Torres Gemeas 1

Um conto erótico de Hanz
Categoria: Homossexual
Contém 2374 palavras
Data: 13/04/2014 17:52:24
Assuntos: Gay, Homossexual

Epilogo.

Encolhi-me quando vi o primeiro sinal da sua mão, depois gritei quando sua mão grande e calejada fez contato com o meu rosto. Comecei a chorar, mas não um choro cheio de arquejos, soluços e meleca saindo do nariz. Não, eu nunca tinha chorado assim e eu esperava que esse dia nunca chegasse. Quando Poll cismava com alguma coisa era difícil fazer ele desistir de sua ideia. Não era a primeira vez que ele me batia, mas eu esperava, e desejava, que fosse a última. Minhas lágrimas desciam silenciosas pelo meu rosto vermelho, inchado e dolorido, mas eu permanecia no mesmo lugar, parado, esperando mais alguma reação da parte dele.

—O que você falou, Hanz? —As palavras saíram espremidas por entre seus dentes. Nossa língua materna, o russo, ficou tão distorcida e feia na boca dele que eu me senti envergonhado de ter em algum momento, da minha curta vida, ter achado sua voz e maneira de falar bonitos. —Você quer que eu faça o que?

— Que você pare de me filmar, Poll – Respondi. Na verdade o nome dele não era Poll e sim Polliver, mas eu achava tão longo e tão complicado de pronunciar que sempre o chamei de Poll. Mas agora essa simples palavra que saiu da minha boca foi como um soco em seu estômago. Ele segurou em meu queixo, cravando bem fundo suas unhas na minha pele.

—Você quer ficar sem dentes, Hanz? —Ele apertou mais forte, estava doendo, mas eu só olhava fundo naqueles olhos verdes que eu achava que era meu porto seguro, agora pareciam um inferno injetado em um verde doentio. Seu aperto de ferro foi gradativamente diminuindo a medida que os segundos passavam. — Por que você não está implorando para eu parar, Hanz?

— Porque eu só estou pedindo uma coisa que você pode fazer tranquilamente, Poll – Minha voz era baixa, eu não queria, e nem poderia, gritar com ele. Ele andou de um lado para o outro naquela imensa sala que naquele momento parecia minúscula. Eu sabia que ele estava bêbado, drogado para ser mais exato. E o homem que eu amei fervorosamente por tantos anos se tornava superagressivo quando consumia drogas. — Você pode me filmar, claro que pode. Mas por favor, Poll. Filme apenas para você, não gosto daqueles seus amigos rindo de mim quando eles assistem os vídeos.

Mal tinha acabado de falar quando ele avançou para cima de mim, punhos em ristes e apontado para a minha cara. Eu não era mais aquele menino que corria assustado cada vez que ele ficava violento. Claro que eu ainda tinha medo dele, Poll em seus quase dois metro de altura era um desafio para mim, já que eu não tinha mais do que um metro e sessenta. Mas dessa vez foi diferente, podia não ser um desafio e tanto para ele, mas meu namorado não estava tão são como na última vez que ele me bateu. Seus movimentos estavam mais lentos, mas não menos poderosos. Um de seus socos pegou em meu braço, outro no meu estômago e um terceiro fez contato com o meu nariz. Eu era uma merda quando o assunto era soco, sempre metia o polegar no meio e acabava por sentir mais dor do que proporcionar a própria. Então eu compensava nos chutes, minhas pernas eram longas, apesar da minha altura. Quando senti o sangue descer lentamente pelo meu rosto até eu senti o gosto ferroso do mesmo, todo e qualquer resquício de amor que eu ainda poderia esta sentindo por ele evaporou. Na minha frente eu só via um tarado que gostava de filmar nossas transas e mostrar para os amigos.

— Eu nunca deveria ter fugido de casa e ter vindo para cá – Gritei, chutei e escutei, com satisfação, quando o meu tênis fez contato com a pele dele. — Baba sempre falou que você não prestava!

— Então volta pra casa daquela velha babona – O escarnio era palpável em sua voz e isso me enfureceu ainda mais – Você que quis vim para minha casa, Hanz. Comi tão bem esse seu rabo que você se apaixonou perdidamente por mim.

—Você nem fode tão bem assim – Eu também destilei sarcasmos nas minhas palavras. No começo eu amava ir para a cama com ele, achava tudo tão lindo e mágico, mas depois a história foi mudando. Ele foi ficando mais selvagem na cama, me comia por trás nem sequer olhava no meu rosto quando montava em mim. Buscava apenas o prazer dele, tinha noites que ele apenas se derramava nas minhas entranhas e saia com os amigos. — Seu pau é pequeno, não tem pegada de macho. Parece uma moça sobre a cama!

