Eu - Bem que eu desconfiava!!! kkkk
Quando chegamos perto do meu carro, vimos dois garotos se beijando, quando chegamos mais perto, vimos quem era. Gomes e um menino do nosso curso estavam se agarrando loucamente encostados em outro carro.
Camile - UEPAAA!! Divou com esse boy magya hein, meu filho.
Tadinho, ele não sabia o que fazer, assustado. Eu e Maria começamos a rir e ele tentando se justificar.
- Gente... Olha... - ele viu que remete não tinha o que falar. Se virou para o garoto, falou algo pra ele e veio ao nosso encontro. Dava pra ver que ele estava bem nervoso, ainda pensando em falar algo.
Camile - cara, relaxa. - disse vendo o estado que ele estava - vamos lá para o píer porque aqui já deu.
Ele só concordou com a cabeça e fomos para o carro. Eu fui dirigindo já que não tinha bebido, e durante o trajeto Gomes contou direito o que aconteceu.
- Eu já tinha uns interesses por algum no meninos mas não sabia direito o que era isso. Achava que ela só admiração ou sei lá. Mas aí me vi com ciúmes do Flávio (a criatura que ele estava agarrado) quando ele ficou com um troço lá na festa. Então resolvi me abri com ele e deu no que deu.
Camile - e do jeito que tava vc tava quase dando mesmo né, querido. Kkkk
Gomes - babaca kkkkkkk. Aí quando falei com ele, ele falou que só ficava com um monte pra me tirar da cabeça porque estava gostando de mim também.
Maria - E agora, o que vcs vão resolver?
Ele - Vamos dar tempo ao tempo.
Ficamos conversando mais um pouco sobre isso até chegarmos no píer. Fomos pra um barzinho habitual nosso, perto do cais. Tem uma música ambiente boa, é tranquila, e o povo de lá já até conhece a gente. Pedimos uns petiscos e algo pra beber e ficamos jogando conversa fora. De vez em quando, eu passava a mão na coxa e Maria até um pouco abaixo do vestido e tirava. Gostava de ver a cara de "vc não vai fazer isso aqui, né?!". Depois de um tempo, PG e Fernando chegaram e foram direito na nossa mesa, agora sim estava tudo ótimo. Começamos a fazer brincadeiras com bebidas, inventamos um monte de coisas, até o garçom entrou numa brincadeira nossa kkkk. Tinha horas que eu olhava pra Maria e ela parecia um pouco cansada.
Eu - Tá tudo bom?
Maria - Sim. - e me deu um sorriso e um beijo. Por um instante, olhei pra fora e vi que era noite de Lua Cheia.
Eu - Vamos andar um pouco lá fora? - Ela aceitou, avisamos ao pessoal e saímos.
Estava uma noite linda, a lua bem cheia no céu, uma brisa boa. Ficamos andando abraçadas em silencio por um tempo. Ela parecia tão serena, que se ela estivesse sentindo alguma coisa já tinha passado. Fomos até um banco no cais e sentamos.
Maria - Eu fico pensando que existe uma hierarquia entre as Luas e que a Lua Cheia é a "chefe". Ela é tão linda e impotente no céu.
Olhei pra lua de novo e realmente fazia sentido. Era de um brilho intenso que poderia até competir com o brilho do senhor Sol. Mas esse brilho tinha uma certa delicadeza, não sei explicar, mas era um brilho que ajudava clarear os pensamentos e a alma. Quando tem esse tipo de noite eu gosto de ficar procurando lugar que o brilho da lua toca. Sei lá, acho que quando a luz do luar toda em algo, este transparece a beleza lunar, então, pensando nisso, olhei pra Maria. Não sei como mas ela estava mais linda que nunca, seus olhos, que antes era de um azul (ou verde, acho que nunca irei saber) intenso, eram agora um azul (ou seria cinza) tão claro que dava até pra comparar com a cor da própria lua.
- "Que haverá com a lua que sempre que a gente a olha é com o súbito espanto da primeira vez?" - disse fazendo ela deixar a lua de lado e olhar pra mim.
- "Tão bom morrer de amor! e continuar vivendo" - falou e me deu um beijo. - Vc não tem cara de quem fica lendo poemas.
Eu - Não é pela capa que se julga um livro. Tem que lê-lo para saber o conteúdo, não é?
Ela - Claro. E em que parte do seu livro eu estou?
Eu - Na introdução. - Puxei ela para meu colo e voltamos a nos beijar. Ela sempre com aquele poder de paz e tranquilidade, me fazendo ficar perdida no tempo e espaço, como se só nós duas existíssemos ali no momento. Com a lua sorrindo para nós e o coração batendo mais forte, me davam mais certeza que era ela que tinha todo meu coração.