Cap.9
Não acreditava no que tinha acabado de ouvir da minha própria mãe. Que mulher mais preconceituosa !!! Fiquei horas sentado no sofá, pensando naquilo, naquela situação. Eu já sabia que não iria ser fácil assumir, mas não sabia que a desaprovação já viria de casa. Eu estava com as mãos nos olhos. E agora. Eu não iria dar pra trás, já tinha dito pra mim mesmo isso. Eu também sabia que eles não iria me tirar o trono, afinal eu era o único filho, se não fosse eu, não teria herdeiro nenhum. Se me ameaçassem com dinheiro, eu não iria dar pra trás. Eu viveria pobre, mas viveria feliz, com a pessoa que eu amo. Não demorou muito e Ricardo estava na porta do meu apartamento.
- Oi amor
- Papai viu a manchete
- E você
- Eu disse, que era verdade
- E ele...
- Ficou do meu lado. Mas disse que eu estava me metendo em briga de gigantes
- Pode ficar despreocupado Ricardo, eu não vou dar pra trás, eu vou assumir nosso relacionamento, e seja o que Deus quiser. Eu não quero viver o nosso amor escondido
- Que bom ouvir isso- ele me abraçou fortemente- é bom saber que eu não fiz nada em vão
- Nós vamos ser muito felizes- tirei ele do abraço, e o beijei, carinhosamente.
- Tenho certeza que sim.
O dia foi passando, e ele voltou pra casa. Ao menos do lado dele já estava tudo resolvido. Eu estava precisando sair um pouco. Me arrumei e decidi ir pra um local que pouca gente conhecia. Um monte perto da cidade, tinha um observatório bem alto, e de lá eu podia ver a luz da lua, das estrelas, e as luzes da cidade. Peguei meu carro e corri pra lá. Levei comida, e depois de um caminho meio ruim, cheguei no local. Parecia estar vazio. Peguei minhas coisas, tranquei o carro. Coloquei minha cadeira e lá fiquei. Pensando na vida. Na minha situação. Olhando pra lua, e pra cidade. Tinha um bela visão de lá. Adorava aquele lugar, desde quando comecei a me achar, era o lugar em que eu esquecia a posição que eu tinha, a responsabilidade que eu tinha, desde quando era criança. Lá me sentia livre, pra fazer o que eu quisesse. De repente, ouço um carro chegando. Eu conhecia aquele carro. Uma pessoa desceu. Era quem eu pensava, o Lauro. Ve-lo ali me lembrou de uma coisa.
FLASH BACK
- Olha esse lugar Davi- era um lugar lindo, incrível. Tira um local de madeira, onde podíamos observar toda a cidade. Era incrível.
- Isso aqui é lindo Lauro.
- Maravilhoso- ele me abraçou e tirou uma foto- vamos subir ali
- Não. É alto
- Eu te seguro, você não vai cair- e então ele segurou minha mão, e fez com que eu subisse. Em seguida ele subiu, e me abraçou- eu não vou deixar você cair, nunca, eu te amo Davi
- Eu te amo mais Lauro- virei o pescoço e o beijei. E assim, ficamos um bom tempo abraçados, no topo da cidade.
FIM DO FLASHBACK
Aqueles passeios que a gente fazia sempre me despertavam novas sensações, esse não podia ser diferente. Aquela sensação de amor ao ve-lo ali disparou tremendamente.
- Tá me perseguindo é- falei rindo
- Não. Só estava com saudade daqui, desse lugar. Você sabe que significou muito pra mim.
- Eu sei. Pra mim também- estávamos sorrindo. Ficou um silêncio incompreensível, quando vi ele se aproximando. Ele colocou a cadeira dele ao lado da minha, sentamos e começamos a admirar toda a beleza do local, até que vejo ele tirando uma câmera do bolso
- Posso tirar uma foto sua- ele perguntava, com aquela cara de cachorro desmamado
- Claro que pode- fui me aproximando, para aparecer na foto, quando sou surpreendido com um beijo. No inicio tentei evitar, mas não consegui, era mais forte do que eu. Acabei retribuindo o beijo, até voltar a si- Lauro, eu já disse pra não fazer isso
- Eu não consigo evitar, seu cheiro, você me deixa louco- eu quase falei a mesma coisa, mas preferi ficar calado
- Só não faça de novo- eu estava disposto a esquecer o Lauro, mas ele não me deixa esquecer.
- Ei, sobe lá em cima de novo
- Não- fiz birra
- Vai, só pra lembrar os velhos tempos- sabia que eu não devia aceitar aquela proposta, mas me deixei levar.
- Tá bom- falei com indiferença. Então fui até o local. E subi. Logo sinto mãos na minha cintura, e sinto ele subindo. Ele pressiona seu corpo contra o meu, e me abraça, me fazendo ter espasmos de arrepio.
- Eu te amo, sempre vou te amar- ele assoprou a minha nuca, meu ponto fraco. Ele era mau. Sabia meus piores defeitos. Meus pontos fracos. Ele apertou ainda mais, e ele beijou meu rosto. Ele estava apelando
- Para Lauro- ele continuou e foi se aproximando da minha boca- para Lauro- chegou mais perto- Para Lauro- já estava quase em cima- não para- o beijei.
Continua
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