Era Só Uma Noite. #5

Um conto erótico de Caio Alvarez
Categoria: Homossexual
Contém 1216 palavras
Data: 01/10/2016 00:31:35

Acordei sem pressa na manhã seguinte.

O sol clareava as cortinas mostrando que o dia tinha amanhecido há horas. Estiquei meus membros num alongamento natural e senti uma leve dor no interior das coxas. Sorri ao lembrar do dia anterior e de tudo que tínhamos feito. Girei meu corpo nu sobre os lençóis alvos inacreditavelmente macios e flagrei o corpo de Alexandre, igualmente exposto. Caído em sono era a imagem de um anjo, mas certamente somos sujos demais para esta posição.

“Você pertence ao agora, esqueceu?” eu disse ao sentimento receoso de tocar o corpo dele que estava tão entregue a mim. Finalmente livre da ânsia, me aproximei e rocei meu nariz em seu ombro livre. Respirei o cheiro natural, cru e absurdamente gostoso que ele exalava. Deixei que minha mão escorregasse por suas costelas e somente parei quando toquei o início da bunda. Ah, aquela bunda! Me privei de qualquer outro desejo e me limitei ao toque.

Ele despertava e se espreguiçava como um filhote em seu leito confortável. Com um sorriso sutil me deu bom dia ao mesmo tempo que girou o corpo e me abraçou por inteiro, enfiando assim seu rosto em meu peito quente.

- Bom dia, cretino. Não se aninhe tanto, eu saio em alguns minutos – eu o alertei com minha voz rouca e quase falhada.

- Você não pode fazer isso – ele lamentou ainda me meu peito.

- Como não, hein?

- Eu quero você bem aqui. Ainda temos algumas horas.

Sua fala terminou seguida de um carinho certeiro em minhas costelas. Meu corpo estava arrepiado.

- E esse romance todo? O desconheço.

- Não posso querer a presença de um amigo que... – ele deu uma pausa para se afastar e olhar meu corpo – tem um pau gostoso?

Diante do olhar quase canibal que me cercava eu só poderia rir e concordar com ele.

Alexandre saiu da montanha de lençóis e saltou da cama numa disposição invejável e caminhou, completamente nu, até as enormes janelas. Abriu as cortinas e encarou os grandes vidros transparentes que nos entregavam uma visão panorâmica da cidade. Me olhou com um sorriso excitado enquanto ordenava:

- Venha aqui!

Como se estivéssemos sendo assistidos, me enrolei num daqueles lençóis e me juntei a ele. Alexandre me deixou sentir o êxtase que era estar diante da cidade daquela forma: os vários telhados amarelados abaixo dos nossos pés, os terraços e suas piscinas azuladas e ao fundo o mar no seu característico azul-brincadeira. Permitindo estar presente ali, lacei a cintura do garoto exibido com meus braços e pousei meu queixo em seu ombro, deixando sua voz penetrar em meu corpo pelos meus poros:

- Está vendo a cidade aos nossos pés? Ela não foi erguida para ficamos trancados num escritório quente e cheirando a angústia, tomando o mesmo café ruim e olhando os mesmos rostos tristes até o fim o dia. Nós temos um caso de amor com a liberdade e a excitação é o que nos move. Seu corpo pede pela cidade e tudo que ela tem para oferecer. Eu sei disso porque somos feitos da mesma matéria. – Precisamente ele girou seu corpo e puxando o meu nos encostamos no vidro que prometia se trincar em centenas de pedacinhos com um mínimo toque. – Quer ser maior que tudo isso?

Seus olhos brilhavam, seus lábios carnudos e rosados demais entreabertos me desafiavam, sua pele queimava e ao tocar a minha provoca uma onda violenta de arrepios. Se éramos feitos da mesma matéria, Alexandre possuía as cargas mais perigosas. E convincentes, é claro. Diante disso eu só poderia entregar a ele uma única resposta:

- Leve-me além dos limites conhecidos.

