O Liceu (Vulgo "Molestado no Colégio Interno")

Um conto erótico de Felipe Mariano
Categoria: Homossexual
Contém 4300 palavras
Data: 17/07/2011 17:05:37
Última revisão: 17/07/2011 17:12:24

O céu estava escuro, prometendo uma chuva forte, as primeiras gotas de água já caíam no chão, e eu ouvia às minhas costas o barulho do carro indo embora, enquanto eu estava ali, parado de pé, com minhas malas na mão, olhando para a fachada do prédio, era uma fachada antiga, cujo contornos e enfeites portavam um ar severo que contrastava com a pintura em cores suaves, com certeza resultado de uma reforma recente que visara dar ao edifício um ar mais alegre e menos opressor do que ele tinha anteriormente.

Ali, eu tentava lidar com a noção de que minha vida mudaria completamente daquele momento em diante, e me lembrava da minha vida antiga...

Nasci filho único numa família de classe média alta, muito religiosa, numa uma cidade média do interior. Estudei sempre nas melhores escolas e fui educado praticamente pela minha mãe apenas, pois meu pai estava sempre trabalhando ou resolvendo os problemas da Igreja da qual era pastor. Minha mãe, embora tivesse a intenção de seguir as recomendações de papai sobre como me educar para me transformar num homem, era muito conivente comigo em certos aspectos: teve sucesso em me ensinar respeito, responsabilidade e obediência aos pais, mas falhou em me fazer um rapaz assertivo, enérgico, extrovertido ou auto-afirmativo.

Meus pais sempre tiveram orgulho de mim, pois era bom filho, estudioso, sensato, nunca dei problemas e demonstrava inabalável fé em Jesus Cristo e grande engajamento nos programas da Igreja, apesar de na verdade alimentar profundo desinteresse pelo Cristianismo e me envolver em atividades religiosas apenas para manter a harmonia na casa.

Porém, conforme o tempo foi passando, as consequências da criação de minha mãe foram tornando-se mais óbvias para meu pai: não era de sair muito, nem mesmo com os jovens da Igreja, como ele queria, não tinha amigos de verdade, não praticava esportes e nem mesmo me envolvia com garotas. Achava que eu não era feliz, na verdade eu era, mas do meu jeito: preenchia meu tempo livre com a leitura, a pintura e outras atividades culturais que sempre foram incentivadas por minha mãe, tudo isso me distraía e me mantinha longe das atividades que meu pai considerava masculinas, por isso ele começou a me considerar fraco, tanto de físico quanto de personalidade.

E quando eu tinha doze anos meus pais começaram a discutir sobre meu futuro, convencido de que a criação que mamãe me dera não satisfazia todas as necessidades, e vendo-se incapaz de largar os negócios da família e a Igreja para tentar me educar à sua maneira, na verdade, duvidando se seria capaz de recuperar os danos acumulados por vários anos, meu pai meteu na cabeça que a solução seria me mandar para um internato masculino, onde eu seria forçado a desenvolver independência e a interagir mais com as pessoas, especificamente com outros garotos da minha idade.

Minha mãe, obviamente, argumentou, reclamou, bufou, chorou e disse não. Demorou um ano e meio, mas meu pai finalmente conseguiu fazê-la aceitar que sua decisão seria o melhor para mim e que ela, como boa esposa cristã, deveria obedecer ao marido nessa questão. Eu fiquei sem chão, pensei que nunca minha mãe deixaria aquilo acontecer, mas meu pai a convenceu bem a tempo, já que no final daquele ano terminaria a 8ª. série do Ensino fundamental e assim eu poderia fazer meu Ensino Médio inteiro num internato sobre o qual ele tinha ouvido falar muito bem.

