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A História de Caio, completa e revisada para leitura on line e download e contos inéditos no meu blog:
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A capacidade do Dan de usar milhões de clichês era enorme e mesmo quando eu achava que ele não podia bater o recorde, ele saia com essa de o cara que roubou meu coração.
- Dan, pelo amordi, que frase clichê?
- Você não é nada romântico sabia? Quer que eu fale como, o cara que sentou na minha vara?
- Eu ainda não sentei. - Falei rindo. - Mas até que é uma boa ideia. Eu vou jantar com vocês. Pode passar aqui. - Completei ensinando ele a chegar na mansão.
Quando o Dan chegou, lembrei de uma última recomendação à Auxi, procurar a Fi para ver se ela não queria trabalhar comigo ao invés de com meu pai. Eu estava muito acostumado com a comida dela. E andava comendo muito mal no apartamento do Yoh desde que ele foi embora.
Só falar do Yoh e dava uma vontade enorme de ligar, mas resisti. Ele tinha muito o que fazer no Paraná, não ia ficar distraindo. E eu queria curtir mais o Dan, me entregar mais e ligar para o Yoh todo dia não ia ajudar.
O sexo com o Yoh era incrivelmente melhor. Isso me provou que tamanho de pau não é tão importante quanto muita gente acha. O Yoh me levava à loucura, o Dan foi apenas uma transa normal, apesar do cacetão enorme dele.
Entendi nesse dia que sexo também tem muito a ver com poder. Ter poder é algo extremamente excitante. Pensei em como podia curtir a vida com a grana que tinha agora. Podia nunca mais estudar, podia todo dia ter um boy lindo na cama. Será que era disso que o Yoh falava quando dizia em ser forte? Abraçar todo o poder que o dinheiro traz e utilizá-lo para nos satisfazer de todas as formas? Pensar nisso fazia dar uma chance ao Dan algo pequeno. Eu queria mais, tinha necessidade de mais. Considerando isso, nem era uma boa idéia conhecer a mãe dele, mas fui mesmo assim, mal a velha não iria me fazer.
Fique impressionado com a beleza do apartamento do Dan. Ficava exatamente de frente para o mar, numa área chamada praia de Iracema. Dava para ouvir o barulho das ondas o tempo todo, devia ser extremamente relaxante morar ali. Ele deixou seu carro na garagem e vi que o carro do lado era um jaguar. Ele disse que era da mãe dele.
“Caramba, pensei. A velha tem um jaguar”.
Quando ele abriu a porta, vi uma senhora bem jovem se aproximar, tinha os cabelos negros e era bem branca. Aparentava não ter nem 40 anos, mas achei que devia ter sim. Era extremamente bem cuidada. A pele leitora era de uma maciez espantosa, que me chamou a atenção quando a cumprimentei. Os olhos eram da mesma cor do Dan.
- Caio. - Falou ela. - Até que enfim, queria muito te conhecer.
- Prazer, Dona Liana.
- Por favor, apenas Liana.
- Vou tentar me acostumar. - Ri.
Sentamos no sofá e falamos muito. Ela perguntou sobre minha vida e resumi ao máximo. Retirando os detalhes terríveis contei que tinha recebido a herança da minha mãe e agora queria terminar o ensino médio e fazer uma faculdade para aprender a gerenciar meus bens.
Descobri que ela era médica. Cirurgiã otorrinolaringologista e era muito conhecida. O pai do Dan era um publicitário muito conhecido no Paraná, que deixou um vasto patrimônio para os dois também. Ela tinha um cuidado extremo com o Dan, era o filho único dela.
- Sabe. Acho deprimente dele ser gay, só a parte de não ter filhos. Adoraria ter netos. Mas assim que casar ele me prometeu ter filhos por inseminação ou algo do tipo.
- Não vejo o Dan cuidando de criança.
- Nem precisa, ele é o homem da relação. - Falou ela.
Fiquei muito sem graça. Ela falou aquilo em um tom meio que de reprimenda, como se quisesse me chamar a atenção para o fato de eu ser passivo. Não tenho problema algum em acharem que eu sou passivo. Sou mesmo. Dou e dou bem gostoso. Quem achar ruim que vá se lascar. Mas não gosto que falem em tom de que o passivo é inferior só porque dá a bunda. Gay é gay. Se é passivo ou ativo é uma questão menor. Detesto quem menospreza os passivos. Eu sei que tem mais passivo que ativo e que o mercado funciona pela oferta e a procura. Mas passivo também é gente. Dar não tira a honra de ninguém, no máximo tira as pregas.
- Homem? Então ele precisa de uma mulher urgente. - Falei.
- Mãe. - Criticou o Dan. - Para com esse lance de que sou o homem da relação. Desde que te disse que sou ativo você fica com esse orgulho besta. Se continuar com isso vou dar meu rabo só pra você aprender.
- Daniel. - repreendeu Liana. - Não tenho preconceito. Só estou dizendo que você é grosso, bruto, igual homem e precisa de alguém sensível para cuidar de você.
- Mãe. O Caio era o capitão do time de basquete. As meninas do colégio corriam atrás dele antes dele assumir. Ele não tem nenhum trejeito e é mais bagunçado do que eu. E nem por isso ele é ativo.
- Dan, to achando o papo meio constrangedor. - Falei.
- Desculpa. Mãe. Bora parar?
Ainda bem que o jantar logo ficou pronto. Ela tinha feito um ensopado de alguma coisa vegetariana que achei tão gostoso que comi três vezes. Notei que meu preconceito com a cozinha vegetariana era mais porque o Dan era um péssimo cozinheiro e o Yoh só sabia fazer coisas simples nessa área.
- Gostou do jantar Caio?
- Adorei, eu nem diria que é vegetariano de tão bom. - Falei, me arrependendo de tais palavras logo a seguir porque notei que ela ficou levemente ofendida.
- Comida vegetariana não é sinônimo de comida ruim, os temperos que você come na carne são todos vegetarias, a carne em si não tem gosto.
- Não entendo disso. - Falei. - Então não vou discutir. Mas o ensopado está uma delícia.
- Você enlouqueceria com algumas coisas que a minha mãe faz. - Falou Dan entusiasmado.
- Caio, queria dizer que como namorado do Daniel, você é livre para ir e vir aqui quando quiser. Até dormir se desejar.
- Namorado? Não sou namorado dele!
O Daniel quase engasgou com a comida.
- Mãe. Pelo Amor de Deus. Eu te expliquei, a gente está se conhecendo.
- Sim, explicou. Mas porque você não quer namorar meu filho? - Perguntou se virando para mim.
- Não sei. - Respondi. - É como ele está falando, a gente está se conhecendo.
- O que você quer mais? O Daniel é bonito, inteligente, atencioso e até bem dotado ele é. O que é que falta no meu filho para você namorar ele?
- Falta ele virar homem e não ser controlado pela mãe como um moleque de 11 anos. - Respondi me levantando da mesa. - Esse jantar acabou para mim.
Continua...
P.S: obrigado aos que vieram ver mesmo sem ter certeza. Não escrevi muito hoje, mas amanha retorno com certeza. Ás 17:00 teremos um conto novo. Vamos saber pode onde anda Carlos Jr.