***ANTES de começar este conto, tenho duas coisas a declarar: (1) quero retribuir aqui o carinho recebido de algumas pessoas que com comentários ou e-mails fizeram deste que vos escreve muito feliz, e muito empolgado para continuar este trabalho: MJ (meu marido e fiel crítico), artur Aleandro, frannnh, grimm, Guga05, Hyan, JDsemprequer, Krikasx, PeqPrincipe, SergioF, Venusiano, Yan_, Zeroberto e mais recentemente Junim (E.T.); e (2) Decidi transformar alguns contos que eu tinha soltos mas que tinham ligação, em uma “quase-série”. Prometo que não vai ser longa, nem infinita. Digo “quase” porque surgirão eventos fora de ordem cronológica e não pretendo fazê-los completamente dependentes um dos outros. Mas a partir daqui, estou escrevendo alguns causos que ocorreram com a Família Coniglio, por isso o nome “Crônicas da Família Coniglio”. Espero que vocês apreciem.***
Eu já contei aqui na CdC como eu conheci a família do Toni, e principalmente meu contato com meu cunhado e meu sogro. Isso aconteceu faz algum tempo, e as coisas foram regredindo e evoluindo de algum jeito. Meu cunhado simplesmente surtou, e nunca mais falou com o Toni e comigo por tabela. As mágoas que ele sentia pelo irmão eram muito maiores do que o amor. Seu Genaro passou a nos apoiar, e fazia questão de me ter (e meter) em casa, em qualquer jantar fosse íntimo ou festança de família. O que acabou se sucedendo foi que acabei sendo convidado para o Grande almoço de Natal da Família Coniglio e seria um sinal de desonra se eu recusasse.
Na família do Toni, aqui eu me refiro à família Coniglio inteira, não se tem o costume de trocar presentes entre os adultos no Natal. A surpresa e a ansiedade ficam a cargo dos pequenos diabinhos e dos adolescentes. É claro que eu dei um presente para o Toni, e para meus sogros. Mandei um presentinho pequeno para o Luigi e esposa. E teoricamente era só. O curioso é que todos os adultos são padrinhos de pelo menos um piá ou guria, e Caroline, a prima adolescente filha do Tio Mauriccio é a apadrinhada por Toni. Agora, oficialmente ela tem dois padrinhos e uma madrinha. O legal é que Toni tem uma paixão pela Carol, cuida dela desde que era apenas um bebê.
Decidimos então presenteá-la com um livro sobre moda que ela tanto sonhou em ter. Um livro encomendado que me saiu o olho da cara. Quase trezentos reais. Estava fazendo esse sacrifício porque a guria tinha talento. Eu vi muitos croquis dela, e ela arrasava. Lá fui eu buscar o livro na Livraria Cultura no começo de dezembro. Não queria pegar o shopping abarrofado de gente. Aqui em Curitiba, a livraria fica no shopping com o mesmo nome da cidade, aquele cujo estacionamento é tão profundo que eu não sei se eu entrei mesmo no brasileiro, ou se fui parar em Shangai.
Subi até a livraria, que é uma graça de fofa e bem localizada. Um lugar gostoso que me lembra um pedacinho de Sampa. Sempre que vou lá, sinto como se tivesse sido transportado para uma miniatura da livraria do Conjunto Nacional. Fui ao setor especial, bem na entrada para encomendas e reservas e peguei o livro da guria. O livro era maravilhoso à primeira vista: capa refinada, páginas lustrosas, escrito em português, espanhol e italiano, um luxo que só. Espero que a Carol saiba aproveitar. Segurei o livro na mão e segui pelas prateleiras olhando e folheando alguns. Decidi dar uma olhada na seção de biografias. Estava à procura de um livro só que não encontrava. Dobrei um corredor e vi um atendente agachado, recolocando alguns livros na prateleira.
— Moço, moço — disse-lhe. O rapaz levantou, e pude ver então que ele era quase do meu tamanho. Cabeça raspada à zero, óculos com armação cinza, não magro, nem gordo, novinho, algumas espinhas na cara. A barriguinha saliente indicava que ele não era chegado aos esportes. O curioso era o crachá dele com sua foto, e no lugar do nome estava escrito “Lobo”.
— Olá, boa tarde — sorriu. Seus lábios eram carnudos e seu sorriso era jocoso. Suas bochechas criavam dois montinhos enquanto sorria, de forma bem engraçada.
— Vocês tem o novo livro sobre a biografia da Coco Chanel, que tem a hipótese de que ela foi uma espiã nazi?
