Segredos - Capítulo 8: O Salvador

Um conto erótico de Caio Ferreira
Categoria: Gay
Contém 10169 palavras
Data: 30/07/2020 03:51:20
Última revisão: 12/04/2022 17:36:16

Fevereiro de 2016

NARRADO POR JOE:

Hoje completam dois meses que minha irmã foi embora de casa e desde então todos os dias meu pai chega em casa e me bate com a desculpa de que está tentando me fazer virar homem e que quer tirar o demônio do meu corpo. Cada dia que passa eu fico mais machucado por dentro e por fora.

Estou deitado na minha cama e ouço meu pai gritar com a minha mãe pergunto onde eu estava, ela avisa onde estou, finjo que estou dormindo e consigo ouvir os passos dele até meu quarto:

- O endemoniado já está dormindo? - Ele pergunta assim que entra no meu quarto.

Fico calado e percebo que ele trancou a porta, já estou esperando começar a minha sessão de tortura. Ouço ele tirar o sinto e vindo para cima de mim, só que dessa vez ele me vira de barriga para baixo e segura meus braços com uma mão e com a outra abaixa a minha cueca, me dou conta do que ele está fazendo e tendo me soltar, mas ele me da um soco na minha cabeça e me deixa tonto. Quando menos espero ele começa a me penetrar, com força e dizendo que iria tirar os meus demônios de dentro para fora. Meu pai está fazendo isso comigo, o homem que deveria me proteger está tirando minha virgindade contra a minha vontade.

Esse tormento não dura muito, ele logo acaba e sai de cima de mim, se veste de vai embora do meu quarto. Passo mão no meio da minha bunda e vejo que estou sujo de sangue e esperma graças ao meu próprio pai. Tento me levantar, mas não tenho força para isso, consigo apenas chorar e me pedir para que Deus me leve embora. De tanto chorar acabo dormindo.

Acabo de acordar com a minha mãe aos gritos comigo:

- O que você fez seu pederasta. - A mulher me segura pelos braços.

- Quem fez foi o seu marido, aquele monstro. - Eu tento me defender.

- Você que é um monstro, cale a sua boca. - Ela me da um soco.

- Por que vocês me odeiam tanto? - Pergunto tentando me levantar.

- Por que você é um viadinho sujo e é uma vergonha para a nossa família e eu quero você fora dessa casa hoje. - Ela esbraveja.

- E onde eu vou ir morar? - Pergunto.

- Você pode ir para a casa do meu irmão, agora que a aberração que era aquele homem que vivia com ele morreu você pode ocupar o lugar dele. - Ela fala.

- Ela era uma mulher e você não é evoluída o suficiente para entender isso. - Grito.

- Eu sou uma mulher, aquilo era um homem que se fantasiava de mulher, é isso que você vai virar. - Ela grita na minha cara.

- Depois que a minha irmã foi embora vocês mostram quem realmente são e eu vou embora sim, mas pode ter certeza que se esse Deus que você tanto fala existir, você e seu marido vão pagar por tudo que me fizeram. - Eu ataco a mulher.

- Lave sua boca para falar de Deus. - Ela me bate mais uma vez.

- Nunca mais vocês vão encostar um dedo em mim. - Eu revido o tapa e coloco ela para fora do meu quarto.

- Você me paga. - Ela grita do outro lado da porta.

Corro para arrumar uma mala com algumas roupas e pertences. Pego um dinheiro que eu tenho guardodo e saio pela janela. Vou até à rodoviária e compro uma passagem para a cidade do meu tio. A partir de hoje eu vou começar uma vida nova.

Quinta-feira, 07 de dezembro deTarde

NARRADO POR TIANA:

Estou sozinha na mesa do restaurante, os funcionários começam a chegar, Michel foi embora sem dizer para onde iria, liguei para a Dona Nanci e ele até agora não chegou em casa, tenho medo eu ele faça alguma besteira. Meu pai subiu para a sala dele, decido ir até ele para podermos conversar.

- Pai, posso entrar? - Pergunto.

- Pode sim minha filha. - Ele me responde deitado no sofá que tem na sala dele.

- O senhor está bem? - Pergunto.

- Eu estou triste com isso tudo e me sentindo culpado. - Ele me conta.

- O senhor não tem que se sentir culpado por nada do que aconteceu comigo. - Eu sento no chão na frente dele.

- Como não Tiana? Sua mãe te levou para levou para um hospital, te induziu a realizar um aborto e tudo isso pelas minhas costas, não pude nem conversar com você sobre isso e o pior é que você nunca quis fazer isso. Ela violou sua individualidade e seu direito de escolha e eu me culpo por não poder te ajudar, eu falhei com você. - Ele me explica chorando.

- Mas o senhor não tem culpa por isso, faz tanto tempo que é melhor a gente deixar isso no passado e olhar para frente. - Eu tento fazer com que ele mude de pensamento.

- Eu nunca vou deixar isso no passado Tiana, eu vou denunciar sua mãe, vou me separa dela e pedir sua guarda, eu não vou descansar até sua mãe pagar por tudo que ela te fez sofrer. - Ele se levanta bravo

- O senhor não pode fazer nada agora com a cabeça quente, tente de acalmar. - Eu peço.

- Eu estou calmo, o que eu quero mesmo é matar a sua mãe por fazer você sofrer tudo isso, mas eu não vou me igualar á ela. A única coisa que eu te garanto que a partir de hoje ela nunca mais vai ter paz, não até responder por tudo que ela fez com você. - Ele esbraveja.

- Eu também quero que ela pague pai, eu vou te ajudar em tudo que o senhor precisar, mas precisamos lembrar que minha mãe não é burra então temos que fazer tudo certinho contra ela. - Falo e ele concorda com a cabeça.

- Você falou com o Michel? - Ele me pergunta.

- Ele não me atende, não foi para casa e eu estou ficando com medo dele ter ido falar com a minha mãe. - Conto par ao meu pai.

- Não tiro a razão dele caso tenha ido falar com a Marta, mas acredito que ele só precisa de um tempo para absorver tudo isso. - Ele me explica.

- Eu sei que ele está chateado com tudo isso, mas ele está agindo como se fosse ele que tivesse sido obrigado a fazer um aborto. - Eu falo brava.

- Você está sendo egoísta minha filha. - Meu pai me alerta.

- Por que o senhor acha isso? - Eu o questiono.

- Eu acredito que a chateação é pelo fato de você ter escondido isso dele, por você ter passado por tudo e não ter falado nada para ele durante todo esse tempo. Você não pode tirar a razão dele em ficar chateado, eu estou por isso ter acontecido com a minha filha e ele está por ter relação com o filho dele. - Meu pai tenta me fazer mudar de ideia.

- Mas ele não pode ser covarde em não conversar comigo, não pode fugir das coisas. - Falo revoltada.

- Você está falando igual sua mãe e tentando jogar a culpa da sua mentira nas costas de outra pessoa que só merecia a verdade. Você foi covarde por não contar para o cara que ia ser pai do seu filho que a sua própria mãe te forçou a fazer um aborto contra a sua vontade. Você fez o melhor amigo dele esconder esse segredo até mesmo depois da morte. Você abandou ele e foi namorar com outra pessoa. Você foi vitima nas mãos da sua mãe e mais uma vez eu digo, ninguém está te criticando por isso e sim por sua falta de verdade com as pessoas que te amavam. Então não chame o Michel de covarde por está agindo como qualquer outra pessoa que também foi enganada. - Ele joga varias coisas na minha cara.

- Tudo bem pai, me desculpe. - Eu peço tentando encerrar a bronca.

- Você tem que enfrentar as coisas e não pedir desculpas a vida toda. Agora você tem que olhar para frente, reconquistar a confiança do seu amigo e fazer com que sua mãe pague por tudo que fez contra você. - Ele me aconselha, sentando. - Vem aqui pretinha. - Ele me chama para se sentar ao lado dele.

