A minha estrada, corre pro teu mar... 13

Um conto erótico de Nando Mota
Categoria: Homossexual
Contém 2431 palavras
Data: 02/09/2014 01:11:47
Última revisão: 02/09/2014 17:01:12

A viagem de volta pra casa foi muito mais silenciosa do que eles mesmos imaginaram. Franzé estava perdido em pensamentos e Lucas por sua vez estava temendo a reação do amado quando ele lhe contasse o que havia acontecido na sua vida, desde o dia que ao limpar o vidro do carro de Beto Teles quando ele parou num sinal nas confluências das avenidas onde ele sempre estava.

Nenhuma piada sobre amaneira como Franzé dirigia se ouviu nesse dia e ele claro agradeceu a Deus pelo menos por isso. Chegaram em casa por volta das 18:22 h.

Subiram silenciosamente pelo elevador, já que o prédio agora era melhor aparelhado do que o anterior e ao parar no terceiro andar, saíram em direção ao seu apartamento. Lucas pegou suas chaves para poder abri-lo e ao fazer um gesto de cortesia ao seu amado, deixou que o mesmo entrasse na sua frente. A porta fechada e os dois ficaram frente a frente.

_ Você se importa se eu for tomar banho antes? Perguntou Antônio Lucas ao amado Franzé.

_ Você precisa de tempo pra poder verificar o que pode ou não ser dito, é isso? E Franzé o enfrentou, melhor, o seu olhar.

_ Não preciso de nada disso. Vem comigo então... E saiu pelo corredor já tirando a blusa da arda, mostrando o lindo torso e as costas musculosas que tanto tesão dava em Franzé.

Após segui-lo até o quarto do casal, viu quando Lucas tirou os sapatos pretos e a calça de brim azul escura e ficou apenas de cueca branca. Lucas então virou-se para ele após pendurar tudo no cabide que ficava no canto direito do quarto, próximo a janela e pediu ao seu amor:

_ Senta, pois a história que vou te contar é um pouco longa. E indicou a poltrona de couro preto que ficava no lado esquerdo da cama, ao lado da porta do banheiro do casal.

Franzé antes de sentar foi até o armário e da terceira gaveta do mesmo tirou uma toalha limpa e entregou a Lucas para que ele ao menos se enrolasse nela. Lucas recebe a mesma de suas mãos com um tímido sorriso nos lábios.

_ Agora Lucas, seja lá o que for que você for me contar, só te peço que nada fique escondido, tá certo?

_ Nunca escondi nada de você, só de mim mesmo. E Antônio Lucas sentou na cama...

Antes do inicio da conversa ele olhou de um lado para o outro e sem mais demora começou a falar após respirar fundo:

_ Eu tava com 20 anos de idade quando meu pai descobriu sobre mim e um vizinho que era pai de um dos meus melhores amigos lá no interior em que a gente morava. Não preciso dizer pra você que a partir desse dia, ficou impossível a convivência dentro de casa. Eu de filho querido e trabalhador, virei a vergonha geral de toda a família. nem sair na rua eu podia direito com medo de sofrer algum tipo de agressão. Até que eu iria preferir isso, pois teria como revidar, dar o troco, sabe? Mas preferia não sair e por conta disso era a piada geral de casa. meu pai já tinha casado com outra mulher, coisa que ele fez quando eu tinha 2 anos e a Célia 5, talvez seja por isso que eu chamava a mulher dele de mamãe. E foi justamente ela que praticamente me expulsou de casa.

Nesse momento, Lucas passou a mão sobre o peito e ainda de cabeça baixa voltou a falar...

_ Meu pai nada disse. Desde que a Célia tinha vindo pra cá pra trabalhar em casa de família, era como se ele só esperasse uma chance pra se ver livre de mim e essa história foi realmente demais para ele. Lembro que peguei o ônibus por volta das 20:00 h da noite e ninguém foi na rodagem se despedir de mim. A última maldade que ouvi de um vizinho foi a seguinte frase, " Lá vai a bicha louca embora, vai dá é longe né viado? " . Isso doeu até a entrada do ônibus depois eu respirei fundo e vi que só tinha minha vida pela frente e se tudo desse certo minha irmã me ajudaria.

