Descobrindo o amor (89)

Um conto erótico de Dr Romântico
Categoria: Homossexual
Contém 5625 palavras
Data: 31/03/2018 22:52:26

Boa noite pessoal como vão?

Demorei para voltar a escrever pois estava com uns problemas familiares e aproveitei também para repensar algumas coisas. Esse capítulo foi um dos mais difíceis de escrever por isso demorei, eu tinha que estar com a cabeça boa para poder escrever. Quando escrevo demoro até horas, tenho algumas ideias para por no capítulo mas a maior parte vem enquanto estou na frente do computador, por isso muita coisa que vocês leem surge do nada. Eu escrevo me colocando na pele dos personagens e se eu escrevesse antes eu iria mudar muita coisa, iria amenizar muita coisa pois não estava muito bem, por isso optei em esperar pra escrever quando pudesse fazer sem me censurar ou sem ficar deprimido, pois é acreditem, quando não estou bem sou até capaz de ficar deprimido por ler uma história que mexa comigo.

Há muitos e muitos capítulos atras um leitor que não vou recordar o nome disse que só conseguiria ver o Rodrigo e o Antônio juntos se a Maria morresse, seria tipo, pela condição de irmãos deles, eles só conseguiriam viver esse amor se não tivesse a mãe presente, acho que por conta de julgamentos, constrangimentos, principalmente pelo fato deles adorarem essa mãe. Esse leitor estava certo, agora resta saber se os dois terão ou não um final feliz juntos.

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Guigo, Pois é, tudo uma hora termina e o conto ficou mais de dois anos em aberto, com isso muitos leitores deixaram de acompanhar. Bom saber, também acho que prefiro ele escrito em terceira pessoa. Grande abraço.

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Geomateus, Pois é, algumas pessoas e religiões tratam a morte apenas como uma consequência da vida e conseguem superar melhor que as demais pessoas. Embora eu seja uma pessoa anti religião, acho que ela ajuda sim as pessoas a enfrentarem melhor essa situação, eu tinha uma pessoa muito querida que morreu de maneira brutal e covarde e sua parente mais próxima enfrentou de uma maneira que eu jamais conseguiria enfrentar, justamente porque é apegada a religião, mas não é uma regra né. Também prefiro em terceira pessoa.

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VALTERSÓ, obrigado meu querido, quem sabe qualquer dia pego um desses contos que escrevi e tento reescreve-lo de outra maneira pra ver como fica. A Alice quando perder tudo vai dar a cartada final, esta fácil saber o que ela vai aprontar, ela conseguira atingir o ponto fraco do Antônio e do Rodrigo, onde mais pode doer neles. Pois é, eu já tinha dito a muito capítulos atras que o conto tinha dois vilões (Marcelo e Alice) e que duas pessoas iriam morrer, o primeiro foi o Gustavo. O que o médico disse ao Rodrigo é o que a Maria já sabia, por isso ela tentou aproveitar ao máximo o tempo que ainda tinha junto com a família.

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ze carlos, deve ser mesmo um sentimento horrível, mas que infelizmente não poderemos evitar, mãe é mãe, sempre será um porto seguro não importa a idade que tenhamos. Muito obrigado.

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Toni457, ola meu querido, que bom que escreveu, deveria ter feito isso antes. Fiquei chocado com a história que você contou. Realmente você se chamar Rodrigo e namorar um cara chamado Antônio já é muita coincidência. Sinto muito por sua mãe. Quando a Maria contou ao Antônio que era mãe dele, la pelo capítulo 50, ela já havia dito que o nome era em homenagem ao avô dele, o pai dela. Realmente são muitas coincidências, mas espero que sua história tenha um final super feliz. Grande abraço.

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RAQU£L*-*, a Maria foi importantíssima para a história, mas acho que o Rodrigo e o Antônio um dando apoio ao outros eles irão superar tudo isso.

O dia tinha acabado de amanhecer e os primeiros raios de sol começaram a invadir o quarto.

Lentamente Antônio foi abrindo os olhos, se acostumando com a luz refletindo direto em seu rosto.

Ao acordar a primeira coisa que viu foi o irmão dormindo a sua frente. Em seguida esticou o braço tentando alcançar a mão da mãe.

Ao tocar na mão de Maria, Antônio sentiu um forte aperto no peito, enquanto seus lábios tremiam sem parar.

Imediatamente seus olhos se encheram de lágrimas ao mesmo tempo que uma sensação horrível dominava todo seu corpo.

Tremendo muito só conseguiu soltar um grito abafado.

Antônio – Mãe!!!!

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Capítulo 89

Ao sentir as mãos sem calor da mãe Antônio imediatamente endureceu seu corpo, olhando para o rosto de Maria.

Com os olhos transbordando em lágrimas vi a mãe deitada, com os olhos fechados, como se tivesse dormindo num sono sereno, tranquilo.

Antônio – Mãe!!!

Antônio abraçou o corpo de Maria, encostando seu rosto ao dela, ficando ainda mais apavorado.

Antônio – Acorda mãe. Acorda mãezinha.

Balançando o corpo de Maria, Antônio se desesperou e seu sofrimento invadiu toda a casa.

Antônio – Mãe!!!

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Rafael atravessou o corredor correndo e antes de alcançar a porta do quarto foi pego por Romeu, que o pos em seu colo.