- Eu vou fazer isso pai, eu gosto tanto dele. - Falo me sentando ao seu lado.

- Eu sei que você gosta dele e por isso deve dar um espaço pare absorver tudo isso. - Ele me fala.

- Vou fazer isso pai, obrigado por esse papo. - Falo.

- Vou ir lá embaixo e pedir para preparem uma comidinha para a gente, me espere aqui. - Ele fala se levantando e saindo.

NARRADO POR LUCAS

Acabei de chegar em uma praia que é meio distante da nossa cidade com Michel que não está entendendo muito o que tá acontecendo:

- Por que você me trouxe aqui? - Ele me questiona.

- Esse é um lugar que eu venho desde pequeno com a minha avó, e agora depois de grande venho aqui quando quero ficar sozinho e pensar na vida e tenho quase certeza que você está precisando fazer isso depois de dar o seu depoimento sobre a morte do meu irmão. - Falo surpreendo ele.

- Você esta certo! Eu estou mesmo precisando digerir algumas coisas que descobri hoje que estão me deixando louco. - Ele fala se sentando na grama que tem antes da faixa de areia.

- Eu também surtaria. - Falo sem pensar muito me sentando ao lado dele.

- Como assim você também surtaria, por algum acaso você sabe o que foi dito na delegacia hoje? - Ele me pergunta.

- Eu penso que sim. - Confirmo.

- Então me fala para vê se é o que você pensa. - Ele me pede.

- Você descobriu que a minha tia obrigou Tiana a realizar um aborto ou descobriram que você meu irmão já tiveram um caso. - Mando na lata deixando o menino mais branco ainda.

- Como você sabe de tudo isso? - Ele me pergunta surpreso.

- O meu irmão me contou muitas coisas sobre vocês. - Eu explico para o menino.

- Eu devo imaginar que ele queria mesmo falar essas coisas para alguém e nunca pode. - Ele me conta.

- É que sempre foram vocês três né? - Pergunto.

- Sim, antes tinha o Gabriel, mas ele se afastou de nos quando começou a namorar a Berenice. - Ele me explica.

- Ele me contou essa parte também. - Falo dando risada.

- E o que ele te falou sobre o meu filho? - Ele me questiona.

- Na verdade, ele me contou tudo, desde o começo. - Falo.

- Como assim? - Ele me pergunta.

NARRADO POR JOE

O motorista do Michel acabou de me pegar aqui em casa para pode me levar até a delegacia. Chego na delegacia e sou recepcionado por uma mulher:

- Ola boa tarde, sou a Dr. Adriana Bittencourt, advogada e vou te acompanhar hoje no seu depoimento. - Ela se apresenta.

- A senhora veio a pedido do Michel? - Pergunto mesmo já sabendo a resposta.

- Isso mesmo, mas pode parar de me chamar de senhora. - Ela confirma.

- Tudo bem, você sabe o que vão me perguntar lá dentro? — Questiono a advogada.

- Vão querer sobre como era a sua relação com Pedro, coisas sobre sua vida e qualquer coisa que possa te fazer se considerado um suspeito ou não. - Ela me explica.

- Então mesmo eu sendo um amigo do Pedro eles podem estar pensando que eu possa ter matado ele? - Pergunto.

- Sim, até o momento todos são suspeitos. - Ela me conta.

- Entendi. - Falo.

NARRADO POR HELOISA:

Acabo meu almoço e já estou pronta para dar continuidade nos depoimentos. Até esse momento as irmãs Dóris e Marta são nossas principais suspeitas de terem sido as mandantes da morte de Pedro, mas para chegarmos nelas precisamos descobrir que executou e concluiu o plano de matar esse menino. Pensando em tudo que Tiana e Michel nos falaram hoje pela manhã, o Namorado de Tiana e os amigos não gostavam nem um pouco do Pedro. Mas qual a ligação desses jovens com a família de Pedro? Ainda tenho que descobrir o que Pedro sabia sobre o prefeito.

Julia me manda uma mensagem avisando que Joe já está me esperando para poder depor, vou até à sala:

- Olá, boa tarde. - Falo entrando na sala.

- Boa tarde. — Todos me respondem.

- Dr. Adriana a senhora aqui mais uma vez? - Pergunto surpresa.

- Sim, hoje vou acompanhar todos os amigos de Pedro que vão depor a pedido do Michel. - Ela me explica.

- Tudo bem. Joe quero saber se você está disposto a contar tudo que sabe sobre Pedro e sobre a noite em que ele foi morto? - Pergunto.

- Vou contar tudo que sei e que possa ajudar nas investigações. - Ele me avisa.

- Então vamos lá. - Aviso.

- Joe, eu gostaria de saber onde você estava na noite em que Pedro morreu? - Tônia questiona o menino.

- Eu estava na festa da escola junto dos meus amigos, inclusive com Pedro. - Ele nos conta.

- Você notou ele apreensivo em algum momento da noite, com medo ou algo do tipo? - Agora é Julia que pergunta.

- Ele estava agitado, mas isso era comum, Pedro sempre ficava muito agitado com as festas que ele organizava. O único momento que ele ficou triste e com medo foi quando colocaram aquele vídeo nojento no telão da quadra. - Ele nos conta triste.

- Nós vimos o vídeo e sentimos muito. Já que você entrou na parte do vídeo gostaríamos de saber se você tem alguma ideia de quem tenha feito aquilo. - Pergunto.

- Desde que eu vi aquele vídeo na me tira da cabeça que os filhos do demônio estão envolvidos nisso. - Ele fala revoltado.

- Você acredita que eles possam ter matado Pedro? - Julia pergunta.

- Sendo sincero, sim. - Ele fala sem pensar muito.

- E por que você acha isso? - Julia segue questionando.

- Eles sempre deixaram claro que queriam o Pedro longe deles. Até onde eu sei Pedro sabia coisas sobre eles que eram bem serias. - Ele nos revela.

- E você faz ideia do que seria? - Tônia pergunta.

- Pedro nunca quis nos contar, dizia que era muito perigoso. - Ele explica.

- Como era sua relação com o Pedro. - Pergunto.

- Muito boa, Pedro sempre foi um grande amigo. - Ele nos fala com os olhos brilhando.

- Como vocês se conheceram? - Pergunto.

- Na escola. Desde o meu primeiro dia Pedro fez questão de conversar comigo. - Ele me responde

- Ele era somente seu amigo? - Pergunto.

- Infelizmente sim. Eu sempre gostei muito do Pedro, mas ele nunca gostou de mim dessa forma e sempre deixou muito claro que era apenas meu amigo. - Ele nos conta triste.

- E como você lidou com isso. - Sigo perguntando.

- No começo eu fiquei triste, mas entendi que era melhor ser amigo dele do que outra coisa, Pedro era uma das melhores pessoas que já conheci da minha vida, me ajudou a cuidar do meu tio, fez coisas por mim que ninguém da minha família fez.- Ele fala emocionado.

- Você é gay assumido? - Julia pergunta.

- Sim, todo mundo sabe da minha sexualidade. - Ele confirma.

- E como seus responsáveis reagiram em relação a isso? - Julia segue perguntando.

- Desde muito novo eu sempre soube que era gay, ia crescendo e isso ficava perceptível para todas as pessoas na minha volta. Meus pais nunca aceitaram e meu único apoio era a minha irmã mais velha, mas quando a mesma foi embora meu pai passou a me bater na tentativa de me fazer "virar" homem. Então eu vim morar com o meu tio que é irmão do meu pai e cuidar dele depois que a sua esposa morreu. Aqui eu sou tratado bem e com respeito por todas as pessoas que me cercam. - Ele nos conta.