_ E ela te ajudou desde o inicio? Falo Franzé aproveitando mais uma pausa do amado.

_ A pobre me recebeu na rodoviária por conta de dois dias de folga que a patroa tinha lhe dado. Me levou pra um barraco num bairro lá em Fortaleza onde ela passava seus dias de folga ou quando os patões viajavam e ela não podia ficar na casa. Foi nesse barraco na Barra do Ceará que passei oito meses me virando de tudo que era jeito. Trabalhei de jardineiro, ajudante de pedreiro, fazia jogo do bicho, lavava carros, na verdade eu fazia qualquer coisa pra sobreviver. A Célia conheceu seu primeiro marido, E foi na época do namoro deles que as coisas foram mudando pra melhor na vida dela. A ideia de fazer roupas foi do tal namorado e eu todo santo dia vendia um monte de peça de roupas ou ia deixar um monte de peças que eram encomendadas pelos clientes dela. As coisas realmente estavam melhorando na nossa vida. Comecei a estudar à noite e aos poucos a vida foi ficando boa de se viver.

_ E quando foi que você conheceu o senhor Roberto Teles?

_ Calma meu amor, eu chego já já lá. Um belo dia eu tava voltando pra casa após fazer uma grande entrega de peças para uma senhora que ia viajar para o interior dela quando fui assaltado perto de casa. Os caras levaram tudo, R$ 2.000,00 Reais em dinheiro vivo. Ainda tentei correr atrás dos caras só que não consegui mais alcançar aqueles filhos da puta. Só que dois dos caras eu tinha certeza que já havia visto pelas ruas do bairro. Era gente conhecida. Aí com aquela boa fé de que um dia tudo vem a tona, porque vem, eu vi meu futuro cunhado falando com os caras e tive certeza que aquele assalto tinha sido programado. Assim que cheguei em casa, falei pra minha irmã que se negou a acreditar numa história tão absurda dessas. Isso me deixou muito triste. Em 3 semanas o dinheiro que ela me pagava foi juntado pra que eu pudesse devolver a ela o que eu havia perdido pros ladrões.

Outra pausa, dessa vez longa e então Lucas continuou:

_ Quatro meses depois minha irmã me mandou fazer dessa vez duas entregas que lhe dariam juntas o valor de R$ 4.700,00 Reais. Assim que recebi o último pagamento pela entrega feita, marquei vinte notas com números de 1 a 10. Mais uma vez fui assaltado e o pior, o mesmo trio. Assim que cheguei em casa contei tudo pra minha irmã. Só que ela ficou na maior dúvida e nessa mesma noite quando o desgraçado do marido dela chegou que ela contou o que tinha acontecido eles brigaram feio e sobrou pra mim, fui expulso da casa dela por ele. Sabe amor, isso foi a coisa mais triste que eu já tinha passado até ali na minha vida.

_ E o que você fez? Pra onde você foi?

_ Arrumei o puco de roupa que eu tinha, e saí sem rumo. Tava quase no final da tarde de um sábado e com o pouco dinheiro que tinha, dormi num motel lá perto mesmo que fazia pernoite. Eu na época tava saindo com um soldado da PM que não podia me receber na sua casa. Vida escondida é foda, né? Aí ele me arrumou depois de dois dias um emprego de zelador num prédio no centro que me deixava dormir no emprego. Como o serviço terminava cedo eu ficava nos sinais atrás de ganhar mais uns trocados. Dois meses havia passado quando finalmente conheci o Beto Teles ao limpar os vidros do carro dele quando o mesmo parou no sinal em que eu estava. Isso se repetiu por uma semana e no final dela, ele me ofereceu um lugar pra ficar e ao me iludir por sua beleza, sua paixão, seu amor, eu aceitei e só precisei de dois dias para terminar o namoro com o PM , largar o emprego de zelador e me mandei com ele.

