O amor atravessa o tempo: uma história que desafia suas crenças

Um conto erótico de jornalista77
Categoria: Heterossexual
Contém 2159 palavras
Data: 09/11/2016 02:11:49

Esta história será diferente de todas as demais que já escrevi aqui. Ela tratará de uma temática de terror, com personagens mitológicos e fantasiosos como vampiros, bruxas, lobisomens. Quem não gostar desse tipo de história, sugiro que pare aqui a leitura. Aos que continuaram, vamos em frente. A história começa com a chegada do casal Hannah e Ivan a Veneza. Ela, uma loira de 30 anos, estudante de história da arte, seios médios e muita tímida. O marido é um proeminente cirurgião no Brasil, 36 anos, muito sério, conservador e ambicioso. O pai foi um renomado neurocirurgião e político, ocupando uma cadeira no Congresso Nacional. Ivan pretendia seguir a carreira dele e chegar mais longe. O casal não tinha filhos e o casamento passava por um período de ajuste. Seis anos de união e aquele fogo do início da relação havia, há muito, se extinto. A falta de filhos também era um problema. Hannah adorava crianças, era louca para ser mãe, mas Ivan não compartilhava do mesmo interesse e isso a magoava bastante. A viagem foi uma ideia da mãe de Hannah para tentar com que o casal se acertasse.

Hannah preparou todo um itinerário para a viagem. Ela teria o marido por quatro dias antes dele ir a um congresso médico em Roma. Hannah decidiria se iria com ele ou ficaria em Veneza. No segundo dia, foram a um museu, principal interesse dela, depois de passear de gôndola. O museu era lindo e Hannah adorou. Andava despreocupada pelos salões, admirando a beleza das peças ali expostas e esbarrou em uma mulher. Ela se virou e Hannah sentiu como se um raio a atingisse. - Spiacente, signorina - disse ela em italiano perfeito. Hannah, porém, não falava e fez expressão de quem não entendeu nada. – Não falo italiano, desculpe – disse ela. A mulher reconheceu o português, sorriu e repetiu, no idioma certo, para alegria da jovem. – Que bom que a senhora fala minha língua. Eu que peço desculpas. Sou muito desastrada. Aqui, é tudo tão lindo e fiquei andando feito uma boba, sem olhar pra onde eu ia - falou. A mulher sorriu novamente e se apresentou: Condessa Katherine. – Condessa? Nossa. Prazer. Sou Hannah - falou. A condessa apertou sua mão e a beijou. O sangue de Hannah ferveu e ela voltou a sentir uma onda de choque em seu corpo.

As duas se retomaram seu caminho e a brasileira voltou para o marido, que conversava com um casal de amigos. – Onde você estava? – perguntou. – Estava conversando com uma condessa - respondeu Hannah, rindo. - Você conheceu a Condessa Katherine? Ela é uma lenda por aqui. Mora em um castelo lindíssimo e é herdeira de uma fortuna incalculável. Quase nunca sai na imprensa e pouquíssimas pessoas têm acesso a ela. Dizem até que é meio estranha, antipática - informou Sarah, a esposa do doutor Márcio, colega de Ivan. – Ela foi super legal comigo. Não pareceu antipática – afirmou Hannah. Katherine, definitivamente, havia mexido com ela, de uma maneira que não sabia explicar. Algo em seu íntimo dizia que já se conheciam, mas era impossível. Além disso, seu olhar cravado nela, sua voz macia, doce e a sensação que teve quando beijou sua mão. Esses pensamentos tomaram conta da sua cabeça, não a deixando se concentrar em mais nada. À noite, jantaram com Sarah e Márcio, mas Hannah estava aérea, longe. Teve um sonho estranho, em uma cidade antiga e em que ela caminhava ao lado de Katherine. Acordou suada e trêmula.

O dia seguinte foi o passeio de gôndola. Conseguiu esquecer a história do dia anterior e se divertiu muito. Depois, foram almoçar na Praça de São Marcos. De repente, quando corria os olhos pela praça, encontrou a condessa algumas mesas à frente, também olhando para ela. Seu coração disparou. A condessa sorriu e a cumprimentou com um ligeiro aceno de cabeça. Hannah tremeu e tentou desviar o olhar, puxando assunto com o marido, mas uma força estranha atraía sua atenção de volta para a mesa da frente. Sempre que olhava, a condessa estava firme na sua direção. Seu olhar não se mexia, não piscava, não hesitava. Hannah lutou o quanto pode, mas desistiu e passou a encará-la também. As duas se hipnotizavam à distância. Katherine sinalizou para o garçom, pediu a conta e se levantou. Com passos decididos e elegantes, encaminhou-se na direção da mesa do médico. - Olá de novo, Hannah. O destino nos aproximou novamente – gracejou. – Bom dia, condessa. Esse é meu marido, Ivan – respondeu Hannan, apresentando os dois. - Muito prazer, Condessa Katherine Scheffer - disse ela. Ivan a cumprimentou e a convidou a se sentar. - Obrigada, mas tenho um compromisso. Agora, permitam-me convidá-los para o jantar. Restaurante Riviera. Digam que são meus convidados e serão muito bem tratados - sugeriu. Despediu-se e saiu.

