Apesar de o Frederico ter recusado a proposta para assumir uma matéria no curso de Design da universidade, o convidaram para ministrar um curso para os alunos da universidade e outros que se interessem por moda e alta costura, eu achei desnecessário pois ele não precisava daquilo poderia usar o tempo dele para descansar, mas eu conheço ele muito bem e os olhos brilhavam quando ele me falou da proposta, vendo a reação dele eu concordei e o apoiei na ideia mesmo achando aquilo muito desnecessário, na manha seguinte a prisão do irmão dele, eu fui trabalhar bem cedo e o deixei dormindo em casa, eu sempre soube administrar muito bem as cantadas que recebo, principalmente no ramo profissional tudo graças a minha personalidade eu geralmente me faço de bobo e finjo que não é comigo.
E também tem o Fred que mete medo nos gays que geralmente se interessariam por mim, mas tinha uma mulher em particular que me cercava de todas as formas, e eu nada poderia fazer considerando que ela era uma pessoa influente dentro de uma empresa cliente da agência, eu tinha que suportar as brincadeirinhas dela a maioria das vezes pesadas, mas nunca me alisou nem nada do tipo apenas falava o que queria, a maioria das vezes ficava me dizendo que eu deveria parar de brincar de ser gay e aceitar logo a proposta dela de ir a um motel, esse tipo de coisa eu só ria, porque afinal de contas isso nunca iria acontecer, tudo bem ela é bonita, mas uma mulher eu não encaro mais, desculpa as meninas, mas meu negócio é outro, lembro que nesse dia em uma das brincadeiras eu perdi a paciência com ela e decidi pegar pesado quando ela disse...
– Eu soube que esta namorando serio com um viadinho costureiro isso é verdade Marcelo!? Sinceramente eu esperava mais de você, eu uma mulher de poder, bonita e interessada em você, e tudo que faz é perder tempo com esse tipo de pessoa!?
– Desculpa, mas eu acho que não entendi o que queria dizer com a expressão Esse tipo de pessoa.
– Me entendeu sim, tenho certeza que é apenas mais um afeminado que se acha entendedor de moda e costura, mas todos nós sabemos que isso não vai virar em nada.
– Sinceramente, você é uma das piores pessoas que conheço, eu sempre suportei suas piadas e brincadeiras por simples cordialidade profissional, mas hoje você passou extremamente dos limites comigo, e considere nosso contrato desfeito, esta cancelado, procure outra agencia.
– Tem certeza disso, vai se sentir ofendido por um comentário sincero que fiz?! Sabe que somos um grande e influente cliente, se passarmos uma imagem negativa da sua empresa provavelmente ira fechar.
– Como você é prepotente, é de fato uma grande cliente, aqui em Goiânia, mas nem de longe é uma das maiores clientes da agência, e diga o que quiser, não vai afetar em muita coisa a reputação da minha empresa, agora se me der licença irei embora e espero nunca mais ve-la na minha.
Sai bufando de raiva, se pudesse eu bateria naquela mulher, mas fiquei contente em apenas me imaginar fazendo aquilo com ela, enfim... Voltei para meu trabalho, já tinha me esquecido dela e da hora quando o Môrr me liga contando que tinha começado a ministrar o curso e o mais surpreendente era que o irmão dele esta na turma, eu fiquei em choque com a noticia, as coisas na vida do Frederico acontecem muito fácil as vezes eu penso que a minha é que esta em câmera lenta porque não tem logica, poucos são os dias em que nada acontece na vida dele depois de conversarmos eu desliguei e voltei ao meu trabalho, ainda pensando nessa nova aproximação do irmão do Frederico, me concentrei novamente no trabalho e fui falar com o pessoal do Jurídico para saber das implicações de uma rescisão de contrato com a empresa da filha da puta assediadora, e para minha sorte não seriam muitas já que estávamos no final do contrato, eu decidi não rescindir apenas não renovaria mais com eles.
Fiquei tão satisfeito com a noticia que fui chamar meu marido para almoçar fui ao atelier dele para busca-lo chegando lá encontro o meu primo André brincando de atender clientes e conversando com as meninas, após cumprimentar todos eu fui a sala do Frederico ele estava com um tecido que mais parece pena de galinha de fato era pena de galinha, mas eles colocam um nome chic que nem me lembro, e vendem a um preço que da raiva, quando o convidei pra comer ele disse que não iria pois queria aproveitar o momento de inspiração dele, mas que levasse uma comida Japa pra ele que já estava ótimo, eu falei pra ele que não aceitaria ser trocado por um monte de penas de galinha, que no galinheiro da fazendo eu conseguiria muito mais matéria prima pra ele, só consegui ouvir o pessoal rindo, as meninas já tinham se aglomerado na porta, elas adoram nos ouvir conversar nem sei bem o porque.
