeça.
Eu: a senhora vai ficar bem sozinha - olho pra ela procupado.
Mãe: vou sim, só tranca a porta do seu quarto hoje ta filho - ela sorri.
Eu: ta bom.
Saio de perto dela me culpando, pois ela não teria apanhado se eu não tivesse nascido. Quando entro no quarto vejo o Tales sentado na cama tampando o ouvido do Ivan com dois travesseiros.
Eu: oque você esta fazendo ? - olho curioso e limpo minhas lagrimas.
Tales: tava muita gritaria, eu não queria que o Ivan também acordasse.
Eu: você não se importa com a gritaria ?
Tales: não, em casa é bem pior - ele sorri.
Eu: seus pais também brigam ?
Tales: sim, mas eles falam coisas que eu não entendo - ele abaixa a cabeça.
Eu: entendi, vamos dormir agora - tranco a porta e depois me deito.
Tales para de tampar os ouvidos do Ivan e se deita.
Tales: Erick ?
Eu: oi ?
Tales: não se preocupa, eu to aqui com você - ele se deita virado pra mim.
Eu: eu sei - me viro pra ele.
Tales: minha vó fala que quando estamos tristes um abraço ajuda a tristeza passar - ele me abraça.
Eu: obrigado Tales - abraço ele de volta e começo a chorar.
Tales: eu e o Ivan estamos aqui por você.
Eu: será que eu deveria ter nascido ?
Tales: minha vó diz pra mim nunca pensar nisso, porque tem pessoas que se importam com nossa existência.
Eu: você se importa comigo ?
Tales: que pergunta besta Erick, é logico né, você é meu amigo - ele sorri.
Eu: obrigado Tales.
Acabo dormindo abraçado com o Tales.
No dia seguinte, Tales fingiu que nada havia acontecido e ainda por cima disse pra minha mãe que queria dormir em casa novamente.
Minha mãe disse que ele poderia vir sempre que eu quisesse.
Ele abraça minha mãe e diz que vai embora, ele não disse nada nem dos machucados que ela estava, pra não se intrometer no assunto.
Quando estava quase saindo Tales me chamou no canto e me deu um beijo no rosto. Eu senti que havia ganhado na loteria com esse pequeno gesto.
Depois desse dia, eu fui dormir na casa dele e em outro dia fomos na casa do Ivan. Com o tempo nossas mães se tornaram amigas e isso me deixou feliz já que podiamos nós ver mais.
Por um tempo não teve mais problemas com minha familia, mas pro Tales foi diferente. Ele por um tempo parou de sair e de brincar comigo e com o Ivan.
Sempre que viamos ele, ele estava roxo e cheio de machucados.
Conversei com minha mãe pra ela pedir para mãe do Tales deixar eu dormir na casa dele. Ela como sempre me mimava demais, pediu pra mãe do Tales. Com a insistência da minha mãe, a mãe dele finalmente deixou eu dormir na casa dela.
Quando eu fui lá, a mãe dele me tratou muito bem e brincou comigo e com o Tales, mas quando a noite chegou as coisas mudaram. Ela pôs eu e o Tales pra dormir e depois foi pra sala, era possível ver a sala do quarto do Tales, o Pai e mãe do Tales começaram a usar drogas e beber muito.
A mãe do Tales reclamava que não gostava de cuidar do Tales e falava que deveria dar ele pra vó, o Pai dele falava que o Tales era a única forma deles ganharem a fortuna da mãe dele.
Mãe do Tales: não sei, essa velha ta longe de morrer - ela bebe.
Pai do Tales: qual é você sabe que ela tem problemas cardíaco, qualquer hora ela vai ta a sete palmos.
Mãe do Tales: mais até lá cuidar do garoto vai ser difícil, hoje ele trouxe até um pivete sarnento - ela senta no colo do pai dele.
Pai do Tales: ue porque não desistressa espancando ele, como eu fiz ontem ? O muleque não se lembra de nada depois mesmo - ele da risada.
Mãe do Tales: tem razão, vou buscar ele - ela vem em direção ao quarto e eu finjo que estou dormindo.
Ela chama o Tales e ele acorda sonolento.
Tales: oque mãe - vem aqui com a mãe, ela fala de forma gentil.
Ele se levanta e vai com a mãe dele.
Assim que ele chega na sala a mãe dele dá o primeiro tapa na sua cara, o estralo foi extremamente forte e isso faz o rosto dele ficar em um vermelho vibrante, ele como qualquer criança começar a chorar.
Mãe do Tales: engole o choro, se não engolir vou trazer seu amigo aqui e bater nele também - ele na hora engole o choro.