Ivan convidou Sarah e Márcio e os quatro chegaram ao Riviera no comecinho da noite. Apresentaram-se conforme as instruções da condessa e foram levados ao que o garçom afirmou ser a mesa reservada para os amigos de Katherine. O restaurante era muito agradável, às margens do Canal Giudecca e extremamente concorrido. Só conseguiram mesa, tão em cima da hora, por causa da interferência da condessa. Hannah estava apreensiva por reencontrá-la. Olhava em todas as direções e não a via. – Ainda não acredito que vocês ficaram tão amigos da condessa, assim de repente – disse Sarah, ainda espantada com a generosidade de Katherine, tão diferente do que se falava dela. Hannah sorriu sem ter muito o que dizer. A conversa prosseguiu e uma sensação estranha voltou a tomar conta dela. Hannah passou a ficar impaciente e nervosa, sentia sua pele arrepiar e tinha sobressaltos. Pediu licença e foi ao banheiro. Lavou o rosto e tomou um susto ao ver o reflexo de Katherine no espelho, atrás dela. Virou-se de uma vez e se apoiou de costas na pia. A condessa se aproximou, lentamente, sorrindo e tocou sua mão quando chegou bem próximo.

- Mi dispiace, tesoro. Não quis assustá-la – disse. – Va bene, Kitty – respondeu, naturalmente. – Pensei que você tinha me dito que não falava italiano – comentou Katherine, surpresa pela resposta de Hannah. – E não falo. Não sei como disse isso – afirmou a jovem, confusa. Katherine segurou suas mãos e se aproximou mais ainda dela. – Não parei de pensar em você desde nosso encontro no Palácio Ducal. Eu acredito em destino e tenho certeza de que foi ele quem garantiu nosso reencontro hoje cedo. Por isso, eu os convidei pra cá. Eu precisava te ver de novo, ficar pertinho assim de você e ver se meu sangue iria ferver como ontem. E ele está fervendo, Aninha. Eu sinto, nos seus olhos, que o seu também. Posso sentir o cheiro dele, a temperatura se elevando e o correr por suas veias. Nós precisamos de um momento só nosso. Venha até mim. Você sabe onde me encontrar. Estarei a sua espera – as palavras de Katherine soavam estranho em Hannah, especialmente, porque ela sabia que a condessa estava certa. Seu sangue também fervia em suas veias e ela também queria aquele momento a sós. Que poder era aquele que essa mulher exercia? Um poder que assustava e, ao mesmo tempo, atraía Hannah. Ela não podia explicar. Katherine sumiu do banheiro do mesmo modo que apareceu e Hannah voltou à mesa.

Mais tarde, de volta ao hotel, Ivan foi se aproximando da esposa, na cama, beijando seu pescoço e acariciando seus seios. Abaixou uma alça da camisola e se deitou por cima dela. – Como você tá cheirosa. Adoro chegar na cama e sentir teu perfume, Aninha – disse ele. Hannah o segurou e o afastou de seu corpo. – Como você me chamou? – perguntou. – Aninha – respondeu, surpreso com a atitude dela. – Por favor, não me chame assim. Eu não gosto – pediu Hannah. – Como não gosta, querida? Eu te chamo assim há anos, tua família, teus amigos – falou Ivan. – Mas, não gosto mais. Por favor, respeite – disse ela, decidida, virando-se de lado. – O que está acontecendo, Hannah? Está sentindo alguma coisa? – Ivan não entendia a atitude da esposa e começava a se irritar. – Mi dispiace, amore. Sono stanco (cansada) – falou. Ivan franziu a testa ao ver a esposa falando em italiano e ela também se assustou por tê-lo feito outra vez. – Desde quando você fala italiano? – perguntou ele. – Não falo. Isso saiu não sei de onde – respondeu. – Você está muito estranha, Hannah. Acho melhor dormirmos – afirmou Ivan. Virou de lado e adormeceu. Hannah, aos poucos, relaxou e também dormiu.