- Esse foi o único motivo que fez você vim morar aqui nessa cidade? - Eu pergunto deixando o menino atordoado.

- Sim. - Ele fica desconfortável e algo me diz que ele está mentindo.

- Você há mais ou menos 1 ano deu entrada no hospital da cidade depois de uma tentativa de suicido mal sucedida e quem te levou até o hospital foi o Pedro, você pode me dizer o que aconteceu naquela noite? - Pergunto fazendo o menino tremer.

- Eu tenho mesmo que falar sobre isso? - Ele pergunta para a advogada.

- Não, pois isso não tem nada a ver com o a morte de Pedro. - Ela fala me encarando.

- Não estamos descartando nada, a verdadeira historia pode ser a que algumas pessoas falaram na época, que Pedro ficou incomodado com o assédio que sofria de Joe e tentou matar ele, como não deu muito certo usou a influência que tinha sobre Joe para manipular ele a mentir e pensando nisso Joe pode ter matado Pedro para se vingar disso. - Falo entregando o relatoria de um médico e o depoimento de uma possível testemunha para a advogada.

- Isso é mentira. - Joe esbraveja.

- Mas quem disse isso na época não foi eu, mas as investigações na época apontaram para esse lado. - Explico.

- Investigações essa que foram encerradas por falta de provas e com o depoimento do meu cliente defendendo Pedro. - Ela rebate.

- Exatamente, mas a mãe de Pedro disse que quer encontrar quem fez isso com o filho e que vai revirar a cidade se for preciso, sendo assim ela pode querer chegar nessa historia e te acusa Joe de ter matado o filho dela. - Falo.

- Ela está certa Joe! Dóris joga sujo e pesado para ganhar as coisas, eu acredito que é melhor você falar o que aconteceu naquela noite. - Ela aconselha o menino.

- Tudo bem eu falo. - Ele concorda.

- Pode falar. - Eu aviso.

- Naquela noite meus pais haviam descoberto que eu estava morando aqui com o meu tio. Minha mãe me ligou gritando e atacando a mim e ao meu tio, avisou que estava vindo me buscar, mas no meio do caminho os dois sofreram um acidente e acabaram morrendo, aquela notícia mexeu comigo de uma forma que eu não imaginava e eu estava me sentindo muito culpado por tudo, então resolvi acabar logo com a minha vida e fazer com que as pessoas que estavam a minha volta. Eu sai de casa sem avisar meu tio que ficou desesperado e como Pedro que era o único amigo que eu tinha ligou para ele pedindo para ir atrás de mim. Quando ele me encontrou, eu já tinha cortado os meus pulsos. - Ele nos mostra a cicatriz - Estava descordado e depois eu só me lembro de ter acordado na ala psiquiátrica do hospital e com o Pedro sentando do meu lado, essa é a verdadeira historia. - Ele termina de contar chorando.

- E ela bate com o que você disse durante o seu depoimento. - Julia me entrega uma cópia dos meus depoimentos da época.

- Pedro nunca seria capaz de me matar, ele me salvou, me ajudou a ficar bem, cuidou do meu tio junto comigo, foi minha família. - Ele chora ainda mais.

- Eu sinto muito por fazer você reviver esse dia, mas você se lembra quem acusou o Pedro? - Pergunto.

- Sim. - Ele me responde.

- O prefeito com a ajuda da filha Berenice. - Ele nos revela.

- Por que o prefeito faria isso? - Tônia pergunta para o jovem.

- Eu também não entendi, mas depois Pedro me explicou e isso fui justamente quando o prefeito revogou a decisão sobre o corte que ele ia fazer na escola graças as ameaças do Pedro. - Ele me explica.

- E você sabe o que o Pedro sabia contra o prefeito? - Pergunto para o menino.

- Assim como era em relação os filho do demônio Pedro também nunca nos contou nada sobre o prefeito. - Ele nos lembra.

- Joe você pode nos contar como era a relação dele com a família. - Tônia pede ao jovem.

- Pedro e o pai se davam muito bem, agora com a mãe não era muito boa não. Assim como os meus pais, a mãe de Pedro nunca aceitou o fato do filho ser gay. - Ele conta.

- Entendo. - Tônia fala.

- Para encerrar gostaria que você me disse quem você pensa que pode ter feito isso com o Pedro? - Peço.

- O prefeito. - Ele fala com convicção.

- Bom Joe por enquanto você está dispensando. - Falo.

- Assine aqui por favor e pode ir. - Julia da os papeis para o menino assinar.

O menino assinou os papeis, sua advogada também, agradeceu e saiu da nossa sala.

Tônia vem até mim:

- Eae Helô, o que você acha? - Minha parceira me questiona.

- Nada me tira da cabeça que Dóris e Marta tem alguma coisa a ver com isso, mas também tem o prefeito e esse segredo que o Pedro sabia sobre ele. - Falo

- Eu acredito que se nós acharmos a ligação entre os três nos encontraremos quem mandou matar o Pedro. - Julia fala.

- Eu também penso isso. - Aviso.

- Agora quem vem aí é o Renato mais um amigo de Pedro. - Tônia nos avisa.

- Preciso de uma pausa para ir ao banheiro, mas vocês já podem chamar ele. - Informo minhas amigas e saio da sala.

NA CASA DA DONA NANCI

NARRADO POR JOSEFA:

Cheguei a pouco tempo na casa de Nanci, chegou a hora de contar para o Rafael tudo sobre o meu menino, tenho medo do que minha filha possa fazer quando descobrir que eu estou durante todo esse tempo com Lucas e pior que o Pedro sabia de tudo e estava se relacionando com o irmão, mas o Rafael tem o direito de saber e conhecer o outro filho. A campainha toca e Nanci me pede para ficar calma e que ela irá atender, fico no sofá esperando o momento.

O meu genro entra por aquela porta afobado e sinto que está com o coração quase saindo pela boca:

- Oi dona Josefa, como a senhora está? - Me pergunta parado na minha frente.

- Eu nervosa e você? - Devolvo a pergunta.

- Também, muito. - Ele fala.

- Eu acho melhor você se sentar Rafael, eu vou ir la para dentro para que vocês possam conversar mais a vontade. - Nanci avisa.

- Não minha amiga, eu quero e preciso de você aqui. - Peço.

- Eu também acredito que seja melhor, imagino que a senhora sempre soube de tudo né. - Rafael fala se sentando.

- Sim meu filho, eu sempre soube e espero que você realmente entenda. - Nanci tenta se desculpar com meu genro.

- Sei que a senhora foi fiel a sua amiga e eu respeito e admiro muito isso. - Ele fala.

- Eu é que não fui totalmente honesta com você Rafael. - Falo.

- Não mesmo, mas eu conheço a senhora desde que eu nasci e sei que tiveram motivos para a senhora nunca me dizer que encontrou o meu filho. - Ele fala de cabeça baixa.

- Antes de começar essa conversa, você Rafael precisa estar com o coração e cabeça aberta e como você mesmo disse Josefa teve seus motivos para esconder durante tanto tempo o Lucas. - Nanci avisa.

- Eu sei e vou tentar. - Ele fala sendo sincero.

- Eu vou começar por onde nos paramos há 17 anos. - Aviso.

- Sou todo ouvidos. - Rafael informa.

- Passei quase 1 anos tentando encontrar Lucas, dediquei minha vida para isso, até que com a ajuda de antigos funcionários da sua casa eu encontrei o orfanato que Dóris havia mandando o filho. Descobrimos que minha filha pagava uma grana alta por mês para que o menino nunca fosse adotado, só conseguir tirar o menino daquele lugar porque Renata e Rogério pagaram um valor maior do que Dóris pagava. - Comecei a contar.

- Mas porque a senhora não pensou em levar o menino até nos, os pais, como fez com Pedro? - Ele me questiona.