—Coco Chanel... — olhou para o livro que estava na minha mão e sorriu mais uma vez — Sei... Sei sim. Um minuto, por favor — e foi ao micro que estava perto dele, pesquisou por um instante, e fez uma expressão curiosa, foi ao corredor onde ficavam as biografias e voltou com um livro na mão — Aqui, cara. Só pagar no caixa.
— Ah... Obrigado! — suspirei por um instante. Estava em duvida, não sabia como ele iria reagir, mas não contive minha curiosidade. Quando eu estava prestes a sair, perguntei — Desculpas, mas... O seu nome é...?
— Lobo.
— Lobo mesmo?
— Sim... É uma história longa, meus pais são meio pirados. Todos em minha família têm nomes assim.
— E pelo teu sotaque quase imperceptível aos ouvidos de um paulistano, percebo que você não é daqui. É de Sampa, acertei?
— Sim... — sorriu ele — Nem você — rimos juntos, comentamos rapidamente como era morar longe de Sampa e fui ao caixa pagar.
Okay... Preciso sempre me controlar quando vou à livraria, do contrário gastaria muito mais do que eu ganho por nunca perguntar o preço das coisas já que pra mim, é muito prazeroso ir até lá e ler livros.
Voltando à festa de natal, descobri com a proximidade da data que os Coniglio tem um jeito muito peculiar, e bem tradicional de suas origens de comemorar o Natal. Eles são em sua maioria católicos do tipo apostólicos romanos, é claro, e seguem algumas coisas à risca. Na véspera, todos vão lotar algumas fileiras da Catedral Metropolitana, que fica na Praça Tiradentes, aqui em Curitiba. Eu não tenho religião. Tampouco me considero cristão. Mas, confesso que a Catedral é uma construção muito bonita. E depois da “Missa do Galo”, vai todo mundo dormir, porque no dia seguinte, dia de Natal, é que eles vão comemorar de fato.
Toni dormiu em casa, de conchinha comigo. Acordei mais cedo que ele, como eu sempre faço e fui preparar o café. Eu tenho uma daquelas maquinas de fazer pão bacaninha, e super prática. Comprei os ingredientes previamente, e quando fui à cozinha, pela manhã, lá estava aquele cheiro delicioso de panetone caseiro. Um café preto coado bem quentinho, uma tigela com granola, frutas secas, mel e leite e um copo de suco de uva. Sim, eu exagero a esse ponto quando eu faço um café-da-manhã na bandeja para quem eu amo.
Entrei no quarto, sentei na beirada da cama, com aquela bandeja e dei um beijo de bom dia no meu belo adormecido. Ele balbuciou qualquer coisa, enquanto comia. Eu fiquei ali, observando ele comer, ora fazendo-lhe carinho, ora beijando suas pernas. Terminado o café, fomos para o banho. Desde o começo do namoro, se estivermos juntos (na minha casa, ou no hotel) sempre tomamos banho juntos. Virou lei. Entramos debaixo do chuveiro e lá ficamos um tempo. Ensaboados e enxaguados, sempre chega a hora do meu leitinho matinal. Ajoelhei-me e comecei a chupar a rola do Toni.
Eu amo o Toni por todas as qualidades que ele tem, e por ele ficar comigo como eu sou. Mas amo ainda mais, porque embora eu conheça o membro de alguns membros da família (é um trocadilho infame este, eu sei), o membro de Toni é o que eu mais gosto. Ele foi feito anatomicamente para o meu bocão. Aquela rola não cansa a mandíbula e além de tudo é saborosa. Não sei o porquê, mas tem um gostinho especial. Acho que de amor. Toni também tem um jeito carinhoso de foder-me a boca. E este jeito conquistou meu coração. Socou até gozar. E senti aquele leitinho quentinho invadir minha boca ouvindo-o gemer bem baixinho.
Depois do banho tomado, da roupa vestida, saímos nós no carro do Toni, e pegamos estrada, seguindo até quase chegar em Santa Catarina, naquele mesmo lugar onde eu conheci a família dele pela primeira vez. Chegando lá, era inacreditável: eles tinham contratado um buffet muito elegante, e tinha até uma banda especial, que ficava tocando todas as musicas em pífaros. “Il Piferari” como me contou tio Mauriccio depois.
As mesas estavam todas decoradas com toalhas champagnes e detalhes em dourado. Os arranjos tinham uma mescla de vermelho sangue e verde bem escuro. Aqui no Paraná o artigo mais fácil de encontrar é a pinha para decoração. Um dos pinheiros da chácara, relativamente jovem foi enfeitado para ser a grande arvore natalina. Curiosamente, na árvore havia um enfeite bem diferente dos vistos aqui no Brasil. Pendurada na árvore estava a Befana, a bruxa que dava doces e presentes às crianças boas, e carvão para as ruins, como me explicaram depois.