E é por isso que eu estava ali, à frente daquele prédio, já sem poder ouvir o barulho do carro que já não se via mais ao horizonte, restava-me apenas na memória os sons da despedida, minha mãe chorando, dizendo que me amava muito e fazendo mil e uma recomendações. Depois veio a despedida de papai, que me abraçou, me beijou o rosto e disse para que eu ficasse com Jesus, em seguida, demonstrando sua frustração não assumida perante a cultura de minha mãe, tentou dar uma de intelectual e recitou uma frase que com certeza teria decorado nas aulas de literatura do Ensino Médio sem aprender o contexto da obra em que estava inserida.

- “Vais encontrar o mundo. Coragem para a luta!” – e depois sorriu para mim, certo de que eu teria lembrado da citação e estaria orgulhoso dele agora.

Simplesmente sorri e lhe abracei de novo, enquanto eu e mamãe trocávamos olhares de desaprovação, ambos incomodados pela frase. “Bastante experimentei depois a verdade deste aviso”, na verdade, experimentei até mais do que Sérgio, o personagem do livro.

E assim, tendo saído do breve passeio que fiz das minhas memórias mais antigas até as mais recentes, decidi sair da chuva entrando no colégio, um liceu, para ser mais específico, subi as escadas com sofreguidão por estar carregando pesadas malas.

Fui recepcionado por um senhor que se dizia um dos preceptores, que logo aprendi ser o nome da função daqueles que têm a obrigação de supervisionar os jovens durante suas estadias no Liceu, ele mandou um dos funcionários pegar minhas malas e levá-las até o quarto enquanto ele me apresentaria às instalações do colégio. Por morar longe, fui o último rapaz a chegar à escola, e por isso via os demais garotos andando pelos corredores e conversando uns com os outros já com certa familiaridade. Além de me sentir acanhado pelo fato de ser tímido e por ter chegado mais tarde, também me intimidou a diferença física entre mim e eles pois, além de estar um ano adiantado nos estudos e ser portanto mais jovem do que a média, também tinha um corpo pouco desenvolvido para a idade de 14 anos.

Mas meu acanhamento foi logo sendo substituído pela impressão que o Liceu me passou com suas instalações enormes e variadas. Ele era dividido em vários prédios, a maioria muito mais nova do que aquele pelo qual entrei, havia um imenso refeitório, quadras para futebol e basquete, pista para corrida, piscina, oficinas de carpintaria, salão para cerimônias, salas multimídias e claro, salas de aula convencionais. Era tudo tão grande que era possível se perder ali dentro. Tudo isso para atender um corpo discente de 500 jovens de ambos os sexos, cursando o Ensino Médio.

Por último fui apresentado aos dormitórios e ao meu quarto privativo e ouvi as regras da instituição, horário das aulas, horário de café da manhã, de almoço e jantar, toque de recolher, responsabilidade pelos seus objetos pessoais (que incluía lavar e passar roupas) e disciplina. Então finalmente fui deixado em paz e aproveitei para ficar o resto da tarde na cama, lendo Jane Austen, ouvindo Wagner e pensando em como eu deveria ser o único menino no mundo que gostava de ler Jane Austen e ouvir Wagner, me levantei apenas na hora do jantar, pois tive que escolher entre interagir com as pessoas ou passar fome.

Vesti o uniforme do Colégio e fui para o refeitório do 1º. ano, peguei minha comida e procurei uma mesa isolada para sentar, não encontrei, todas as mesas tinham vários metros de comprimento para forçar os alunos a sentarem juntos e interagirem, sentei à ponta da mesa mais vazia, fiquei olhando ao redor, tentando analisar cada um dali, havia rapazes dos mais variados tipos, mas todos me pareceram maiores que eu, e também não tive coragem de interagir com ninguém, ainda mais depois que percebi um garoto sentado noutra mesa, ele parecia fazer parte de um grupo de rapazes que já se conheciam, pois conversavam alto, riam e brincavam, mas aqueles em especial estava mais silencioso, de vez em me fitava e depois disfarçava, a expressão em seu rosto me deixou desconfortável. Terminei de comer apressado e fui logo para meu quarto, aproveitar aquele finalzinho de noite de sábado sozinho, como gostava de fazer.