- Sim eu pensei e muito, mas também tinha muito medo da Dória fazer alguma coisa de ruim com o menino, eu sabia de tudo que ela fazia com Pedro e se você quiser saber a verdade, eu me arrependo muito de ter deixado você levar Pedro com você, se eu soubesse que meu menino ia sofrer tanto naquela casa eu nunca deixaria ele com vocês. - Falo brava.

- Ele era meu filho, eu entendo sua preocupação, mas ele era meu filho, eu tinha todo direito de cuidar dele. - Ele esbraveja.

- Exatamente, você deveria cuidar, mas não era bem assim e nos sabemos disso! Sua mulher deu uma surra que chegou a sair sangue do Pedro quando ele tinha 1 ano de idade e o que você fez? Exatamente, nada então não venha me dizer que ira cuidar de Lucas também. - Ataco tudo na cara dele.

- Se vocês levarem a conversar para esse lado, não vai dar certo. - Nanci nos repreende.

- A senhora está certa, naquela época eu realmente não fiz nada e me arrependo até hoje, mas depois Pedro cresceu no que eu pude eu protegi o meu filho. - Rafael me conta.

- Eu sei disso, Pedro me contou tudo. - Informo.

- Porque a senhora procurou Pedro e não me procurou? - Ele me questiona.

- Eu fui obrigada a procurar Pedro. - Falo.

- Como assim? - Ele me pergunta.

- Na segunda vez que Lucas tentou contado com vocês, mesmo contra a minha vontade, ele foi pego na porta da casa de vocês, levado para um galpão abandonado e quase morreu de tanto apanhar, precisou de um transplante e a única pessoa possível era o Pedro... - Começo a contar, mas logo sou interrompida.

- Não entendi a segunda vez. - Rafael me pergunta.

- Ele já tinha ido até sua casa, mas sua mulher o ameaçou e proibiu ele de chegar perto de qualquer um de vocês. - Conto.

- Então quer dizer que Dóris sempre soube que nosso outro filho estava vivo e pior ela sabia onde ele esteve esse tempo todo? - Ele me pergunta indignado

- Há dois anos exatamente ela descobriu que o Lucas estava vivo e morando comigo, tanto que ameaçou em me denunciar e colocar ele em um colégio interno, por medo dela fazer algo de ruim contra mim que ele desistiu de conhecer vocês. - Falo triste.

- Meu Deus do céu! Quem é aquela mulher que está dormindo do meu lado, como ela consegue dormir tranquila depois de ter feito tanto mau para os próprios filhos. - Ele fala começando a chorar.

- Eu também quero descobrir, até porque fui eu que coloquei ela no mundo. - Falo indo até meu genro.

- Eu interrompi a senhora que estava me contando que Lucas precisou fazer cirurgia e que foi assim que os dois se conheceram? - Ele me lembra.

- Então como eu disse, a única pessoa que podia doar um pedaço do fígado para ele era o Pedro e com a ajuda de Nanci ele conseguiu ir até à capital para realizar a cirurgia, depois disso eu contei toda a historia da nossa família para ele. - Falo.

- E o Pedro não surtou, isso está estranho. - Ele comenta.

- Logico que surtou, ele queria ir até a Dóris e jogar tudo na cara dela, sair de casa, mas tanto eu quanto Nanci imploramos para ele não fazer nada e se controlar, avisei que se ele falasse alguma coisa para alguém eu iria pegar o Lucas e sumir no mundo e só assim ele se controlou, e desde então estava se encontrando com a gente, escondido de todos vocês. - Termino de contar.

- Eu não sei o que pensar. - Rafael fala.

- Você precisa pensar com a cabeça além do coração meu filho, e entender que Dóris podia ter feito alguma coisa contra a Josefa e Lucas, mais uma vez. - Nanci aconselha meu genro.

- Eu sei disso, mas é meio louco saber que os dois estavam convivendo e eu imagino que Pedro tinha bastante medo de acontecer alguma coisa com vocês, porquê meu filho nunca iria deixar uma coisa dessas passar sem ir nos enfrentar. - Ele nos conta.

- A surra que Lucas tomou era para ser Pedro no lugar dele. - Eu conto.

- Não entendi. - Ele me fala.

- Lucas nos garantiu que quando estava apanhado ouviu os homens falarem varias vezes no nome de Pedro, e logo depois Pedro recebeu uma mensagem mandando o mesmo ficar calado se não da próxima vez seria a morte. - Conto para o meu genro.

- Agora que a senhora está me dizendo isso, lembro que no dia em que Pedro foi passar essa semana capital o prefeito foi até nossa casa querer saber como estava Pedro. Eu tenho certeza que aquele filho da puta tem alguma coisa a ver com isso e com a morte de Pedro. - Ele esbraveja.

- A gente tem que descobrir, porque Pedro antes de morrer me disse que pessoas dentro da escola não eram de confiança, mas não quis me dizer quem. - Falo ao meu genro.

- Sei que ele não se dava bem com o treinador e Edgar sempre teve ciúmes dele com Maria, então pode ter sido um dos dois. - Ele nos conta.

- Você confia nessa Maria? - Pergunto.

- Confio e muito, Maria sempre gostou e defendeu muito o filho. - Ele me conta.

- Entendo. - Concordo.

- E onde está o Lucas? - Ele me pergunta.

- Uma hora dessas ele está trabalhando. - Informo.

- Onde ele trabalha? - Ele segue me perguntando.

- Em um supermercado. - Eu conto para o meu genro.

- O que ele faz nesse supermercado? - Ele me questiona.

- De tudo um pouco, mas ele geralmente entrega as compras na casa dos outros. - Explico.

- Nossa que legal isso, mas eu gostaria que ele estudasse. - Ele me fala.

- Mas ele estuda no período da noite, ele teve que mudar de horário por causa do trabalho, mas eu só deixei ele trabalhar se não atrapalhasse a escola, foi o nosso combinado com Pedro. - Explico.

- O que o Pedro tem a ver com isso? - Ele fica intrigado.

- Quem arrumou o trabalho para ele foi o Pedro. - Eu conto.

- Meu Deus como eu queria ter visto essa amizade de perto. - Ele fala chorando.

- Eu imagino, mas saiba que Pedro só falou coisas boas de você para o Lucas, o único motivo deles não terem te contado tudo é a Dóris. - Eu explico.

- Eu sinceramente estou cansando da Dóris, minha sogra avise o Lucas que eu preciso conhece-lo e que eu não vou contar para a sua filha, mas eu preciso vê meu filho. - Ele me pede.

- Eu vou conversar com ele sim. - Falo abraçando ele.

- Muito obrigado por cuidar dos meus meninos, desde sempre. - Ele retribui o abraço emocionado.

- Eu vou embora, preciso colocar minha cabeça no lugar. - Ele me fala.

- Fique em paz meu filho, tudo vai se acertar. - Eu tento acalma-lo.

- Agora eu encontrei um motivo para viver: Lucas. - Ele me fala com um sorriso sincero.

- Eu vou fazer de tudo para vocês dois se encontrarem. - Aviso.

- Obrigado minha sobra, obrigado dona Nanci, vocês foram mães para mim e o meu irmão e agora são para os meus filhos, obrigado mesmo. - Ele nos agradece.

- Vá em paz meu filho. - Desejo.

Ele se levanta e vai embora, mas antes me agradece mais uma vez por tudo, fico feliz que ele entendeu os motivos que me levaram a esconder o Lucas.

- Um passo dado né minha irmã, agora é o Lucas. - Nanci me avisa.

- Sim, espero que ele de um voto de confiança ao pai. - Falo.

- Ele é um menino bom, vai dar tudo certo. - Ela me fala.

- Assim espero. - Falo.

