Antípoda - Parte 7

Um conto erótico de Hogu
Categoria: Homossexual
Contém 1784 palavras
Data: 20/05/2013 02:26:48

Boa noite õ/. Desculpa pela demora, andei ocupado esses dias. Desculpe qualquer erro.

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- E então filho? Como foi lá? Te exploraram muito?

- Não mãe, foi bem tranquilo se quer saber... - Claro que omitiria a parte deu lavar a van – As pessoas são até muito simpáticas, principalmente a supervisora.

Contei a ela cada detalhe do meu dia no caminho, ela ouvia atentamente. A princípio ela parecia alerta a qualquer deslize, mas aos poucos foi relaxando.

- Thales não é aquele menino que te salvou?

- É sim

- Que bom! Qualquer dia você me apresenta ele, deve ser um ótimo rapaz lidando com trabalho voluntário.

- Com certeza...

Foi um fim de dia atípico pra mim, jantei cedo e fui dormir mais cedo que o normal. Trabalhar com crianças realmente suga todas as suas forças, olha que era só o primeiro dia. Antes de cair no sono eu me peguei pensando mais uma vez no cabeça de mola, como ele fazia tudo aquilo de livre e espontânea vontade. Precisava saber mais sobre eleAs semanas foram passando, eu o observava absorto brincar com as crianças, se divertindo igual como se fosse uma delas. Engraçado como ele conseguia conciliar tudo aquilo com os estudos, o pensamento pré-vestibular, a muito mais tempo que eu claro. Uma pontinha de respeito, além daquele gerado pela gratidão, nasceu dentro de mim por ele.

- E então, a quanto tempo você é voluntário aqui? - Enquanto juntava os brinquedos espalhados na hora da soneca.

- Desde do começo desse ano, na verdade eu já estive aqui quando era menor, minha mãe é uma das idealizadoras deste espaço. - Respondeu – Estávamos em outra cidade, quando voltamos eu resolvi vir ajudar.

- Sei... Como era no seu outro colégio?

- Era bom, tive que deixar muitas amizades quando vim pra essa cidade, meu pai mudou o estabelecimento por ser mais promissor pros negócios – Falou entristecido.

- Mas como você consegue? Tem que ter muita energia pra lidar com crianças o ano todo! Eu faço academia duas vezes por semana mas confesso que fiquei exausto.

- Eu até entendo sua admiração, mas é até relaxante vir aqui... Fugir da rotina. - Parecia pensativo.

- Que rotina?

- Er.. Estudos sabe... - Ele pareceu meio desconcertado.

Entendi que ele não queria falar algo, estava curioso pra bombardeá-lo de perguntas sobre seus atos inexplicáveis, mas não queria afastá-lo. Correu então uma ideia um tanto curiosa.

- Bem... Você quer ir na festa de aniversário da Sofia esse sábado? Meu amigo é namorado dela e talvez eu descole um convite pra você – Diego acabou se aproximando dela. Sofia era filha de um grande empresário, mas era diferente do esterótipo de garota rica e mimada. Talvez seja por isso que o Diego gosta dela, fora ela ser uma loiraça de corpo escultural.

- Não obrigado – Respondeu sem tirar os olhos de um pato de borracha.

- Por que não?? Todo mundo está querendo ir!?

- Não gosto de lugares cheios, principalmente festas de jovens.

- Cara... Isso foi a coisa mais nerd que eu já ouvi, você é o que? Um velho?? - Estava abismado com a tamanha frieza com que ele tratava um evento tão esperado. A festa iria ser na casa da Sofia, uma mansão que fazia a minha casa parecer um barraco.

- Não, só meio claustrofóbico – Riu da própria piada – Sou um pouco chato pra essas coisas, nem conheço a aniversariante direito, então não há o que prestigiar.

Aprendi nesse pouco tempo que ele era difícil de ser persuadido, não conseguiria trazê-lo para a festa sem um bom argumento. Terminamos de arrumar a bagunça e já nos preparávamos para ir embora, quando me ocorre outra ideia.

