A história impossível de nós dois. (Capítulo 7)

Um conto erótico de Pudim
Categoria: Homossexual
Contém 2284 palavras
Data: 31/12/2016 23:18:37

Continuando...

Depois de ser torturado pelos meus pensamentos,decidi esquecer o que havia acontecido,afinal não tínhamos chegado a nós beijar,foi só uma tentativa.Uma tentativa que não ia acontecer novamente!

Me levantei e voltei a cozinha,liguei o fogão e coloquei os ovos para cozinhar.Me sentei a mesa,mais sem conseguir ficar sentado,me levantei e fui pra perto do fogão.Depois de um longo tempo,peguei a bacia com um pano e levei até a pia,aonde joguei água fria em cima.Ouvi a porta abrir e ser fechada,e antes que ela aparecesse na cozinha,eu já sabia quem era.Me vendo descacar os ovos,ela começou seu discurso de todo dia.

-Oi mãe!-disse,quando ela parou um pouco pra tomar fôlego.

-Oi mãe,o caralho!...Você volta do inferno pra me dar trabalho?...Quantas vezes não já disse nessa merda,que eu não sustento vagabundo?...Não sei o que vai fazer seu miserável,mais pode ir botar a cara no sol e ganhar dinheiro pra comprar sua comida,porque não quero você usando das minhas coisas.Entendeu?-Ela perguntou furiosa,enquanto batia na mesa com força.

-Pode deixar!-respondi terminando o que estava. fazendo.

Minha mãe me lançou um olhar de ódio,e saiu em direção ao seu quarto,xingando que nem uma bêbada.Engoli os ovos de uma vez e sai apressado pela porta,antes que ela decidisse que não havia me infernizado o suficiente.Caminhei até a venda de seu Manuel,mais o velho tava doente e não ia nem abrir o bar.Sem solução,fui até a cantina de Dona Margarida me oferecer para algum serviço.

-Hoje não tem muito movimento,e eu posso dar conta sozinha.-Ela disse após eu terminar de falar.

-Tudo bem,mais valeu aí pela atenção.-Disse desanimado.

-Lúcio você quer mesmo um serviço?-Ela perguntou séria.

-Claro,né dona Margarida?Eu tô precisando da grana.-Respondi lhe devolvendo o olhar.

-Meu sobrinho teve que ir levar a esposa ao medico,na cidade do lado.E ele deixou pra que eu arrumasse alguém pra substituir ele no serviço...Se você tiver afim,pode ir!-Ela disse enquanto me estendia um papel.

-Que tipo de serviço?-perguntei recebendo o que ela me dava.

-Ajudante de pedreiro.-Ela respondeu.

-Mais eu nunca fiz isso,acho que não vão me querer.-Disse,me desanimando mais uma vez.

-Meu sobrinho também não,e ele aprendeu...Se quiser ir,a construção fica do lado do açai e o chefe dele já deve estar esperando quem vai ficar no lugar dele.-Dona Margarida disse encerrando a conversa.

Agradeci e sai de lá,descendo pela rua de baixo.Caminhei por meia hora e cheguei em frente ao açai,e do lado,pelo que pude ver,era uma enorme construção.Fui até lá e logo achei o responsável,entregando o papel.

-Tu já fez esse serviço?-Ele perguntou sério.

-Não senhor!-respondi o encarando.

-É só fazer o que te mandarem e tá tudo certo.Pago oitenta e cinco reais o dia e não gosto de moleza,estamos entendido?-Ele perguntou depois de me analisar de cima abaixo.

Balancei a cabeça em afirmativa e logo estava carregando cimento,areia e tijolos,e o que mais fosse preciso.Demos uma parada na hora do almoço,e fiz a refeição com eles.E logo estávamos trabalhando de novo.

No fim do dia,não tinha uma parte de mim que não doesse,mais valeu a pena quando recebi a grana.Me despedi de todos e agradeci ao cara que era responsável por tudo ali,e ele me agradeceu pelo bom serviço.

Apesar de ter ganhado bem,fiquei em dúvida se pegaria outro bico daqueles.Eu tinha a sensação de que um caminhão tinha passado por cima de mim.

Caminhei em direção a minha casa lentamente,e levei quase uma hora pra chegar na minha rua.Ao me aproximar de casa,notei um carro preto estacionado e sentado no capo dele,Eduardo.Meu estômago deu um giro de 360 graus e me aproximei dele.

-O que aconteceu com você?-Ele perguntou ao me ver.

-Fui fazer um serviço aí!-respondi sem ânimo.

-Que tipo de serviço?-Ele perguntou sério.

-Ajudante de pedreiro.-respondi.

-Você estava trabalhando?-Ele perguntou desconfiado.

-Não,eu me sujei assim porque estava rolando no asfalto.-Respondi irritado.

-Olha como você fala,garoto!Eu não sou seus parceiros e não vou admitir suas gracinhas.-Ele disse com um tom de ordem.

-E eu não lhe devo nenhuma explicação.-rebati.