Após o segundo tapa a expressão do Tales muda e ele parecia em estado vegetativo. Quando ia me levantar pra ajudar ele, vejo ele balançando negativamente a cabeça enquanto olhava pra mim.
Mesmo que sua expressão havia mudado, seus olhos derramavam lagrimas.
Pai do Tales: olha a cara dele, é por isso que gosto de espancar ele - ele gargalha.
Mãe do Tales: ele realmente tem problema, parece que nem dor ta sentindo.
Após baterem nele sem parar, a mãe dele o coloca do meu lado e sai rindo do quarto dele.
Espero eles irem dormir, e quando eles finalmente vão dormir eu me viro e vejo o Tales parado com os olhos abertos, ainda derramando lagrimas.
Eu: tales - susurro.
Eu: tales - susurro mais uma vez.
Ele não me respondia, parecia hipnotizado ou sei lá.
Abraço o Tales e começo a chorar, ele passava por isso quase sempre e eu não sabia. Fico a noite toda sem dormir e espero até ele voltar a si.
Por volta das seis da manhã, tales finalmente da sinal de vida,e reclama das dores no corpo. Fico aliviado que ele havia voltado e preocupado pois ele me pergunta oque aconteceu.
Dava pra saber que ele realmente não lembrava pelo seu rosto.
Após isso fui embora e conversei com minha mãe sobre oque vi e ela na mesma hora foi na casa do Tales. Ela viu os machucados dele e conversou com a mãe dele, a mãe do Tales começou a chorar na frente da minha e dizia que era tudo culpa do drogado do marido dela.
Me lembro que aquela era à primeira vez que sentia ódio de alguém.
Depois de muita confusão o pai do Tales foi preso por abuso e agressão. Eu não sábia oque significava abuso, mas minha mãe disse que era algo bem ruim.
A mãe do Tales conseguiu sair de toda confusão como inocente, e ainda por cima com um pouco de dinheiro que a vó do Tales deu a eles pra se manterem.
Quando eu e o Ivan fomos dormir na casa do Tales novamente, a mãe do tales me chamou pro canto pra conversar comigo.
Mãe do Tales: Sabe Erick não gosto de garotos que falam tudo oque vê e ouve - ela sorri.
Apenas olho para ela com medo.
Mãe do Tales: mas graças a você, consegui uma mesada mensal de três mil reais e isso me deixa muito feliz - ela sorri.
Contínuo olhando pra ela com medo.
Mãe do Tales: sei que você gosta de brincar com o Tales, e se quiser continuar vendo e brincando com ele, é melhor não falar mais de mim entendeu - ela continua sorrindo.
Eu concordo com ela.
Mãe do Tales: que bom, ja que se você falar de mim novamente eu vou pegar o Tales e levar ele o mais longe possivel, entendeu.
Eu: entendi - engulo a seco.
Mãe do Tales: que bom, agora pode ir brincar.
Eu realmente odiava esse mulher.
(Sete anos depois)
Os anos foram passando, eu, Tales e Ivan faziamos tudo juntos, e se digo tudo é literalmente tudo.
Certo dia a vó do Tales apareceu na rua pela primeira vez e veio buscar o Tales pra comemorar o Aniversário dele na casa dela.
Quando ele estava saindo com as malas, ele me viu. Não sei oque ele disse para a vó dele, mas ela deu risada e veio em minja direção.
Vó do Tales: oi menino, como se chama ?
Eu: me chamo Erick tia.
Vó do Tales: que nome bonito, me chamo Maria.
Eu: oi Dona Maria.
Dona Maria: sabe Erick meu neto perguntou se você e um tal de Ivan podiam ir com ele, oque acha ? - ela sorri
Eu: gostaria muito tia - abro um enorme sorriso.
Dona Maria: então vamos conversar com sua mãe.
A Dona Maria conversa com minha mãe e sem pensar muito minha mãe deixa eu ir, enquanto eu arrumava minhas coisas a vó dele vai conversar com a mãe do Ivan. Duas horas depois estava eu, Tales e Ivan indo pra casa da vó do Tales.
Quando chegamos na casa dela, eu fico impressionado, era grande e luxuosa. Ela tinha tudo de ultima geração, e o quarto que o Tales tinha lá, tem vários brinquedos legais.
Dona Maria: vocês podem brincar, vou falar pra empregada preparar o almoço.
Ela deixa nós três sozinhos.
Ivan: olha esse carrinho de controle remoto - começa a brincar.
Eu: Tales porque não vem morar na casa da sua vó ?