Rafael – Deixa eu descer tio.

Romeu – Calma rapazinho.

Cris – Romeu, leva ele, o Arthur e a Ritinha na padaria.

Arthur – O tio Tonio esta chorando.

Rafael – Eu quero ir la.

Cris – Ele deve ter tido um sono ruim, mas o papai esta la no quarto, vai cuidar dele.

Cris tentou ser rápida mas não conseguiu conter uma lagrima que insistiu em cair de seus olhos.

Ritinha – Você esta chorando mamãe?

Romeu – Cris, a...

Cris – Leve eles até a padaria pra comprar pão, esta tudo bem.

Cris – Volte só quando eu te ligar.

Cris passou a mão nos olhos, que a essas alturas estava vermelho.

Com muito esforço Romeu saiu com as crianças, que embora não soubessem o que estava acontecendo, sabia que algo estava errado.

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Com o desespero de Antônio e o barulho no quarto, Rodrigo também acordou e ao ver o estado do irmão e a mãe deitada na cama, entendeu imediatamente o que estava acontecendo.

Sentindo um dor profunda, Rodrigo também começou a chorar, travando seu corpo, ficando imóvel diante de Antônio.

Antônio – Por favor mãe, acorde.

Antônio passou a mão nos olhos, na esperança de tudo aquilo ser um terrível pesadelo.

Antônio – Acorda mãe, fale comigo mãezinha.

Antônio – Por que você esta fazendo isso?

Voltando a realidade seu desespero só aumentou. Agarrando o colarinho do vestido de Maria, Antônio a abraçou, chorando sem parar.

Antônio – Não me deixa mãe, por favor... Não me abandone novamente.

Antônio – Não me deixe sozinho de novo, eu preciso muito de você.

Antônio – O que vai ser de mim mãe?

Antônio – Por favor mãe..Não me deixe!!!

Vendo o desespero do irmão, Rodrigo se levantou e o abraçou, unindo seus rostos.

Antônio – Ela se foi, ela nos deixou.

Os irmão se abraçaram, um chorando nos braços do outro.

Rodrigo estava muito abalado mas fez um esforço descomunal para não desabar, pois sabia que precisava dar apoio a Antônio.

Cris entrou no quarto e ficou por alguns minutos assistindo os dois abraçados, chorando.

Antônio – Fala que não é verdade Rodrigo, por favor.

Rodrigo – Antônio...

Antônio – Está doendo muito.

Cris se aproximou, tocando o ombro dos dois.

Cris – Eu já liguei pra polícia e para o Dr. Alexandre.

Cris – Vem meu querido, vamos esperar la fora.

Antônio – Não, eu não vou sair de perto da minha mãe.

Antônio olhou para Maria, acariciando seu rosto, alisando seus cabelos, enquanto suas lagrimas caiam sem parar, encharcando o travesseiro.

Cris – Vamos esperar la fora.

Rodrigo – Eu vou ficar aqui.

Antônio ficou o tempo todo olhando para a mãe, com Rodrigo ao seu lado.

Um tempo depois Dr. Alexandre chegou e na presença de um policial atestou o óbito.

Antônio voltou a cair no choro, sendo amparado por Cris.

Dr. Alexandre – Eu sinto muito Antônio.

Dr. Alexandre – O serviço funerário já está a caminho.

Rodrigo sentou-se na beirada da cama e muito emocionado colocou as mãos da mãe sobre o peito

Cris – Antônio, precisamos escolher uma roupa pra ela.

Antônio – Eu vou cuidar da minha mãe.

Cris deixou os irmãos sozinhos e ao sair do quarto encontrou Telma.

Telma – Sai de casa logo após a sua ligação.

Cris – As crianças estão na padaria com o Romeu, achei melhor evitar eles assistirem essa cena.

Telma – Eu vou la busca-los e levo para a casa.

Cris – Obrigado Dona Telma.

Antônio fez questão de escolher e vestir a mãe. Rodrigo ficou em pé num canto do quarto acompanhando todos os passos do irmão.

Ao fechar os botões do vestido de Maria, Antônio viu as terríveis cicatrizes do abdômen dela, passando a mão de leve.

Antônio – Você é linda mãe, muito linda.

Aquele momento de dor ficou ainda maior quando trouxeram o caixão. Antônio sentiu o peso da morte da mãe e desesperado foi confortado pelo abraço de Rodrigo.

Sentindo uma dor enorme os dois saíram do quarto, indo para o quintal, numa espécie de fuga da realidade.

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Stela – O que foi meu querido?

Carlos – A Telma ligou..A Maria.

Carlos – A Maria morreu.

Stela – Meu Deus.

Stela – Como foi isso? Eu não sabia que ela tinha voltado a ser hospitalizada.

Carlos – Ela faleceu dormindo, em casa.

Stela – Carlos, temos que ir até la, o Rodrigo deve estar precisando de nós.

Carlos – Claro, você tem razão.

Carlos – Minha nossa, ele deve estar arrasado.

Alice estava no alto da escada, observando escondida a movimentação dos pais, que no mesmo instante saíram de casa.

Alice – Finalmente saíram, gente chata.

Ao ir até a cozinha viu os empregados chorando.

Alice – Mas que drama é esse?

