Meninos Malvados - 3ª Temporada - 3x08 – Inimigo por acaso

Um conto erótico de />
Contém 4897 palavras

[Músicas:

* Cenas iniciais: Firework – Katy Perry

* Cena da Dança: Loca - Shakira

* Cena no banheiro: You Lost Me – Christina Aguilera]

- Não acredito que esteja aqui! – Dani olhava nos olhos de Igor enquanto falava isso e logo depois o abraçou. Julia logo se juntou aos dois amigos e eles se abraçaram, os três juntos.

- Nem eu acredito que estou aqui, foi muito difícil pra mim, mas eu estou aqui, isso que importa! E tenho uma surpresa pra vocês! – Igor olhava para as amigas com um ar de entusiasmo, tinha decidido para si, no momento após aquele abraço do Matheus, que a vida tinha que seguir. – Eu aluguei uma limusine para nós levar até o local do baile!

Um sorriso imenso se abriu no rosto de Igor, ele estava mais feliz e animado com o passeio pela cidade e com a expectativa de poder conversar um pouco com as amigas, sabia que poderia fazer isso ao longo da semana, mas estava ali com elas.

- Vamos, meninas? – Igor pegou as duas pelas mãos e saíram caminhando em direção a limusine.

Mas ao chegar bem próximo onde a limusine estava estacionada, o coração de Igor disparou, acelerando ao ver uma cena que ele já tinha visto mais cedo, naquele mesmo dia quando havia acabado de chegar ao hotel. Mas agora a cena parecia ser em câmera lenta e os personagens dela estavam encenando um ato bem típico de namorados apaixonados. Matheus e o rapaz, que chamou Igor de fujão ao término na homenagem de personalidade escolhida pela turma mais cedo, estavam encostados à moto verde. Eles não viram Igor e as meninas se aproximarem, por ser um local mais reservado, os dois se beijaram por uns trinta segundos.

Igor entendeu o porquê da implicância deliberadamente casual, inimigos ao acaso! Ele era o novo namorado de Matheus, novo, novo para Igor. Os dois, Matheus e seu namorado, saíram de moto, sem ver os três amigos se aproximando.

Em silêncio, Dani e Julia se olhavam sem saber o que fazer ou dizer. Igor olhou para elas e percebeu que elas estavam desconcertadas e disse:

- Relaxem, meninas! Está tudo bem, eu já imaginava que isso iria acontecer.

- Igor, a gente não quer que você pense que aprovamos qualquer atitude que o Matheus tenha feito. Nós nem temos mais contato com ele depois que tudo aconteceu, nós decidimos nos afastar. – Julia se aproximou segurando a mão do amigo.

- Jú, acho que o Igor não quer falar sobre isso, não agora, né, amigo? – Dani segurou a outra de Igor.

- Meninas, esta tudo bem. Eu quero falar sobre tudo isso com vocês sim, compartilhar tudo que aconteceu; vocês são minhas amigas, como se fosse irmãs, considero muito vocês e me culpo por ter me afastado, fugido de vocês, sem vocês terem me feito nada... – Uma lágrima caiu do olho de Igor.

- Para, Igor. Não precisa se desculpar – Dani secou a lágrima no olho de Igor.

- Nós sabemos que deve ter sido tudo muito difícil pra você! Nós entendemos a sua situação, somos psicólogas, lembra? – Julia terminou dando uma risada gostosa, que fez com que todos rissem.

Eles se abraçaram, e continuaram a caminho da limusine, de mãos dadas. O motorista recebeu os três, abrindo as portas do imenso carro, e eles entraram.

- Pode abrir o teto solar para nós? – Igor pediu pelo interfone que tinha dentro do luxuoso carro.

O teto solar se abriu, e os três saíram pela vazão do teto para ganhar a noite, sua brisa, seu céu estrelado, seus personagens caminhando pelas ruas noturnas, era Campos, era casa de Igor, ali tinha nascido, crescido, mesmo que sentindo-se tranqüilo, aquilo mexia com ele, lembranças de tudo que havia vivido, dos seus pais, uma saudade da sua irmã, uma tristeza por saber que sua vida tinha se modificado inquestionavelmente. Mas Deus tinha planos para Igor, talvez planos que nunca sequer talvez um dia tenha pensado sonhar.

