Cap 24
Desculpe pelo tamanho do capitulo de ontem, algumas pessoas reclamaram que ficou muito curto. Espero que esse tenha ficado bom. Não deixem de comentar, isso me ajuda a melhorar cada vez mais.
*Mariana*
Cheguei na casa dos meus pais por volta de 11 horas da manhã. Meu pai estava na sala deitado.
Eu: Oi pai, como você esta? Tá se sentindo melhor?
Ele: O que você tá fazendo aqui? Seu irmão foi te importunar né? Eu estou ótimo.
Eu: Ele tinha que me contar sim, ele sabe que me preocupo com o senhor. Você tem que se cuidar mais pai.
Ele: Já falei, estou bem. Esses médicos que são exagerados.
Eu: Promete pra mim que vai se cuidar?
Ele: Prometo.
Só de pensar em algo de ruim acontecendo com meu pai, já me apertava o coração.
Eu: Já conversei com Arthur e ele disse você tem alguns exames pra fazer amanhã. Vou te acompanhar.
Ele: Tudo bem Mariana, mas não precisava lagar tudo e vir me ver.
Eu: Por você eu faço tudo pai.
Minha mãe entrou na sala, entregou um remédio pro meu pai e não olhou, nem dirigiu a palavra à mim. Saiu da sala como se eu nem estivesse lá. Sempre soube que ela era orgulhosa, mas não imaginava tanto. Já haviam se passado dois anos mais ela nunca mais me procurou.
Eu: Ela nem me olhou. Ela me odeia pai.
Ele: Ela esta passando dos limites. Vou ter uma conversa séria com ela. - Falou se levantando. O puxei pelo braço.
Eu: Não precisa se exaltar pai, você não esta bem. Como você disse vou deixar tudo se acertar.
Ele: Cadê suas coisas?
Eu: Passei em um dos seus hotéis e deixei lá. Não dá pra ficar aqui sem conversar com ela. Até porque é a casa dela.
Minha família é dona de muitos hotéis espalhados pelo Brasil. Mas nunca me interessei pelos negócios da família, sempre deixei isso pra Arthur.
Ele: Essa casa é sua também Mariana.
Eu: Mas prefiro ficar em um hotel. É melhor pra todos.
Ele: Fernanda veio com você?
Eu: Ela preferiu não vir, não queria arrumar briga com a mamãe. Ela não se sente bem vinda aqui.
Ele: Mariana você e Fernanda não precisam sentir vergonha de nada. Não precisam se esconder. Vocês são duas pessoas que se amam, se respeitam, independentes e não fazem mal pra ninguém. Não abaixem a cabeça para ninguém. Tá ouvindo minha filha?
Eu: Estou sim pai, você é o melhor pai do mundo. Te amo.
Nos abraçamos.
Depois de me certificar que papai estava bem, voltei para o hotel. Aquela casa não era mais meu lugar. Dizia a mim mesmo que mamãe iria acabar aceitando, ou pelo menos respeitando minhas decisões, mas a realidade é que ela nunca iria aceitar ter uma filha homossexual.
Liguei pra Fê, contei que estava tudo bem, falei do episódio com minha mãe e ela me deu forças, disse pra eu ter paciência. Depois do almoço fui no escritório de Arthur para vê- lo.
Arthur: Mari
Eu: Como você esta irmão?
Arthur: Ótimo e você?
Eu: Bem.
Arthur: Você foi na casa dos nosso pais?
Eu: Fui.
Arthur: E a mamãe? Vocês conversaram?
Eu: Não, ela nem me olhou.
Arthur: É complicado pra ela.
Eu: Você acha que pra mim não é? Minha própria mãe me odeia. – Uma lagrima desceu no meu rosto.
Arthur me abraçou.
Arthur: Mais e a Fernanda? Como vocês vão?
Eu: Fernanda esta cada dia mais linda, estamos ótimas.
Arthur: Acho que alguém esta amando.
Eu: Amando muito.
