07º CAPÍTULO
Querido diário, sabe quando você faz algo sem pensar? Movido, pelo desejo, emoção faz você perder completamente noção da realidade? É isso mesmo eu fiz uma coisa que nem pensei nas consequências e agora me sentia a beira de um precipício, prestes a cair ou será que alguém me ajudaria??? Na situação que eu me encontrava era mais fácil alguém me empurrar. É tão ruim dizer pra alguém se cuida quando a vontade e dizer deixa eu cuidar de você... E era isso que eu queria alguém que cuidasse de mim, já que nem meus pais faziam isso.
Sentir apenas meus lábios nos de Bernardo e estávamos ali na beira do rio, sozinhos e eu nem sabia o que viria...
Ele desgruda seus l[abios dos meus em silêncio e começa a caminhar em direção a caminhonete e eu coloco minhas mãos nos lábios não acreditando ainda que eu o beijei, é isso mesmo eu beijei um cara e pela primeira vez na vida a iniciativa foi minha, me sentir diferente e fiquei alguns segundos fora de mim, meu espirito entra em mim de novo e me belisca eu penso e vejo Bernardo caminhando em direção ao carro e saio correndo atrás dele apenas de cueca e molhado...
-Bernardo???? Bernardo???? Meu grito era rouco e soava tremulo, eu tremia com o frio que sentia e como uma pedra de gelo eu tremia os berços... Bernardo não me respondeu ele entrou no carro e abaixou a cabeça no volante, eu entrei em seguida fechando a porta.
-Você não vai falar nada Bernardo???
Ele levantou a cabeça e me encarou sério...Com um olhar incrédulo.
-O que tu quer que eu diga Sam??? (completamente seco).
Sua voz grossa combinava com a expressão que ele fazia, era de irritação e eu fiquei nervoso.
-Bernado eu só queria...
-Agora eu tenho certeza...
Eu perguntei tremendo.
-Certeza??? Do que?
-Do que meu pai me falou hoje de ti...
-E... O que ele disse de mim? (respondi tremulo).
-Que tu é frutinha, por isso me beijou...
Aquilo foi como levar um tiro no peito...E ainda com poucos batimentos respondi.
-Você também me beijou.
-Não eu não te beijei... Você me beijou Sam,
-Vai negar um beijo?
-Não estou negando beijo nenhum, eu nunca te beijaria... (serio).
Eu não conseguir com essa e ele prosseguiu, e lágrimas começaram a cair pela minha face entristecida.
-Nunca mais me beija ouviu cara?? Eu não sou frutinha igual você, não sou uma bicha... (irônico).
-Para eu não quero mais ouvir...
Eu comecei a chorar sem parar...
-Me leva embora por favor eu quero ir pra casa (chorando).
Respondi sem olhar em seus olhos e ele ligou a chave e partiu da li e seguimos o caminho em silêncio, eu desviava sempre meu olhar, além de ser humilhado naquela festa idiota eu fui profundamente magoado pelo cara eu estava gostando o que mais poderia da errado???
O carro deu uma freada violenta o que me fez bater com a cabeça o que acabou machucando de leve... Ele desceu do carro e começou a falar palavrões alterado...
-Ah mais que desgraça, que merda!!!!
Eu continuei no carro, coloquei minha cabeça pra fora e e não podia ser o que estava pensando não podia...
-Eu não acredito que esse maldito pneu furou justo uma horas dessas...
Eu coloquei a cabeça pra dentro e olhei pra frente, tudo o que eu queria era chegar em casa e desabar na minha cama chorar e chorar, e ficar bem longe do Bernardo mais isso estava difícil de acontecer, eu não troquei uma palavra se que com ele, continuei sentado apenas com as roupas molhadas e tremia, tremia e chorava, ele se aproximou de mim e tirou sua camisa.
-Toma você precisa ficar aquecido, pode ficar doente com essas roupas molhadas!!
Eu permanecia em silêncio e ele falou irritado.
-Ah agora você não vai falar nada é?? O gato comeu tua língua foi???