Alice – Valdir, prepare meu carro, vou ao clube.

Chorando pela morte da amiga, Valdir olhou para Alice e a ignorou, saindo da cozinha.

Alice – Eu devia botar todos vocês na rua, bando de inúteis.

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Antônio – Eu quero ir junto.

Bruno – Calma Antônio!! Eles vão preparar o corpo pra só depois levar para o velório.

Antônio – Eu não quero deixar minha mãe sozinha.

Rodrigo estava sentado no quintal de cabeça baixa. Simone se aproximou e o confortou.

Simone – Você não está sozinho. Nem você, nem o Antônio.

Simone – Seus amigos estão aqui.

Rodrigo – Obrigado. Onde estão os meninos?

Simone – A Telma levou eles. Foi melhor assim, eles iriam ficar impressionados.

Simone ficou abraçada ao amigo e só se afastou quando viu Stela.

Rodrigo permanecia apático e ao ver a mãe fez uma cara de choro.

Stela abriu os braços e Rodrigo se atirou em seu peito.

Rodrigo – Ela se foi mãe.

Depois de muito tempo finalmente Rodrigo se rendeu a sua mãe de criação, excluindo qualquer resquício de magoa que ainda poderia existir.

Stela – Eu estou aqui meu filho, eu vou cuidar de você.

Carlos também abraçou Rodrigo, beijando sua cabeça.

Antônio tinha se acalmado, parecia mais conformado, mas foi só chegar ao velório e ver o corpo da mãe no caixão que voltou a se desesperar.

Rodrigo também não se conteve e chorando se aproximou do caixão, com as mãos tremendo.

Os irmãos ficaram o tempo todo ao lado do caixão, ignorando completamente as pessoas a sua volta.

Bruno – Coitado do meu amigo, quanto sofrimento.

Cris – O pior ainda está por vir.

Shirley, Valdir, Lucas, Fábio e até o Márcio também apareceram no velório. Mas a grande surpresa ainda estava por vir.

Cris – Eu não estou acreditando no que estou vendo.

Bruno – O que foi?

Cris nem respondeu, dirigindo-se até a entrada do saguão.

Aquele homem de meia idade, usando uma roupa social e um óculos escuro estava prestes a entrar na sala quando foi barrado por Cris.

Cris – Realmente passou por sua cabeça que você vai conseguir entrar aqui?

Laércio olhou surpreso para Cris.

Laércio – Como é que é?

Laércio tirou o óculos, fixando aquele olhar pavoroso para Cris.

Cris – Você não é bem vindo aqui.

Laércio – Esse é o velório da minha esposa.

Cris – Você é muito cara de pau mesmo. Você fez a vida da Maria um inferno e ainda tem coragem de aparecer nesse momento de dor.

Laércio – Meus filhos precisam de mim, vim dar apoio ao Guilherme e até para o ingrato do Antônio.

Laércio – Aliás não sei porque estou dando explicação para você.

Laércio tentou avançar mas Cris o impediu.

Laércio – Saia da minha frente sua fedelha.

Romeu – Algum problema Cris?

Bruno também apareceu, intimidando Laércio.

Romeu – Vai embora por bem ou vai ter que ser por mal mesmo?

Sem alternativa Laércio deu meia volta, indo embora.

Cris – Sujeitinho asqueroso.

Bruno – Como ele soube?

Cris – Sou capaz de apostar e acertar quem foi que avisou pra ele.

Antônio alisava a mão de Maria e só despertou quando foi surpreendido por alguém puxando sua calça.

Ao olhar para baixo viu Rafael e Arthur.

No mesmo instante ele se ajoelhou, abraçando os garotos.

Rodrigo se aproximou, segurando a mão dos filhos.

Rafael – Eu estou triste.

Rodrigo pegou Rafael no colo e o garoto pode ver a avó.

Em seguida se aproximou do caixão, curvando seu corpo.

Rafael beijou a testa de Maria e abraçou o pai, com os olhos cheio de lágrimas.

Rodrigo repetiu o gesto, pegando Arthur no colo. Arthur também beijou Maria e sem entender nada, começou a chorar.

Arthur – A vovó vai embora?

Antônio – Não meu amor, ela vai ficar aqui.

Antônio passou a mão no peito do garoto, em cima do coração.

Telma se aproximou e segurou os netos.

Rodrigo – Obrigado por traze-los.

Telma – Acho que é melhor irmos embora. Quando você puder, quiser, você pega eles em casa.

Já era fim de tarde quando um padre fez uma oração.

Antônio já estava chorando muito pois sabia que estava chegando o pior momento.

Cris e Bruno ficaram o tempo todo ao lado do amigo. Carlos e Stela fizeram o mesmo com Rodrigo, que tentava manter-se calmo.

Após receber os cumprimentos de todos, Antônio voltou a ficar ao lado do corpo da mãe e se desesperou quando um funcionário se aproximou com a tampa.

Rodrigo sentiu o coração bater mais forte e tremendo muito foi até o irmão.

Cris – Vem meu amigo.

Antônio – Não, não...por favor, só mais um pouco.

Antônio – Mãe...

Antônio beijou o rosto de Maria, tremendo sem parar.

Antônio – Eu te amo mãe.

Rodrigo também se aproximou e antes de ver pela última vez a imagem da mãe, beijou sua testa, tocando suas mãos em seguida.