Na TV com rádio da limusine, um clipe começou a passar e a música deste, começou a tomar conta do carro. Quando escutou os primeiros acordes da música, Igor sentiu seu corpo arrepiar-se... Dani e Julia olharam pra Igor, sorriram e começaram a cantar a música assim que a cantora começou no rádio da limusine:

- “Do you ever feel... Like a plastic bag... Drifting through the wind... Wanting to start again.”

Percebendo o sentimento de liberdade que tomava conta de si naquele momento, Igor não hesitou em deixar o sentimento fluir em si e cantar juntos com as meninas:

- “Do you ever feel, Feel so paper thin... Like a house of cards... One blow from caving in... Do you ever feel... Already buried deep... Six feet under screams... But no one seems to hear a thing!”

Eles se olhavam e sorriram, sem vergonha, sem pudores, com a noite como testemunha, felizes por estarem juntos, talvez a ponto se seguirem em frente.

- “Do you know that there’s ... Still a chance for you... Cause there’s a spark in you... You just gotta... Ignite the light and let it shine... Just own the night...Like the 4th of July...”

Os olhos de Igor brilhavam, abraçados, os três não se deixaram abater pelo silêncio da noite e em plenos pulmões, quebraram o silêncio noturno presente na cidade, até a explosão do refrão da música:

- “Cause baby you’re a firework! Come on show ‘em what you’re worth... Make ‘em go “Ah, ah, ah!” As you shoot across the sky “Ah, ah!” Baby you’re a firework... Come on let your colors burst... Make ‘em go “Ah, ah, ah!”...You’re gonna leave them all in “awe, awe, awe””.

- Obrigado, Dani e Julia!! – Igor olhava as amigas.

- Pelo que, Igor? – Dani gritou e Julia fez cara de boba, também sem entender.

- Por serem minhas amigas, não sentirem raiva de mim, por ter sumido esses anos todos. Sei que fui covarde, e que vocês não tinham nada a ver com essa história! – Igor mais uma vez parecia emocionado. Eles voltaram para dentro do carro, o teto solar permaneceu aberto e por ele entrava uma brisa maravilhosa da noite que prometia.

- Nós entendemos você! Nós não somos convenientes com o que o Matheus fez a você, mas aconteceu... – Julia segurou na mão de Igor.

- Vocês poderiam me dizer o que aconteceu depois que fui embora? – Igor rompeu o silêncio depois da última frase de Júlia.

- É melhor deixa isso pra amanhã... – Dani olhou para Julia, que com certeza não estava se aguentando para falar sobre isso, saber da parte de Igor o que realmente aconteceu, elas sabiam dos fatos aos olhos de Matheus, talvez ele não tivesse contado o que realmente aconteceu.

- Eu gostaria de saber agora... Por Favor, meninas. – Igor olhou para as amigas com cara de pidão sério.

- Olha, Igor... – Julia interrompeu o silêncio após as palavras de Igor. – Nós sabemos que Matheus te traiu, e que você viu. Como você nunca ligou, respondeu e-mail, desligou celular, deduzimos sobre o que nos foi dito pelo próprio traidor, o Matheus, que ele havia lhe proposto um relacionamento aberto e que lhe deu um prazo de três dias e que após esse prazo, você sumiu, desapareceu, sem deixar vestígios, vendeu apartamento, bloqueou contas de celular, e-mail.

- Ele ficou desesperado nos primeiros meses, foi uma loucura tudo isso. O rapaz com quem você o viu, foi embora da cidade após ele o desprezar e culpar por o te feito te trair e por sua partida. – Dani continuou a história de onde Julia havia parado. – Em Fevereiro de 2008, no retorno das aulas, foi quando ele apareceu. De outro curso, primeiro se aproximou de nós, conquistou nossa amizade, é um ser muito complicado, muito difícil, hoje sabemos que não vale muito a pena de se estar por perto dele, é um tipo de pessoa que gosta de controlar as pessoas, de subjugá-las às suas vontades.

- De quem vocês estão falando? - Igor parecia confuso, por que elas estavam falando de Matheus e depois ele pareciam falar de outra pessoa.

- Júlio Cesar! O Namorado de Matheus. O tal na garupa da moto com ele. – Disse Júlia.

- O que me chamou de fujão quando eu desci do palco após a homenagem que vocês me fizeram... – A cara de Igor não era de bons amigos ao lembrar-se daquele acontecimento.