-Como você quer que eu fique depois de tudo o que me aconteceu hoje em??? E pra completar você me humilha mais do que já fui hoje (chorando) Me chamou de frutinha, de bicha... Como quer que eu me sinta???? (gritando) Como???
Ele ficou em silêncio e não disse nada, abaixou a cabeça e não disse nada. Eu continuei no mesmo lugar e fiquei apenas triste pensativo.
-Eu posso sentar aqui atrás?
-Acho melhor ficar onde está mesmo...
-Vou sentar assim mesmo.
Ele sentou e eu me afastei.
O frio era insuportável, eu tremia muito e ele me perguntou...
-Você está com frio?
-Não eu estou com calor... (irônico).
-Está tremendo, deixa eu aquecer você...
-Eu não entendo você Bernardo, a poucos minutos me chama de frutinha, me humilha e agora quer me aquecer?
-Não está com frio??? Eu apenas estou com frio e isso seria uma forma de amenizar...
-Eu estou bem com a camisa, me deixa.
Ele se aproximou de mim colando em mim, e quando sentir seu corpo quente eu não conseguir resistir aos seus braços e seu calor e deixei rolar e ficamos colados um no outro até eu adormecer...
Eu acordo com os raios solares e Bernardo está praticamente abraçado ao meu corpo, eu retiro seus braços de cima de mim e saio do carro, meus olhos estavam inchados de tanto chorar e um caminhão passa na estrada eu faço sinal ele nos da carona e depois a caminhonete seria rebocada. Seguimos na parte traseira do caminhão e estava repleto de animais, galinhas, carneiros, ganços e eu nem falava com Bernardo. Ele virara o rosto sempre que eu percebia seus olhares...
O cara nos deixou próximo a fazenda e seguimos a pé em silêncio.
Entrei no meu quarto e desabei no chão mesmo, a beirada da porta. Minha avó nem percebeu minha chegada e eu passei o dia todo triste e casa, e fiquei distante de Bernardo.
Os dias se passaram e eu apenas olhava Bernardo pela janela, todos os dias no horário do almoço ele entrava no meio do mato com materiais de construção, tábuas e até as tintas que eu dei pra ele, aquilo seria afinal pra quê???
Desviei meus penamentos dele e estava disposto a esquece-lo e minha avó anunciou que iria a cidade fazer compras e eu aproveitei para fazer uma carta pra minha mãe, exigindo um celular novo e entregaria nos correios...
Eu tomei café e chamei minha vó...
-Vó eu estou pronto vamos??
-Querido eu não posso ir, mais o Bernardo vai e ele está com a lista... Ele espera lá fora.
O Bernardo e eu sozinho??? Era tudo o que eu não queria. Se não precisasse tanto de um celular eu não iria... Me aproximei dele e ele estava encostado na caminhonete com os cabelos bagunçados, camiseta básica e bermuda. Lindo como sempre, me aproximei dele...
-Bom dia!!! Saiu da apenas isso, e um pouco baixo.
Ele respondeu com um sorriso.
-Bom dia!!
Saímos da fazenda e em menos de 25 minutos chegamos a cidade e o silêncio era insuportável, eu virava para olha-lo e ele continuava serio ao volante e quando ele virava eu olhava pela janela. Chegamos cada um foi para um lado, ele entrou no mercadinho e eu no correios que ficava do lado e a fila era enorme e as pessoas que estavam lá começaram a olhar e sorri com celulares na mão, eu fiquei sem graça até.
-Ora quem temos aqui minha gente a nova celebridade de Preciosa (risos). Samuel... Sam!!!
Eu tentei desviar o olhar e fingir que não era comigo, mais era impossível todos sorriam sem parar inclusive Adrian que debochava eu sentia um embrulho no estomago e a vontade era de enfiar a cara em um buraco e não tinha nenhum...
CONTINUA.
Eu estou adorando os comentários e responderei alguns...
H_Felix: é fico muito feliz mesmo cara que você tenha feito uma conta pra comentar meu conto, eu fico sem palavras o meu maior medo era a rejeição, mais até agora eu estou sendo bem recebido e isso me anima muito... Deixo um beijo pra você e pra todo mundo que lê meu conto, o carinho de vocês e o que me fortalece...