Antônio – Não, por favor.

Naquele momento o desespero de Antônio tinha chego ao estremo. Imediatamente veio a sua mente a imagem de quando fugiu de casa, ao ver o pai esfaquear a mãe.

Veio a sensação de estar com frio, com medo, sozinho, perdido na cidade e desprotegido.

Tocando no caixão, sentiu seu corpo sendo puxado lentamente enquanto um homem desconhecido colocava a tampa sobre o corpo da mãe.

Totalmente descontrolado, sentiu a mão de Rodrigo sobre seu ombro. Os dois se abraçaram emocionados.

Rodrigo – Eu estou aqui meu irmão.

Abraçados, os dois foram acompanhando o cortejo ao lado dos amigos.

Antônio fez questão de acompanhar até o final o sepultamento.

Algumas pessoas se aproximaram, Antônio recebeu os pêsames, mas sua cabeça parecia estar em outra dimensão.

Após lacrarem o túmulo as pessoas foram dispersando, Stela e Carlos voltaram a se aproximar de Rodrigo.

Stela – Você deve estar cansado, exausto.

Stela – Vamos pra casa.

Carlos – Sua mãe está certa, você precisa dormir, comer algo.

Rodrigo estava desorientado e foi deixando-se levar mas parou ao ver Antônio ainda em frente ao túmulo.

Carlos – O que foi?

Rodrigo – Eu não posso, eu tenho que cuidar do meu irmão.

Rodrigo se aproximou de Antônio, segurando em sua mão.

Rodrigo – Vamos pra casa.

Antônio foi em silêncio durante todo o trajeto, se recusou a comer e ficou um bom tempo no banho.

Rodrigo – Obrigado por tudo, não sei como agradecer vocês.

Cris – Não tem o que agradecer.

Rodrigo – Não precisam ficar aqui.

Cris – Eu e o Bruno vamos dormir aqui sim, já está decidido.

Rodrigo – Só quero dormir, ou tentar dormir.

Rodrigo – Minha cabeça parece que vai explodir.

Bruno – Vou ver como o Antônio está, ele está demorando no banho.

Bruno entrou no quarto e viu o amigo sentado na cama, com os cabelos molhados, com o olhar triste.

Bruno – Ei meu amigo, sei eu pudesse eu dividiria essa dor com você.

Antônio – Porque? Porque com ela?

Bruno sentou-se ao lado de Antônio, o abraçando.

Rodrigo preferiu ficar sozinho no quintal, sentindo o sereno em seu rosto.

Cris preparou um lanche, embora dificilmente alguém fosse comer e em seguida foi até Rodrigo.

Sentando-se ao lado dele, tocou seu ombro, descendo por suas costas.

Cris – Chore.

Cris – Não fique guardando sua tristeza, bote pra fora tudo que você esta sentindo.

Rodrigo caiu no choro na mesma hora, chorando feito uma criança.

Cris – Isso, desabafe.

Cris – Eu sei que você se esforçou ao máximo para dar apoio ao Antônio, mas você esta sofrendo tanto quanto ele.

Rodrigo – O que vai ser de nós agora?

Cris – Vocês vão continuar seguindo suas vidas, sendo felizes.

Cris – É isso que a Maria vai gostar de ver.

Rodrigo – Está doendo tanto Cris.

Rodrigo – Eu passei a maior parte da minha vida sem saber que a Maria era minha mãe biológica, mas isso nunca foi um impedimento pra eu gostar dela.

Rodrigo – Ela que cuidava de mim, que me dava comida, que me levava a escola, que me xingava, me dava bronca.

Rodrigo – Quantas vezes eu saia do meu quarto e ia pra cama dela dormir com ela.

Rodrigo – Quantas vezes depois de adulto eu chegava bêbado e ela ia dar banho em mim e não sei como mas até pra cama ela conseguia me arrastar.

Rodrigo – Também gosto da Stela, mas as duas eram diferentes.

Cris – Meu querido, o que você sentia por uma não anula e nem diminui a importância da outra.

Rodrigo – Hoje eu entendo o Antônio, quando ele pôs fim no nosso caso por causa da nossa mãe.

Rodrigo – Ele estava certo, se eu pudesse voltar atrás eu faria qualquer coisa que poderia causar algum desgosto pra ela, por menor que fosse.

Cris – Eu tenho certeza que sim.

Cris – Mas a Maria foi embora feliz, orgulhosa de você, do Antônio, dos netos.

Cris – Não tem nada que eu possa falar agora que va amenizar sua dor, isso só o tempo ira curar.

Rodrigo – E o Antônio?

Cris – O Bruno esta com ele. O Bruno também esta impressionado.

Cris – Eu e o Bruno fomos abandonados por nossa mãe. Ela era totalmente desorientada, nós nem sabemos quem é nosso pai.

Cris – Eu devia ter uns 10 anos quando a Dona Shirley me chamou na sala dela e me contou que minha mãe tinha morrido.

Cris – Eu nem pude sofrer o tanto que eu deveria sofrer, eu busquei forças pra cuidar do Bruno, pois por mais que nossa mãe tenha sido ausente, saber da morte dela me fez sentir ainda mais sozinha e com a obrigação de cuidar do meu irmão.

