Broderagem - 1/4 - O prazer secreto

Um conto erótico de Fmendes
Categoria: Homossexual
Contém 3414 palavras
Data: 18/02/2021 19:08:00

Quando resolvi entrar para o time de futebol da faculdade, muitos me desencorajaram. Além de ser atípico um homem gay assumido gostar tanto de futebol e, ainda mais, ser bom nisso, meus amigos mais íntimos se preocuparam que eu pudesse sofrer algum tipo de preconceito no time.

Preocupação essa que nem era totalmente desmedida. Já que mesmo no século XXI, existem setores em que os GLBT têm dificuldades em acessar ou conseguir o efetivo reconhecimento.

Eu sou um cara que os outros podem chamar de 'heteronormativo', tenho e sempre tive o que podemos chamar "de jeito de homem". Todos que me conhecem falam que, se eu não me assumisse, jamais descobririam. Então, se eu quisesse, poderia tranquilamente passar despercebido entre os colegas de equipe. Mas esse não é meu estilo. Jamais me escondi, e não seria ali que comecaria. Claro, não é que eu fosse andar pela quadra com uma bandeira do arco-íris, ou ficar falando de minha sexualidade para os quatro ventos, mas não iria esconder quando o assunto por ventura surgisse

E o grande dia chegou.Foi numa quarta, mês de junho, e ocorreu no vestiário do time, após um excelente treino que antecedia um importante jogo no interclubes universitários. Foi uma conversa acalorada, em que os caras estavam comparando as meninas da faculdade. Linguajar obsceno, piadas, tudo num ambiente bem masculino. Eu ria e apenas ouvia as anedotas, as aventuras e as histórias que eram contadas. Até que, numa discussão entre Vicente e Miguel, nosso artilheiro e zagueiro respectivamente, Miguel resolveu perguntar pra mim:

- Ah, fala sério Vicente. Tu é doido. Lógico que a Milena é mil vezes mais gostosa. Fala ai Fábio. Qual das duas tu comeria se tivesse de escolher? Milena ou Sophia?

Eu apenas dei de ombros e respondi.

- Nenhumas das duas - falei tranquilo. Mas minha resposta causou aquele rebuliço.

- Ah tah. Virou o fodão agora. Bom demais pras minas? - Vicente não se conteve - Para de palhaçada, fala logo, qual das duas tem a melhor bunda? Qual vc comeria?

Eu então ri e olhei para a bunda dele

- Já disse. Delas, nenhuma. Mas a sua a gente conversa.

Todos caíram na gargalhada e Vicente ficou chateado.

- Pô cara. Tô falando sério. Para de zoeira. Da pra falar com Fábio de certas coisas não. Então, achei necessário me explicar, tendo em vista o mal entendido.

- Cara, eu tô falando sério. Não curto nenhuma das duas. Meu lance é outro.

- Ah tah tah - desconversou e já ia saindo quando enfim pareceu cair a ficha. Ele se virou pra mim interrogativo e gaguejou - C... Como assim?

Um silêncio.

- Digamos que nesse assunto, eu jogue no time contra

Alguns riram, como se não acreditassem, esperando algum sinal de que eu estava de zoeira.

- Ta de zoa né, Fábio?

- Não, cara - respondi, achando graça - já me viu com mulher alguma vez?

Então Alê comentou.

- Pensei que você fosse crente, ou algo do tipo.

Eu ri.

Nesse momento, percebi alguns garotos meio que se cobrindo, parecendo só naquele momento perceber que estavam nus. Eu já esperava por aquele tipo de reação, e então resolvi aliviar o clima.

- Relaxa galera. Precisa se cobrir não. Não vou agarrar ninguém aqui.

Eles riram sem graça. Vicente, parecendo ainda não acreditar, insistiu.

- Fala sério cara. Tu fica aqui no vestiário com todo mundo peladão e nem... Sabe...

- O quê? - cruzei os braços, sorrindo com malicia

- Ah... Porra. Tu sabe.

- Ta se achando, hein neguinho? - brinquei - Acha mesmo que tenho tesão em algum de vocês?

