Sangue Quente: Calabouço part. 1.

Um conto erótico de V.
Categoria: Homossexual
Contém 2383 palavras
Data: 03/02/2015 21:33:26

Que os jogos comecem. - Gritou o treinador.

Então começou o jogo de verdade! Um bando de garotos suados correndo atrás de uma bola. Sim, as pessoas por aqui gostam bastante de futebol, o que me deixa um pouco feliz, pelo fato de saber jogar. Garotos suados se encochando, brigando e discutindo. Era essa parte que eu mais gostava dos jogos. A bola veio parar nos meus pés. Comecei a correr pelo campo. Desviei de um carrinho e de duas marcações. O goleiro não teve chance nenhuma, quando percebeu, eu já tinha feito gol.

O time shark, do qual participava até que sabia jogar, pensei.

Se seguiu isso por mais alguns minutos até o treinador decidir terminar. Fui para o vestiário tomar banho e ir para casa.

***

- Sabe, não é muito certo você jogar contra eles. - Falou Akira na limousine.

- Por que?

- Você sabe, ter poderes e saber o que você sabe contra um bando de mundanos lerdos. Não me parece muito justo. - Esboçou um sorriso doce o menino.

- Eu me divirto tanto com isso - Disse com um sorriso nos lábios.

Chegamos no apartamento. Estava mais frio que o normal hoje. Parecia que ia chover em Nova Iorque. Akira ficou se olhando no espelho do elevador enquanto subíamos.

Akemi estava andando pela sala quando nos vê chegar. A menininha coloca um sorriso meigo no rosto e veio falar com Akira sobre ter problemas com pesadelos. O menino me olhou pedindo silenciosamente ajuda. Apenas dei de ombros e dei um sorriso amarelo para ele. Eu não tinha nem encontrado uma solução para os meus!

Estava no quarto, lendo um livro quando meu celular vibra. Era Miah me ligando!

- Miah?!

- Oi nanico! - Falou a menina do outro lado da linha. - Quanto tempo!

- Nos falamos na segunda e hoje ainda é quinta!

- Olha aqui garoto, eu já to gastando dinheiro ligando pra você - Falou Miah com um tom irritado. - E você ainda me fala isso? Você quer que eu vá até ai e faça você engolir seus dentes?

- Doce como sempre né, gata - Gargalhei. - Como estão as coisas ai na cidade?

- Paradas sem um Bennet baixinho para movimentar as coisas. - Disse ela tristonha. - Sinto sua falta Nick...

- Eu também - confessei a ela. - Como está minha tia? E Bruno?

- Bruno anda meio quieto mas continua seguindo em frente - Miah falou baixinho como se estivesse guardando segredo. - Acho até que ele está saindo com um garoto! - Eu sorri nessa parte. Finalmente Bruno estava mesmo seguindo em frente. Era uma das melhores noticias que eu tinha recebido. - E sua tia esta meio atrapalhada estudando! Acho que ela está se preparando para a prova de uma universidade...

- Sério? Que maravilha. - Eu estava tão feliz em saber daquelas coisas. Tia Vivian me ligava toda noite, antes de dormir, porém ela não havia me contado essa noticia. - Eu estou tão maravilhado com isso!

- Eu sei! - A menina agora tinha um tom mais sério. - E aquela coisa que você me falou na segunda... Você vai amanhã mesmo?

- Sim, irei... - Falei encarando a parede a minha frente. Meu quarto estava escuro, só o abajur projetava a luz para o quarto.

- Eu estou aflita Nicco. - Miah declarou. - Sem contar que essa irmã do Thomas é muito estranha. Só de você falar nela meu estomago fica embrulhado. Quando eu vou pedir ajuda aos espíritos, eles falam que tem algo muito, muito estranho com ela. - Miah sempre era desconfiada quando o assunto era ter outra menina me rondando. Parecia uma puma rondando seu filhote. - Você tem certeza que ela consegue esses ingressos?

- Tenho... Não fique preocupada. Você mesma ja previu que eu vou voltar a cidade! - Tentei acalma-la.

- MAS O FUTURO NÃO É CONSTANTE, NICCOLAU! - Gritou Miah. Essa previsão que ela teve algumas semanas atrás tinha me deixado um pouco tranquilo. Eu ia voltar, mas não sabia se sozinho ou acompanhado. Isso ainda me deixava nervoso.

- Eu vou fazer isso virar realidade.

- Ótimo.. - Ela ficou em silencio por um tempo. - Preciso desligar Nicco. Por favor, volte para nós! Te amo nick! - E desligou.

Eu fiquei com o aparelho ainda no ouvido. Eu tinha que conseguir. A notícia que Asad tinha que ser verdade. Precisava fazer aquilo.

Asad tinha, segundo ele, desvendado o enigma. O que foi me dado no Baile de Mascaras. Na verdade, parecia ser muito simples para ser, mas não custava tentar. O local que se referia, onde eu deveria ir mais para baixo para encontrar o que eu queria era uma balada que acontecei todo mês em Nova Iorque. Ficava na West Broadway. Nome da balada? CALABOUÇO.