Cris – Cuidar dele e do Antônio também.

Cris – Hoje vocês dois são adultos, vocês vão superar isso um dando apoio ao outro.

Antônio ficou deitado em silencio, mas suas lagrimas ainda caiam sem parar. Já era madrugada quando finalmente apagou.

Rodrigo entrou no quarto e ficou por um bom tempo sentado ao seu lado.

Cris ainda ficou no dia seguinte com os amigos mas teve que voltar ao trabalho. Antônio tirou alguns dias de licença e ficou dentro de casa, na maior parte do tempo calado.

Antônio – Você vai para o escritório?

Rodrigo – Ainda não, vou ficar contigo.

Antônio – Não precisa se prender a mim, eu vou ficar bem.

Rodrigo – Não é só por isso, eu também preciso da sua companhia.

No dia seguinte Rodrigo achou melhor pegar os filhos e leva-los para a casa, pelo menos tentaria fazer as coisas ao normal.

Com a presença de Rafael e Arthur o silêncio daquela casa foi quebrado.

Rafael – Tio, a vó Maria foi morar la no céu igual a mamãe?

Antônio – Foi sim, mas la do céu ela enxerga a gente.

Rafael – Mas de que jeito?

Antônio – Ela vai ficar cuidando da gente la de cima.

Arthur – Eu estou com saudade da vó Maria.

Rafael – Quem que vai cuidar da gente?

Rodrigo começou a ficar incomodado com as perguntas dos filhos.

Antônio segurou a pra não chorar, tentando agir de maneira normal diante das crianças.

Rodrigo – O papai vai cuidar de todo mundo.

Rodrigo – Agora chega de papo e já pra cama os dois.

Aos poucos as coisas foi se ajeitando embora as lembranças ainda permanecesse muito forte, era como se Maria ainda estivesse presente naquela casa.

Rodrigo preparava o almoço enquanto as crianças brincavam com Chico no quintal.

Antônio – O cheiro esta bom.

Rodrigo – Esta quase pronto.

Rodrigo colocou a comida na mesa e percebeu que Antônio estava colocando um prato a mais na mesa.

Antônio também percebeu a gafe e Rodrigo com naturalidade pegou o prato de sua mão, guardando no armário, puxando um assunto qualquer.

Antônio respondeu e foi no mesmo instante para o quarto.

Rodrigo esperou alguns instantes e foi atrás dele.

Rodrigo – Tudo bem?

Antônio – Sim, vim pegar um negócio.

Rodrigo sabia que não estava nada bem, pois os olhos vermelhos do irmão diziam o contrário.

Rafael – Papaiiii, corre.

Rodrigo – O que aconteceu?

Rafael – O irmão esta com muita fome, a barriga dele está fazendo um barulho.

Trazer os filhos de volta tinha sido a melhor coisa que Rodrigo tinha feito, eles conseguiam amenizar qualquer clima ruim.

Rodrigo esperou Antônio voltar a trabalhar e só então retomou sua rotina no escritório.

Simone - É bom te ver de volta.

Rodrigo – Acho que vai fazer bem retornar ao trabalho.

Simone – Rodrigo, você só aceitou voltar para a empresa pra poder ter dinheiro e oferecer um bom tratamento para a Maria.

Simone – E agora, quais seus planos.

Rodrigo – Pois é, não faz mais sentido eu estar aqui.

Rodrigo – Mas agora vou ficar, até conseguir minhas ações de volta.

Rodrigo – Não posso deixar aquela louca da Alice comandando isso aqui, como se fosse um brinquedo dela.

Simone – Que bom que você pensa assim. Se não tiver alguém com pulso aqui para freá-la, é bem capaz dela pulverizar o patrimônio que seu pai demorou uma vida para erguer.

Já era quase fim do expediente, Rodrigo foi até a cozinha do escritório e encontrou Márcio.

Márcio – Meus pêsames Rodrigo.

Rodrigo – Obrigado.

Márcio – Eu estive no velório.

Rodrigo achou estranho mas preferiu não dar papo ao ex amigo.

Márcio – Podemos conversar?

Rodrigo – Não sei o que podemos conversar, você só esta aqui porque o Sidney te colocou como representante dele.

Márcio – Por favor, me de 5 minutos.

Meio a contra gosto Rodrigo decidiu ouvi-lo.

Márcio – Eu queria lhe pedir desculpa.

Márcio – Aquele dossiê que mostrava que vocês desviava dinheiro da empresa, fui eu que montei, depois a Alice me roubou e mandou para o seu pai.

Rodrigo – Isso não tem mais importância alguma Márcio.

Márcio – Eu tinha inveja de você.

Rodrigo – Porque isso? Éramos amigos, ou pelo menos colegas.

Márcio – Você teve tudo o que eu mais quis na vida, o amor da Elisa.

Rodrigo – Então é verdade, você era apaixonado por ela.

Márcio – Era sim, desde o tempo da faculdade, quando eu, você, a Elisa e a Simone estudávamos juntos.

Márcio – Mas ela nunca me deu uma chance e eu sentia raiva de você, pois sabia que você não a amava e que nunca iria faze-la feliz.

Rodrigo – Porque esta me falando isso agora?

Márcio – Porque quando ela morreu eu senti ódio de você, achei que também era sua culpa.