O domingo passou rápido e sem nada demais, novamente evitei interação com outras pessoas e saí do quarto apenas para tomar banho num horário em que não houvesse mais ninguém no banheiro, e para comer, mais uma vez me incomodei tendo a impressão de que o mesmo garoto me fitava, mais uma vez comi apressado para sair logo dali.

Segunda feira, meu primeiro dia de aula. Fiquei apreensivo ao saber que tinha ficado na turma 1º ano 8, a mesma do tal garoto assustador. Somente ao final da chamada, quando o professor falou o nome “Felipe Mariano”, adicionado ali recentemente, foi que a classe percebeu minha presença que de tão discreta, parecia uma ausência. Também foi naquela hora que aprendi o nome do garoto que me olhava no refeitório, Gustavo.

Também foi na segunda feira que conheci alguém que se destacava dentro do internato. Ali, naquele mar de jovens rapazes, todos ficavam encantados pela figura de Senhorita Ema, professora de Literatura, uma das poucas professoras do instituto e com certeza a única bonita. Nova, recém-saída da universidade, conseguira o emprego ali por ser sobrinha do diretor, mas não deixava a desejar no quesito qualidade de suas aulas, sendo inquestionavelmente uma ótima professora. O fato de ensinar muito bem se devia não apenas à seu mérito profissional, mas também à sua capacidade de chamar a atenção dos alunos com seu rosto delicadamente desenhado, emoldurado pelos cachos negros, e pelas roupas que apesar, de cobrir respeitosamente seu corpo, eram um tanto quanto apertadas e reveladoras, levando os discentes a pensamentos lascivos e comentários sussurrados.

Eu próprio fiquei fascinado com a professora, com sua feminilidade e delicadeza, tentava adivinhar como seria o contorno exato de seu corpo sem as roupas que ela usava, apenas era mais respeitoso e não verbalizava meus pensamentos com meus colegas. Pelo contrário, meu fascínio por ela me fez me esforçar ainda mais para chamar-lhe a atenção, e logo naquela primeira aula consegui deixar bem claro minha familiaridade com as belas letras e logo conquistei sua simpatia.

E conforme o tempo passava e mais afeição dela eu conquistava, mais ciúme dos meus colegas eu atraía: os olhares que eu recebia antes eram de indiferença, agora os rapazes desviavam o olhar quando eu passava ou olhavam com hostilidade. Se antes eu já achava que seria difícil fazer amigos, agora seria impossível. Mas eu não ligava, pois o afeto de professora Ema me era mais importante que o resto. Os preceptores sempre me faziam convites para engajar nas atividades extracurriculares, fossem elas esportivas ou artísticas, eu sempre rejeitava, preferia ficar no quarto, usando todo o meu tempo livre para ler mais livros e conversar sobre eles com a professora.

E assim eram meus dias, eu freqüentava as aulas de manhã, fazia os deveres de casa à tarde e lia até de noite. Aos sábados eu tirava um tempo para lavar as roupas e aos domingos eu passeava pelo bosque ao redor do Liceu e lia novamente. Toda vez que me cansava de ler, dava uma pausa e me masturbava pensando em professora Ema, sobre como seria vê-la nua, tocar-lhe o corpo e quem sabe até fazer amor.

Mas a crescente atenção que recebia de professora Ema foi o início de minha perdição. Revoltados, invejosos e enciumados, meus colegas passaram a me excluir explicitamente de qualquer atividade social, começaram a me agredir verbalmente, me chamando de “nerd”, “cu de ferro”, “puxa saco” e outras coisas.