NARRADO POR LUCAS:

Michel fica me olhando esperando por uma resposta, mas eu tenho quase certeza que falei além da conta.

- Eu acredito que já estou falando muito. - Tento fugir.

- Agora que começou, termina, por favor eu preciso de alguém que confie em mim, não aguento mais as pessoas escondendo as coisas de mim. - Ele me fala sentado no chão triste.

- Ei menino não fica assim, prometo que não vou mentir para você. - Falo abraçando ele.

- Então me fala sobre o que você estava falando. - Ele me pede.

- Quando Pedro foi me contar sobre os amigos dele, ele me contou tudo que aconteceu entre vocês três. - Falo.

- Tudo o quê? - Ele me pergunta.

- Ele me contou que vocês dois tiveram um lance, que ele estava começando a gostar de você, mas que um dia depois que vocês transaram, vocês foram para a casa dele e lá você e a Tiana se beijaram na frente dele. Ele me disse que você escolheu Tiana, que ele não teve nem chances de lutar por você porque ela disse que estava apaixonada por você e pediu para o Pedro ajudar ela a te conquistar. - Conto deixando o menino vermelho.

- Como assim ele não teve como lutar por mim, ele disse que não queria nada e o que rolou entre a gente era para morrer naquela noite. - Ele fala surpreso.

- Ele te disse isso porque amava muito a Tiana a ponto de abrir mão você. Eu tenho certeza que ela só foi falar com o Pedro, pois sabia que vocês tinham ficado naquela noite, meu irmão me disse que ela ficou jogando charadinha para ele depois disso, além de ter inventado o "verdade ou desafio" só para te beijar na frente dele. Pedro amava Tiana, mas essa historia ainda machucava muito ele. - Eu conto para o menino.

- Eu nunca soube que a Tiana foi falar com o Pedro sobre a gente, ela mesmo sempre pediu para que eu deixasse tudo em segredo, quando, na verdade, ela já tinha contado para ele. PUTA QUE PARIU. - Ele se exalta.

- Eu não quero jogar você contra a Tiana até porquê eu nem conheço ela, estou somente de dizendo o que meu irmão me contou sobre vocês. - Falo.

- Tudo bem é que eu estou processando tudo. - Ele me fala de cabeça abaixada.

- Pedro me disse que vocês dois tinham química em tudo, na amizade, na cama, na dança e ele acreditava que a Tiana antigamente não curtia muito isso tudo, ela se sentia excluída e talvez por isso tenha ficado com você, para se sentir parte dos dois. - Falo.

- Nós tínhamos mesmo, eu amava seu irmão em vários sentindo, mas depois que ele ficou sem falar comigo eu tive que matar tudo que eu sentia por ele que fosse diferente de amor de irmão. Quando ele me contou que já não era mais virgem e que além de tudo o menino foi um babaca eu quase morri de ciúmes, mas me controlei e logo depois a gente transou e posso te dizer com todas as letras eu nunca senti com alguém algo parecido com o que eu senti com o Pedro. Eu fui fraco por não ter ido atrás dele, mas a Tiana me disse que ele precisava de um espaço e que provavelmente ele tinha descoberto que nós estávamos ficando. Pedro só voltou a falar comigo quando veio me contar da gravidez da Tiana. - Ele desabafa.

- Posso te dizer uma coisa, Pedro me disse que morreu por dentro quando a Tiana contou para ele que estava gravida de você e ainda fez ele ir te contar, mas ele chegou a conclusão que não podia mais ficar entre vocês, tanto que ele infelizmente voltou a se relacionar com menino que tirou a virgindade dele. - Eu conto.

- É o quê? - Ele fica chocado.

- Sim, ele ficou triste e o esse moleque voltou e o Pedro usou ele para tentar esquecer você, mesmo depois o menino fazendo merda mais uma vez, eu acredito que o plano inicial deu certo, pois ele jurou para mim que não gostava mais de você além da amizade. - Conto.

- E quem é esse filho da puta? - Ele me pergunta bravo.

- Ele nunca quis me falar, tinha medo que eu fosse bater no menino. - Falo.

- Por que você bateria nele? - Ele me questiona.

- O filho da puta gravou um sexo dos dois e chantageou Pedro, pediu dinheiro pra não divulgar o vídeo, e como a mãe dele era uma pessoa "maravilhosa", Pedro ficou com medo da reação dela e deu tudo que o menino pediu e desde então eles nunca mais ficaram. - Conto.

- Então não era com ele que Pedro estava ficando nos últimos meses! - Ele fala.

- Não, até onde eu sei é uma pessoa completamente diferente. - Falo.

- Então você sabe quem é? - Ele me pergunta.

- Eu descobri por acaso, vi Pedro e esse menino se pegando em um lugar que fui buscar ele. - Explico.

- E quem é ele, eu conheço?- Ele pergunta nervoso.

- Não sei e nem vou te falar nada sobre o menino, até onde eu sei o menino nem é assumido, nem nada e não sou eu que vou arranca o menino do armário. - Falo.

- Você disse que não ia esconder nada de mim. - Ele fala bravo.

- Não vou mesmo, mas isso não diz respeito a mim e nem a você. - Explico.

- Que merda. - Ele se exalta.

- Não fica bravinho não, eu mesmo quero falar com esse menino e quando eu questionar ele sobre umas coisas eu te conto tudo, por enquanto vai ficar por isso mesmo. - Aviso.

- Tudo bem, você pode me deixar em algum ponto de ônibus? - Ele me pergunta se levantando.

- Eu vou te deixar em casa, mas nós não precisamos ir agora. - Eu falo segurando ele.

- Não quero mais te atrapalhar. - Ele fala.

- Para de drama, tu acha mesmo que eu viria até aqui se você estivesse me atrapalhando, vim aqui porquê eu queria ficar com você, conversar com você, então se for possível fique aqui comigo. - Falo me sentando.

- Então tá, sobre o que você quer conversar? - Ele me pergunta.

- Você sente muito a falta dele? - Pergunto.

- Sim! Pedro faz parte de quem eu sou, tudo na minha vida ele estava ali, quando os meus pais morreram quem estava do meu lado quando eu recebi a notícia foi ele. Eu lembro que eu não queria fazer mais nada e só fazia quando ele estava ali comigo, foram varias as noites que ele ia até a minha casa e ficava só até a hora que eu dormia. Ele cuidou de mim e da minha avó enquanto ninguém mais fez. - Ele fala emocionado.

- Eu queria ter convivido mais tempo com ele. - Falo também emocionado.

- Desde do momento que eu te conheci eu amaldiçoei a minha madrinha por ter te privado de conviver com o seu irmão. - Ele me fala olhando nos olhos.

- Eu faço isso desde que soube de toda a historia. - Respondo retribuindo o olhar.

- Você é ainda mais bonito que ele, tem um olhar misterioso. - Ele fala.

- Obrigado. - Falo tímido, mas não resisto de beijo ele.

Ficamos nos beijando com vontade durante uns 5 minutos, até que se solta pegando folego:

- O que estamos fazendo? - Ele me pergunta tímido.

- Se beijando, me desculpa. - Eu peço.

- Não precisa pedir desculpas, eu gostei e já queria, mas hoje não estou nem um pouco no clima. - Ele me fala jogando um balde de água fria em mim.

- Tudo bem, acho melhor eu te levar em casa. - Falo me levantando.

- Eu também acho. - Ele me fala também se levantando.

Sinto que fiz merda, parabéns Lucas, parabéns. Subimos na moto e partimos para a casa do Michel.

NA DELEGACIA

NARRADO POR HELOISA.

Agora está na hora de interrogar Renato, o amigo mais recente de Pedro e o mais misterioso. Tônia me avisa que o menino já esta esperando e se o mesmo já pode entra, autorizo.