As pessoas novamente estavam em seus “currais”. Primos adolescentes, primos adultos, tios, tias, noras, genros da nonna, e tudo mais. Os diabretes disfarçados de crianças estavam todos lá esperando o Babbo Natale com os presentes legais. Quando notaram que Toni e eu estávamos lá, foi um tal de abraça e beija. Todos os tios, todas as tias, a mãe e o pai do Toni, todo mundo queria desejar feliz natal. Fui cumprimentar a Nonna, e ela lá estava ela encantadoramente vestida de vermelho, com detalhes dourados ao lado do enfermeiro-deus-grego dela. Abraçou-me forte, proferiu uma benção.
A família Coniglio não era adepta do peru. O banquete tinha suculentos pratos que envolviam enormes peixes assados, e umas saladas com batatas e outros tubérculos. Tinham muita massa (nem imagino o porquê!) e tinha muitas iguarias. Comemos, conversamos, bebemos vinho branco, conversamos, balançamos as mãos, discutimos e quase saímos na porrada (alguns tios, eu não!). Depois de tudo isso, veio a hora da entrega dos presentes. Descobri que anualmente os tios, que em geral são homens que passaram dos cinquenta, baixos e barrigudinhos, revezam para ser “Il Babbo Natale”. No meio da sobremesa, três tios aleatoriamente saem da mesa mais o tio escolhido. Neste ano, Tio Mauriccio foi o “sortudo”. Combinamos que eu iria ajuda-lo, já que eu tinha comprado o tal do livro que a Carol queria.
Saímos de fininho, e subimos para a casa da frente da chácara. Seguimos até o quarto dos fundos, que ficava bem distante da festa. Entrando lá, Tio Mauriccio pediu para trancar a porta. Na cama, estava a roupa de Papai Noel estendida, com direito a peruca, gorro e botas. Sem perder tempo, Tio Mauriccio foi tirando a roupa na minha frente, ficando peladão. Eu levei um susto e virei-me de costas, esperando ele vestir-se.
— Que foi, piá?
— Nada não, tio. Eu só não esperava...
— Me ver pelado? Conta outra, piá! — e gargalhou. Virei meio titubeante e não pude evitar a queda de meu queixo. Tio Mauriccio era alguns anos mais novo que o Seu Genaro, meu sogro. O coroa pelado na minha frente deixou-me estarrecido. Ombros largos, muitos pelos, barriguinha saliente, bem delineada, quase de mentira. As pernas bonitas e aquela jeba cheia de veias, meia bomba completavam a visão.
— Tio, não quer começar pela barba? — perguntei. Ele concordou e sentou na cadeira, ainda pelado. Passei a bendita cola para fixar a barba, o que deu um trabalho. E enquanto colocava, não pude deixar de perceber que o coroa ficava alisando aquele cacetão. Eu alí, bem juntinho do corpo dele, colocando o negócio desafiador na cara dele, enquanto ele alisava a jeba com uma mão. Quando eu finalmente terminei, ele levou a outra mão a minha bunda e desceu pela minha perna, causando-me um arrepio.
— Agora que você fez a barba, falta cabelo e bigode, né? — e riu. Por aquela eu não esperava. Aliás, tinha que começar a parar de duvidar daquela família lasciva. Ao me afastar, já vi que de meia bomba, a pica do tio já tava durassa. Por mais que eu quisesse, não resistiria àquela cena. Tio Mauriccio apenas balançava a cabeça e podia-se ver o sorriso por trás daquela barba. Ele se inclinou e ajoelhei-me para cair de boca no mastro do tio. Que picona! Sugava-lhe com dificuldade, e ao passo que eu chupava, dela saia aquele melzinho salgado que eu adoro. Quanto mais chupava, mais mel saia. O coroa gemia bem baixinho e conduzia minha cabeça pra cima e pra baixo. Estávamos alí naquele vai e vem gostoso, quando Tio Mauriccio tira minha boca do caralho dele e diz —Agora, venha cá, piá. Senta no colo do Babbo Natale e me conta: Você foi um bom menino? — riu.
Ele se inclinou e eu virei-me de costas e fui sentando à seco. Aquela jebona ardeu ao adentrar meu buraquinho. Ameacei levantar, e o Babbo Natale foi me segurando. Aos poucos, fui abaixando, e abaixando, até ter aquela pica socada até o talo na minha bunda.
— Você foi um menino bom ou menino mau?
— Fui muito mau, tio.