As luzes eram fortes, a música insuportavelmente alta e o espaço limitado demais. Qualquer pessoa claustrofóbica passaria um bom aperto ali. Alexandre não se contentava e continuava me puxando ainda mais para o meio da multidão. Devido a notória falta de espaço, meu corpo era comprimido pelos outros e naturalmente eu entrava no ritmo da dança deles. Para o meu alívio, Alexandre encontrara quem tanto procurava.

Os dois garotos pareciam absurdamente mais novos que nós. Por estarmos em uma boate, logo imaginei que não tinham mais que 18 anos de idade. Ou possuíam uma carteira de identidade falsa, o que não era muito difícil de imaginar. O encontro entre eles foi explosivo. Gritos, agitação, dança e abraços apertados. Eu estava no meio da brincadeira.

- Diego, prazer. – O primeiro não dosou a altura de seu grito em meu ouvido. Eu sorri incomodado.

- Viny! – O segundo sabia como falar no meio daquela loucura. Ouso dizer que a forma como apertou os lábios em minha orelha era até sensual.

- Não, eles não trabalham comigo – disse-me Alexandre com pressa, antes que eu pudesse cometer alguma gafe.

Não demorou e logo estávamos os quatro envolvidos em uma dança frenética. A música parecia cada vez mais alta e complicada de entender. Eram batidas que iam do Funk ao Eletrônico. Ao melado casais se amassavam excitados, outros se beijavam tão lentamente que pareciam não estar ali. Alexandre chamou minha atenção e novamente falou ao meu ouvido:

- Nunca esteve em uma boate gay?

- Assim não – eu respondi enquanto tentava assimilar tudo que acontecia ao redor.

- Está gostando, não está? – novamente ele falou em meu ouvido.

- Posso mentir? – eu brinquei. – Vai... não é o pior lugar do mundo.

- Então aproveite, eles são seus.

Alexandre terminou a frase apontando para os dois garotos ao nosso lado. Eles nos lançavam sorrisos tão convidativos quanto a música que nos deixava surdos. Devolvi o sorriso e assim encurtei o mínimo espaço que havia entre nós. Nossos corpos se colaram num ritmo muito sensual para a música que tocava no momento. Não estranhei e deixei que Viny rebolasse em mim. O garoto roçava sua bunda em meu volume desacordado e eu sentia perfeitamente o quão ela era gostosa. Seu jeans apertado facilitava. Não demorou e meu braço laçava sua cintura. Ao apertar seu corpo contra o meu, Viny levantou seu braço e enfiou sua mão em minha nuca, no emaranhado dos meus cabelos. Eu que admirava os outros casais naquele momento não estava muito diferente deles. Diego, um pouco maior e menos delicado que Viny, se posicionou atrás de mim e repetiu tudo que eu fazia. Minha bunda roçava seu volume levemente marcado e me forçava a dançar em seu ritmo. Sua respiração estava muito próxima da minha nuca. Confesso que eu estava a dois passos de explodir em uma ereção violenta.

Viny me surpreendeu e ficou de frente para mim. Seu sorriso era uma mistura muito excitante de saliência e ingenuidade. Quase iniciamos um beijo assistido por Alexandre quando assustei com a vibração do meu celular no bolso. Ainda ligado à minha “antiga vida”, saquei o aparelho com pressa e visualizei a mensagem de remetente desconhecido:

“AGORA. MESMO HOTEL. MESMO QUARTO. ENTRE SEM BATER.”

Eufórico e confuso, guardei o celular e tentei me desvencilhar daquela situação. Alexandre me cercava com seu olhar. Os dois garotos dançavam sensualmente, claramente esperando meu retorno.

“Eu preciso ir” praticamente soletrei para Alexandre, que literalmente atravessou os dois garotos após entender o que eu tentava emitir. No encontro, ele agarrou meu membro morto por cima da calça e colou os lábios sedutores em minha orelha:

- Traga-me uma boa história, caso contrário... nem volte!

O sorriso dele era uma compilação de todas as más intenções do mundo.


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Comentários

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Ficou meio confuso pra mim sobre quem é Alexandre e quem é o cara que deu o papel, mas ta ótimo

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Vou morrer de curiosidade? Vou. Mas eu eu vou esperar o próximo capítulo? Não tenho escolha hahahah

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