Minha vida sempre foi complicada, meio conturbada, mas fazer o que não é?
Me chamo Júlio, estou no 3º ano do ensino médio, tenho 17 anos, 1,73 de altura, tenho 110 kg, tenho um relacionamento conturbado com a dieta, minha família vive me cobrando para que eu perca peso, principalmente meu irmão Thyago que tem 23 anos, corpo malhado, estuda odontologia e não sossega com as mulheres, meu pai Willian é o mais tranquilo, me apoia nas minhas decisões, paga as minhas aulas de muay thai e não me sufoca com cobranças, Sandra minha mãe por outro lado me importuna, sempre diz : Filho você é tão lindo, meu bebe, quero que perca peso pelo seu bem estar, não por capricho meu. Sei que ela fala isso para meu bem, mas toda hora, todo dia não rola.
Na segunda me acordei cedo, o sol invadiu meu quarto quando abri as janelas, 31 de agosto não estava tão feio assim, tomei um banho coloquei uma calça jeans, uniforme e um moleton, fui tomar café e só estava meu pai na cozinha.
Pai:Bom dia filho, dormiu bem?
Júlio: Sim pai, já estou indo.
Pai: Quer que eu te leve?
Júlio: Não se incomode, vou andando hoje.
Peguei minha mochila e meu amigo inseparável(Fones) e sai. Resolvi pegar um ônibus para ir para a escola, não peguei carona com meu pai, porque ele ainda iria se arrumar, e não queria atraso, quando enfim para o meu ônibus no ponto eu subo nele, não sei se era impressão minha ou a catraca era menor que as outras dos outros ônibus, me esforcei par passar, meu fone se enrolou, e foi um sacrifício para sair dali.
Ouvi mais uma piadinha de mal gosto, sempre se ouve quando você não preenche os requisitos impostos pela sociedade, ser magro, bonito, e outras coisas. Ouvi quando sai da catraca um dos rapazes que estavam no fundo do ônibus gritar, não vai quebrar nada ai pançudo, nossa aquilo acabou comigo, algumas pessoas riram, outras nem ligaram, mas eu, eu fiquei constrangido.
Comecei a me arrepender por não esperar o papai, botei os fones e coloquei o capuz do moletom na cabeça, segui viagem até a escola, mais um dia na rotina daquele lugar que me causava muitas sensações horríveis, sim, na escola eu era alvo de bagunças.
Cheguei na sala e passei por todos sem falar com ninguém, me sentei no meu lugar agradecendo a Deus por não terem mexido comigo, estava sozinho esperando a Alilli chegar, afinal cadê essa menina?
Alilli é branca, assim como eu, 17 anos, baixinha de 1,60, magra e cabelo preto longo, bem linda, sua mãe é a diretora e dona da escola, então já sabem, a menina é uma deusa venerada , além de bonita, é uma praga.
Começa a aula e nada dela, quando o professor vai fechar a porta, ela sai abrindo tudo, assustando e fazendo os outros rirem.
Alilli: Ai Prof me desculpa.
Professor: Vai se sentar garota.
Ela veio na minha direção,
Alilli: Bom dia cacetudo !!!!
Palhacada, agora o pessoal perto de mim estavam nos olhando.
Júlio: Cala a boca meninaaaaa. Gritei com ela.
Alilli: Eeee mal humor, deixa elas pensarem que tu é cacetudo, qual o problema?
Júlio: Se cala e senta logo.
Durante a aula, ela ficou concentrada, estava escrevendo algo no caderno, coisa rara, não aguentei e brinquei com ela.
Júlio: O que aconteceu? Fiz ela olha para mim.
Júlio: Está concentrada ai, o que foi?
Ela me mostrou o caderno, tinha uma caricatura do nosso professor, ele estava pelado.
Comecei a rir, Alilli riu e o que chamou a atenção do professor.
Professor: Quer dividir a história com a turma senhores?
Não respondemos nada, professou prosseguiu a aula, manhã passou voando, peguei carona com a minha amiga até em
casa, quando sai do carro ela diz:
Alilli: Ei, esse rabão gostoso ainda é virgem?
Júlio: Me poupe sua pervertida.
Ela era a única que sabia da minha orientação sexual, fui embora deixando aquela maluca sem resposta, bem na verdade ela sabe a resposta, sou virgem sim.
Entrei em casa e meus pais estavam almoçando, meu irmão fez o almoço, e pra contrariar fez tudo light, senti até meu estomago embrulhar, queria gordura.
Thyago: Vai tirar essa roupa e vem almoçar mano.
Júlio: Tudo bem.
Depois do almoço, fui tomar um banho e descançar, afinal teria aula de muay thai depois, e toda energia era bem vinda, dormi um pouco e acordei com meu celular tocando, olhei e não era uma ligação e sim uma mensagem.
Jeferson: Te espero as 15:00 horas.
Respondi e fui logo tomar banho, quando estava me molhando eu pensei sobre a vida, sobre todos os meus objetivos, emagrecer e tentar ser normal era um deles, fazer novas amizades, pensei em Jeferson que não abria mão de me fazer ir as aulas.
Jeferson é meu professor de Muay thai, baixinho, musculoso, moreno e careca, apelidado carinhosamente de pit bull, ele tem 36 anos, me viu em casa quando foi no aniversário do meu irmão, me falou das aulas e me fez prometer que iria na aula experimental, fui e gostei.
Meu irmão me deixou na academia, assim que eu entrei vi uns caras malhando, muito bonitos por sinal, mas muito otários.
- La vem a bola lutadora, ei cuidado para não te confundirem com o saco de areia e te baterem.
Algumas pessoas riram e me fez segurar o choro, tentei sair, mas um deles ficou no meu caminho.
Até eu ouvir uma voz que bradou com trovão.
Jeferson: Qual é a piada bando de hienas?
Agarrei a oportunidade que me foi dada, sai de lá rápido, fui direto para o banheiro, passei a agua em meu rosto, engoli o choro, sim sou sentimental, alguém com a estima abalada, piadinhas sem gosto me acabam.
Fiquei com o rosto abaixado, me molhando e controlando a respiração, senti uma mão em meu ombro, olhei no espelho e vi ele.
Jeferson: Não vou deixar esses putos bagunçarem contigo.
Júlio: Obrigado.
Ele me passava uma segurança que eu só sentia com poucas pessoas, tinha aquele homem como meu mestre, meu ídolo, meu amigo e conselheiro.
Fomos para a sala, e no tatame estavam alguns alunos colocando a bandagem na mão e tinha um homem diferente lá, estava com a cara brava, mas o homem era um gato, me foquei na aula, começamos a treinar, fui para um dos sacos de areia e comecei a bater, por um momento meus problemas, minha raiva floresceu naquele objeto, pus tudo para fora, golpeei, soquei, chutei, estava desligado do mundo, me preparei para chutar no alto do saco de areia, me desiquilibrei e tombei para trás, mas eu não cai, alguém me segurou, me virei para agradecer e era o cara gato.
- Mas devagar, pode se machucar, não quero meus alunos machucados.
Falou isso e saiu, eu fiquei boiando ali, meus alunos?
Continua?????????
Eaiiiiiiiii meus queridos, voltei, mas com um novo conto, a 2ª temporada de O loiro da cicatriz que eu amo será mais para frente, eu continuo esse conto?
Deem sua opinião, acrescentem algo para melhorar, não para acabar com nossos trabalhos, meu email abraços e beijos.