Tales: ela já me convidou antes, mas se eu viesse ia perder vocês dois - ele fala de forma mais inocente possível.
Eu: eu te amo Tales - abraço ele.
Tales: eu também amo você e o Ivan.
Ivan fica corado quando ouve a declaração do Tales.
Tales: vocês querem nadar na piscina ?
Ivan: tem piscina aqui ?
Tales: tem lá fora, querem ir ?
Eu: lógico
Ivan: eu não trouxe sunga - ele fala corado.
Eu: vamos entrar de shorts.
Tales: vamos logo - ele sorri.
Nos trocamos um na frente do outro mesmo e fomos pra piscina.
Foi muito legal passar esse dia com meus dois melhores amigos, no dia seguinte a vó do Tales nós levou pra um parque de diversão e foi incrivel.
Depois do parque fomos pro shopping e ela comprou brinquedos e roupas para nós três e por ultimo qua do chegamos na casa dela, ela comprou pizza e cantamos parabéns pro Tales. Foi tudo ótimo e legal demais, eu estava agradecido não por tudo isso que ela fez, mas porque com ela o Tales parecia mais feliz e solto.
Nessa noite enquanto Tales e Ivan dormiam, eu finalmente entendi oque sentia por ele. Eu amava o Tales, não como amigo e sim como algo à mais, e se eu queria ele feliz, eu sabia oque tinha que fazer.
Me levanto e bato na porta da vó do Tales, ela abre meio sonolenta e me pergunta oque eu queria. Pergunto a ela se podia conversar comigo um pouco.
Alguns minutos depois ela estava passando chá pra nós dois.
Dona Maria: oque queria conversar.
Eu: vai ser difícil pra você ouvir tudo oque tenho que falar, mas vou dizer.
Conto tudo oque sabia pra ela, do que o pai e a mãe do Tales estavam planejando juntos, da chantagem que ela fez comigo. Quando termino de contar percebo que estou chorando.
Dona Maria: obrigada - ela coloca a mão sobre a minha.
Eu: porque a senhora esta me agradecendo ?
Dona Maria: por você ser amigo do meu Neto - ela sorri.
Eu: não, eu que tenho que ser agradecido por ele ser meu amigo.
Dona Maria: agora vamos dormir, vou tentar absorver tudo isso - ela sorri, se levanta e vai em direção ao quarto dela.
Quando estou voltando pro quarto, encontro o Ivan no caminho. E do nada ele me joga contra a parede e me olha furioso.
Ivan: você escondeu isso tudo de mim - ele estava furioso.
Ivan estava escondido ouvindo tudo oque falei.
Eu: sim escondi.
Ivan: porque ?
Eu: porque Tales é a coisa mais importante pra mim e...eu nao queria perder ele.
Ivan: e você acha que ele não é importante pra mim - ele abaixa a cabeça.
Eu: não foi isso que eu quis dizer.
Ivan: porque contou pra vó dele ? Não tem medo da mãe do Tales levar ele pra longe se ela souber ?
Eu: contei pra vó do Tales, pra ela tirar ele dos braços daquela cobra.
Ivan: só saiba que se a mãe dele fugir com ele pra longe, eu vou te culpar pra sempre - ele me solta e vai pro quarto.
No dia seguinte voltamos pra casa, e por uma semana nada demais aconteceu, até que a vó do Tales aparece com um advogado na casa do dele. Três dias depois Tales chama eu e o Ivan pra brincar no nosso esconderijo, um lugar no terreno baldio em que bricavamos. Ele diz que a vó dele quer que ele vá morar com ela e não ta dando escolha dele recusar.
Ivan: oque você vai fazer - ele me olha com raiva.
Tales: tava pensando em fugir com vocês - ele ri
Eu: ai podiamos ser uma familia juntos - sorrio e ignoro o Ivan
Ivan: eu seria o homem da casa.
Eu: eu, eu que séria.
Tales: vocês são realmente bobos, estava brincando com o plano de fujir - ele gargalha
Eu: mas eu gostei desse plano.
Ivan: eu também.
Tales: eu também gostei, mas como iriamos sobreviver ?
Ivan: eu iria trabalhar e sustentar você - ele faz carinho no cabelo do Tales.
Eu: não eu que iria - me sento.
Ivan: você é preguiçoso, duvido que arrumaria um trabalho.
Tales: e...eu não quero ir embora - ele começa a chorar.
Eu: ei ta tudo bem, você ainda pode vir nós visitar.
Tales: e se vocês esquecerem de mim ?
Ivan: jamais vamos nós esquecer de você ta louco.