Foi a deixa que eu precisava, pois minha resposta causou justamente a reação que eu queria. Foi aquela zoeira. Muitas risadas. Bom. Pois foi sinal que funcionou e logo o pessoal resolveu esquecer o constrangimento de pouco tempo atrás.

- Se fudeu, Vicente - Miguel o zoou - Não pega nem o Fábio.

Vicente se revoltou. Era incrível como o ego humano fazia com que ele tivesse reações tão adversas em determinadas situações.

- Ah, fala sério. Fabio só disse que não sente tesão em mim porque sabe que eu não curto. Se eu fosse viado, aposto que o Fábio ia querer me pegar. Não é Fábio? Fala pra ele

Aquilo de repente ficou divertido demais. Eu, brincando, pus a mão no queixo e o olhei de cima a baixo, como se estivesse avaliando.

- Hum... Não sei.

- Se manca, Vicente. - Pedro então se meteu no assunto - Se o Fábio quisesse dar pra alguém aqui, lógico que ia ser pro papai aqui. Um homão da porra desses aqui ele ia dar bobeira.

Mais risadas. A coisa tinha saído melhor do que eu imaginava e a aceitação, a princípio pelo menos, estava indo naturalmente.

A verdade é que haviam vários ali que eu adoraria experimentar e vou mentir se disser que uma de minhas grandes preocupações logo que entrei para o time não foi justamente essa. Não conseguir ficar no mesmo vestiário que eles sem me excitar. Mas ao fim e ao cabo, subestimei meu auto controle. A verdade é que eu conseguia ficar entre eles sem maiores constrangimentos. Sem dar bandeira. E mesmo assim, era capaz de admirar a beleza de seus corpos.

Vicente mesmo, um mulado todo definido com um belo e extenso pau pendurado, era uma visão tentadora. E Pedro, um moreno grande e forte. Um verdadeiro homão da porra, como ele mesmo vivia dizendo.

Ao fim, eles levaram a coisa melhor até do que eu podia imaginar. E como eu era o goleiro do time, logo a piada estava pronta, e foi Diogo quem soltou:

- Fábio então é de fato o agarrador de bolas oficial do time.

As gargalhadas ecoavam. Até eu ri. Afinal, o miserável tinha me pego naquela.

Mesmo sendo o alvo daquelas piadas, o resultado foi positivo. Zoeira sempre existiu entre nós, e se a coisa mudasse, saberia que eles não estavam aceitando bem. E assim eu me senti verdadeiramente incluído naquele meio. Agora sem dúvidas.

E eu aproveitei bem aquele novo status.

Fazer parte daquele grupo de homens héteros acabou sendo uma experiência nova para mim. E me senti muito bem acolhido em seu meio. E uma suspeita que tive a minha vida toda pôde ser confirmada: que os homens héteros são muito mais maleáveis do que eles gostam de admitir.

Fala-se muito da relação da mulher com o amigo gay, mas deveriam escrever mais sobre a relação do homem hétero com o amigo gay. Isso porque conforme a intimidade foi se formando e a confiança se estabelecendo, era comum algum deles me confidenciar algo.

Cada um com uma história, um caso, uma experiência ou desejo diferentes, mas a metodologia utilizada para se abrirem era sempre a mesma. Primeiro, faziam apenas quando estavamos a sós, eu e a pessoa. Depois, eles sempre vinham cheios de cuidados para entrar no assunto. Tentando pela tangente chegar ao cerne da questão.

Uma vez, por exemplo, eu e Vivente estávamos falando sobre exercícios para fortalecer a posterior da coxa. Não me perguntem como, mas Vicente foi capaz de contornar esse assunto, passando por posições de agaixamento, que virou assunto sobre bunda e então sobre sexo anal.

Loucura né? Pois é. Na hora não entendi como o assunto foi parar lá, mas hoje lembro, e acho até mesmo graça, recordando como Vicente foi forçando o tema até chegar a esse ponto, tudo para poder introduzir o assunto principal sem se mostrar demasiadamente interessado no mesmo.