Gustavo, com 16 anos, estava atrasado um ano escolar, era convencido e vivia contando histórias das meninas com as quais ele teria transado antes de entrar no internato. Alto e musculoso, pele morena, era um belo rapaz e sabia disso, exímio atleta, péssimo estudante. Sentiu-se de orgulho ferido ao perceber que a professora não lhe dava atenção nenhuma (talvez se ele ao menos cometesse menos erros de ortografia), mas era afetuosa e conversava comigo, tinha interesse no que eu falava e me escutava, impressionada de ver rapaz tão jovem com tamanha experiência com livros. Isso o irritava profundamente, e por isso passou a me importunar, começou com provocações simples, como por exemplo, derrubar todos os meus livros no chão propositalmente fazendo todos rirem de mim enquanto eu os juntava. Na hora eu ficava com raiva, mas sabia que aquilo era apenas uma enorme demonstração de inveja e prepotência, e isso me confortava.

Me lembro como tudo começou, era minha terceira semana no Liceu. Estávamos todos nos vestiário trocando de roupa para a aula de Educação Física. Esses momentos erma sempre constrangedores para mim, pois para vestir o calção e a camiseta apropriadas para a aula, tinha que expor meu corpo aos demais. Nunca tive um corpo feio, mas ali, comparado aos outros corpos que via, o meu sempre era branco demais, magro demais, pequeno demais. Sempre havia gozações verbais, mas naquele dia houve a primeira agressão física.

Depois de esgotados as zombarias sobre como meu corpo era branco, pequeno e magro, Gustavo, sem ter mais sobre o que gozar, começou a falar que eu devia ter o pênis pequeno.

- Mostra aí, Felipe! A gente quer ver se é verdade que todo nerd tem pau pequeno - falou ele - Mostra aí e num te preocupa que eu trouxe a lupa – falava e ria

Alguns garotos me olhavam com cara de desprezo, como se gostassem de me ver sendo desmoralizado daquele jeito, outros me olhavam com uma certa pena, mas nenhum intercederia, nem mesmo sequer pedindo para que o preceptor viesse me ajudar. O vestiário já estava ficando vazio e eu estava atrasado por que Gustavo continuava pegando minhas coisas e correndo com elas pelo vestiário enquanto falava sobre meu pênis, se divertindo enquanto eu em vão tentava pegar de minhas coisas de volta. Seus amigos vieram avisá-lo de que a aula já ia começar, ele avisou que iria em algum tempo.

Depois que seus amigos saíram eu desisti de correr atrás de Gustavo e percebi que estávamos sós no vestiário. Ele se aproximou de mim, colocou meus tênis de educação física na minha frente e falou:

- Admite logo que tem pau pequeno que eu te devolvo essa porra e tu fica em paz.

Pensei em escolher o caminho mais fácil, falar que tinha pau pequeno (o que não deixaria de ser verdade), pegar meus tênis e ir pra educação física em paz. Mas então me lembrei do meu pai, e me lembrei que ele me considerava um homem fraco, e que queria que eu aprendesse a me defender, imaginei o que ele pensaria de mim se soubesse que eu teria me humilhado dessa maneira simplesmente para pegar o caminho mais fácil. Isso tudo despertou dentro de mim uma profunda raiva

- Eu não vou fazer o que você quer! – falei enquanto avançava para cima dele, tentando agredi-lo para pegar os tênis.

Ele se desviou facilmente de metade dos meus socos, e a outra metade não parecia fazer efeito contra seu corpo, depois, rindo, me jogou no chão, e, se abaixando, começou a me puxar o calção e a cueca. Tentei segurar o calção pela barra, mas Gustavo era mais forte que eu e deu um puxão com toda a força, expondo de vez meu pênis pequeno e flácido.

Ao vê-lo, tão pequeno, branco, com o saco pequeno e poucos pelos pubianos, Gustavo começou a gargalhar.

- Então é verdade, hein?! Todo nerd tem mesmo pau pequeno – mais risos – disos eu já sabia, só queria conferir. Mas tem uma coisa que me deixa curioso – outra pausa para rir – Ô virgenzinho, como é que tu quer usar essa merda numa mulher um dia? Essa porra não dá nem pra fazer cócegas, seu bosta.