Ele virou seu olhos pra mim e eu sustentei o olhar dele,sentindo meu estômago se revirar e meu coração bater mais rápido.Então ele estendeu a sua mão e acariciou meus cabelos,fazendo meu rosto arder e minha pele formigar.

-Tem bastante barro nos seus cabelos.-Ele disse lentamente.

-Normal!-disse com um sorriso bobo.

-Nós temos que combinar o serviço que você irá fazer e quanto tempo ficará fazendo.-Ele disse desviando o olhar do meu e mudando de assunto.

-Tô ouvindo!-Disse enquanto dava dois passos para longe dele,tentando fazer com que meu coração se acalmasse.

-Bem,eu fiz as contas e cheguei a conclusão de que,se eu lhe pagar um valor de seiscentos reais mensais,você quita sua dívida comigo em dois meses.-Ele disse enquanto flexionava os dedos.

-Tô te devendo mil e duzentos paus?-perguntei chocado.

-Um pouco mais,na verdade.-Ele respondeu sem se abalar.

-Tá legal...quantos dias?-perguntei após decidir que não ia valer a pena discutir.

-Apenas cinco por semana.-Ele respondeu sério.

-Só isso?...Não quer também o sábado e o domíngo não?-perguntei sarcástico.

-Não!...Você começa amanhã,no meu escritório.As sete em ponto e faça o favor de não se atrasar...Meu escritório fica em frente a prefeitura!-Ele disse com um tom de quem encerra a conversa.

Fiz um sinal afirmativo com a cabeça e sai caminhando em direção a minha casa,mais antes de chegar lá ainda olhei pra trás e o vi entrando no carro.Sem bater,simplesmente entrei e minha saiu da cozinha,e se jogou no sofá.

-Teve um gato maravilhoso atràs de você.-Ela avisou com um divertido na voz.

-Já topei com ele.-Disse sem dar espaço pra mais conversa.

Eu estava louco pra deitar e dormir,mais não podia faltar a escola,então tomei banho,me arrumei e fui.Já era bem tarde quando cheguei,e mais morto do que vivo,cai na colchão do jeito que estava.Acordei no dia seguinte,com os chutes da minha mãe e me sentei no colchão,ainda bastante dolorido e com sono.

Levou uns dez minutos pra que lembrasse do Eduardo,então me levantei apressado e tomei um banho rápido.Voltei ao quarto,vesti a cueca vermelha e a calça,coloquei o tênis e peguei uma camisa preta.E em seguida sai correndo até o ponto dos carros,que ficava duas ruas depois da minha.

Consegui pegar a van que que estava de saida,e depois de quarenta e cinco minutos,paguei e desci em frente a prefeitura.Não precisei procurar muito,pois o escritório de advocacia era bem em frente a praça.Corri pra lá e quando ia entrando,quase esbarrei em Eduardo,que já estava a porta.

-Quase uma hora atrasado!-Ele disse após olhar no relógio.

-Foi mal ae,ainda não aprendi a usar as asas.-Disse sarcástico.

-Vá até o fim do corredor e pergunte pela Joana.Ela vai dizer,o que você tem que fazer.-Ele disse apontando para um corredor.

Passei por ele e fui até o fim,batendo numa porta que havia lá.Ao ouvir um sim,entrei.

-Olá,tô procurando uma moça chamada Joana.Vou fazer serviço aqui agora e me chamo Lúcio.-Disse para a mulher de cabelos cacheados que me recebeu.

-Eu sou Joana,você veio em boa hora.Temos uma boa equipe,mais não dão conta de tudo e é sempre bom ter mais um.-Ela disse animada.

Em seguida ela me jogou uma camisa cinza que vesti,e então saímos e ela me mostrou o prédio inteiro.A manhã toda foi uma coisa de levar cafezinho e servir chazinho,um sobe e desce infinito.Na hora do almoço,dei um pulo do lado de fora e comi um sanduíche.

A tarde foi a vez da limpeza.Esfreguei chão e várias mesas,e ao dar quatro horas,eu já não sentia meus braços.Joana que parecia não gostar de me ver parado,mandou que eu recolhesse o lixo da sala de recepção.

Peguei o saco de lixo sem vontade,e fui me arrastando pra lá.Enquanto eu apanhava as lixeiras,o homem de óculos que se chamava Diego passou e pegou o pequeno elevador que havia ali.Terminei o serviço e joguei na caçamba,e aí voltei até a sala de funcionários,onde a Joana estava.

-Pronto,estamos quase acabando.Agora pegue essas caixas e leve para cima,para a sala do senhor Augusto...Ah,e vá pela escada.-Ela disse apontando duas caixas grandes a um canto.

Freando um palavrão,peguei as caixas e fui em direção a escada,onde subi com dificuldade.Caminhei até o fim do corredor,apressado e respirando rápido,pois elas pesavam bastante.Abri a sala do senhor Augusto e depositei em cima da mesa,saindo logo em seguida.

Voltei lentamente pelo corredor,esfregando meus braços.Então ouvi a voz do Eduardo e percebi que vinha de uma sala com a porta entreaberta.Me aproximei silenciosamente e mesmo sabendo o quanto era feio,me deixei escutar a conversa.