— Mas o meu pau pequeno e a minha falta de pegada trouxeram para minha casa rapidinho – Ele estava sentado no chão, eu via como ele estava bêbado. — Abandonou toda a sua família para senti meu pau pequeno no seu cu, seu viado de merda!

— Eu tinha treze anos! — Tentei me defender, minha voz estava esganiçada.

— E agora você tem dezenove, mas você nem mudou tanto.

Foi depois dessa frase dele que eu me toquei que eu estava a seis anos vivendo com ele, vivendo uma fantasia que eu mesmo me impus. Eu costumava a acreditar em contos e fadas e todas essas coisas bonitas que lemos nos livros. Acima de tudo eu acreditava que algum dia eu encontraria um príncipe encantado, foi quando Poll apareceu na minha vida, justamente na época que eu acreditava em tudo que era impossível. Ele me jurou a lua no céu e a amor na terra, mas não foi isso que aconteceu. Agora eu via o quão idiota eu fui por ter brigado com toda a minha família por causa dele, ter fugido de casa para ficar com ele, viver apenas para ele.

— É, eu tenho – Respondi.

Eu nem me reconhecia mais, um garoto de dezenove anos que tinha fugido de casa para viver com o homem que tirou a minha virgindade dentro de um carro estacionado em um terreno abandonado. Ele tinha fodido comigo quando eu tinha feito 13 anos, e ele 19, dois meses depois eu fugi de casa. Todas as noites eu, depois de uma seção de sexo intenso com ele, assistia as reportagens que passavam na TV. Era sempre a mesma: O meu sumiço. Eles, os policiais, enceraram as buscas pelo meu corpo três meses depois. Então, eu que antes me chamava Hanztorf passei a me chamar apenas Hanz.

— Agora tira o rabo da minha frente e vá chamar os outros para eles poderem assistir nossa performance ao vivo – Ele amassou o pau, que já estava duro, e eu não me mexi. Uma coisa era ele filmar enquanto me fodia outra era me foder na frente de todos – Você não me ouviu, Hanz?!

— Não, Polliver – Só de pensar de foder com ele ali naquela casa com várias outras pessoas olhando me enchia de tremores. Eu os imaginava querendo me foder também, dei alguns passos para trás. —Você enlouqueceu?! Não vou trepar com você com pessoas olhando, aliás, não vou trepar com você nunca mais.

— Ah, vai sim! — Ele correu na minha direção e tentou me bater novamente, desviei, girando minha perna e dando uma rasteira nele, Poll caiu de bruços no chão atapetado da sala.

—Você é doente! — Chutei, chutei de novo, chutei mais uma vez e dei mais um chute antes de ver o clarão vermelho e azul de relance pela janela. Cambaleei, sem folego, até o sofá mais próximo e esperei ali até que a porta foi estilhaçada e vários homens armados entrarem gritando. O primeiro a ser preso foi Poll.

Uma policial veio me perguntar aonde estavam os outros, eu apontei para a escada e disse que eles estavam na segunda porta a esquerda. Minutos depois cinco homens desceram algemados na companhia de vários policiais. Poll já tinha sido levado para a viatura, quando os outros homens passaram por mim eu os encarei de cabeça erguida. Tinha descoberto três meses depois que meu relacionamento com ele eu descobri que Poll era um perigoso contrabandista de drogas, mesmo sendo tão novo. Eles não me prenderam, afinal, fui eu que os chamei ate aqui. Mas eles iam me deixar ir embora, e morar na rua, se um policial não tivesse me reconhecido.

Todos ficaram surpresos e queriam saber o que o menino perdido, era assim que começaram a me chamar na televisão na época, estava fazendo na casa de um traficante. Eu respondi que ele que tinha me raptado e tinha me usado de todas as maneiras desde aquela época. Eu queria ir embora, falei para eles, mas a policial que falou comigo primeiro me falou que eu não poderia voltar para minha casa, afinal Poll era apenas uma peça no jogo do contrabando, as pessoas acima dele queriam me ver morto já que eu acabei por revelar os planos de Poll e consequentemente mais dois locais de contrabando com a minha denúncia. Fiquei estático, queria ir para casa, mas não poderia ir para ela. Eles me falaram que tinham que resolver a papelada da minha viagem, do problema da minha morte e a minha estadia em outro país.

— Viagem? Outro país? — Perguntei.

— Sim meu querido – Respondeu a policial – Você vai entrar no programa de proteção a testemunha. Algum país de sua escolha?

— Brasil – Respondi sem pensar.

*****************************************************

Leo.