- Ele fez isso? – Julia perguntou olhando para Igor, que apenas confirmou com a cabeça. – Gente, que insuportável, juro que ainda mato esse menino!

- Menos, Jú! – Disse Dani, com um ar de risada nos lábios e ciúme nos olhos, ao evitar olhar a Júlia e apenas olhar para o Igor ao falar - Só por que ele fez a cabeça do Rafinha para não ficar mais com a Júlia que ela está assim, Igor.

- Nem é por isso Dani, eu nem gostava do Rafinha!

Antes que se iniciasse uma discussão sobre a razão do ódio compartilhado por todos naquele momento por Júlio Cezar, a limusine parou em frente ao local do acontecimento do baile de formatura.

O motorista veio abrir a porta para seus passageiros, super elegantes e de braços dados. Igor no meio, Dani a sua direita e Julia a sua esquerda seguiram festa adentro.

- E Vocês, Ladys, estão namorando, não? – A pergunta de Igor meio que pegou as duas de surpresa. Igor já tinha pescado no ar, algo entre aquelas duas.

- Muita coisa aconteceu Igor... Mas não é hora e nem lugar para falar sobre isso! – Dani sorria para os fotógrafos ao terminar de fala isso.

Igor olhou pra Júlia que revirou os olhos. Ao olhar para o outro lado da entrada, lá estava Matheus, seu namorado Júlio Cezar e a mãe de Matheus, Mariana, aguardando o filho terminar de tirar foto com o espalhafatoso e folgado do seu namorado.

Mas os olhos de Mariana cruzaram com os de Igor. No primeiro momento uma emoção forte dominou Igor, um pouco de sentimento de sentir-se em casa. Havia muitas vezes sentido vontade de ligar para Mariana, mas não sabia como seria a recepção dela, afinal Matheus era seu filho, e ela tinha aceitado Igor como um filho também depois da morte de seus pais.

Sim, eles estavam tirando muitas fotos, e Igor olhava aquilo, percebendo que realmente estava ali para encerrar um ciclo de sua vida. A senhora, muito chique, saiu de perto do casal feliz e veio caminhando em direção a Igor. Dani e Júlia estavam tirando fotos, eram formandas, Igor na lateral, sentiu quando uma mão tocou seu ombro.

- Igor? – A voz doce e meiga daquela senhora, que sempre fora uma dama muito fina emocionou Igor, mas ele teve que conter as lágrimas ao reconhecer uma voz que lhe era familiar e lhe dava um pouco de segurança.

- Mariana! – Igor a olhou nos olhos por alguns segundos, viu que a senhora estava bastante emocionada. – Que saudades! – A senhora nada disse, apenas abraçou o ex-namorado do seu filho com muito carinho e saudade.

Ficaram uns quarenta segundos abraçados sem nada dizer. Igor não se conteve, lágrimas vieram-lhe aos olhos. Estava tudo tão difícil, talvez se seus pais ainda estivessem vivos, hoje também seria sua formatura, talvez não estivesse mesmo com Matheus, mas o será, nunca se poderá saber, por que as possibilidades da vida são feitas vivendo-a, e Igor a estava vivendo da forma como ela lhe foi oferecida. Agora, tudo que havia acontecido não poderia ser modificado, o passado pertencia ao passado.

- Meu filho, você está tão magro! – A voz de Mariana tinha o tom de preocupação de uma mãe. – Mas está tão lindo! – E se aproximou do ouvido de Igor e lhe falou baixinho – Nem sei por que meu filho fez o que fez contigo, e agora está com aquilo! Deus, que garoto insuportável, Igor! Você sim é pra casar!

Ao se afastarem, os dois riram e limparam as lágrimas que molhavam o rosto de ambos. De longe, Igor percebeu que Júlio Cesar o olhava de rabo de olho, enquanto Matheus observava mais descaradamente a sua mãe conversar com aquele que amou de verdade. Igor percebeu que Júlio não agradava nem um pouco Mariana, mas isso não importava para ele.

Enquanto Igor entrava de braços dados com Mariana, com quem tirou uma foto, Júlio Cesar saiu de perto de Matheus, que iria tirar fotos sozinho como formando, e se aproximou de Igor e Mariana. Igor percebeu o quanto dissimulado era Júlio Cesar, que antes de falar qualquer coisa, fez uma cara de quem não gosta do que estava acontecendo.

- Mariana, deixa que eu te acompanho na entrada. Obrigado, Igor. – A voz de Júlio era muito dissimulada, soava muito falsa.