- E ir ao cinema você topa? - Percebi o quão estúpida ela pareceu.

Ele me olhou desconfiado.

- Não acha um pouco cedo pra isso? Quer dizer... Eu sei que eu te dei uma chance pra reavaliação, mas é difícil esquecer tudo aquilo.

- Eu sei... Mas é que.. Sabe – Enrolei-me nas próprias palavras – Desculpa.

Ele me observou durante um tempo e disse:

- Não tem o porquê se desculpar, eu aceito sim ir ao cinema. Vai levar algum amigo junto?

- Não a princípio, eu queria muito ir, mas não tenho tido oportunidade e eles estão todos ocupados.

Combinamos de nos encontrar no shopping as 2h do sábado, salvei o seu número no meu celular e ele o meu, era uma boa oportunidade de conhecê-lo melhor. Não sabia qual filme veríamos, isso ficou pra ser decidido na hora.

No dia referido estava em casa na frente do espelho me arrumando, pensava como era estranho meu comportamento... Há alguns meses eu estava querendo socá-lo até dizer chega, hoje eu estava indo ao cinema com ele... Coloquei uma camisa polo e uma bermuda. Aviso pra Sônia que só voltaria mais tarde, pra me arrumar pra festa e saio.

Recebo uma mensagem dele me avisando pra encontrá-lo na praça de alimentação, ele estava lá devorando um sanduíche.

- Nossa, nem me esperou!

- Desgulca, não pu... - Engoliu – Não pude esperar por você.

- Sei, vou aproveitar e comer também.

Quando volto com a bandeja ele já estava comendo as batatas, mas de maneira mais pausada. Sento-me em sua frente.

- Tava passando fome? - Rio

- Muita, passei a manhã com o meu pai andando de lá pra cá. Ele está vendo as coisas pra nova loja, então eu dei uma força.

- Garoto prestativo você ein?

- Nem tanto, eu queria dormir até tarde hoje – fazendo uma careta – mas você não conhece o meu pai, fui praticamente arrastado. Quando vi estava olhando incensos numa loja de atacados de um chinês.

- Mas sabe... Eu queria saber mais de você – Cotinuou.

- De mim? - Perguntei surpreso.

- É, o que você pretende fazer no vestibular deste ano?

- Eu não sei, não vejo nada com que me identifico... Estava pensando em Direito ou Economia.

- São boas escolhas, eu queria fazer Engenharia Eletrônica. No colégio tem o técnico, mas eu não pude fazer por chegar no 3º ano.

- Sério que você gosta daquilo? - Lembro do João e o seu jeito esquisito.

- Lida basicamente com controle da energia elétrica ao nosso favor, é bem simples quando você domina o básico. Mas mudando de assunto, você está gostando lá da instituição?

- Olha eu confesso que eu não suportava a ideia de ir pra lá cuidar de criança, mas até que eu estou gostando. A Rose é uma pessoa muito amável, as crianças até que não perturbam muito... E você também é um cara muito legal afinal de contas – O Vejo corar de leve apesar da pele morena.

- O.. Obrigado você também não é um total pitboy que eu achava – Rimos juntos – O que você fez pra ir parar lá?

- Bem – Tomei o resto do refrigerante, – Quebrei a cara de um folgado que estava dando em cima de uma garota que eu estava ficando – Não sei porque, mas estava envergonhado de falar isso.

- Você tem que aprender a contar até 10. Poderia acabar mal de diversas formas se o cara estivesse armado ou com um grupo – Mal sabe que eu é que estava...

- Sem dúvida, terei mais calma na próxima – Olhei no relógio – Vish, melhor nos apressarmos ou vamos pegar a seção de meia-noite.

Era época de baixa temporada, os melhores filmes eram animações, não tinha objeção sobre isso e nem ele. Eu era do tipo que sentava ao fundo com a turma pra zoar, mas ele era do tipo que sentava no meio pra pegar o melhor ângulo da tela. Compramos pipoca na entrada, mas a dele acabou antes da metade do filme e ele já estava avançando na minha.