Eu estava muito envergonhado, furioso, humilhado e frustrado. Cegado por todos esses sentimentos, tomei uma decisão precipitada: dei uma rasteira que pegou Gustavo de surpresa. Quando vi, ele tinha caído no chão e batido a boca num dos armários, seu lábio estava partido e sangrando. Eu fiquei muito assustado, pensei em sair dali, mas acabei ficando.

- Caramba! Gustavo! Você tá bem? – perguntei preocupado.

Ele percebeu que estava sangrando, limpou o rosto com a costa da mão e levantou o rosto para olhar para mim. Nunca na minha vida tinha visto alguém com uma expressão tão agressiva e animal como aquela, minha coragem estúpida morreu, tive medo e vi que era melhor eu tê-lo deixado ali, mas já era tarde, ele já estava de pé e me segurando pela gola da camiseta de educação física com a mão direita, sem esforço, ele me levantou do chão, deixando meu rosto bem próximo do dele.

- Seu filho da puta! Por que tu fez isso?! Hein, desgraçado?

- D-desculpa! E-eu me descontro...

- Desculpa o caralho, seu infeliz! Quem te disse que tu podia me derrubar?¹– grunhiu ele, enquanto me dava um soco na boca do estômago com a mão esquerda, a dor foi tamanha que minha visão escureceu e eu quase desmaiei.

- P-por favor! – pedi enquanto tossia – Não me ba-bate!

- Seu frango desgraçado! Não agüenta apanhar! Quase desmaia só com um soco na boca do estômago, imagina se eu tivesse dado uma joelhada na tua cara, como eu já fiz com muito nerd por aí? – ele esbravejou, tentei pedir perdão mais uma vez.

- SHHHH! – ele ordenou silêncio chiando bem alto, saliva e sangue escapando entre seus dentes e caindo no meu rosto – Não vou te bater não. Cê não agüenta, ia acabar morrendo – falou num tom bem mais suave, mas não menos ameaçador – Vou fazer outra coisa – falou sorrindo.

Antes que pudesse falar algo, ele tinha soltado a gola da minha camiseta e eu estava de volta ao chão, depois senti uma mão pesada na minha cabeça e outra no meu ombro, me forçando a ajoelhar no chão sujo do vestiário, sua mão esquerda então abaixou o próprio calção e com a direita ele forçou minha cabeça de encontro à sua virilha, ainda coberta pela cueca boxer branca.

Meu medo cresceu e muito! Antes ser espancado até desmaiar do que passar por aquilo. Pensei em como fazer para escapar da situação, tentar confrontá-lo seria em vão e só pioraria as coisas, gritar por ajuda ou então mordê-lo e depois correr poderia me livrar dele naquele momento, mas as notícias acabariam sendo espalhadas pelo Liceu, e logo a história passaria a ser recontada pior do que tinha acontecido de verdade. Seria uma vergonha enorme, para mim, pro meu pai e para a família Mariano como um todo. Eu não tinha outra escolha, senão ficar ali e agüentar até o final, acabaria sendo humilhado do mesmo jeito, mas pelo menos somente eu e ele saberíamos. Enquanto tentava decidir o que fazer, sentia seu pênis coberto crescendo dentro da cueca, o volume pulsando sendo esfregado contra meu rosto.

Sentindo minha insegurança total, Gustavo começou a esbravejar:

- Já que eu não posso pegar aquela vadia da Ema, eu posso pelo menos me aliviar com o viadinho de estimação dela.

Com isso, afastou minha cabeça de sua virilha e baixou sua cueca, revelando algo que só poderia ser descrito como “pau”, pois simplesmente parecia um pau, um pequeno tronco de árvore: moreno escuro, quase negro, com a pele mais escura que a do resto do corpo, comprido e grosso, apresentava as veias saltadas, coroado com um tufo de espessos e emaranhados pelos negros, adornado por um saco igualmente preto, grande, peludo e comprido, em cujo final duas bolas pendiam de maneira desigual, a da direita pendia mais baixa que a da esquerda.