Aí que começava as coisas a ficares esquisitas. Se encontrava abaixo de um tipo de açougueiro, ou coisa parecida. Além de você só conseguir entrar com um tipo de ingresso que é distribuído apenas as pessoas "escolhidas" ou que tivesse informantes para conseguir.

Isso era completamente louco. Quando contei a Samantha pelo telefone no dia seguinte, ela pareceu contente e irritada consigo mesma por não ter pensado antes. A garota me informou que iria conseguir os ingressos. Mas quantos eu devia pedir? Acabei por solicitar mais um junto com os nossos. Eu queria que Akira fosse comigo. Um caçador em um lugar é bom, dois é perfeito. E, para minha sorte, Akira falou que iria comigo mesmo que eu não tivesse pedido.

Desliguei a luz do abajur e fui dormir. Amanhã era sexta, e eu ia enfrentar quem fosse preciso para ter meu Thomas de volta.

No dia seguinte a hora foi muito vagarosa. Eu ficava olhando para o relógio e só se passava cinco minutos. No intervalo, Samantha combinou comigo e com Akira o horário que deveríamos nos encontrar em frente do açougueiro. Samantha estava muito calma para alguém que queria tanto encontrar o irmão mais velho. Ela parecia até se divertir com aquilo. Era tão... Absurdo.

Quando o ultimo tempo acabou, eu já me encontrava em estado de loucura. Asad tentou saber o por que de eu estar tão eufórico o tempo todo. Fiquei mentindo o máximo que eu pude, não ia colocar um inocente nisso tudo. Não mesmo!

Quando voltamos para o apartamento, eu não sentia fome nem nada. Meu estomago estava embrulhado. Fiquei apenas cutucando a comida com o garfo. Akira ficou tentando me acalmar ou me alegrar mas nada adiantava.

- Nicco? - Falou a Sra.Cortazar. - Akemi, minha querida, pode ir para seu quarto? - A menina saiu com o mordomo segurando sua mão, perguntando a ele se podia comer bolo de chocolate depois.

- Senhora? - Falei

- Então, meu querido. - Falou a mulher. - Você já é considerado um filho para mim... Desde que apareceu por aquela porta, parecendo um menino assustado. Você vem me surpreendendo a cada dia, porém tem uma questão que está no ar. - A Sra. Cortazar olhou para Akira depois para mim. - O que o trouxe aqui até esse momento não ocorreu...

- A senhora se refere ao ataque que eu fui avisado? - Olhei para o lado, tentando buscar ajuda, mas o garoto estava mais branco que antes. - Bem... - Eu tentei bolar uma mentira, mas não vinha nada na minha mente.

- Vai ser hoje! - Falou Akira de repente.

- Como assim meu filho? - Falou a mulher assustada.

- Vai ser hoje a noite. - Akira estava mentindo por mim! - Na festa que eu e Nicco iremos... Nós íamos falar com a senhora depois do almoço... Iriamos pedir a sua ajuda, mas a senhora foi mais rápida.

- O meu deus! Eu- Eu preciso avisar os outros caçadores o mais rápido possível!

- Calma senhora - falei. - Eu e Akira vamos investigar apenas. - Olhei para ele, mas o menino estava olhando para o nada. - Caso aconteça algo, não tem uma maneira de nós mesmos pedirmos ajuda?

- Sim, tem. Esperem um minuto. - Falou e depois saiu da sala. Eu fiquei encarando Akira, mas ele não parava de fazer aquela expressão. Quando eu ia falar com o menino, sua mãe volta. - Aqui Nicco, tome. - Ela me entregou algo parecido com bracelete , com um pequeno simbolo. - Quando precisar de ajuda, apenas pense claramente na palavra auxilium e todos os caçadores ao redor serão avisados e irão o mais rápido possível ao encontro de vocês. - Sra. Cortazar segurou nas minhas mãos, me puxou para perto e encostou seus lábios no meu ouvido. - Por favor, eu suplico. Tome conta de Akira.

Eu assenti com a minha cabeça e ela saiu da sala, avisando que ia informar os agentes necessários. Levei Akira para o quarto. O garoto pediu para que eu ficasse com ele ali. Não queria ficar sozinho, ele estava com medo de algo. Acabamos dormindo na mesma cama.

Fomos acordado pelo mordomo, informando que já se passava das 21 horas, e devíamos encontrar a Princesa daqui a uma hora.

Corri para o meu quarto para me arrumar. Akira me avisou que seria melhor irmos de negro. Foi o que acabei fazendo. Escolhi minha calça jeans preta, junto com uma camisa meio apertada, que era do Thomas mas eu acabei pegando para mim. Me fazia sentir perto dele, e escolhi uma jaqueta de couro. Estava amarrando meus coturnos, quando Akira se sentou do meu lado.

- Obrigado, digo, por ter mentido por mim. - Falei.

- Mas quem disse que eu estava mentindo Nicco? - Disse o garoto com uma sombra no rosto feita pela noite e por pouca luz no quarto. - Tudo que eu falei era verdade.

- Oi?! - Eu estava espantado. - Como assim Akira?

