Paixão da adolescência

Um conto erótico de Dieguito
Categoria: Homossexual
Contém 775 palavras
Data: 19/02/2017 02:28:47

Durante o meu período de infância, e posterior adolescência, eu sempre fui um garoto muito reservado. Na escola, eu praticamente não tinha amigos, e nos intervalos, ao invés de interagir com os demais, eu procurava um canto qualquer e fazia aquilo que mais amo: escrever. Criava poemas, crônicas, frases... O que vinha à mente eu transferia para o papel. Uma das partes do caderno era reservada às narrativas sobre minha vida. Uma espécie de diário. E é citando uma dessas narrações, que lhes contarei a história da primeira paixão.

"Ele é tão lindo! Ao vê-lo correr assim pela quadra, com o peitoral à mostra, as pernas torneadas, o cabelo dançando no vento, a minha vontade é de ir até lá e dizer tudo que sinto. Dizer que o desejo mais que a qualquer outro. Dizer que sou dele, que pertenço a ele. Ah! Eu sempre pertenci..."

11 DE MARÇO DE 2010.

Quando cheguei à escola JK, no ano de 2003, eu era um garotinho magrelo, de cabelo escorrido e aparência tímida. Logo nos primeiros dias, minha professora disse à minha mãe que eu era um perfeito índiozinho, não só pela aparência, mas também pela personalidade. Raramente eu brincava com as outras crianças, e praticamente não se ouvia a minha voz. Com isso, quase ninguém me notava, e eu estava mais do que contente ficando no anonimato. Fui crescendo dessa maneira. Quieto no meu canto, despertando logo cedo a paixão pela escrita. Nas aulas de educação física, eu não me interessava por nenhum esporte, então nunca fazia, mas gostava de assistir aos outros. E foi numa dessas aulas que eu comecei a olhar de maneira mais profunda para um de meus colegas, Emanuel. Eu tinha apenas 10 anos, mas já entendia que sentia-me atraído por outros garotos. O Emanuel era o melhor em praticamente todos os esportes, mas no futsal ele era o número 1. E assistí-lo jogar era extasiante pra mim. Na época, as meninas desenhavam nos cadernos, no quadro e nas carteiras, corações com suas iniciais e de seus supostos namoradinhos, e essa foi a primeira maneira como demonstrei meu sentimento pelo Emanuel. "E & L". Escrevia isso em praticamente todas as folhas. Ainda nessa época, eu fiz minha primeira amizade verdadeira, que dura até hoje. Aline era uma mocinha tímida, muito parecida comigo,e era fascinada por leitura. Isso foi o nosso elo de ligação.

Os anos passavam, e as meninas se tornavam jovens mocinhas, e os meninos, tenros rapazes. Emanuel ficava cada vez mais forte e mais belo. O corpo começava a se espulpir, devido aos treinos contínuos de futebol, e com 14 anos, ele já tinhas aparências de um homem. Eu não tinha olhos pra nenhum outro garoto. Vê-lo todos os dias era a mais doce de minhas motivações para ir à escola. Obviamente, toda essa veneração era completamente confidencial e discreta. Apenas os meus cadernos sabiam da intensa paixão que eu sentia por ele.

"Esta noite eu sonhei com ele. Estávamos dançando. Ele rodopiava comigo e sorria sutilmente. Ele me beijou na boca! É um sonho estúpido, eu sei, mas parecia tão real, tão palpável. Uma pena que nunca acontecerá..."

25 DE ABRIL 2009.

Eu comecei a descrever em meus cadernos a minha paixão por Emanuel, quando tinha aproximadamente 13 anos. Quase todos os meus poemas se inspiravam nele.

- O Danilo é tão bonitinho! Ele pediu pra ficar comigo...- Aline disse, enquanto assistíamos aos garotos jogando na quadra.

- Ali eu tenho que te contar uma coisa! - falei, enquanto fechava o caderno e fixava meus olhos nela.

- Hum, fala.

- Não, mas não pode ser aqui. Vou hoje à tarde na sua casa... - falei, quase cochichando.

- Aff! Então porque não falou isso mais tarde? Agora vou ficar curiosa...

- Ali eu sou gay!

- Hã?! - Ela me fitou espantada.

Mais tarde, na casa da Ali, eu expliquei tudo mais detalhadamente, e ela quis me bater por eu não ter contado antes. Já éramos amigos há 5 anos. Mostrei a ela alguns dos meus poemas, e contei em quem eles eram inspirados. A fiz jurar que não contaria a ninguém, e ela jurou. Não adiantou muito, considerando que tudo veio à tona muito antes do que eu esperava, e de uma maneira que eu jamais vou me esquecer...

Continua...

Hey pessoal, eu postei outros dois textos aqui, e tanto aqueles como esse de hoje são verídicos. Também escrevo contos fictícios, às vezes misturando ficção e realidade,e espero postá-los aqui em outras oportunidades. Os primeiros textos de uma época mais recente, do ano passado. Já esse de hoje narra minhas aventuras da adolescência haha. Vou seguir postando a continuação e espero que vocês gostem! Bjinhos!


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