Reencontrando o amor... Próprio (parte II)

Um conto erótico de Felitakamach
Categoria: Homossexual
Contém 1729 palavras
Data: 03/05/2015 05:33:35

Como eu sempre fazia, fui a um dos shopping's center da cidade e por ali fiquei andando e vendo o povo com suas sacolas, rodas de amigos, vendedores de loja, e me dei conta que nunca tinha reparado nas pessoas, logo eu que sempre estava ali, me sentei em uma das praças de alimentação e pouco depois de me sentar veio um rapaz com uniforme de loja e se sentou de frente pra mim ficando parado me olhando, eu dei um sorriso, na intenção de que ele representasse um amistoso Oi, ele educadamente retribuiu meu gesto, quando o silêncio foi ficando constrangedor, ele finalmente disse algo…

–Desculpa te abordar assim, é que eu já te vi algumas vezes aqui no shopping e sempre esta sozinho, eu finalmente criei coragem e vim aqui perguntar seu nome. Então, qual seu nome?

–Então, eu me chamo Felipe, e você?

–Eu me chamo Diego, agora vou para o trabalho, mas podemos trocar telefone para nos encontrar depois, e marcarmos alguma coisa, pode ser um cinema, ou sair pra tomar uma cerveja e conversar.

–Obrigado mesmo pelo convite, é muito fofo da sua parte mais eu sou casado, e acho que não seria muito bom fazer.

–Casado? Me desculpe eu pensei que você fosse gay.

–Mas eu sou, sou casado com homem, mas, mesmo assim, fidelidade é fundamental, concorda?

Ele concordou com um aceno de cabeça e após mais algumas palavras, foi embora me deixando ali sozinho de novo com meus pensamentos, quando fiquei na minha própria companhia eu me dei conta que no final das contas eu nem era um cara feio, eu ainda era atraente, as pessoas me notavam então porque meu namorado não conseguia fazer o mesmo? A pergunta parece boba, mas o medo da resposta faz ele ficar tão seria. Dei mais uma volta e notei alguns olhares de caras pra mim, longe de mim ficar me achando, mas as vezes é muito bom pro ego se sentir desejado por alguém, saber que em algum lugar, alguém te olhou e provavelmente te desejou de forma sexual ou não, dá uma injeção na autoestima que é sensacional, fui embora pra casa me sentindo o cara, já até tinha me esquecido das asneiras que meu parceiro me disse.

Os dias foram passando, e eu em casa sozinho, visitei minha mãe no domingo, meu pai mora em outra cidade, então não temos tanto contato assim, fiquei o dia todo com minha velha, que amo muito, e voltei pra casa já ao cair da noite, falar com minha mãe sempre me faz um bem tamanho, como pode saber tanto sobre a vida? E ela me motivou ainda mais a mudar de vida, na segunda pela manhã me levantei, coloquei roupa de caminhada e tênis e fui para academia do prédio, correr um pouco na esteira não fiquei nem meia hora na academia, peguei o carro e fui pra rua, queria caminhar ouvindo os barulhos da cidade e vendo pessoas, hoje em dia olhando para essa minha época, após ter superado ela, eu realmente acho que sofria de depressão, mas ouso dizer que foi a melhor coisa que me aconteceu.

Voltei pra casa, fiz comida pra eu almoçar e enquanto comia o JP me liga, me pedindo para levar uma documentação até ao escritório dele, mas antes deveria reconhecer firma da assinatura dele por semelhança, até tudo bem, a única coisa que de fato me deixou muito irritado com a ligação foi quando ele me disse

–Quando estiver no escritório, vá arrumado e evite ficar falando que somo um casal tem gente lá que não sabe.

–Sua preocupação é essa mesma, ou você por algum acaso esta flertando com alguém do escritório e está com medo de que essa pessoa saiba que você esta a cinco anos em um relacionamento com alguém?

–Eu não sei de onde você está tirando essas histórias mas é melhor parar, porque eu não estou com paciência para seus dramas Felipe, o que está acontecendo? Faça o que eu pedi, eu nunca peço nada pra você.

–Realmente não dá pra conversar com você, sei que o cinismo é da sua profissão mais ficar sempre na defensiva? O que é isso. Vou agora fazer o que me pediu, e mais uma coisa. Muito obrigado.

–Pelo que?

–Por deixar bem claro que tem vergonha de mim, acho que vou começar a tomar algumas atitudes da minha vida, valeu mesmo.

Assim que fechei a boca desliguei o telefone pra ter a completa certeza de que a última palavra, seria a minha, coisa que quase nunca acontecia, peguei os documentos, fui ao cartório, e logo depois fui a empresa que ele trabalhava, eu pensei que mais pessoas soubessem da gente, mas as pessoas que ali estavam nenhuma delas sabia quem eu era, inclusive a recepcionista achou que eu era empregado do cartório, deixei ela pensar assim, fui embora daquele lugar direto para minha aula de inglês, não queria me atrasar, optei pelo método vip de ensino, apenas eu e o instrutor, se optasse por turma eu teria que esperar a formação de uma nova, e eu tenho um caso grave de ansiedade não consigo esperar, preferi começar sozinho e depois entrar em uma turma de avançado.

Após o inglês, fui para o cursinho a turma já estava a duas semanas estudando, me passaram um material para eu estudar em casa, achei ótimo, teria mais coisas para fazer, os dias passaram e eu estudando a tarde e noite, no inglês e cursinho, o JP chegou na quinta feira na hora do almoço, eu já havia comido, ele foi a cozinha e se serviu, quando sentou na mesa de jantar onde eu estava estudando, ele se deu conta que alguma coisa acontecia naquela casa, entre uma garfada e outra ele me olhava sem dizer nada, Obs.: Cinco anos sem estudar fazem uma diferença enorme na vida da gente, apesar de ter sido educado em escola particular eu me sentia um analfabeto em meio aqueles livros, o que me motivava ainda mais odeia me sentir burro.