Passei a tarde com o Arthur, a noite jantamos com sua esposa e meu pai. Depois fui para o hotel. O exame seria logo cedo, liguei para Fernanda, conversamos um pouco depois adormeci. Acordei cedo, fui a praia depois para casa dos meus pais.
Eu: Bom dia pai, já esta pronto?
Ele: Quase, daqui a pouco nós vamos.
Eu: Tudo bem.
Ele foi buscar algo no quarto dele, eu estava na sala. Estava rezando para não encontrar com minha mãe. Mas em vão, ela entrou na sala chamando pelo meu pai. Quando viu que era eu, e que ele não estava. Foi se dirigindo a porta.
Eu: Por que você faz isso? Eu sou sua filha
Ela: Não é mais. Você que quis assim. Você escolhei aquela sapatão á sua família.
Eu: Ela se chama Fernanda e é minha namorada. Você sabe que ela é uma pessoa boa. Antes de descobrir que somos um casal você gostava dela.
Ela: Cala boca Mariana! Viva sua essa vida nojenta longe de mim. Não vou participar disso.
Eu: Na minha vida “nojenta” tem muito amor e pessoas que me apóiam. Essa pessoas me amam acima de tudo. Coisa que você nunca fez. Sempre achei que mães apoiavam seus filhos acima de tudo e que os amavam e respeitavam suas escolhas. Mas pelo visto tem mães que pensam só em si mesmas e no que os outros vão pensar sem se importar se isso machuca seus filhos.
Ela: Você é uma ingrata, eu sempre te dei de tudo e você fez isso comigo. Se tornou uma sapatão nojenta. Ninguém aprova isso Mariana, todos riem e comentam sobre você. É isso que você quer pra sua vida?
Eu: Eu quero ser feliz, e a única forma disso acontecer é estando com Fernanda. Eu amo aquela mulher, não importa o que as pessoas falem ou pensam.
Ela: Eu tenho nojo de você.
Fiquei bem próxima a ela e olhei nos seus olhos.
Eu: O seu preconceito me da nojo. Essa mulher que você se tornou me da nojo.
Sai da sala e ela gritou.
Ela: Sabe aquela cobertura que você mora ? Ela é minha! E eu não te quero mais lá, assim que você voltar tire todas suas coisas de lá. Entendeu? De mim você não tem mais nada.
Eu: Entendi perfeitamente. – Eu estava com muita raiva dela, mas me mantive firme sem mostrar que ela me atingia.
Meu pai apareceu.
Ele: Você é uma pessoa horrível Verônica, como pode fazer isso com a sua própria filha?
Ela: Ela não é mais minha filha.
Ele: Você é louca.
Ele se virou pra mim.
Ele: Pode deixar, vou arrumar um lugar pra você. Não se preocupa minha filha.
Eu: Ela acha vai me atingir, mas ela não vai conseguir. Melhor irmos pra não atrasarmos para ir pro hospital.
Meu pai fez os exames e estava tudo bem com ele, mas o medico disse que ele precisaria começar a se exercitar. Passamos a manhã juntos e a tarde peguei o avião e fui pra casa.
Cheguei no aeroporto e Fernanda me esperava.
*Fernanda*
Mari chegou a tarde e fui busca lá no aeroporto, quando a vi, ela parecia chateada.
Eu: Oi amor. – Dei um selinho nela.
Mari: Oi
Eu: Tudo bem Mari? Aconteceu alguma coisa com seu pai?
Mari: Ele ta bem. É outra coisa.
Eu: Pode falar meu amor. – Eu estava apreensiva.
Mari: Melhor a gente conversar em casa.
Eu: Ta bom.
Coloquei as coisas no carro e dirigi até seu apartamento. No caminho ela não disse uma palavra, chegamos e sentamos no sofá, segurei sua mão.
Eu: O que esta acontecendo amor?
Mari: Briguei com minha mãe de novo.
Eu a abracei.