— Então vai levar surra de pica do Babbo, pra ver se aprende — e segurou meu quadril, me levando pr’um sobe e desce com o pau cravado. Aquela posição era novidade, e a pica do Babbo estava massageando minha próstata, causando-me um tesão imenso. Seguiu socando e sussurrando em meu ouvido que eu era um menino mau e em pouco tempo, meu pau estava jorrando porra. Tio Mauriccio tirou-me de cima dele, e encurvou-me para socar mais fundo. Estava encurvado na cama, enquanto ele socava na minha bunda com uma perna apoiada na cama. Ele continuou socando forte, e tirava a pica totalmente, e depois socava tudo bem fundo. Numa dessas estocadas fundas ele anunciou o gozo e inundou minha bunda de porra com jatos fundos. Limpamo-nos e então terminamos de vestir sua fantasia.
Pegamos o saco de presentes que estava escondido e ajudei a colocar nas costas do Babbo, e saímos. Ao chegar lá fora, todos os apadrinhados estavam sentados no chão, só aguardando a hora do presente. Tio Mauriccio tinha a perfeita imitação de bom velhinho. A piazada sabe quem é padrinho e madrinha de quem, mas, é lindo ver os olhinhos brilhando de alegria pelo presente recebido do Babbo Natale. Carol, a “minha” afilhada era uma adolescente que já tinha passado da fase do bom velhinho, e quando ela abriu o presente, soltou um grito estridente, e começou a saltar feito perereca. Tio Mauriccio riu contente por de trás da fantasia, pela felicidade da filha. Ela saiu correndo e veio abraçar Toni e eu.
— Ai Tioooooooss! Adorei, adorei, adorei, adorei, adorei!!! — e gritou mais uma vez — “100 Contemporary Fashion Designers” do Terry Jones era TUDO, tudinho o que eu mais desejava!!!
Crianças alegres com seus presentes, adultos satisfeitos com a festa, estavam todos tomando um espresso e comendo panetone, em seus respectivos currais. Babbo Natale não iria desfazer a magia da festa e por isso continuou ali, a caráter. Toni acabou indo pra rodinha dos primos adultos, e eu fiquei na roda dos tios. Ainda não me sentia confortável como “curral” dos primos.
— Grazzie per tutti, Pedro — disse Tio Mauriccio — Você conquistou Carolzinha de vez.
— Eu é que preciso te agradecer Babbo Mauriccio... — e sorri pra ele. Seu Genaro e muitos outros tios se entreolharam, e então Tio Giovanni virou para mim e disse:
— Pedro, meu filho, temos um presente para te dar neste Natal — fui pego de surpresa.
— Aliás, é um convite — disse Tio Lucca, o mais alto de todos os tios.
— Sabemos que você estudou em boas escolas de finanças em São Paulo, e sabemos que você tem um bom trabalho aqui em Curitiba, mas... — disse Tio Giovani.
— Mas, precisamos que você venha para a nossa empresa, precisamos de você dentro do Grupo Coniglio — continuou Seu Genaro.
— Eu??? Por que eu?
— Pedro... O departamento de finanças é o único que não tem um representante da família Coniglio. Nessuno de noi teve a capacidade de gerenciar aquele departamento. Precisamos de uma pessoa de confiança, e achamos que pra você começar, sendo assistente do Rogério tá bom... — completou Tio Alfredo.
Todos fizeram cara de quem esperava o resultado de uma operação. Confesso que aquilo era uma surpresa e tanto! Quanto mais o tempo passava, mais próximo dessa família eu ficava. Aceitei para o delírio da galera. Os tios me parabenizaram, e desejaram-me sorte. Seu Genaro e Tio Mauriccio apertaram-me e deram um beijo em meu rosto. De longe, eu só pude reparar na cara do líder do braço germânico parado, sério, com a expressão de desaprovação.
Já estava anoitecendo quando pegamos estrada de volta para Curitiba. Contei a novidade para o Toni, que confessou-me que já sabia. Muito embora ele não faça parte da empresa, seu pai e alguns tios vieram perguntar-lhe como eu era, e se ele aprovava minha entrada no Grupo. Rimos sobre alguns detalhes e seguimos rumo ao meu apartamento, o nosso ninho de amor. Este foi meu primeiro Natal com os Coniglio.
***OBRIGADO por ter chegado até aqui! Quero agradecer de coração a sua paciência e pedir para que expressem suas opiniões sobre este e outros contos que publiquei aqui na Casa dos Contos. Sua nota e comentário são sim importantes para mim. Espero ter agradado, e desejo tê-los novamente quando surgir mais um capítulo de “As Crônicas da Família Coniglio” ou qualquer outro conto que eu venha a escrever. Para um comentário mais elaborado, ou, para simplesmente virar um keypal, escreva para Até mais!***