Assim que ele parou de falar, me levantei e fui pegar água pra gente. Ele após beber o copo cheio, continuou:

_ Três anos. Se no começo houve amor, paixão da parte dele, isso sumiu no final do primeiro mês. Nunca nada me faltou. Roupas, sapatos, comida, dinheiro, celular, o apartamento no subúrbio era bem ajeitado. Só que eu passei a me sentir mal com aquilo tudo. Ele chegava trepava comigo e logo em seguida me deixava dinheiro e sumia por dois meses inteiros. Quando voltava, era sempre a mesma coisa. Até que eu passei a ser humilhado e ele começou a me maltratar fisicamente. Eu passava o dia algemado. Eu não podia falar com ninguém. Amigos então, só se inventasse na minha cabeça. O sexo agora era agressivo. Eu tinha várias marcas pelo corpo. Teve vezes em que ele me fez usar calcinha feminina e a me levar em lugares onde o sexo entre homens era feito com trocas de garotos entre eles. Eu cheguei a aguentar dois anos disso. Eu tava preso numa situação. Eu fui induzido a aceitar que não era nada e se eu morresse, ninguém sentiria a minha falta. Só que a Célia já havia descoberto a verdade sobre o último assalto quando o seu querido marido, lhe deu quatro cédulas marcadas com os números que eu havia feito nelas. Infelizmente ela não me achou.

Lucas já estava no seu limite e por não mais aguentar tanta lembrança ruim, começou a soluçar em alto e bom som:

_ Foi o que mais me doeu,Amor... Se naquele dia eu soubesse que minha irmã se importava por mim, eu teria jogado tudo pro alto e teria voltado a viver com ela. Por fim quando a muito custo e sem que ele soubesse eu terminei o meus estudos, nós dois tivemos uma briga feia. Eu apanhei muito, ocara era mais forte e um pouco mais alto que eu, só que eu bati muito nele, eu queria marcar ele todo como ele havia me marcado. E disse que ele nunca mais faria isso comigo. Foi quando ele chorou muito e disse que me amava e que só eu o entendia. Que se eu lhe desse só mais uma chance ele iria me dar o mundo. Eu amava esse cara. Eu pensei muito no nosso começo e resolvi dar a tal segunda chance. Como me arrependi disso.

_ E o que aconteceu para que você se libertasse disso? Por que você disse que se arrependeu de ter dado essa chance a ele?

_ Tudo foi numa quarta-feira no final da tarde. Já fazia um mês que eu estava falando com a Célia por telefone e tinha marcado pra que ela viesse até onde eu morava. Ela já tava sozinha e ficou de me encontrar no final dessa mesma tarde. Beto estava sem me visitar há pouco mais de 20 dias, então não me preocupei com isso. A Célia chegou e a gente conversou e como eu disse a ela que ia tomar banho, pedi pra que ela saísse e fosse até a padaria na outra rua comprar um monte de coisa gostosa pra gente jantar. Ela foi elevou a chave pra poder abrir a porta. Um tempo depois ouço passos no apartamento e Beto abre a porta do banheiro segurando duas taças na mão e nelas uma bebida que pensei ser cidra. Ele logo disse que queria fazer um brinde pela sua volta e que eu não podia ter tido uma ideia melhor, estar nu dentro do banheiro. mesmo sem querer bebi e brindamos ao nosso encontro. Quando dei por mim, estava amarrado na nossa cama e um outro cara me chupava o pau freneticamente enquanto Beto tirava fotos. Eu nada pude fazer porque estava completamente imobilizado. Nem preciso contar que minha irmã fez o maior fuá e os dois foram embora. Célia me ajudou a fazer as malas, já que eu agora tinha, e nunca mais encontrei esse cara novamente. Aí o destino me botou novamente a sua frente hoje quando fui te pegar no trabalho.

Eu no primeiro momento não tive reação nenhuma. Aí a ficha foi caindo e eu praticamente corri pros braços do Lucas que chorava silenciosamente abraçado a mim...