Hoje essa memória me excita e me encanta, mas na ocasião, me aterrorizou e impressionou, pois eu nunca tinha imaginado que um rapaz daquela idade poderia ostentar tamanho instrumento, duvidava até que um adulto pudesse, mas agora eu tinha um daqueles, na minha frente, pronto para abusar de mim, e eu não queria isso.

- Branquinho, olhos castanhos claros, cabelos negros bem lisinhos e rostinho de menina... acho que dá pro gasto – Gustavo quebrou o silêncio enquanto tentava inserir sua vara em minha boca – Ainda mais com um pintinho tão ridículo desses, só podia ser bicha, mesmo.

Irritado com a minha resistência em não abrir a boca, ele larga seu pau, continua segurando minha nuca com a mão esquerda e tapa meu nariz com a direita. O nervosismo e a movimentação logo me trazem falta de ar, mas os olhos dele deixam claro por que ele quer me impedir de respirar, por isso continuo prendendo o fôlego, até que finalmente não agüento mais, meu sistema nervoso me força a abrir a boca para poder respirar. Em vão, pois assim que meus lábios se separam, minha respiração é novamente bloqueada, mas dessa vez pelo pau de Gustavo, que ri e solta meu nariz. A súbita intromissão começa a arrancar lágrimas dos meus olhos

Como nunca tinha feito aquilo, levei vários tapas na cara para aprender que não posso deixar meus dentes encostarem no “amigão” dele, como ele próprio falava. Gustavo usava sua mão para mover minha cabeça para trás e para frente, ignorando meus protestos, meus engasgamentos, minhas tossidas e tudo o mais, preocupado apenas em enfiar o pau cada vez mais fundo e me humilhar cada vez mais.

Até que finalmente consegui engolir tudo, não com facilidade, é claro, mas consegui. E naquela hora uma multidão de estímulos diferentes invadiu meus sentidos:

Com os ouvidos, eu ouvia os gemidos de Gustavo e o barulho molhado que seu pau fazia toda vez que entrava e saía da minha boca; embora estivessem marejados e lacrimejando, com meus olhos eu via as coxas grossas e peludas, a virilha e os pentelhos se distanciando e depois se aproximando até serem esfregados contra meu rosto; com o nariz eu sentia um leve cheiro de mijo, um cheiro forte de suor e mais outro cheiro que na hora eu não sabia do que era, mas hoje sei que é cheiro de macho; mas o melhor de tudo eram o tato e o paladar, pois com eles eu sentia o doce salgado de suor misturado com um restinho de urina azeda que devia ter ficado na glande de Gustavo deste a última vez que fora ao banheiro, eu sentia a carne quente e rija invadindo minha boca, roçando contra minha língua e contra meus lábios, sentia minha garganta ardendo muito, sendo machucada pela cabeça do pau que a invadia, sentia o tufo de pentelhos e a pele suada da virilha sendo pressionados contra meu rosto quando ele enfiava até o final, sentia suas bolas batendo contra meu queixo, minha saliva escorrendo da minha boca, pelo meu queixo e daí pelo saco de Gustavo, minha língua roçando rapidamente pelas veias saltadas do seu cacete e sentia sua mão forte me agarrando pela nuca e me forçando a aceitar sua vara.

Tudo isso foi simplesmente esmagador, minha razão foi-se embora, e não sei por que, parei de resistir, esqueci do mundo, me deixando levar por todos aqueles estímulos que eram completamente novos para mim.

Não tenho idéia de quanto tempo passamos nessa situação, só sei que para mim pareceu uma eternidade, ao mesmo tempo que durou pouco demais. Gustavo começou a gemer mais alto, senti seu cacete inchando e forçando ainda mais a abertura de minha boca, as estocadas ficaram ainda mais rápidas e fortes até que seu corpo começou a ter espasmos.

Descontrolado, Gustavo sem querer tirou seu pau de minha boca, fazendo com que o primeiro jato caísse no meu rosto, mas tratou logo de colocar seu membro no devido lugar, assim, o segundo jato jorrou metade na minha língua e metade no fundo da boca, o terceiro e o quarto jorraram bem no fundo da garganta.