Tales: mas e se ?
Eu: vamos fazer uma promessa aqui e agora - olho pros dois.
Ivan: que promessa ?
Eu: que quando ficarmos mais velhos, vamos fazer o plano de fujir juntos funcionar e que vamos ser uma familia - olho pra eles.
Ivan: e que até que esse dia chegue nunca vamos nos esquecer um dos outros - ele completa.
Tales: uma promessa não pode ser quebrada né - ele limpa as lagrimas.
Ivan: nunca que vou quebrar esse promessa.
Erick: eu também nunca vou.
Nos abraçamos pra selar a promessa, e enquanto estavamos abraçados um garoto de quize anos apareceu com uma garrafa quebrada na mão.
Garoto: qual de vocês é o linguarudo chamado Erick - ele aponta a garrafa pra nós.
A gente tenta correr mais ele pega o Tales que corria mais devagar.
Garoto: se não me disserem,vou começar cortando esse aqui, ele aproxima a garrafa quebrada do rosto do Tales.
Eu: s..sou eu o Erick, larga ele por favor - assim que confimo em eu sou ele joga o Tales e vem em minha direção.
Garoto: isso é um presente da Monica - ele pega meu rosto e da uma joelhada no meio das minhas pernas, me fazendo me ajoelhar.
Sabia que a mãe do Tales é louca, mais não ao ponto de contratar alguém pra me matar.
No momento que ele ia me cortar com a garrafa quebrada, Tales pula em cima dele. Sem muita dificuldade ele joga o tales no chão e corta as duas pernas dele. O garoto ao ver o sangue do Tales começa a rir e dizer o quanto o vermelho era bonito.
Tales começa a ficar palido e transtornado ao ver o sangue sair dele. E Ivan estava em estado de choque vendo o sangue do Tales.
Garoto: onde estavamos - ele sorri
O garoto volta a sua atenção a mim e sem pensar duas vezes corta minha testa, eu sinto uma ardência forte na testa e o sangue escorrer pelo meu rosto e tampar um dos meus olhos, logo depois ele começa a fazer pequenos cortes no meu corpo.
Garoto: não gostei, que tal fazer uma boca de boneco em voce - ele corta bem devagar o lado da minha boca.
Tentava ser forte, mas não dava e comecei a chorar. Quando ele ja ia cortar o outro lado, o Ivan pula em cima dele e o joga no chão o garoto e o Ivan trocam socos, mas o Ivan perde e o garoto rapidamente pega a garrafa quebrada vira o Ivan de costas e faz um enorme rasgo que faz o Ivan gritar de dor.
Enquanto o garoto volta a sua atenção pra mim, olho pra ver se o Tales estava bem. Mas na verdade vejo um tales com a feição diferente. Tales parecia outra pessoa e em sua mão estava um pedaço de madeira, ele não se importava com a dor ou com a perda de sangue. Tales com toda sua força deu uma paulada na perna do garoto o fazendo cair, depois Tales deu outra paulada na perna dela pra ele não se levantar.
Tales, larga o pedaço de madeira e pega a garrada quebrada do chão.
Tales: não mexa com quem eu amo.
Garoto: calma ai era brincadeira.
Tales: quem brinca de cortar, deve estar preparado pra ser cortado.
Depois de terminar de falar, tales rapidamente passa a garrafa no pescoço do garoto, ver o garoto se matando pra respirar foi uma coisa horrivel.
Tales se afastou do garoto e ficou parado olhando pro nada, ele parecia hipotizado.
Como eu era o único mais o menos bem ali, eu corro até minha casa e chamo minha mãe, ela ao me ver fica procupada comigo, mas explico tudo para ela.
Assim que ela liga pra ambulância, ela vem nós socorrer.
Por pouco Tales e Ivan sobreviveram, ambos perderam muito sangue, e a demora da ambulância de chegar não ajudou.
O garoto faleceu lá mesmo, e não vou dizer que senti pena dele pois ele quase matou o Tales e o Ivan. Depois desse ocorrido eu, Tales e Ivan passamos por uma série de interrogatórios e eu disse que a culpa disso tudo era a mãe do Tales.
Mas ninguém acreditou, ja que uma mãe não faria isso eles disseram.
A única que ficou ao meu lado foi minha mãe que quando foi visitar o Tales, encontrou a mãe do Tales rindo da cara dele e na mesma hora espancou a mãe do tales ali mesmo no hospital.
Sobre a morte do garoto só não deu um enorme problema, pois havia uma camera que captava tudo do terreno baldio e as imagens serviram como provas da legitama defesa do Tales.