- Cara, já que estamos falando disso mesmo, posso tirar uma curiosidade?

- Claro - falei enquanto lanchavamos na padaria perto do ginásio.

- Assim... Tu dá ou come afinal?

Eu ri. Embora deva dizer que não estava totalmente surpreso com essa pergunta. Na verdade eu sentia que os caras já queriam me perguntar isso há muito tempo, mas nunca tiveram coragem.

- Sou versátil - respondi - embora prefira ser passivo.

- Caramba... Normalmente tu imagina o passivo mais... Afeninado... Se é que me entende.

Eu assenti.

- Não cara. Eu gemo grosso, se é o que quer saber - alfinetei, deixando ele meio sem graça

- Não admira - falou ao fim - Tem que ser muito homem pra aguentar - e riu.

Eu então questionei.

- Já tentou?

Ele quase engasgou com o suco que bebia.

- Não cara... Só...

- Sério? - insisti, pois percebi que ele titubeava - nem com uma mulher... Digo - e fiz um gesto indicando o dedo.

Ele riu sem jeito e então olhou para os lados e falou mais baixo.

- Cara... Uma vez... Até rolou. Minha ex fez... Você sabe... Enfiou. No meio da transa.

- Hum... - fiquei curioso - E você?

- Olha, na hora achei muito bizarro, mas ela insistiu. Ficou dedando enquanto mamava, sabe? E assim...

- Foi bom né? - deduzi

- Porra ... Pior que foi. Gozei pra caralho. Mas vou te confessar, foi dificil. Um dedinho só. Não imagino uma trolha entrando. Rsrs

- A prática leva a perfeição - e dei de ombros - minha primeira vez não foi fácil. Ainda mais porque o cara era bem dotado. Tipo você.

Vicente era de fato um mulato muito bem dotado e ter isso reconhecido fez seu rosto demonstrar um certo orgulho velado.

Ele riu sem jeito e eu emendei

- Não leva a mal. Eu posso não ficar manjando, mas não tem como não reparar. Tu tem um instrumento legal aí embaixo.

- Porra, Fabio. Ta me deixando sem graça - ele riu acanhado.

- Foi mal - e bati em seu ombro - mas o caso é que, voltando ao assunto, minha primeira vez foi um desafio. Acho que doeu mais do que gostei ao fim. Mas eu queria tentar, e fui aperfeiçoando.

- Não sei se tenho coragem.

- Além da sua ex, teve alguma outra?

- Não - descartou logo - Sei lá, nenhuma tomou a iniciativa e eu...

- Tem vergonha de pedir? - completei pra ele.

- Eh... E se ela achar esquisito...

- Olha... Tem mulher que tem preconceito mesmo.

- Mas é. Uma vez sabe, eu tava ficando com uma mina. Ela tava pagando o maior boquete e eu tava deitado de pernas abertas na cama. Teve uma hora que a língua dela desceu. Foi quase lá. Maluco, o pau ficou durão na hora e ela reparou. Eu não disse nada e ela continuou. Sabe... Linguando lá.

- Sei muito bem - e fiz cara de quem recorda bons momentos.

- Palhaço - acusou, rindo - Mas aí.. foi show. O foda é que depois disso, ela ficou me olhando estranho. Porra, foi ela quem começou, e ficou bolada por eu ter gostado.

- Tem mulher que não aceita mesmo. Existe mente fechada dos dois lados. Mas vou te dizer, é bom mesmo. - e como a conversa estava indo por esse caminho obsceno, resolvi completar - em especial quando ficam passando a língua na região do rego, entre o cu e o saco. Ja experimentou?

- Não - ele se achegou, para podermos falar mais baixo.

- Porra, se um dia puder, experimenta. Dá um arrepio gostoso. - recomendei e me fiz de desinteressado, olhando o nada, mas prestando atenção nele pelo canto do olho.

Vi quando ele lambeu os lábios e percebi que estava pensativo. Mas nada disse de imediato.