Eu: Não fica assim amor, um dia ela vai entender. Ela é sua mãe, ela te ama.
Mari: Não! Ela não me ama, ela me odeia. Fernanda, ela não olha na minha cara. É como se eu não existisse pra ela.
Eu: Ela só esta com raiva Mari.
Mari: E você não sabe do pior.
Eu: O que? – Fiquei preocupada.
Mari: Ela tomou a cobertura de mim. Não tenho mais casa pra morar.
Eu: Ta, mais e ai?
Mari: E ai o que Fernanda?
Eu: To esperando o pior.
Mari: É isso Fê. – Ela parecia nervosa.
Eu: Amor, você vai morar comigo no meu apartamento, lá não é tão grande como aqui, mas cabe nós duas. E depois a gente compra uma casa grande pra nós. Sua mãe com essa decisão só vai conseguir unir mais nós duas. Isso se você aceitar morar comigo.
Você aceita meu amor?
Mari: Claro que sim amor da minha vida. – Ela pulou em mim e me beijou.
Eu te amo!
Eu: Também te amo Mari.
Arrumamos suas coisas e fomos pro meu apartamento.
Eu: Bem vinda ao seu novo apê.
Ela entrou e fomos arrumar suas coisas.
Eu: Vou ter que comprar um armário maior. – Rimos
Mari: Não quero te incomodar Fê. Vou arrumar um lugar pra mim.
Eu: Para Mariana, seu lugar é aqui comigo. – Fiquei chateada.
Mari: Não amor, não quis dizer isso. Desculpa, meu lugar é onde você esta, só não quero incomodar você. – Falou me abraçando.
Eu: Você nunca me incomoda. Você sabe. Quero você todo dia aqui comigo.
Ela me beijou.
Mari: Já que vou morar aqui agora tenho que testar se a cama é boa. – Ela tirou sua camisa e deitou. Olhou nos meus olhos e completou.
Você não vem? – Arqueou a sobrancelha direita.
Eu: Claro que sim.
Transamos em meio a bagunça de roupas que estavam espalhadas pelo quarto.
Mari estava morando comigo a 8 meses e as coisas estavam indo muito bem, quase nunca brigávamos. Mari havia recusado a ajuda de seu pai. Agora, ela nem tocava no nome da mãe. Nunca a mencionava e eu me sentia culpada pelo afastamento das duas. Me sentia na obrigação de fazê-la a mulher mais feliz do mundo. Então decidi dar um passo adiante na nossa relação.
Liguei para Murilo, fazia um tempo que não saia com meu melhor amigo. Marcamos de almoçar juntos. Durante o almoço resolvi tocar no assunto.
Eu: Amigo estou pensando em pedir a mão da Mari em casamento.
Murilo: Serio? Que coisa maravilhosa Fê.
Eu: Serio, mas queria que fosse um momento especial. Quero fazer algo especial pra ela.
Murilo: Tem algo em mente?
Eu: Tenho muita coisa em mente, mas não sei o que fazer.
Murilo: Pelo o que eu conheço da Mari ela vai gostar de qualquer coisa que você fizer.
Eu: Tenho que pensar. Mas ela não pode nem desconfiar disso.
Murilo: Se depender de mim, ela só vai saber na hora que você estiver fazendo o pedido.
Eu: Que bom! Daqui a 2 meses vamos fazer 3 anos de namoro. Quero fazer o pedido nessa data.
Murilo: Vou te ajudar nisso Fê.
Eu: Combinado então.
Nunca me vi casada, mas depois de conhecer Mariana tinha certeza que era isso que eu queria pra minha vida.
*Hoje deixo 2 perguntas:
1: Como a Mari, também tiveram problemas com suas mães quando se assumiram? Pra quem não é assumida, acha que teria problemas, ou seria tranquilo?
2: Qual a forma mais romântica de ser pedida em casamento?
Podem responder aqui nos comentários ou no email do conto (), beijos! <3
ps: Não esqueçam de comentar se estão gostando*