Vamos jogar polo? - Capítulo 2: Cenas de um cotidiano
Era apenas mais um dia da semana, comum, como todos os outros. Uma terça feira que parecia que não ia acabar nunca, e apenas havia passado os dois primeiros horários de aula do dia. Mas também, quem poderia aguentar 2 aulas de história às 7h da manhã? Não poderia ser que eu estivesse tão errado em querer que aqueles 15 minutos que faltavam para o intervalo deixassem de ser infinitos e que simplesmente passassem. Tudo passava pela minha cabeça, menos o "maldito" motivo daquele "maldito" imperador ter decidido enfrentar aquele "maldito" país. E de fato, para mim, era difícil compreender esses assuntos humanísticos, eu sempre preferi matérias de cálculo, e o sono só atrapalhava. Tudo era um tormento, até que ouço um barulho, que de pequeno foi se tornando algo estrondante. Um barulho libertador, assim como um grito de independência ( eu, realmente, odeio História ). Finalmente: INTERVALO!
Ao sair da sala, fui direto para o pátio com meus amigos da sala. Conversávamos sobre futebol, quando de longe, vejo dois garotos usando os casacos da equipe de polo aquático. Logo de imediato, os reconheci: André e Renato. Embora não o tenha mencionado anteriormente, Renato tinha 17 anos e era o meu segundo melhor amigo na equipe, e bastante amigo de André também, no final das contas, acabávamos nos tornando uma espécie de trio. Fisicamente, ele não era tão atraente: uma barba ralinha, o corpo um pouco largo, moreno claro, cabelos e olhos castanhos. Era um cara super gente boa e engraçado, além de um ótimo goleiro, o que nos salvara muitas vezes nos jogos.
Quando eles me viram, me chamaram, e eu de imediato, avisei aos meus amigos que estavam comigo e fui de encontro aos dois. Nos cumprimentamos como sempre, e começamos a conversar, sempre assuntos bem viajados, por sinal. A conversa sempre fluía tão bem com eles dois, que não me dei conta do tempo passar, e quando menos esperava, novamente, aquele barulho, que antes soava como um canto da liberdade, e que agora só me lembrava um toque de recolher. Estava pronto para voltar para sala, quando André olhou pra mim e disse:
- AH, Gabriel, quase que me esquecia de avisar. Hoje a noite, o professor Carlos não vai poder ir ao treino, então ele decidiu colocar pra tarde e pediu pra gente falar com os outros.
"Droga, logo hoje?", pensei. Tá, esqueci de contar a vocês que nesse dia a tarde eu tinha uma consulta ao dentista marcada, mas eu adorava os treinos, ainda mais quando aconteciam a tarde ( em breve, entenderão o porquê ). Num impulso, movido pelos meus desejos, simplesmente respondi:
- Ah, beleza, André. Não tenho nada marcado pra hoje a tarde, por mim está de boa. Não deixarei vocês sem o artilheiro! kkkkk
- Tá certo, artilheiro.. kkkkk Às 3h a gente está por lá.. Se atrasa não!
Me despedi deles, e fui em direção a sala. Nem esperei chegar lá, e já fui ligando para meu dentista para avisar que eu teria que remarcar para outro dia. Pronto, agora nada me impediria de estar a tarde naquele treino.
O resto da manhã foi passando quase que na mesma lentidão dos dois primeiros horários, mas como tudo que é bom ( ruim, no caso ) acaba, pude ir para casa, depois de uma longa manhã enfadonha.
Quando cheguei em casa, avisei aos meus pais sobre o treino, almocei correndo, pois estava faminto, e fui começar a me ajeitar. Em poucos minutos, já estava pronto e de saída ( eu não gostava de me atrasar para os treinos ).