- Quando você me olhou, um espirito entrou em contado comigo. Pelo que parece, ele queria nos ajudar, segundo ele. Foi quando ele falou aquilo eu eu disse mais cedo. - Ele olhou para a porta e depois voltou a me encarar. - E falou mais uma coisa...

- O que?

- Uma guerra... - Disse Akira, com um tom sombrio. - Uma guerra se aproxima Nicco... E não gostei muito do que ele falou. O espirito declarou que um caçador corre muito risco com isso tudo.

- Você acha que é você, né? - Declarei depois de nós dois ficarmos calados.

- Não Nicco! Eu estou preocupado por você, meu amigo. Não quero que aconteça algo contigo.

- Fica calmo. Tudo vai dar certo. - Eu fiquei feliz pela minha voz ter saído direita e não tremula. Eu não podia transparecer insegurança na frente dele.

***

Chegamos na frente do local um pouco atrasados. Samantha já estava espumando de cólera por causa disso. Segundo ela, fazer uma dama esperar não é nada cavalheiro. O que mais me surpreendeu foi que era mesmo um açougueiro.

Entramos em um recinto frio e branco. Era tão claro mas ao mesmo tempo sujo e normal que qualquer um que entrasse , não suspeitaria de nada. Tinha até pessoas comprando carne naquele momento. Samantha nos conduziu a uma porta escondida onde um dos açougueiros venho nos atender. A garota falou algo em seu ouvido e entregou os ingressos e entramos em um corredor escuro e fedido que se seguia para baixo. Com toda certeza, era um pouco claustrofóbico. Então alguém abre umas cortinas pesadas e escuras e vejo onde eu estava me metendo.

Lá dentro, a boate estava cheia de fumaça de gelo-seco. Luzes coloridas enfeitavam a pista de dança, transformando-a em um multicolorido reino de Azul, verde, rosa-shocking e dourado.

Meus olhos examinaram a pista de dança, onde braços vestidos em peças de seda e couro preto apareciam e desapareciam nas colunas giratórias de fumaça enquanto os mundanos dançavam. Garotas mexiam seus cabelos longos e coloridos, garotos balançavam os quadris e peles nuas brilhavam com suor. Vitalidade simplesmente transbordava deles, ondas de energia que os enchiam de uma tontura inebriante. Meus lábios se contrariaram. Eles não sabiam a sorte que tinham. Tinham vidas que flamejavam tão brilhantes quanto chamas de velas - e eram igualmente de ser apagadas.

Samantha estava começando a adentrar a pista de dança. A menina era tão linda - cabelos longos quase exatamente da cor de tinta preta, olhos como a neve. Vestido branco até o chão, do tipo que as mulheres usavam quando este mundo era mais jovem. Mangas de renda desciam se abrindo por seus braços finos. Em volta do pescoço pendia o colar de prata, na qual um grande pingente vermelho-escuro se pendurava. A menina era um fantasma pálido passando através da fumaça colorida. Ela chegou à pista de dança e se virou para uma parte da balada. Akira estava atrás de mim, tentando passar pela multidão. Sob a saia, Samantha usava botas que iam até a coxa.

Ela falou algo que eu não consegui escutar e se afastou de nós. Olhei para Akira, que parecia estar gostando daquilo tudo. Fui empurrado de um lado para o outro. Eu comecei a suar. A música era algo rápido e muito alto.

Quando percebi, estava no bar , sozinho, tentando pedir algo para beber.

- Boa noite, pode me dar uma vodka com energético?

O homem semicerrou os olhos e falou: - Identidade. - Por essa eu não esperava.

- Desculpa, eu esqueci no meu carroPerdão, mas sem identidade, não tem bebida. - Disse ele por fim.

- Sério isso? - Me virei. - Com quem eu tenho que transar para conseguir uma bebida aqui? - Acabei gritando, indignado.

- Olha se quiser eu to ao seu dispor. - Falou uma voz do meu lado. Eu virei. Era Asad que tinha falado. O menino vestia uma caça negra e uma camisa social preta com alguns botões aberto, dando um ar mais de despreocupado. Seus cabelos negros estavam preso em um pequeno coque. Ele esboçou um sorriso para mim e se virou para o barmen. - Me duas vodkas com energético por favor. - Mostrando a identidade.

Eu o agradeci com um sorriso. Ele estava já um pouco bêbado, percebi pelo seu modo de olhara para mim. Asad se aproximou um pouco e me chamou para dançar. Eu avisei que estava procurando Samantha, mas o garoto insistiu e eu cedi. O que uma dança poderia mudar?

Ele me puxou pela mão até o meio das pessoas. Asad estava realmente lindo naquelas roupas, e os seus movimentos com os braços e o quadril o deixavam o sexy. O menino se encostou no meu corpo. Ele respirava na minha orelha. Era esse o meu ponto fraco, onde eu ficava todo arrepiado. Asad começou a ficar exitado com aquilo. Eu pude perceber. Se passaram alguns minutos, nós já estávamos suados e eu um pouco bêbado, contudo, algo me fez ficar totalmente lúcido. Um menino alto de cabelos escuros lisos me encarava com um sorriso travesso no roso.

Caius estava me olhando de modo selvagem e sedutor.


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