Algum tempo depois, foi despertada com uma voz em seu ouvido: “Estou a sua espera, Aninha. Venha, tesoro”. Acordou assustada e se sentou na cama. Olhou de lado e viu Ivan ressonando. Seu coração estava acelerado, ela tremia, suava. Olhou seus braços e suas veias estavam saltadas, como se fossem furar a pele. Sentia o corpo quente, mas não tinha febre. Levantou-se e foi à janela. Abriu-a e uma ventania quase a derrubou. Fechou-a outra vez e ouviu o barulho do trinco da porta do quarto, se abrindo. “Venire, tesoro. Estou a sua espera”. A voz sinista e misteriosa continuava falando com Hannah e ela parecia impulsioná-la para fora do quarto. Caminhou até a porta, pegando um roupão na passagem, e saiu. O relógio marcava 2:17hs. Desceu o elevador, passou pela portaria do hotel, chamando a atenção de todos pelos trajes de dormir que usava, e entrou em um táxi. Disse o endereço ao motorista e chegou em menos de dez minutos. “Quanto tempo. Finalmente, estamos juntas”. “Venha pra casa. Venha pra mim”. A voz não parava de atormentá-la e hannah ficava mais e mais angustiada. – Più veloce, prego – pedia mais velocidade ao motorista.

Chegaram, pagou e atravessou o grande e pesado portão de ferro da enorme e imponente mansão. Caminhou por uma calçada de pedra, subiu três degraus e tocou a campainha. – Meu Deus, como sei tudo isso? – perguntou a si mesma. Uma jovem muito bonita abriu a porta poucos segundos depois do toque. – Buonasera, signorina Anna. Minha senhora a aguarda – disse ela, abrindo passagem. – Como você me conhece? – perguntou. A jovem se limitou a sorrir e pedir que a seguisse. A casa era suntuosa, mas com ar sombrio e triste. Móveis escuros com aparência de antigos contrastavam com as longas paredes repletas de obras de arte. Hannah reconheceu Da Vinci, Monet, Cézanne, Rembrandt. Esculturas de Francis Gray, Rodin, Michelangelo. Era um acervo quase tão rico quanto o Palácio Ducal. – Aqui, signorina Anna. Pode entrar – falou a jovem, apontando uma porta. Hannah agradeceu e entrou. Era um quarto grande, igualmente luxuoso, com a maior cama que ela já vira, bem no centro, um sofá de três lugares no canto, uma janela coberta por uma cortina escura e um tapete felpudo no chão. Do lado esquerdo, Hannah ouviu vozes e abriu uma outra porta. Katherine estava em uma banheira de bronze, mergulhada em um líquido vermelho. Ao lado, uma outra jovem esfregava suas costas e ombros, ajoelhada, seminua, e um cachorro enorme, que mais parecia um lobo, recebia carinhos de Katherine fora da banheira.

Hannah tomou um susto com a cena e fechou a porta, saindo do quarto. Voltou à sala e ficou de costas, nervosa e sem saber o que fazer. Pouco depois, Katherine surgiu, acompanhada da jovem que a banhava e do cão. Hannah se virou e, novamente, foi surpreendida. Desta vez, pela vestimenta da condessa. Ou da sua ausência. Ela usava apenas uma calcinha preta e uma capa da mesma cor. Seus belíssimos seios médios para grandes estavam livres e seu corpo era perfeito, especialmente para uma mulher que aparentava ter em torno de 45 anos. Katherine caminhou, resoluta, para Hannah e parou a poucos centímetros. – Benvenuto, Aninha. Que bom que você aceitou meu convite – disse ela. – Como eu cheguei aqui? Quero dizer, como eu sabia o endereço? Por que eu sinto que já estive nessa casa se nunca estive em Veneza? O que está acontecendo comigo desde que lhe conheci, condessa? Comecei a falar italiano, que nunca estudei, lhe chamei de Kitty, passei a ouvir vozes, soube do endereço de uma casa que nunca vi antes. Eu devo estar enlouquecendo – falou ela, nervosa. – Calma, calma. Tudo vai ser explicado agora, minha querida. Você sabia o endereço daqui porque essa é sua casa – afirmou. – Francesca, leve o Thomas. Nos deixe sozinhas, querida – disse a ela para a jovem.

As duas trocaram um selinho e ela e o lobo passaram por Hannah. Os olhos do animal fecharam na loira, olhos cinzentos e assustadores. Hannah sentiu seu sangue gelar naquele momento. Katherine percebeu e sorriu. – Não se preocupe. O Thomas não lhe fará nenhum mal, ao contrário. Venha comigo que vou começar a responder as suas perguntas – disse ela. Tomou a mão de Hannah e a levou de volta ao quarto. Fechou a porta e acendeu a luz. Um quadro enorme surgiu diante dela, com Katherine e Hannah em roupas vitorianas, sorrindo e se beijando na boca. Continua.

P.S. Esse primeiro conto não teve cenas de sexo, sendo apenas a apresentação da história. Espero que tenham gostado. Acessem />


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Comentários

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Continuaaaaaaa 😢😢😢😢😢😢😢😢

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Boa história, gosto muito de contos com temática sobrenatural. Escreva a continuação deste, Jornalista.

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Adorei, pela apresnetaco já da pra perceber que sera uma história muito boa...

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