Rodrigo – E hoje vejo que foi a maior perda de tempo da minha vida, pois odiei a pessoa errada. Todo mal que lhe fiz na verdade deveria ter sido para a Alice.

Márcio – Só estou lhe falando isso pois depois que ver sua irmã derrotada eu vou embora de São Paulo, acho que até embora do Brasil.

Márcio – Se um dia conseguir me perdoar...

Rodrigo – Se é do meu perdão que você precisa pra se sentir bem, então fique tranquilo.

Rodrigo – Se quer um conselho..siga sua vida, tente ser feliz.

Rodrigo – Até.

Márcio – Até mais.

Sozinho, Márcio respondeu o comentário de Rodrigo.

Márcio – Vou seguir minha vida sim e vou ser muito feliz, quando a Alice for muito infeliz.

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Rodrigo voltou para sua sala e Alice apareceu logo em seguida.

Alice – Fiquei sabendo do que aconteceu. Eu sinto muito.

Embora tenha sido ingenuidade de sua parte, por um momento Rodrigo acreditou nas palavras da irmã.

Alice – Coitadinha da Maria. Ela foi cremada?

Rodrigo – Ela foi sepultada no túmulo da família.

Alice levou a mão a boca e começou a sorrir, tentando se controlar.

Rodrigo olhou pra ela, não acreditando no que via.

Alice – Desculpe.

Alice começou a gargalhar, sorrindo sem parar.

Alice – Desculpe, não me contive.

Alice – O familiazinha sem sorte a sua né. Você e o Antônio demoraram anos para descobrir que ela era a mãe de vocês e agora a velha bate as botas.

Alice – Será que está fora de moda falar bater as botas?

Alice – Só espero que não coloquem fotinha dela no tumulo da minha família. Aquela cara de pobre dela não vai combinar em nada com aquele mármore caríssimo e aquelas esculturas de bronze.

Simone – Você ficou louca garota? Como você pode ser tão baixa? Tão cruel?

Simone entrou na sala e foi até Rodrigo, lhe abraçando.

Alice – Gente, sabe qual é o problema de vocês? É a total falta de bom humor, credo.

Alice saiu da sala gargalhando.

Simone – Não fique assim meu amigo.

Rodrigo – Deixa, já cansei de ter ódio dela.

Simone – Sua irmã é digna de pena, não deixe que essa monstruosidade que ela falou te abale.

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Rodrigo chegou do trabalho e ao tentar beijar Antônio notou que ele se esquivou. Diante do luto com a morte de Maria ele compreendeu, não fazendo nenhuma pergunta.

Rodrigo – Como foi seu dia?

Antônio – O mesmo de sempre.

Antônio – Rodrigo, estive pensando... acho que amanhã vou procurar o Dr. Alexandre.

Rodrigo – Pra que?

Antônio – Pra ele explicar o porquê do tratamento não ter dado certo, eu preciso de uma resposta.

Rodrigo – Antônio, nossa mãe estava doente, você sabe disso.

Antônio – Sim, mas estávamos tentando tudo.

No fundo Antônio buscava algo para tentar amenizar sua dor, diminuir seu sofrimento. Vendo que não iria convencer o irmão, Rodrigo contou toda a verdade.

Antônio – o que? Você me escondeu isso?

Rodrigo – E de que adiantaria você saber? Nem a mãe ficou sabendo que eu sabia de tudo.

Rodrigo – O Dr. Alexandre já havia falado com ela. Ela sabia que o tratamento seria inútil e por isso preferiu ficar em casa, com a gente, aproveitar o máximo de tempo ao nosso lado.

Antônio – Eu podia ter feito algo. Nós poderíamos tentar alguma coisa.

Antônio começou a falar chorando. Rodrigo tentou controla-lo mas ele se revoltou ainda mais.

Antônio – Me larga, eu tinha o direito de saber.

Muito nervoso, Antônio foi para a rua e só voltou tarde da noite. Rodrigo ficou acordando no quarto esperando seu retorno mas achou melhor não conversar.

No dia seguinte o clima entre eles estava ainda mais frio. Os dois mal conversaram e só se viram a noite.

Rodrigo deu banho nos filhos e foi até o quarto do irmão.

Rodrigo – Estamos prontos.

Antônio – Também estou pronto.

Os dois chegaram a igreja pontualmente. Logo viram seus parentes e amigos nos bancos ao redor.

Durante a missa Antônio se emocionou várias vezes mas antes de chorar passava as mãos nos rosto, limpando as lágrimas.

Por mais incrível que poderia parecer, Rafael e Arthur ficaram o tempo todo em silêncio, segurando nas mãos do pai.

Já fazia uma semana desde a partida de Maria mas para Antônio e Rodrigo parecia que tinha sido ontem.

A missa já estava chegando ao fim e antes de irem embora os dois receberam os cumprimentos dos amigos.

Cris – Força meu amigo, você sabe que pode contar sempre comigo.

Aquele momento também foi de grandes surpresas. Stela abraçou o filho e só então notou Antônio ao seu lado.

Sem pensar em mágoas passadas a socialite ofereceu um abraço, sendo retribuído por Antônio.

Os dois não disseram nada, mas nem era preciso.

Dr. Alexandre e seu companheiro Daniel cumprimentaram os irmãos.

Daniel – Meus sentimentos!