Eu olhei para o garoto parado na minha porta e suspirei. Cabelos em um tom de vermelho acobreado, pele rosada, imensos olhos verdes e sardas salpicadas no rosto. Ele era pequeno, magro e usava roupas mais largas que ele. Abri caminho e ele entrou, hesitantemente, na minha casa, era visível que como ele não conseguia carregar nem a própria bagagem que trouxe. Nem parecia que aquele garoto tinha 19 anos, acho que o pessoal responsável pela transferência de pais se enganou em algum detalhe, aquele garoto parecia ter a idade do meu filho de 14 anos. Reparei que ele usava um casaco de manga comprida sendo que aqui na minha cidade faz um calor danado. Fechei a porta e disse que ele poderia ficar a vontade que eu iria apenas chamar o resto do pessoal, ele não esboçou reação nenhuma. Não foi nem preciso ir muito longe, quando eu ia subir a escada meus quatro filhos desceram a escada correndo e pararam quando viram a figura parado a alguns metros atrás de mim.

Michel, Rafael, Antônio e Ísis olharam de mim para ele, Rafael o mais novo foi o primeiro a se manifestar. Abriu o famoso sorriso dele, andou até ele e estendeu a mão. O garoto, tinha me esquecido o nome dele, olhou para o meu filho de quatro anos e sorriu.Fiquei sem folego e encantado com aquele sorriso e eu não fui o único a ficar espantado com tamanha beleza, Ísis e Antônio também ficaram.

— Como é o seu nome? – Meu filhinho perguntou, estendeu as mãozinhas e segundos depois o nosso mais novo hospede estava sentado no chão com Rafael no colo – O meu é Rafael.

— Prazer Rafael – O meu filho riu, mas também não era para menos. O sotaque dele era extremamente carregado, ele vibrou muito quando pronunciou o r. — O meu é Hanz.

— Rã? — Vincos de confusão apareceram na testa do meu filho – Mas rã é nome de animal.

— Não é rã, é Hanz – Novamente a vibrada prolongada na letra r – Se escreve h, a, n, z.

— Mas fica Hanz – Ele pronunciou como se fosse hãm com um s no final. — Seu nome é esquisito.

— Rafael onde você já se viu chamar as visitas de esquisitas?! —Meu filho de dez anos, Michel, ralhou com o irmão mais novo. Abriu um sorriso desdentado e também se apresentou para o Hanz.

Quando eu percebi Rafael já estava no meu colo e meus outros filhos, e eu, escutávamos o Hanz falando. A minha empregada, Cida, fez o almoço e todos fomos para a mesa. Já devidamente com os pratos vazios e barrigas cheias eu perguntei para Hanz:

— Como você sabe falar português? Sendo que você nasceu na Rússia.

— Minha mãe era brasileira – Respondeu – Sendo assim eu aprendi dois idiomas ao mesmo tempo enquanto crescia.

— Bacana! — Rafael falou – Então não vai ser difícil para você aprender a falar Rafaelnes. Meus irmãos são muito burros para aprender uma língua tão complexa quanto a minha e o meu pai vive no serviço, a Cida é chata...

— Ei! — Reclamou a empregada.

- … Mas você é perfeito – Terminou meu filho.

— Rafael não fala dessa sua língua doida para o Hanz – Ísis falou.

— Doida é você – E mostrou a língua. — Então? Aceita ser meu aluno?

— Claro que sim – Hanz respondeu, e dessa vez até eu cai na risada quando ele falou, ele tambem deu uma risadinha – Contanto se eu poder ensinar russo para você.

— Feito! — Gritou o mais novo.

O dia passou voando, meus filhos não deixavam Hanz um minuto sequer sozinho. Enquanto eles estavam se enturmando eu estava lendo os papeis que vieram antes de Hanz quando eu aceitei a acolher uma pessoa do programa de proteção a testemunha. Dado como morto há seis anos, raptado por um traficante, abusado sexualmente durante o carcere. Aquelas características não combinavam nada com o garoto que estava na minha sala interagindo com os meus filhos. Aqui mostrava uma pessoa destruída, na realidade parecia o contrário. Passei a tarde toda no meu escritório, eu era advogado formado, mas também era policial federal, Cida trouxe o meu jantar e eu beliscava a comida enquanto buscava mais informação daquele garoto. Acabei confirmando que ele tinha mesmo 19 anos, sua aparência e porte físico que faziam ele parecer mais novo e menor.

Quando sai do escritório já era mais de meia noite, a casa estava em um completo silencio, meu escritório estava iluminado apenas por um minúsculo feixe de luz que vinha do meu notebook. As crianças provavelmente já teriam mostrado aonde Hanz dormiria, eu também estava com sono.Me levantei, fechei o computador e automaticamente me arrependi, ficou ainda mais escuro. Sai apalpando nos moveis, percorri lentamente o corredor até chegar na escada que eu subi lentamente. Quando estava quase chegando no meu quarto a porta do banheiro abriu e Hanz saiu de lá como veio ao mundo, pelado.

Meu pau deu sinal de vida no mesmo instante que ele olhou para mim.


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Comentários

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W. França, por que suas histórias maravilhosas não tem final? Tsk tsk. Nunca irei entender.

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Fantástico, gostei do conto, continua.

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