_ Só não me deixa, por favor meu amor, não me deixa... Isso é passado... Eu amo você e com você eu conheci a paz, o amor verdadeiro... Não me deixa eu te peço... Não deixa esse cara destruir tudo o que a gente conseguiu construir até agora... Não me manda embora d tua vida não...

Eu apenas o segurei o mais firme que pude e falei já emocionado:

_ Nada vai conseguir me tirar de você. Agora fica calmo amor... Chora o quanto quiser, deixa esse passado louco ir embora... Eu tô e vou estar sempre aqui... Amo você meu amor ... Sinto muito por você ter passado por tudo isso... Acabou, ta certo? Acabou meu amor... Você venceu mais essa etapa da sua vida...

Nessa noite o amor que nós fizemos foi o mais terno e nossa troca foi a mais intensa de todas. Ficou certo de que Beto Teles jamais seria motivo de nossas preocupações.

Assim que despertei na nossa cama no dia seguinte, Lucas me olhava com os olhos marejados...

_ Ei meu amor, o que foi que aconteceu? Você ta chorando é? Perguntei já preocupado.

_ Tava olhando você dormir e me senti feliz por você continuar aqui, comigo, ao meu lado e fazendo parte da minha vida. Aí me emocionei.

_ Grava o que vou te dizer agora, não há outro lugar no mundo melhor para estar do que aqui, com você a seu lado e na sua vida... Nossa vida. Nos beijamos e corremos pro banheiro, afinal de contas o trabalho nos aguardava.

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Querido Povo do lado esquerdo, desculpa pela demora e pelo não bate papo... Vou recompensar vocês. A culpa são os trabalhos que arranjei pra fazer. Vou adiantar que, apesar de ser coisa pessoal, acho que vai seu uma ótima notícia para todos que sempre torcem por mim. Um grande abraço... E beijos mil nos corações dos meu amores.

P. S. NARCISO, prometo falar com vc em breve. Fica com meu amor, respeito e amizade.


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Comentários

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Este beto, este beto não gostei dele não, como sempre seu conto é 10, um grande abração e um beijão. Tchau

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Caramba o Lucas ja sofreu muito e esse Beto é o cão, amo seus contos.

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Caramba o Lucas ja sofreu muito e esse Beto é o cão, amo seus contos.

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Amigo, que capítulo mais lindo. Como eu gosto do Lucas e do Franzé juntinhos. Esse Beto acha que seu dinheiro compra tudo, pessoas assim são insuportáveis, esquecem que todos nós somos feitos do mesmo modo e morrendo ninguém leva o que têm. Um beijo pra você e um dia maravilhoso!!

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Franzé soube ouvir e acima de não julgar o Lucas,que mesmo passando por todas essas mazelas, não deixou se abater e conseguiu terminar seus estudos e trabalhar com dignidade. Beto Teles tentará infernizar a vida de ambos, mas Franzé saberá cortar o mal pela raiz,talvez ele comece a notar certas discrepâncias na holding e tb com as provas que o Kadu deixou com ele, Lucas e Franzé, possam ficar livres das garras deste ladrão de inocências e pervertido. Nando meu querido, torço para que seus projetos dêem certo, pois pelo jeito vc está muito feliz. Ansiosa pelo próximo, um beijo e um cheiro da sua VITALidade, Mama Rose.

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mas esse beto é um pevertido mesmo em !!! coitado do lucas sofreu nas mãos desse ai. ,quem vê ele.na rua pensa que é uma pessoa intengra .mas elas nem imagina o que ele esconde .ainda bem que o lucas não escondeu nada do cadu pois um relacionamento se não tem confiança ,não se tem nada beijo gatoso.

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Nandão to muito feliz em saber que vc ta aprontando coisas boas, é isso meu REI, manda a tristeza pra longe,

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Yooo Foi ótimo esse capitulo, mas ainda acho que esse Beto vai aprontar.

Abração!!! Ate o próximo.

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