DEIXA EU SENTAR NO TEU COLO?
(Aquela nossa primeira vez foi uma coisa muito especial tanto para mim quanto para ela. Em outras ocasiões voltamos a transar naquela fazendo de sonhos, mas foi outra loucura que realmente marcou e fez Solange ficar desconfiada...)
Era uma quinta-feira e estávamos todos sentados no terreiro chupando cana, Solange meio sonolenta pegava piaba a todo instante.
— Vai te deitar Solange! – Marta sorriu ao ver a amiga pendendo a cabeça – Amanhã o Francisco vai vir mais cedo...
A lua derramava uma luz fria no lugar e a fogueira crepitava enchendo de sons fantasmagóricos os nossos pensamentos, Isabela sentada no colo de Joaquim trocava beijos apaixonados e Marina, sentada abraçada com Solange esticava a ponta do olho vez em quando para meu lado.
— É gente! – Solange jogou a toalha – Não vai dar pra esperar esse tocador, to caindo pelas tabelas... Tu vai ficar Marcos?
Também estava um pouco cansado, mas o olhar espichado de Marina me fez dizer que ia esperar um pouquinho mais. Solange se despediu e entrou, Marina seguiu a mãe e pensei que também ia se deitar. Já ia me levantando para também cair no ninho confortável dos braços de minha mulher quando ela voltou.
— Posso sentar no teu colo? – pediu.
Eu estava sentado num tronco de palmeira encostado num tronco de mangueira um pouco afastado do fogo, Marta e Joaquim conversavam baixinho e riam de vez em quando.
— Vem cá filha... – chamei – Tu sabes que pode sentar sem pedir...
Ela sorriu e sentou de frente para mim, me abraçou e repousou a cabeça em meu ombro. Fiquei sentindo o bafo da respiração explodindo em meu pescoço.
— Quem aceita uma dose de cana? – Joaquim se levantou e foi buscar o litro – Com esse frio que faz só cana ou arrocho de mulher...
Isabela e Marta riram.
— Se eu tivesse uma mulher bonita como a tua... – Joaquim parou de falar, Isabela tinha jogado uma banda da chinela em suas costas – Eu to brincando amor...
Recebi o copo com cachaça e entornei de uma vez só, um fogo desceu queimando minha garganta.
— Eita! Cabra bom de cana siô! – Marta falou – Não faz nem cara feia?
Não demorou nada pro Francisco violeiro chegar pedindo desculpas, fizemos de contas que estávamos chateados, mas logo voltaram as brincadeiras e ele começou tocar e cantar modas da roça, algumas conhecidas nos acompanhávamos.
— Cadê a Belinha Isabel? – Marta lembrou da sobrinha de Isabel – Não vi ela depois do jantar.
Isabel falou que ela estava meio febril, tinha ficado de molho nos últimos três dias e parecia ter pego uma gripe.
— Tenho uns remédios da roça de são supimpas! – Marta falou – Depois facho um chá pra ela...
A cachaça corria solta, Marta tinha providenciado espetos com carne que assavam no braseiro.
— Paizinho... – Marina falou no meu ouvido – Vou fazer xixi e volto já...
Correu para uma touceira de mato próximo e se aliviou, voltou e tornou sentar. A cantoria alegre parecia animar todos, Marina continuava calada e quieta, o que não é normal, mas não liguei muito para isso.
— O que essa menina tem hoje? – Isabel também tinha notado – Parece que a garotada esta meio pra baixo...
E continuamos cantando até que, sentindo um pouco de câimbra pela posição de minha perna fui fazer massagem na área do joelho e toquei, sem querer, na bucetinha de Marina.
— Cadê a calcinha filha? – perguntei estranhando.
— Há! Pai... To com vontade de dar uma trepadinha... – ela sorriu e meteu a língua em meu ouvido – Desde ontem a gente não trepa...
Olhei para ela e sorri.
— Você está dando mole pro azar filha... – mas minha mão continuava encoberta pela manta que ela se cobria – Assim todo mundo vai terminar ficar sabendo...
Passei a mão na beiradinha, meti a ponta do dedo e ela suspirou, estava meladinha e doida pra fazer outras coisas.
— Bota teu pau pra fora... Ninguém vai ver, a manta encobre...
Olhei para ela e sorri, era loucura o que me pedia, Marta não estava tão longe e Isabel vez por outra olhava para a gente. Mas a cachaça me fez perder qualquer receio que pudesse haver e fiz o que ela pediu.
— Mete pai... Mete...
Não tinha como fazer sem que ela também ajudasse.
— Levanta um pouquinho... – ela se levantou e eu manipulei meu pau – Agora senta.
(Marina sentou e entrou tudo de uma só vez, ela suspirou, era muito grosso, mas ela sentou e, ao contrário de Solange, nunca reclamou do tamanho ou da grossura, era mais valente e gulosa que a mãe...)