Eu sabia que aquilo era esperma, mas nunca imaginara que um homem podia ejacular na garganta de outra pessoa (maldita criação religiosa em cidade do interior), principalmente de outro homem. Aquele contato com esperma era nojento, mas ao mesmo tempo era tão bom.

- Limpa meu caralho com a língua, sua bicha! – ordem dada, ordem obedecida.

Gustavo então passou o dedo em meu rosto, e forçou-me a limpá-lo da mesma maneira. Mesmo não recebendo ordens para isso, acabei engolindo todo o esperma.

Em seguida fiquei estático, ainda ajoelhado e tentando entender tudo o que tinha sentido. Mas meu êxtase foi quebrado pelo pé de meu agressor chutando-me o peito e derrubando-me de costas no chão. Rapidamente, fui virado de costas, de modo a ficar deitado de barriga para baixo.

- Pensa que acabou, foi? Agora que começa a verdadeira diversão – falava ele enquanto terminava de tirar meu calção, que até então tinha ficado arriado até os joelhos.

De repente nós ouvimos através dos pequenos comungois que serviam para ventilação do vestiário o seguinte diálogo:

- Pô, meu! Cê encontrou o Gustavo?

- Não. Já procurou na quadra de basquete?

- Já, nada dele lá.

- Porra! Aonde é que aquele viado se meteu? O jogo vai já começar.

- Cara, procura lá na Arena de Jiu-jiitsu que eu vou procurar o no ginásio.

- Falous, mano.

E em seguida ouviu-se os dois garotos correndo para longe.

- Sorte tua, sua bicha – Gustavo esbravejou enquanto levantava-se e ajeitava sua roupa.

Antes de sair, ele ainda teve tempo de me humilhar mais: aproveitou-se que minha cueca era bem elástica, colocou-a na posição certa e fez “cuecão”, ou seja, pegou a parte de trás do elástico e puxou com tudo, amassando meu saco e me arrancando lágrimas dos olhos, e depois pendurou a cueca na porta de um armário bem alto, como se fosse uma toalha, me deixando preso, pendurado na porta do armário de ferro, sem poder colocar os pés no chão.

- Como eu disse antes, isso ainda não acabou – falou ele antes de cuspir no meu rosto e sair do vestiário, me deixando lá sozinho. Não consegui alcançar a porta do armário com minhas mãos, pois ela estava bem atrás de mim, numa posição inacessível, percebi que o jeito era me debater até a porta quebrar.

A porta não chegou a quebrar, minha cueca rasgou antes. Caí com o rosto no chão sujo, aliviado por ter evitado ser flagrado naquela situação constrangedora. Tinha me libertado da cueca que me prendia ao armário, mas não tinha me libertado de Gustavo.

(Continua, dependendo da aceitação dos leitores)


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Comentários

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gostei muito e ainda mais por ter sido bem escrito e explicado ...

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Tesao de conto...nota 10! tive experiências parecidas...

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é claro que tem que ter continuação essa historia esta ficando mt boa...

Posta logo a segunda parte. Estoua ancioso para ler a continuação

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claro que tem que continuar pois se vc nao continuar irei fazer o mesmo que gustavo fez com vc kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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vc tem que continuar pos se nao eu faço do mesmo jeito que o gustavo fez com vc kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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Hey... me desculpa... na verdade foi um erro... (a minha nota) como eu estava usando um leitor de pag web eu só tinha como votar pelas estrelas no topo e ñ pelos comentarios... foi por isso que eu não comentei... Na verdade eu achei qeu o seu conto é muito bom... Não foi intencional dar aquela nota (risos)... fato que o seu conto não faz o meu estilo de literatura mais eu gostei... tem classe... tipo old school... desculpa pelo meu erro ok...

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quero a continuação se não colocar te esfolo vivo rsrssrsr vlw otimo

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