Mais uma vez Dr. Adriana chega para acompanhar outro jovem, a mesma já se senta e pede para o seu cliente sentar, agora sim posso começar:

- Oi Renato, boa tarde. - Falo

- Boa tarde. - Ele responde.

- Acredito que sua advogada já tenha te informado como vai funcionar hoje. - Tento descobrir.

- Sim, ela já me informou. - Ele me confirma.

- Para começar eu gostaria de saber onde você estava na noite em que Pedro morreu? - Pergunto.

- Assim como todos os meus amigos eu estava na festa que acontecia na escola. - Ele me informa.

- E para onde você foi quando a festa acabou? - Sigo perguntando.

- Quando a festa foi interrompida por causa daquele vídeo nojento eu fui para a minha casa. - Ele fala.

- E não passou em mais nenhum lugar? - Agora Tônia é quem pergunta.

- Apenas fui com Joe até sua casa e depois fui para a minha. - Ele segue reponde de maneira simples e objetiva.

- Você chegou a falar com Pedro depois que ele saiu da escola? - Julia questiona o jovem.

- Não, eu tentei, mas ele não me atendia. - Ele me responde.

- Nós conte como era a relação de vocês dois. - Peço

- Éramos bem amigos, eu me mudei no começo do ano para essa cidade e me matriculei na escola e com sorte do destino eu cai na mesma sala que ele. - Ele nos conta.

- Mas vocês já se conheciam? - Pergunto.

- Sim, nos já tínhamos ficado em uma balada na capital, mas foi só uma pegação normal. - Ele explica.

- Pedro sabia que você é um homem trans? - Pergunto sem surpreender o menino.

- Sim, desde a primeira vez que a gente se viu ele sabia que eu sou um homem trans. - Ele me conta.

- Então isso nunca foi um problema para ele? - Sigo questionando.

- Não. - Ele me responde.

- Por que não deu certo o caso de vocês? - Tônia pergunta.

- Nunca foi a nossa intenção que desse certo, ficamos uma vez e depois que cheguei aqui Pedro já estava apaixonado por outra pessoa, então mesmo que eu quisesse não ia rolar nada. - Ele responde Tônia com sinceridade.

- Algum dos seus amigos além de Pedro, sabe sobre você? - Julia pergunta.

- Não, nenhum deles sabem. - Ele responde triste.

- Você não tem vontade de contar para eles? - Julia segue perguntando.

- Tenho, mas eu sempre fui muito discreto em relação a isso, já sofri muito. - Ele nos explica.

- Como você sofreu? - Pergunto.

** FLASHBACK **

" Acabei de receber uma mensagem da minha irmã mais velha Bianca, me convidando para ir conhecer o meu sobrinho, recuso e ela fica triste, mas depois de tudo que aconteceu naquela casa eu não tenho a menor vontade de voltar lá.

Mando mensagem para Pedro contando sobre o convite, o mesmo me avisa que está indo até a minha casa para conversarmos sobre isso pessoalmente. Ele não demora muito para chegar aqui em casa:

- Oi amigo como você está? - Ele me pergunta.

- Estou bem, mas essa mensagem da minha irmã me deixou meio bolado. - Conto para ele.

- Eu penso que seria legal você ir conhecer o seu sobrinho, já vão fazer quase 5 anos que você não vê a sua irmã e ela sempre te apoiou amigo. - Ele me lembra.

- Mas quando eles me viram pela última vez, meu pai havia me dado uma surra e eu ainda era uma menina, nem tinha feito minha transição ainda. - Eu explico para o meu amigo.

- Então está na hora deles conhecerem quem é você de verdade, pois esse é quem você é e eles precisam saber disso, o que vai vim depois é outra historia. - Ele me fala.

- Você aceita ir comigo? - Pergunto surpreendo ele.

- Nossa não esperava esse convite. - Ele me fala.

- Não precisa aceitar se não quiser. - Eu aviso.

- Mas eu quero e vou ir com você, vai ser bom passar o um final de semana fora dessa cidade. - Ele me avisa

- E o que você vai dizer para o Michel e a Tiana? - Pergunto.

- Não tenho que dar satisfação para eles, mas caso eles me perguntem vou dizer que você me chamou para ir à festa de um amigo seu e que só tinha um convite sobrando. - Ele fala dando risada.

- Você vai mentir para eles? - Pergunto.

- Eu vou mentir por você, prefiro pensar assim que eu me sinto menos culpado. - Ele fala.

- Então está bem, vou comprar nossas passagens. - Aviso.

- Quando vai ser? - Ele me pergunta.

- Amanhã, tem algum problema? - Pergunto.

- Nossa meio em cima da hora, mas eu falo com o meu pai e tenho certeza que ele vai me liberar. Faz assim compra nossa ida que eu pago a volta, vou correr até minha casa para fazer minha mochila e daqui a pouco estou de volta. - Ele me avisa.

- Tudo bem. - Falo abrindo a porta para ele ir.

Já estamos quase chegando na casa dos meus pais, estamos dentro de um Uber e eu estou tão nervoso que estou até suando, coisa que é bem difícil de acontecer. O Uber para na porta da casa dos meus pais, Pedro paga o motorista e sai primeiro do que eu, mas percebe que eu travo:

- Ei amigo nos temos duas opções: ou voltamos agora mesmo, ou vamos entrar e enfrentar a sua família. - Ele me sugere.

- Vamos entrar. - Tomo coragem e saio do carro.

Seguimos até o portão, ouço uma música vindo la dê dentro, a festa já começou há algumas horas, toco a campainha. Não demora muito e meu cunhado Arnaldo abre o portão se surpreendendo:

- MEU DEUS DO CÉU, BRUNA COMO VOCÊ ESTÁ DIFERENTE. - Ele fala afobado.

- Eae cunhado tudo bem? - Pergunto estendo a mão para ele.

- Eu to bem e você? - Ele me abraça.

- Eu estou bem, só quero avisar que agora meu nome é Renato e gostaria que você me chamasse por esse nome e usasse o pronome certo, agora eu sou um homem. - Eu explico.

- Tudo bem, me desculpe eu venho treinando todos os dias. - Ele tenta se explicar.

- Sem problemas, fico feliz em saber disso. - Eu falo para ele.

- E esse é seu namorado? - Ele pergunta olhando para o Pedro.

- Não é só um amigo, Pedro. - Falo.

- Oi Pedro seja bem-vindo e fica a vontade. - Ele fala abraçando Pedro.

- Obrigado. - Pedro retribui o abraço.

- Vamos entrar que sua irmã vai ficar doida quando souber que você veio. - Ele me conta.

Entramos na festa e como era de se esperar toda a minha família estava presente, uns me cumprimentam outros fingem que eu não existo. Quando minha irmã me vê deixa uns convidados falando sozinha e vem correndo até mim:

- Renato, que bom que você veio. - Ela diz pulando no meu pescoço.

- Eu não podia perder o aniversário do meu único sobrinho não é mesmo. - Falo abraçando minha irmã.

- Caralho tu está muito bonito, eu amei esse cabelo azul. - Ela fala bagunçando meu cabelo.

- Obrigado. - Agradeço e continuo. - Esse aqui é um grande amigo Pedro, espero que não tenha problema eu ter trazido ele. - Apresento Pedro.

- Não tem problema nenhum, amigo do meu irmão é meu amigo também. - Ela fala abraçando meu amigo.

- Nossa amor eu fiquei pensando tanto nisso, que chamei seu irmão pelo nome antigo. - Meu cunhado fala sem jeito.

- Caralho Arnaldo tu é foda viu. - Minha irmã briga com o marido.

- Pode ficar tranquila mana, eu entendo e eu sei que não foi de proposito e nem para me ofender. - Eu tento passar um pano para o meu cunhado.

- Bom eu só não vou falar nada agora para não estragar a festa do nosso filho Arnaldo. - Ela avisa o marido.