Então eu voltei a olhar e nossos olhos se cruzaram. Era claro pra mim o que se passava em sua cabeça e era provável que meu rosto estivesse denunciando o que se passava na minha.

Vicente era um mulato muito bonito, cabelo raspado, musculatura bem definida. Um lábio carnudo que dava vontade de beijar. Mas acima de tudo isso, tinha uma expressão de safado que deixava qualquer um curioso de saber que tipo de obcenidades se passavam por aqueles pensamentos. Normalmente eu não me permitia reparar em tais características de meus amigos de time, mas naquele momento não era possível evitar, e meu joguinho de flerte estava se voltando contra mim. Sustentamos o olhar um no outro por um tempo, um meio sorriso aqui, uma olhadinha de cima a baixo lá.

Terminamos de lanchar e fomos para nosso treino, sem dizer mais nada.

Eu estava eufórico, e usei essa energia no treino. Conseguindo excelentes resultados. Na saída, eu pegava minhas coisas e me despedia dos meus amigos quando Vicente chega

- Afim de uma carona pra casa?

Aquele gesto de cortesia era totalmente inisitado. Não porque ele não fosse cortês, mas porque morava em um caminho completamente oposto ao meu. Mas eu aceitei sem questionar.

Entrei no carro e ele dirigiu em silêncio.

Nossos olhares, vez ou outra se encontravam pelo reflexo do retrovisor. Quando isso acontecia, ele abria um sorriso, dava aquela pegada gostosa no volume e eu correspondia com uma olhada e também um sorriso. Estava muito excitado. Doido de vontade de arriar ali mesmo e chupar aquele cara todo.

- Mas diz aí... - comecei, boca seca de ansiedade - treino bom hoje né? Tava inspirado. Parecia um bicho correndo.

- Pois é. Fiquei assim de repente. E você também, agarrou tudo.

- Verdade. Mas mesmo tendo gasto um montão de energia, ainda preciso gastar mais - comentei.

- Eh mesmo?

- Aham.

Mais um sorriso, mais uma pegada no volume.

Chegou em minha casa e estacionou.

Não se despediu, esperando. Eu sorri para ele, vendo que ele não estava afim de se despedir

- Afim de uma água? - ofereci.

Ele aceitou de imediato.

Subimos em silêncio e eu mandei ele esperar na sala. Peguei um copo e trouxe. Bebeu tudo me olhando. Eu tirei os tênis e a blusa, como quem se despe naturalmente ao chegar em casa, sem segundas intenções.

- Acabou que nem tomamos banho hoje - ele lembrou.

E de fato não tinhamos feito. Estávamos ainda suados do treino.

- Verdade, tá quente. Quer jogar uma água? Tira a roupa que eu pego uma toalha

E saí de novo em direção ao quarto. Quando voltei, ele já estava nu, pau inchado, sem pudor.

Estendi a toalha e ele pegou. Chegou bem perto, sorrindo safado. Aproximou-se o bastante para a cabeça do seu pau bater em minha mão. Eu então o peguei com calma e massageei de leve.

Puxei a pele pra trás, revelando a cabeça. Então, agarrei com maior firmeza e senti seu peso. Era um órgão de respeito.

Sem falar nada, eu passei a mão por baixo dele, acariciando o saco.

- Se raspou esses dias? - perguntei, sentindo a pele lisa.

- Aham.

- Hoje então seria um bom dia pra você experimentar aquela parada - soltei, o que ele sorriu mais.

- Ia ser legal - concordou

Eu o chamei para o quarto e ele me seguiu. Fiz ele se deitar na cama e abrir as pernas. Ao aproximar o rosto, veio aquele cheiro de macho suado que me encheu de água na boca.

Levantei o pau e dei uma lambidinha no saco. Vicente soltou o ar na hora. Sorri e dei mais uma, só roçando a pontinha da lingua. Lambi cada bola com carinho, ouvindo ele gemer

Puz a mão em seu peito e o fiz se deitar. Abri mais suas pernas e comecei a lamber o rego, a região entre o ânus e o saco. Primeiro com a ponta da lingua, depois, me peemiti dar uns chupões e umas mordiscadas na região.