- Calma aê buraco negro – falei baixinho – essa pipoca é minha!

- Deixa de ser egoísta – sem tirar os olhos da tela também baixinho, acabei cedendo.

Nesse meio tempo as nossas mãos começaram a se tocar por breves instantes a cada investida dele no meu saco de pipoca, eu sentia algo diferente e esquisito, mas ele se mantinha fixo no filme. Já eu perdi a concentração.

Após o fim do filme, ainda passamos em algumas lojas de eletrônicos, jogos e algumas voltadas para nerds (artigos para otakus, HQs e etc) que eu nem sabia que existia. Tinha que assumir: Estava me divertindo muito. Eu só o via sério a maior parte do tempo, mas era agradável sua companhia em situações assim, que ele estava descontraído.

Porém infelizmente eu tenho o dom de estragar as coisas...

No caminho de volta a caminho do ponto de taxi (fiz questão de pagar a corrida pra deixá-lo em casa por já estar de noite), eu tenho que fazer a pergunta errada tentado pela minha curiosidade.

- Thales, como você fez aquelas coisas?

- Que coisas?

- Aquelas paradas no vestiário e depois do assalto.

- Eu não quero falar sobre isso – Abaixando a cabeça.

- Vai me fala, eu juro que não vou contar pra ninguém, você é alguma espécie de bruxo?

- Eu sabia – Ele parou e deu um passo pra trás – Você só estava interessado nisso! - Estava visivelmente magoado – Quer saber? Eu vou de ônibus mesmo, boa noite pra você.

- Espera, desculpa! Eu não queria te deixar constrangido.

- Com você é sempre assim né? Erra e depois pede perdão. Lembra do que eu te pedi?

- O quê?

- Me deixa em paz, agora é pra valer – dando as costas pra mim.

Quando ele se distanciava, eu fui invadido por um sentimento de remorso e desespero, não era isso que eu queria, como eu era idiota! Mas afinal o que eu queria? Qual era o meu interesse no Thales? Eu não conseguia responder, mas sabia de uma coisa: Não queria que ele fosse embora. Corri pela rua vazia e segurei o seu braço. Ele fez força pra se soltar então eu o pressionei contra o muro próximo.

- Me solta Erick, isso não vai acabar bem, to te avisando! - Ele me olhava igual no dia no vestiário.

- Eu menti pra você – Aproximei o meu rosto do dele surpreendendo-o, olhava no fundo dos seus olhos castanhos, apesar da iluminação não ser das melhores.

- So... Sobre o quê? – trêmulo pela surpresa.

- Eu não consigo te deixar em paz.

Foi então que eu o beijei, no início ele resistia, mas aos poucos começou a corresponder. Não era a primeira vez que beijava alguém, eu nunca acreditei nesses romances que diziam que o mundo parava por nunca ter acontecido comigo... Até agora. Nossas línguas se entrelaçavam de uma maneira voraz, de alguma forma eu estava descontando toda a minha antipatia e raiva, necessidade de chamar a atenção. Tudo aquilo tinha um significado agora pra mim: Eu queria ele.

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Os pontos que eu queria chegar estão acontecendo, o próximo capítulo (ou 2 dependendo do tamanho que vai ficar) já estão quase prontos, então possivelmente não irei demorar ^^. Fiquei feliz pelo retorno positivo e até pedidos por continuação, espero satisfazer a expectativa de vocês apesar de ser "noob" ainda como autor D:


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Comentários

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Legal, estou gostando bastante da série.

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Sr., sua escrita eh tão rica. Consegue envolver ficção sem ficar forçado, por isso, jah amo vosso conto. Agradeço a leitura. =)

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Adoro simplesmente por ser diferente desses contos fuleros de romances gays no colegio! Parabens pelo talento!

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De NOOB você não tem nada! Seu conto está maravilhoso. Estou ansioso pela continuação!

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hmmmmmm sei não, mas acho que alguém vai acabar com um olho roxo rsrs

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