- Onde está o menino? - Meu cunhado questiona minha irmã.

- Minha mãe está trocando ele lá dentro, eu já estou indo busca-lo. Irmão se senta em qualquer lugar que eu vou pedir para alguém servir vocês. - Ela me avisa.

- Não precisa se preocupar comigo. - Eu falo.

- Ai cala a boca menino, vou mandar trazer as coisas sem carne para vocês. - Ela avisa

- Eu como carne. - Pedro avisa minha irmã.

- Ótimo, vou mandar umas carninhas para você, me esperem. - Ela fala saindo.

- Amigo sua irmã é bem tranquila em relação a você. - Pedro me fala.

- Sim, nós dois sempre fomos muito amigos e ela mesmo de longe acompanhou todo o meu processo de transição, o problema são meus pais. - Eu conto para o meu amigo

- Pais ou são a solução, ou são o problema. - Ele fala rindo.

- Por falar neles, olha quem está ali. - Falo apontando para o casal Jaime e Vanessa, que acabam de sair de dentro da casa.

Os dois lançam um olhar totalmente desagradável sobre mim e logo veem ao meu encontro:

- Quem convidou essa aberração? - Minha mãe pergunta.

- Os donos da festa. - Meu cunhado chega bem na hora.

- A casa continua sendo nossa. - Meu pai fala.

- E eu fui totalmente contra em fazer a festa aqui nessa casa sogrinho. - Meu cunhado enfrenta meu pai.

- Arnaldo não precisa brigar por minha causa, não estrague a festa do seu filho. - Tento controlar meu cunhado.

- O que está acontecendo aqui? - Minha irmã chega carregando meu sobrinho no colo.

- O que você acha? Seus pais né, sempre eles. - Meu cunhado fala saindo bravo.

- Graças a vocês eu não tive o meu irmão no dia do meu casamento, mas agora eu não vou deixar que você impeçam ele e meu filho de conviverem. - Minha irmã me defende.

- Eu vou ir lá para dentro e quando isso dai for embora eu volto para essa festa. - Meu pai fala saindo e minha mãe como sempre segue o marido.

- Vocês não deveriam brigar hoje. - Falo para a minha irmã.

- Não quero falar sobre isso agora e sim te apresentar seu sobrinho, Renato - Ela fala com um sorriso no rosto.

- Como assim Renato, até uns meses atrás essa criança se chamava Luiz. - Falo pegando ele no colo.

- E continua sendo, o que eu não te contei é que o nome dele é Luiz Renato, em sua homenagem. - Ela fala me emocionando.

- Caralho eu te amo. - Falo isso e meu sobrinho abre um lindo sorriso.

- Eu acredito que alguém aqui gostou do tio. - Pedro fala brincando com o meu sobrinho.

Durante toda a tarde eu fiquei com Pedro e meu sobrinho que vira e mexe estava no meu colo brincando comigo, meus pais realmente não saíram de dentro da casa e eu nem fiz questão de entrar.

Já anoiteceu e estamos arrumando nossas coisas para irmos embora, meu cunhado vai nos levar até a rodoviária e minha irmã vai também junto do meu sobrinho. Estou quase entrando no carro quando minha mãe vem até mim:

- Minha filha o que você fez com o seu corpo? - A mulher me pergunta.

- Nada, apenas corrigi algumas coisas que agora estão super certas. - Eu respondo.

- Você tirou seus seios. - Ela fala tentando tirar minha blusa.

- Sai daqui, você está doida? - Empurro a mulher.

- Você que é doida, nos deveríamos ter te mandando para aquela clinica para cuida dessa doença. - Ela esbraveja.

- Doente é você. - Eu devolvo.

- Renato entra no carro que não vale a pena. - Minha irmã pede.

- O que você está fazendo com a sua mãe? - Meu pai chega gritando comigo.

- Ela que está doida. - Falo entrando no carro, mas sou impedido pelo meu pai.

- Você lave a sua boca para falar da sua mãe. - Ele me da um tapa na cara.

Quando penso em revidar, Pedro já está socando a cara do meu pai com a ajuda do meu cunhado. Minha irmã me coloca dentro do carro, tira Pedro e o marido de cima do meu pai, mas antes Pedro fala com a minha mãe:

- Sabe quem está perdendo em renegar o filho maravilhoso que tem? Vocês. Renato é a pessoa mais inteligente que eu conheço, é legal, criativo, tem uma força e um coragem que vocês nunca vão ter a única coisa que eu deixo de conselho para vocês é a seguinte: nunca mais encostem um dedo nele ou vocês vão ser presos. Ele não precisa de cura, agora vocês sim. - Ele fala e entra no carro.

- Você acabou de jogar a última pá de terra em cima deles. - Meu cunhado fala para Pedro.

- Obrigado por me defender e me salvar do meu pai. - Falo abraçando Pedro.

- Vou estar aqui para sempre amigo. - Ele retribui o abraço."

- Já apanhei em casa, na rua e em vários lugares que hoje tenho receio de ficar falando para todo mundo que sou um homem trans. - Ele fala triste.

- Eu imagino que não deve ser fácil ser uma pessoa trans nesse país. - Falo.

- Não é mesmo, algumas pessoas ainda nos enxergam com pessoas com distúrbios mentais, é foda viver no país onde se mata mais trans no mundo. - Ele nos conta.

- Eu sinto muito que você tenha que passar por isso. - Falo e continuo - Vamos voltar para o seu depoimento. - Sugiro

- Vamos, por favor. - Ele concorda.

- Você pode nos dizer se o Pedro estava tendo problemas com alguém? - Pergunto.

- Até onde eu sei, as únicas pessoas que ele tinha problema tirando a mãe homofóbica, eram os filhos do demônio e o treinador, pois e ele Pedro não se bicavam muito não. - Ele nos conta.

- Qual era o problema dele com o Treinador? - Pergunto.

- O treinador Caruso é um homem completamente escroto em todos os sentindo, racista e homofóbico declarado sempre tretou com o Pedro dentro e fora da escola, nunca aceitou a amizade de Pedro com o Gabriel e uma vez quase agrediu o Pedro em um barzinho aqui da cidade por estar conversando com o Gabriel. Eu tenho nojo daquele homem. - Roberto me fala.

- Bom saber sobre isso, obrigado. - Julia fala.

- Assina aqui por favor. - Ela entrega para os papeis para o menino assinar.

- Roberto por enquanto nos encerramos por aqui, qualquer novidade entraremos em contado com você, desde já obrigado pelas informações cedidas. - Falo

- Espero ter ajudado. - Ele fala depois de assinar os papeis, se levanta e sai.

- E temos mais um possível suspeito: Treinador Caruso. Amanhã com o depoimento de Gabriel vamos vê como vai ficar a situação desse homem.

- Onde esse menino foi se meter. - Tônia fala.

- Alguma de vocês se for possível, entrem em contato com o laboratório, pois eu preciso dos resultados daqueles exames ainda hoje. - Peço.

- Eu vou ir la pessoalmente. - Julia me avisa.

- Obrigado. Falo.

NARRADO POR MICHEL:

Estou quase chegando em casa, Lucas me deixou em um ponto de ônibus aqui perto, achamos mais seguro, ele foi embora e não comentamos nada sobre o beijo. Estou pesando no beijo que Lucas me deu e em tudo que ele me falou sobre a minha historia com Pedro e Tiana, eu também no início senti que Tiana me manipulou para ficar com ela, mas pensei que era fruto da minha cabeça. Meu telefone toca e falando nela:

- Alô Michel, onde você está? - Ela me pergunta do outro lado da linha.

- Estou chegando em casa. - Falo seco.

- A gente precisa conversar, estou indo para aí. - Ela me fala.