Não teve conversa fui comer com o André e deixei o Fred com as penas de galinha dele, durante o almoço meu primo e eu conversamos sobre um monte de coisas, faculdade, baladas, saunas e outras coisas que todo gay jovem quer saber quando se muda pra uma cidade nova, ficamos um bom tempo conversando e perdi noção da hora quando me dei conta já tinha duas horas que estávamos na rua e o Môrr nem tinha comido ainda tadinho dele, deveria estar fundo de fome... Passamos no restaurante pegamos o que o Frederico queria e voltamos para o atelier dele, eu comprei uns picolés de sobremesa pra mim e fui chupando meu picolé e conversando com meu primo, no caminho ainda encontramos os meninos que trabalham com o Fred e demos uma carona pra eles, quando chegamos no atelier já fomos entrando nunca fomos anunciados, afinal eu já era marido do dono né, assim que entramos meu primo chama o irmão Fred de Rick, e pergunta o que ele estava fazendo ali, eu fiquei com aquela cara de idiota ainda sem entender o que tinha acontecido ali... Primeiro porque vi o irmão de Fred conversando com ele na boa, não tinha sangue e nem choro na sala, segundo porque meu primo já conhecia ele, e terceiro quem era Rick?
Quando eu finalmente entendi tudo eu só conseguia rir, fui de encontro a meu cunhado e dei um abraço nele, falando que nossa família realmente era muito estranho, meu cunhado já tinha ficado com meu primo, eu rindo e o Frederico ainda tentando digerir o que tinha ocorrido ali naquele momento, meu picolé ate tinha derretido em cima da mesa, ainda bem que o Fred estava preocupado e nem viu, ele nos pediu pra dar licença da sala pra conversar com o irmão dele, quando saímos todos do atelier já sabiam o que tinha acontecido, eu não conseguia parar de rir, e finalmente entendi o motivo da implicância do meu cunhado com o Frederico, tudo era por conta de uma situação emocional mal resolvida, o Frederico tinha feito o que ele sempre quis fazer e isso frustrava ele, ficamos na loja esperando os dois conversarem para sabermos o que iria acontecer depois dali, parecia mesmo um final de novela mexicana, só faltou a trilha sonora, meu primo ainda estava em choque e estava visivelmente com vergonha...
– O que foi André que cara é essa!?
– Eu contei tudo do meu namoro para o Fred e agora descubro que o cara é irmão dele, estou morrendo de vergonha nem sei onde enfiar minha cara Marcelo.
– Fica de boa, isso agorinha passa se conheço bem o Frederico ele vai conversar com o irmão dele, os dois vão se acertar e domingo que vem ele já vai estar almoçando lá em casa com a gente.
– Quando diz lá em casa quer dizer no apartamento do Fred né?! Seu folgado, tem sua casa e vive na casa dele.
– Lá é minha casa também ué meu namorado mora lá.
Demos umas risadas e conseguimos nos distrair do assunto por alguns momentos, não muito depois sai meu cunhado da sala, para ir embora, mas antes se despediu de todos na loja pegando na mão de um a um, no meu primo ainda rolou um beijo no rosto, achei estranho mas enfim, quando entramos na sala do Fred que ele olhou para o André começou a rir e não conseguia mais conter o riso, era de fato uma risada muito espontânea, meu primo coitado foi ficando muito sem graça e eu nada poderia fazer tudo que sentia era vontade de também rir junto, já que o riso é contagiante quando o Fred finalmente conseguiu se recompor fomos conversar, e ele nos contou que o irmão dele tinha um apartamento no mesmo prédio que ele, e outras coisas enrolamos um tempinho com ele, e o deixamos comendo, fomos embora para casa, eu tinha sofrido tanta emoção naquele dia que fui direto pra casa...
E assim as horas foram virando dias, e os dias virando semanas e as semanas meses, tudo tinha começado a entrar em uma bela rotina, nada tediosa, e muito inspiradora, como eu tinha dito o irmão do Fred passou a ser frequentador assíduo de nossa casa e dos eventos sociais que o Môrr adora fazer, meu primo ainda tinha um rolo com ele que não entendiamos bem, mas enfim, eu basicamente morava com o Frederico pouco ia a minha casa, era mais pratico ficar na dele, já que tudo que fazíamos era lá, a Luzia, que é carinhosamente chamada de Delicia, já tinha se tornado uma grande amiga minha e puxava um saco do André, e de mim nada, depois de um bom tempo de convívio o Fred me disse que tinha encontrado com os pais dele um supermercado e eles conversaram, o pai ate tinha nos convidado para um almoço, o que era assustador e empolgando, considerando que ainda não conhecia meus sogros.
continua....