Rodrigo – Obrigado.

Antônio – Eu fiquei sabendo de tudo.

Dr. Alexandre – Sua mãe era uma guerreira Antônio, nós dois tivemos longas conversas nas vezes que ela esteve hospitalizada.

Dr. Alexandre – A maior preocupação dela era o bem estar seu e de seu irmão.

Antônio – Obrigado doutor.

Shirley também cumprimentou o rapaz e ao desfazer o abraço Antônio notou a surpresa que estava atrás dela.

Todas as crianças do orfanato estavam na igreja, formando uma fila.

Antônio se ajoelhou e muito emocionado recebeu o abraço de cada uma daquelas crianças. Rodrigo repetiu o gesto do irmão e fez o mesmo, abraçando todos.

Antônio – Obrigado por virem.

Laércio também apareceu na igreja mas ficou observando de longe. Ele queria se aproximar de Rodrigo mas como o filho não saia de perto dos pais adotivos preferiu não arriscar uma aproximação.

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Rodrigo – Os meninos já foram dormir, quer comer alguma coisa?

Antônio – Não, estou sem fome.

Rodrigo – Antônio, precisamos ver as coisas da mãe, doas as roupas, sapatos.

Antônio – Eu não quero ver isso, ainda é cedo.

Rodrigo – Nós não entramos mais no quarto dela.

Antônio – Deixe o quarto do jeito que está, não está incomodando ninguém.

Rodrigo queria argumentar mas notando que o irmão estava ficando exaltado achou melhor encerrar o assunto.

Rodrigo já estava começando a ficar preocupado, embora também estivesse sofrendo, estava tentando seguir, diferente de Antônio que a cada dia parecia mais deprimido.

Simone – Você precisa ser mais compreensivo com o Antônio

Rodrigo – Eu estou sendo, pra mim também não está sendo fácil.

Simone – Rodrigo, você conviveu com a Maria sua vida toda e você ainda tem o Carlos e a Stela.

Simone – O Antônio foi tirado da Maria ainda criança, tirado de você.

Simone – Dai ele reencontra essa mãe e a perde novamente.

Rodrigo – Eu sei Simone, você esta certa. Só não sei como ajuda-lo, se eu pudesse eu pegava toda a dor dele pra mim.

Rodrigo – Ele não está sozinho, ele tem a mim, isso que eu quero que ele entenda.

Simone – Ele vai entender.

Rodrigo – Eu nunca vou deixa-lo sozinho.

Simone – Ele te procurou a vida toda acho que agora é o momento de você ser esse irmão que ele tanto quis ter.

Rodrigo – Eu vou ser. Obrigado por me ouvir.

Simone – Nossa, como é muito mais gostoso conversar com esse Rodrigo que você se tornou.

Simone – Eu espero que você reveja sua decisão e continue aqui na empresa.

Rodrigo – Nem eu sei como será meu futuro, ainda é uma incógnita.

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Naquele dia Antônio saiu do trabalho e não suportando mais o barulho da cidade, das outras pessoas, foi o mais rápido possível para casa.

Ao chegar achou estranho o silêncio e aquela escuridão. Rodrigo e os garotos ainda não havia chego.

Ele tomou um banho e foi até a cozinha, tentou comer alguma coisa mas sua falta de apetite ainda era enorme.

Mesmo sendo cedo, decidiu ir para o quarto e se jogar na cama, esperando que seu sono aparecesse o mais rápido possível.

Ao passar em frente a porta do quarto da mãe ele parou e ficou olhando por alguns segundos.

Mesmo relutando ele finalmente conseguiu entrar no quarto de Maria, sentindo sua perna bamba por ainda sentir o cheiro e a presença da mãe.

No mesmo instante sentiu seu coração apertar e uma enxurrada de lembranças vieram a sua cabeça.

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Ana – Filho, você lembra que você tinha pedido um irmão?

Antônio – Eu lembro, mas você falou que tinha que esperar.

Ana – Então, você vai ganhar um irmãozinho, ele está aqui dentro da minha barriga.

Antônio – Um irmãooooo???!!!!

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Antônio - Estou procurando a casa dos meu patrão, Sr. Carlos Santarém.

Maria – Então vou aceitar sua companhia, eu moro la.

Maria - Prazer, meu nome é Maria.

Antônio - Prazer, Antônio.

Maria - Antônio!!! Que nome lindo.

==

Antônio - Me conte o que houve Maria, você esta chorando. Porque está assim?

Maria - Eu estou assim por causa do meu filho.

Antônio - Filho?? Você teve um filho?

Antônio - Ele morreu, é isso? Por isso você esta triste?

Maria - Eu tive um filho e hoje seria o aniversário dele.

==

Antônio se recordou também do dia que Maria lhe disse que era sua mãe, mostrando suas cicatrizes para comprovar que estava falando a verdade.

Tocando nos objetos da mãe, Antônio cheirou uma blusa que estava sobre uma cadeira, chorando em seguida.

Antônio – Eu estou com tanta saudade mãe.

Antônio – Esta doendo tanto.

Antônio se ajoelhou ao lado da cama e tocou com a ponta dos dedos a foto da mãe que estava em um porta retrato em cima do criado mudo.

Antônio – O que você vai ser de mim?