-Diego quantas vezes,eu já te falei que não tenho nada com aquela mulher?-Eduardo disse exaltado.

-É difícil acreditar,quando vocês tem um passado!-Diego respondeu nervoso.

-Um passado que se resume a um fim de semana,há dez anos atrás.-Eduardo rebateu.

-Quer saber?...Eu acho que você não leva nosso casamento a sério.-Diego disse após alguns calado,em tom choroso.

-Ah Diego,não vamos começar com isso.-Eduardo disse parecendo cansado.

-É sempre eu que começo,não é?Mais Você nunca provou que está levando isso a sério!-Diego disse em voz alta.

-Depois de tudo que já fiz,o que mais você quer?-Eduardo perguntou.

-Um filho!...Uma família!-Diego respondeu.

Minha cabeça girava,as palavras se misturando com imagens e sentimentos.Me afastei devagar e caminhei em direção a escada,com a sensação de que o chão havia sumido.Eles eram um casal!

Não sabia o que estava acontecendo comigo,mais senti meu coração bater mais devagar e ficar tão apertado,mais tão apertado que chegou a doer.Entrei na sala dos funcionários e me sentei a mesa,sentindo meu peito ser tomado por uma imensa tristeza.

-Lúcio,você está bem?-Joana perguntou após entrar.

-É só cansaço!-Menti sem olhar pra ela.

-Isso é normal,com o tempo você se acostuma.-Ela disse com um sorriso.

-Joana é verdade,que o seu Eduardo é casado com um rapaz?-perguntei,desejando que ela gritasse que era mentira.

-É sim,com o seu Diego!-Ela respondeu alegre.

-Nossa,legal!...Ele parece ser um homem importante.-Disse sentindo um nó se formar na minha garganta.

-O senhor Diego é um médico bastante respeitado.Vive em congressos fora do país e montou aqui na cidade,um dos melhores hospitais da região.E como homem não tem pessoa melhor sabe?É doce,gentil,educado e muito dedicado ao marido.Só tem o defeito do ciúme,que é demais.Mais acho que o senhor Eduardo sabe driblar isso!-Ela disse me fazendo sentir pior a cada palavra.

-Eu já posso ir pra casa?-perguntei em um fio de voz.

-Pode sim...mais amanhã,tem que esta aqui as sete em ponto.-Ela respondeu saindo logo em seguida.

Meus olhos encheram d'água e eu enxuguei.Me levantei e peguei minha camisa,a vestindo e colocando a outra lá.Em seguida sai de cabeça baixa,sem saber o que fazer com aquela confusão em minha mente e a dor no peito.

Ao passar na recepção,Eduardo vinha saindo do elevador com Diego.Ele me chamou,mais eu o ignorei e sai em direção ao ponto do lado da prefeitura,entrei na van e não olhei pra trás.

Não conseguia mais segurar,e chorei contra a janela,baixinho.Me lembrei de como ele tinha quase me beijado e a forma como tinha tocado meus cabelos.Canalha!

Os quarenta minutos de viagem foram sufocantes e fique muito grato quando acabou.Caminhei em direção a minha casa,doido pra me jogar na minha cama e esquecer de tudo.

Empurrei a porta e entrei,fechando a atrás de mim.Quando me virei,só então percebi o negro enorme sentado em uma cadeira no meio da sala.Senti meu chão se abrir e praticamente me colei a porta.

-Pedreira...O que você faz aqui?-Perguntei tentando não parecer assustado.

-Sai da cadeia muleque,e vim direto ver minha família.Não estava com saudades do Padrasto?-Ele perguntou sarcástico.

Ouvi um barulho e percebi que minha mãe estava encolhida no sofá.Me obriguei a olhar pra ele e senti um frio pecorrer a minha espinha.

Continua...

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Boa noite e feliz ano novo,que 2017 seja repleto de alegrias a todos vocês.Que nesse ano que vai entrar tudo de bom aconteça na vida de cada um.(Sei que é um cliché e todo mundo deseja isso).

Não vou citar nenhum comentário por falta de tempo,mais le todos e muito obrigado pelas notas também.Vocês me incentivam bastante e tô com todo gás para levar está história até o final.

Obrigado a todos que leram,que acompanham.

Até a próxima.


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Comentários

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Aí meu Deus, sempre é assim quando gostamos de alguém

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Adoro ver a reação dos leitores!

Capítulo excelente, cheio de possibilidades!

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EDUARDO PARECE SER BEM GALINHA. NÃO MAIS GALINHA DO QUE ESSA VACA DESSA MÃE. ALGUMA MÃE ACORDA O FILHO COM CHUTES? ALGUMA MÃE COBRA A COMIDA QUE DÁ AO FILHO? ESSA MÃE TEM Q MORRER LOGO. NOSSA, MUITO SOFRIMENTO, TRISTEZA, SÓ COISAS RUINS NA VIDA DESSE MENINO.

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Coitado do rapaz que tem uma coisa que se diz uma mãe.

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Pq ele não sai de casa? o Eduardo não presta, pelo jeito vive traindo o Diego.

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