Quando ele finalmente se deu conta de que eu não falaria nada sobre o que estava fazendo, notou que não teria outra opção para se informar então após ensaiar palavras ele finalmente perguntou.

–O que são esses livros todos?

–Quais deles? Alguns são do curso de inglês, outros são do cursinho pré vestibular que estou fazendo.

–Cursinho? Você voltou a estudar, desde quando esta fazendo isso, não pensou em me contar?

–Pensei sim, mas eu podia jurar que a minha rotina, o meu dia-a-dia não era interessante o suficiente para prender sua atenção, comecei a menos de uma semana, estou tirando o atraso do resto da turma, não quero ficar pra trás.

–Porque esse curso? Inglês eu até entendo, mas você esta pensando em prestar vestibular? Porque?

–Eu me dei conta de que não sei fazer nada JP, se um dia você me deixar serei apenas eu, sem diploma, sem profissão, me dei conta que vivi a sua sobra por cinco anos, já está na hora de tomar um pouco de sol.

Ele ficou abalado pelo que eu falei, era visível mas como sempre ele não deu o braço a torcer, apenas fez aquela cara de “pra mim tanto faz” que ele sempre tem quando algo desagrada e continuou a comer, não dei muita corda, estava com a cabeça ocupada, ele foi para o trabalho e eu fiquei em casa, durante a tarde ele me mandou duas mensagens, perguntando se eu gostaria de sair pra comer no El Poncho, um restaurante mexicano, a tempos que não saímos a noite, e outra só pra falar que gostaria que eu escolhesse a roupa dele, eu já tinha me esquecido o quanto eu gostava de cuidar dele, mas claramente era uma estratégia dele para me fidelizar e fazer deixar os cursos de lado, não falei nada para negar, a tarde mais uma vez, fui para minha rotina de estudos, a notinha, voltei, tomei um banho caprichado e esperei ele chegar em casa, quando finalmente veio estava todo romântico e sentimental, me deu um abraço e um beijo, eu sou um cara romântico, e fazia tres meses que não trocávamos um beijo de língua, saímos pra comer, e la estava o amigo dele, que eu não gosto, justamente o que estava na minha casa conversando sobre ele me deixar.

–Murillo, que felicidade te ver aqui a quanto tempo.

–E ae Lipe já faz um tempo mesmo que a gente não se vê, fui a sua casa esses dias mas você nunca chegava da rua, acabei indo embora sem nem me despedir de você.

–Sem problemas, nenhum de nós morreu né, então?! Onde esta sua esposa?

–Em casa, ela não gosta muito de comida mexicana, então preferiu ficar em casa com uma amiga dela, noite das garotas hoje, to na rua até segunda ordem.

Dei um sorrisinho, o mais difícil de toda minha vida, e mudei o assunto, após algum tempo chegou um primo do JP que eu particularmente gosto muito, um cara engraçado, sempre de bem com a vida, sempre quis ser amigo dele, mas não temos muito assunto, ele é hétero, eu apenas dou risada mas assunto que é bom? NADA. Durante todo o jantar o JP estava extremamente romântico, de modo a ficar obvio para quem tivesse no local e reparasse na nossa mesa que eramos um casal, achei bem estranho já que dias atrás ele tinha me pedido pra ficar calado quanto a nossa relação.

Não pensem que meu relacionamento sempre foi uma bosta, porque não era mesmo, ele era ótimo, mas em analogia, ele era como um aplicativo, de inicio era muito bom, com o passar do tempo foi ficando chato, faltava fazer alguma atualização e nós até então não tínhamos a menor ideia do que poderia ser. O jantar como um todo foi bem interessante eu havia me tornado que havia sido um dia, o centro das atenções, pelo menos do meu companheiro eu era, apesar de o tratamento ter mudado um pouco a intenção do JP ainda era mesma, a de me manter sobre sua rédea e me deixar alheio ao mundo, o olhar dele ainda era distante, sua fala era focada em mim, mas seu olhar vagava por todo restaurante sua atenção não era minha, era frustrante, mas baseado no que viviamos já era uma mudança gigante.


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Comentários

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Estou adorando seu conto. Vou te confessar uma coisa: é muito raro eu comentar ou dar nota à um conto. Amei sua narrativa! PARABÉNS... Continue assim

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Amando o conto ancioso pelo próximo capitulo

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Espero que ainda hj role mais um capitulo..hahaha. ansioso.Amando cada palavra do conto. Não consigo ver verdade no JP e Murilo.

Para vc lipe

"Vai brincar lá fora!

Hoje o sol não veio

Mas ao menos não choveu.

Já está na hora

De você ver um mundo

Que ainda não conheceu" (Banda LAB)

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Vou acompanhar sua história e e muito legal saber que vc tomou alguma atitude com relação a sua situação,todos sabemos que ficar dependendo do parceiro e ruim pois temos que dar satisfação de tudo e queremos ser independentes e posta logo feliz ultimo dia de descanso kkklk

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Nossa, seu relato é tão angustiante, tudo isso que você está sentindo!!! Estou apaixonada por sua narrativa! É bom ter mais um conto para acompanhar com ansiedade! Sabe aquela "coisa" de ficar esperando mais um capítulo? Sobre o JP, é triste, quando o sentimento de posse é tudo o que sobra de um relacionamento..Volte logo, please! Bom domingo!

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