Por volta das 2h40, cheguei no treino, e já tinha alguns garotos mergulhando, se aquecendo e se divertindo um pouco antes do professor chegar. Logo de cara, vi André e Renato, e fui logo para perto deles. Entre um mergulho e outro, estávamos lá, novamente, conversando, enquanto os outros se divertiam com umas brincadeiras estranhas ( brincadeiras que garotos heteros fazem de passar a mão na bunda do outro, fingir uma encoxada, enfim, tudo que me excitava ). De repente, André para de falar sobre o assunto ( que eu realmente não estava prestando atenção naquele momento ). E olhando para os garotos, fala baixo:
- Não sei como esses boys gostam de brincar dessas viadagens. Ficar passando pau na bunda do outro, coisa de fresco, eca!
- kkkkkkkkk - riu, Renato.
Tive que rir também, e tentar concordar. Não podia simplesmente demonstrar que aquilo me atingia de alguma forma. Mas sim, aquilo me atingia, ainda que eu não quisesse aceitar que eu fosse gay, viado ou algo do tipo ( no fundo, eu ainda torcia para que tudo aquilo fosse apenas passageiro, mas a proximidade de André, me deixava cada vez mais claro, que talvez aquilo fizesse parte de mim, e que eu realmente sentisse atração por homem ).
O treino seguiu normalmente e quando chegou ao final, fomos todos para o vestiário.
Normalmente, nos treinos a noite, o vestiário já estava fechado, e acabávamos por ir para casa molhados. Porém, quando o treino era a tarde, todos tomávamos banho juntos e isso era o motivo de eu não gostar de perder os treinos a tarde.
Eu sempre tomava banho do lado de André, e sempre que possível olhava o corpo dele, que era simplesmente perfeito: Todo liso, com exceção do pênis e das áxilas, corpo todo malhadinho, com peitoral grande e bonito, mesmo não frequentando academia, uma bunda bonita e um pênis, aparentemente grande, com poucos pelos em volta, bem grosso e com uma cabeça rosada. Só o via mole, mas já imaginava como ele ficaria na hora do tesão.
Eu tentava controlar o máximo possível a minha ereção. Quando sentia que pau começava a levantar, parava de olhar para ele e para os outros, pensava em coisas aleatórias, ou em casos mais extremos, corria para sair do banho. Naquele dia, a situação ocorreu exatamente dessa maneira, tudo isso, intercalado a conversa sobre mulheres e esportes ( era sempre o papo que geral conversava quando se juntava ).
Depois do banho, todos foram embora, mortos de cansado, afinal, já estava no iniciozinho da noite, e haviamos passando a tarde treinando.
Quando cheguei em casa, jantei e fui direto para o quarto. Ao olhar meu celular, vi que havia uma mensagem de André no whatsapp: "Ei, bora pegar um cinema na quinta feira? Tem uma galera de filme massa. Vou falar com o Renato, e chamar a Ju.. Valeuzão"
Mesmo sendo bastante amigo de André, normalmente, nossa relação não saía muito das piscinas e dos horários do treino, então nunca tive a oportunidade de conhecer a Ju ( sua namorada ), além disso, ele nem falava tanto assim dela... A situação era difícil: eu tinha certeza que me sentiria mal por ver os dois juntos, mas eu não podia ficar sem conhecer a pessoa que conseguiu conquistar aquele cara, que eu tanto desejava. Respondi sua mensagem, positivamente, e guardei o celular.
Quando me deitei para dormir, me bateu um tesão pensando nos corpos que tinha visto mais cedo e acabei tocando uma punheta, imaginando diversas situações com André. Poucos minutos depois, o gozo veio farto; meu corpo relaxou, e acabei dormindo, alí, sem ao menos me limpar.
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Peço desculpas pela demora da postagem e pela lentidão do conto, mas é que de fato preciso inserir todo o contexto para que o conto possa atingir o seu ápice da maneira que eu espero, além disso, esse é meu primeiro conto, então tenho ainda dificuldade de saber exatamente o que devo contar e o que devo deixar de contar.Então, obrigado a todos pelos votos, comentários e visualizações. Em breve, postarei o cápitulo 3.