Rodrigo chegou com os filhos e em um primeiro momento achou que não havia ninguém em casa.

Rodrigo – Já pra cama os dois, vou dar comida para o Chico.

Passando pela porta do quarto da mãe viu o irmão ajoelhado ao lado da cama.

Rodrigo ficou observando Antônio, que chorava sem parar.

Antônio – Porque você me deixou novamente mãe? Esta doendo tanto.

Antônio – Quem vai cuidar de mim mãezinha? Eu ainda preciso tanto de você.

Antônio – E estou me sentindo tão sozinho, tão sozinho, como nunca me senti em toda minha vida.

Antônio – Está doendo tanto mãe.

Rodrigo não aguentou ouvir tudo aquilo e foi direto para seu quarto.

Antônio abaixou a cabeça, enquanto as lágrimas desciam pelo seu rosto, podendo ainda sentir o perfume da mãe impregnado no lençol da cama.

Ele estava tão perdido em sua tristeza e só despertou quando sentiu quatro mãozinhas tocarem seu braço e pescoço e outra mão forte tocando seu ombro.

No mesmo instante ele levantou a cabeça e olhou para trás e só então percebeu que não estava sozinho como imaginava.

Ele estava diante de sua família.

Continua...


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Comentários

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Nossa que final foi esse, Rodrigo e os tripinhas, vão ajudar ele sair dessa tristeza. Vc trouxe vários pontos nesta saga, principalmente falar sobre o abandono, tragédia familiar, mais o que mais importante é o amor entre todos, pois assim não sentimos sozinhos, perante a tudo dessa vida.

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Cap.maravilhoso e emocionante....superou as minhas expectativas e este finalzinho do cap onde ele é tocado por todos incrível, parece que eu estava dentro da história....muito bom mesmo!

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Essa é a única certeza que temos, a morte. Mas a Mãe é mais dolorida e se ela for presente é pior ainda, mas fazer o que, LEMBRAR, chorar, chorar e o tempo ameniza tudo e o principal A VIDA CONTINUA, SEMPRE

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Compreensível a dor dos dois. Espero que o Antônio não se definhe e se entregue ao desespero. Agora é hora de Rodrigo se mostrar o irmão amigo, que ajuda o outro a se reerguer. Depois, poderão ser os amantes e deixarem o amor deles florescer. Um abraço carinhoso para ti.

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esse cap foi demais pra mim :'( mt bom rever nesse cap um dos meus casais favoritos, daniel e alexandre.

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Uma dor insuportável, mas o tempo ameniza, o Antônio precisa se sentir confiante com o amor da família que ele tem . Parabéns ao conto é ao querido autor. Esperando pela continuação deste maravilhoso conto.

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nossa mesmo sendo um capitulo muito triste foi um capitulo muito bom... me fez lembrar do sofrimento q o daniel passou quando perdeu o tiago ni seu conto anterior... espero q volte logo sintonfalta das suas histórias vc escreve muito bem... que venha o proximo e que vc nao demore a voltar

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PSS: tenho duas contas aqui no site o Toni457 e uma como Cândido, q eu usava quando adolescente. Acontece q eu nunca lembro qual é a senha de qual é sempre entro com uma diferente kkkkk

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Ler esse capítulo me doeu muito. Me fez reviver a morte da minha mãe...Só lhe corrigindo: eu sou o Antônio é meu namorado que se chama Rodrigo. Graças a Deus estamos muito bem.

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Ai, que dor ler esse capítulo. Sinto que esse traste do pai deles ainda vai infernizar os dois. Ranço dessa Alice também. Abraços seu moço. ♥🌷

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DOLOROSA É A PERDA DE UMA MÃE. IRREPARÁVEL. INSUBSTITUÍVEL. CREIO TER SIDO EU A DIZER QUE ANTONIO E RODRIGO SÓ PODERIAM SER FELIZES APÓS A MORTE DE MARIA, OU UM DOS QUE DISSERAM ISSO. LAMENTÁVEL PORÉM SÃO AS ATITUDES DE ANTONIO QUE JÁ NA SUA IGNORÂNCIA SE AFASTA DE RODRIGO COMO QUE O CULPANDO PELO OCORRIDO. ISSO NÃO TRARÁ MARIA DE VOLTA JAMAIS. ANTONIO PRECISA CRESCER E É ESSE O MOMENTO OU VIVER ETERNAMENTE NA INFANTILIDADE. ESTÁ SENDO EGOÍSTA E ARROGANTE COMO SEMPRE, ESQUECE-SE DE QUE RODRIGO TAMBÉM ERA FILHO DE MARIA. CRESCE ANTONIO POR FAVOR. SEJA CONTINENTE, AMPARE UM POUCO RODRIGO TB. O MUNDO NÃO GIRA AO SEU REDOR. ESTÁ TÃO PREOCUPADO COM O SEU SOFRIMENTO QUE NEM VÊ QUE CAUSA MAIS DOR E SOFRIMENTO AINDA AOS QUE O RODEIA. SÓ CONSEGUE PENSAR NO QUE SERÁ DA SUA VIDA DAQUI PRA FRENTE SEM A MÃE MARIA COM CERTEZA ESTÁ NO CÉU (PARA QUEM ACREDITA) E A VIDA AQUI FORA CONTINUA. COMPLICADO ISSO.

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