- Caralho - ele soltou, meio sem acreditar.

- E ai? O que achou? - e abocanhei o saco, chupando uma das bolas como se fosse uma balinha.

- Porra. Nem sei como explicar.

Lambi mais e mais, passei a língua na virilha, no corpo do pau, voltei descendo até chegar a entrada do ânus. Ao tocar nela,. A vi se contrair. Ele levou um susto e soltou o ar de novo. Mas nada disse. Cauteloso e na expectativa.

Lambi de novo. Dessa vez alisei toda a entrada com minha lingua. Ele agarrou minhas mãos, que mantinham suas pernas firmes abertas.

Respirou forte, soltando o ar de forma descompassada.

Chupei mais, metendo a língua com mais força naquele rabo. Fui devagar, aumentando o ritmo aos poucos. Indo lentamente de uma degustação singela, para um processo de devorar.

Vicente segurava o gemido, mas dava para ver pela forma como seu pau estava duro que ele estava adorando. Relaxou a cintura e deixou as pernas serem erguidas e pendidas para o ar, liberando melhor acesso.

- Caralho, Fábio. Que isso - e engoliu seco - assim... Pô... Posso te pedir uma parada..? Sem ofensa.

Eu parei e sorri. Não precisava pedir.

- Relaxa. Isso fica entre nós.

Vicente deu um forte suspiro, claramente aliviado

Então eu me deitei ao seu lado na cama, passei o braço por baixo de sua coxa, mantendo-a erguida e o outro por trás de seu pescoço, abraçando.

- Esse vai ser nosso segredinho - sussurrei pra ele. Olho no olho. Então, comecei a massagear a entrada do seu ânus com os dedos. Vicente segurou, mas a respiração começou a ficar mais forte. Mordeu o lábio, na tentativa de abafar.

Eu fui me empenhando, caprichando nas carícias, disposto a quebrar sua resistência. Sentindo o orificio piscar. Vicente tinha o rosto rigido, como quem luta bravamente para resistir a uma dura pena. Eu, pelo contrário, não conseguia parar de sorrir. Cheio de desejo, vendo seu corpo malhado.

Vicente estava nu, aberto, músculos trincados pelo esforço de conter o próprio prazer. Sua mão agarrava minha coxa, apertando a carne. A outra ficava alisando o próprio corpo, próximo ao pau, parecendo indecisa se devia ou não dar o próximo passo.

Eu aproveitei minha mão livre apoiada em seu ombro e comecei a acariciar o mamilo. Mais um espasmo.

- Pode se tocar - sugeri ao seu ouvido - toca uma.

Ele me deu um meio sorriso, ainda temeroso, mas pegou o próprio pau.

- Toca uma pro teu parceiro, vai - pedi - quero te ver gozando.

Meu dedo entrou um pouco. Num breve susto, ele gemeu mais. Meu dedo do meio agora estava levemente introduzido enquanto os outros massageavam a região em torno.

Estava tão bom ver Vicente se masturbando enquanto recebia meu toque. Mas ter nossos rostos tão próximos me fez tomar uma ação não pensada. Sem perceber, eu tinha dado um gostoso beijo estalado em sua boca.

Ele se assustou, e me olhou, com um riso engraçado.

- O que foi? - eu quis saber.

- Sei lá. Estranho beijar outro cara

Não consegui não rir

- Sério que é a única coisa estranha pra você?

Vicente gargalhou.

- Para de palhaçada - eu sorri mais e beijei de novo aquela boca gostosa. Da mesma forma. Um estalo entre nossos lábios. Fiz uma, duas, três vezes. Na quarta, ele esticou o pescoço e me correspondeu, cheio de sede.

O beijo foi a cereja no bolo. Logo ele começou a tremer.

- Cara, vou gozar - Avisou.

- Goza, cara. Goza pra eu ver.