Certo dia fui visitar o Tales e o Ivan no Hospital, e o Tales não estava mais lá. Perguntei pro Ivan onde estava o Tales, e ele disse que as enfermeiras falaram pra ele que o Tales havia embora com a mãe.
Eu: como assim - olho pro ivan
Ivan: é sua culpa, é sua culpa dela ter levado ele.
Eu: não pode ser.
Ivan: eu nunca vou te perdoar por isso Erick, você tirou a coisas que eu mais amava de mim.
Eu: eu só queria o melhor pra ele.
Ivan: e com isso agora ele esta sozinho e sem mim ou você - ele chora olhando pra fora.
Eu: eu não queria - ele me olha com frieza.
Ivan: eu te odeio, acho melhor você ir embora.
Eu: não ele pode ainda estar na casa dele.
Ivan: duvido disso, mas vai lá.
Corri pra casa do Tales e quando olhei pela janela, vejo a casa totalmente vazia. Sem saber oque fazer me sento na calçada e começo a chorar.
Meus unicos pensamentos eram a de culpa e tristeza.
*(13 anos depois)*
Um bom tempo se passou e mesmo assim, eu me lembrava do Tales.
Depois de tales ser levado pela mãe dele, Ivan se afastou um pouco de mim.
E com o tempo eu tive que aprender a ficar sozinho.
Minha adolescência foi só melancolia, mas deu uma melhorada quando eu conheci bebida alcoólica.
Chegava bebado quase todos os dias em casa, quando entrei na faculdade piorou a bebedeira, pois tudo oque fazia era beber e estudar mais nada.
Certo dia um colega me convidou pra uma festa no sítio de uma tal de Joice e eu como sou um boca de litro aceitei ir.
Ligo pro Ivan e pergunto se ele estava afim de ir na festa, e pela primeira vez ele aceitou sair comigo novamente.
Era um milagre ele concordar em sair comigo. Ja que nunca aceitou mais nada depois do Tales ir embora e sempre me ignorava.
No dia da festa aviso que levaria o Ivan e meu amigo concorda. Assim que ele pega eu e o Ivan, vamos em direção ao super mercado. O meu amigo falou que tinha que comprar algumas coisas com um viado que ele queria comer.
Quando vejo quem estava na frente do mercado esperando, meu coração dispara.
Tales estava mais alto e bonito, os olhos castanhos dele eram a coisas mais bela que já vi.
Alex: Tales, esse é o Erick e o Ivan, essa pequena é minha irmã Laura e ao lado dela, esta a minha melhor amiga Gaby - na hora que ouço o nome dele, faço de tudo pra não pular em cima dele e o abraçar o mais forte que posso.
Tales: ola a todos - ele da um sorriso fingido, sei disso porque ele parecia que não havia mudado.
No mercado eu sigo o Tales e vejo ele comprando as mesmas coisa que comiamos.
Quando saimos do mercado e percebi que ele ia sozinho no carro, eu tive que falar pro Alex que ia com Tales. Dei a desculpa pro Tales que eu não cabia no carro do Alex e ele me deixa entrar.
Estar perto do Tales após 13 anos, foi a melhor coisa que já me aconteceu.
Ali olhando o rosto dele enquanto ele dirigia, eu prometi a mim mesmo que iria comprir com minha parte da promessa. E que além disso faria ele me amar, da mesma maneira que eu o amei por todos esses anos ele.
Eu prometi a mim mesmo, que faria o Tales feliz*(AGORA)*
Terminando de contar tudo pro nunes, ele entende o porque é culpa da mãe do Tales.
Eu: Esse é nosso passado Nunes.
Nunes: pesado, e muito dramatico.
Ivan: agora entende, o porque ele é importante e especial pra nós - ele olha sério pro Nunes.
Nunes: eu entendo, mas pensando bem tem uma coisa estranha.
Erick: oque é ?
Nunes: a vó do Tales morreu ja faz uns dois anos e ela deixou tudo no nome dele.
Ivan: oque quer dizer com isso ?
Nunes: e se a mãe dele é tão louca assim como dizem, ela poderia tentar matar ele ?
Eu: não duvido
Nunes: então se oque dizem é verdade, eu posso ter não dado calmante pro Tales e sim....
Eu: veneno - corro pro quarto.
Quando entramos no quarto o Tales estava espulmando pela boca, sem pensar duas vezes corremos com ele pro hospital. No caminho todo o Nunes foi chorando e pedindo perdão, ele estava desesperado.
Entre dois. fim do terceiro capítulo.