- Eu não sei se é uma boa ideia. - Tento fazer com que ela mude de ideia.

- Uma hora ou outra nos vamos ter que conversar e eu acredito que seja melhor agora. - Ela me fala.

- Se você acredita nisso, por mim tudo bem. - Concordo.

- Daqui a uns 15 minutos eu chego na sua casa. - Ela me informa.

- Tudo bem, até. - Falo desligando na cara dela.

Chego em casa e vejo que minha avó não está, vou para o meu quarto e vejo que a senhorinha deixou o meu colar em cima da mesa, ao lado da foto do Pedro. "Ai meu amigo porque você se foi, tanta gente para ir no seu lugar tinha que só logo você", penso nisso, mas logo alguém toca a campainha, desço para atender e como era de se esperar é Tiana:

- Ai que bom que você me atendeu. - Ela fala entrando na minha casa.

- Não tenho motivo para não te atender. - Falo para a minha amiga.

- Mas não atendeu minhas ligações, saiu do restaurante e não voltou para casa, onde você estava? - Ela me questiona.

- Não te devo satisfações da minha vida Tiana, mas te respondendo eu estava dando uma volta e pensando em tudo que tem acontecido na minha vida depois que os meus pais morreram. - Respondo me sentando no sofá.

- Você está arrependido de alguma coisa? - Ela me questiona.

- Sinceramente, me arrependo de ter deixado de ficar com o Pedro para ficar com você. - Falo quase gritando.

- O que você está falando? - Ela grita.

- Você sabe muito bem do que eu estou falando, você sabe porque tu se meteu na nossa relação, fez o Pedro mentir para mim. - Jogo tudo na cara dela.

- Não é bem assim. - Ela tenta se desculpar.

- Vai negar que isso tudo é mentira, que você não sabia que eu tinha ficado com ele, vai negar? - Pergunto gritando.

- Mesmo depois de morto o Pedro sempre fica entre a gente. - Ela esbraveja.

- Presta atenção no que você está falando Tiana. - Mando bravo.

- Você não tem o direito de gritar comigo. - Ela grita ainda mais.

- Realmente não tenho, por isso eu quero que você vá embora da minha casa. - Falo indo até à porta.

- Você não está falando serio? - Ela me pergunta indignada.

- Estou e espero que você entenda, eu acredito que é melhor você ir e outro dia a gente conversa. - Falo abrindo a porta.

- Tudo bem, estou indo. - Ela fala saindo.

- Se cuida e fica bem. - Falo.

- Se cuida. - Ela sai eu fecho a porta.

Ela vai embora da minha casa e eu corro para abrir a caixa que os meus pais me deixaram e encontro documentos com no nome do pai de Gabriel e outros no nome da nossa diretora Maria e tudo isso junto com mais fotos com pessoas manipulando drogas e dinheiro, além de ter um endereço que se eu não estiver engando fica próximo dos galpões que tem na no sul da cidade.

NARRADO POR DORIS:

Aproveito que Rafael está passando o dia fora de casa e estou indo ao encontro do meu Pai em uma das fazendas da nossa família.

Mesmo depois de tanto tempo a casa continua igual, entro na casa e encontro meu pai de malas prontas para viajar:

- Onde o senhor vai? - Pergunto entrando na casa.

- Estou voltando para a casa, sua irmã não te avisou? - Ele me avisa.

- Marta não me disse nada, você não pode voltar. - Falo.

- Você não manda em mim sua fedelha. - Ele reclama.

- Eu não vim aqui para brigar. - Aviso.

- E veio fazer o quê? Você sempre teve medo de vim até aqui, deve ter acontecido uma coisa muito importante. - Ele debocha.

- Eu vim aqui saber o porque você mandou mandar meu filho? - Enfrento meu pai.

- Eu queria ter mesmo mandado matar seu filho por se meter onde ele não deveria, além de ser um viadinho igual o tio, mas infelizmente essa ordem não veio de mim. - Ele me avisa.

- E veio de quem? - Pergunto.

- Foi sua irmã que mandou matar. - Ele fala me deixando chocada.

- A Marta fez isso? - Falo desesperada.

- Não foi a Marta, foi sua outra irmã. - Ele me conta.

- Você só pode estar ficando louco, eu realmente não deveria ter vindo aqui. - Falo saindo.

- Ela é minha filha da minha amante, aquela que seu irmão descobriu e só vou te contar uma coisa, você conhece ela muito bem. - Ele me conta de forma natural.

- E quem é ela? - Pergunto revoltada.

- Não é da sua conta, sua família já atrapalhou muito os nossos projetos e se você descobrir quem é ela vai querer ir tirar satisfação e isso não vai ser bom. - Ele me enfrenta.

- Ela matou o meu filho. - Eu esbravejo.

- Se não tivesse sido ela a mandante, seria eu o mandante. - Ele fala com naturalidade.

- Você é um monstro. - Grito.

- Monstro esse que sempre fez de tudo por você e agora eu quero que você vá embora para a sua casa e deixe essa historia em paz, qualquer hora vamos jogar alguém como mandante e você só vai aceitar, ou vai acabar igual ele. - Ele me ameaça.

- Eu te odeio. - Falo saindo.

- Eu também te amo minha filha. - Ele fala debochando.

Eu preciso descobri quem é essa mulher.

NARRADO POR HELOISA:

Acabei de receber o resultado dos exames que foram feitos os materiais genéticos que foram encontrados no corpo do Pedro, o resultado mostrou três materiais genéticos diferente do Pedro, dois já eram minhas suspeitas, mas um deles me deixa completamente chocada, pego o telefone e ligo para a Paula:

- Alô, nos precisamos conversar. - Falo

- Eu já sei sobre qual é o assunto e manhã o Gabriel vai poder explicar tudo para vocês. - Ela me avisa.

- Por favor, me diga que seu filho não fez isso com o Pedro. - Peço desesperada.

- Logico que não, mas eu não quero conversar sobre isso por telefone, mais tarde a gente conversa pessoalmente. - Ela me pede.

- Tudo bem, eu preciso desligar, te amo. - Falo.

- Eu também me amor. - Ela fala desligando.

NARRADO POR RAFAEL:

Preciso descobrir mais coisa sobre a vida do meu filho, lembro que há algumas semanas ele foi passar um final de semana em um hotel aqui perto, me disse que iria resolver umas coisas para a festa e que passaria a noite lá. Encontro o numero do hotel e vou tentar descobrir se ele estava sozinho:

- Boa noite, hotel rosa grande. - O atendente fala do outro lado do telefone.

- Boa noite, eu sou pai de um menino que se hospedou ai recentemente e gostaria de saber se ele estava sozinho. - Pergunto.

- Senhor nós não podemos passar esse tipo de informação. - Ele me avisa.

- Meu filho era menor de idade e morreu há três dias e é possível que o assassino dele tenha encontrado com ele nesse hotel, gostaria de avisar que minha mulher é uma das melhores Advogadas desse pais, acho que você deve conhecer as irmãs Marta&Dóris, então a minha mulher é a Dóris e ela está doidinha para encontrar alguém que possa ter matado nosso filho, então eu acho melhor você cooperar comigo, eu só preciso das imagens da câmera de segurança. - Ameaço.

- Me mande um email com os dados do seu filho e com uma foto que eu vou ver o que posso fazer, fica calmo por favor. - Ele me pede apreensivo.

- Tudo bem, mas vou continuar aqui. - Aviso.

Faço tudo que o rapaz manda e em questão de minutos ele me manda um vídeo de Pedro aos beijos com um menino loiro, penso ser Michel, mas quando olho direito e vejo que na verdade é Gabriel.

Desligo o telefone sem acreditar no que estou vendo, então era Gabriel o namorado secreto.


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Comentários

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Acho q a advogada rival das irmãs é a vilan . Nota mil esse conto.

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