Vicente ergueu o rosto, fixando o teto, como se estivesse em transe. Logo seu rosto se contorceu, e um gemido sofrido pôde ser ouvido quando seu pau começou a verter o farto e grosso liquido.

- Ahhh Caralho - praguejou, tremendo como se estivesse sendo eletrocutado. - aahhh ahhh ahhh. Cara...

Fui tirando meu dedo devagar e beijei seu rosto com carinho, até ele acalmar.

- Descansa - sugeri. E me levantei. Fui tomar um banho, pois estava todo suado, mais até do que o treino havia deixado.

Mesmo sem eu ter gozado, estava plenamente satisfeito. Só em ver Vicente delirar daquele jeito.

Uma parte minha acreditou que meu amigo teria aproveitado a oportunidade de estar sozinho para fugir. Talvez envergonhado após o gozo

E o que me surpreendeu foi encontrar ele na cama da forma como o deixei. Nu, aperto de barriga pra cima, com o tórax banhado do próprio sêmen.

Sentei ao seu lado e o mesmo continuava a olhar o teto, meio abobado.

- Que porra foi essa? - perguntou. Não sabia se pra mim ou se pra ele mesmo.

- Bem... Você gozou - informei simplesmente. Achando graça de seu estupor.

- Porra... E como... Caralho, acho que nunca assim.

- Fico feliz pelo feedback - brinquei.

Ele riu também, mas logo se espantou quando viu a hora.

- Droga. Preciso ir. Mas não consigo levantar - assumiu, achando graça da própria fadiga.

Eu sorri e o ajudei a se levantar. O levei para o banheiro e lhe fiz companhia, sentado no vazo enquanto ele se banhava

Logo nossa conversa voltou aos treinos, a faculdade e as coisas do dia a dia. Reassumindo a normalidade e o episódio de pouco tempo foi se transformando em doces lembranças

O acompanhei até a porta e nos despedimos com um abraço. Ele ia sair, mas antes voltou e me olhou...

- Assim... Eu queria pedir...

- Relaxa. Fica entre nós - o interrompi, levando de boa.

- Não... Digo... Sim... Quero dizer... Também. Rs. Ia dizer que... Se um dia quiser repetir... Eu curti.

Aquilo de fato me surpreendeu. E eu apenas concordei.

- Vou pensar no seu caso - me fiz de difícil. Vicente riu e eu também

Ele saiu e eu decidi voltar aos meus afazeres.

De fato eu havia adentrado a toca do coelho. E aquele caminho não tinha mais volta. O jeito agora era aproveitar a aventura


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Comentários

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Como sempre seus contos são demais.... Continua logo

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Fantástico, já estou querendo ler o restante..

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Maravilhoso Fmendes , você escreve os melhores contos , amaria ler um livro teu , nem q seja um compilado de contos , fez minha alegria de sábado

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Mano, conto perfeito como sempre Fmendes, mas só uma dica, tenta não usar "mulato" , sei que é uma palavra q esta no nosso vocabulário mas ela é uma palavra racista

So isso mesmo man

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só não curtir o fato de ter raspado. cadê os pelos? kkk

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Li o conto de fio a pavio numa assentada. Só no fim é que vi quem era o autor e aí compreendi que só mesmo o FMendes para um conto assim. Para mim, o melhor de todos os seus contos até agora porque o tema é algo muito plausível em todo o desenrolar. Nada de mirabolante como nalguns dos outros seus contos que embora excelentes ultrapassavam as fronteiras da realidade assumindo proporções só possíveis no âmbito da ficção. Neste conto, pelo menos neste capítulo, é tudo tão natural e credível que até me provocou o recuo saudoso aos meus 20 anos e à descoberta amorosa e sexual do amor da minha vida, precisamente na equipa de futebol da Universidade de Lisboa. Mas a nossa descoberta foi gradual e secreta pois nem as nossas namoradas nem companheiros de time se aperceberam dela. Bem sei que já deve ter o esquema da história delineado mas adoraria que, desta vez, se mantivesse com os pés em terra firme do principio ao fim do conto. Sem ter de recorrer a nada de muito mirabolante.

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