- Pra você, querido, Senhora Matarasso. Já lhe disse! – Mariana falou num tom seco, mas com toda fineza de uma dama, olhando para Júlio Cesar, muito séria. – E não se preocupe, Igor é um velho amigo meu, muito querido, estou muito bem acompanhada, querido! Divirta-se!

Os olhos de Júlio Cesar queimavam, Igor sentiu que ele tinha vontade de chorar. Por dentro Igor riu, mas evitou qualquer cena na frente de Mariana. Júlio não disse mais nada, acenou com a cabeça e saiu andando na frente de Igor e Mariana.

- Vamos para o outro lado, Igor. – Apontou Mariana para direção aposta a que Júlio estava indo – E pode soltar o riso, por que eu só coloquei esse garoto no devido lugar dele. Comprei uma mesa para família e avisei ao Matheus que não queria esse sujeito em nossa mesa; e você esta convidado para sentar-se conosco!

- Agradeço pela atenção, Mariana, mas não quero provocar problemas entre você e o Matheus, acho que ele não gostaria de me ver na mesa de vocês. – Igor parecia calmo, estava tranqüilo, sentia-se protegido por aquela senhora que lhe tratava como uma mãe.

- Matheus já não mora mais comigo, Igor, e não devo mais satisfações da minha vida a ele desde que ele não me escutou sobre o que eu acho do relacionamento dele com esse garoto e, principalmente, sobre o que ele fez a você. – Mariana havia parado e virado para falar, olhando de frente para Igor. – Sei que deve ter sido difícil para você, acho que você não precisava fugir, mas eu não sei os motivos. Até hoje, nada me foi dito a respeito do que aconteceu entre vocês. Mas acredito que tenha sido algo que o magoou profundamente para você ter feito o que vez. Você amava meu filho demais... Acho que ainda ama. Estou certa?

Igor ficou em silêncio, olhou nos olhos daquela senhora e disse:

- O que aconteceu, Mariana, é algo que aconteceu, passou. Não quero que sofra ou se preocupe com isso, mas o meu amor por seu filho foi morrendo a cada dia, por que o golpe que ele me deu estraçalhou meu sentimento, que apesar de vivo, sangra e morre um pouco a cada dia.

As palavras de Igor foram tão fortes que Mariana olhou para baixo, em seus olhos havia lágrimas e ele a abraçou.

- Me desculpe, me desculpe pelo que o meu filho te vez...

Igor se segurou e afirmou com a cabeça, mas não conseguia falar, se expressar. Apenas com a cabeça afirmava que estava tudo perdoado. Mas antes que aquilo virasse uma grande choradeira, Dani chegou perto de Igor, cumprimentou Mariana, quem não via há algum tempo.

- Vim te buscar para dançar comigo e com a Jú! – Disse Dani

- Eu não quero... Há anos que não danço... – Igor estava ligeiramente sem graça com a proposta da amiga.

- Igor, aproveita a vida menino, você é muito jovem! Vá dançar com suas amigas! E não se preocupe de eu ficar sozinha, daqui a pouco minha irmã vai chegar com alguns sobrinhos, primos do cabeça oca! – Mariana riu e fez um carinho no braço de Igor para que ele fosse com a amiga.

Igor seguiu Dani até onde estavam Júlia e mais alguns colegas de faculdade que estudaram com Igor. Dançaram muitas músicas, mas Igor estava travado, mesmo depois de ter bebido umas duas ou três Ices.

- Lembra que nós três dançávamos aquela música das Pussycats Dolls, Don’t Cha? Nossa era muito legal! Eu ainda lembro os passos! – Dani falava alto para Igor e Júlia ouvirem no meio da pista de dança.

- Eu também me lembro de alguns passos. Era tão legal naquela época! – Júlia num tom mais altos para todos ouviram, após terminar de falar fez um dos passos da música que os três dançavam juntos.

- Pena que a música esteja ultrapassada! Pois me lembro dos passos também! – Igor fez um dos passos sensuais, mas sem perder a masculinidade, todos que estavam na rodinha gritaram.

Matheus e Júlio que dançavam também, mais contidos, se aproximaram do grupo, que incluía Igor. Estava tudo bem por Igor, afinal ele era o intruso ali, o homenageado.

- Eu tenho uma idéia! Vamos fazer os passos em cima da música Loca da Shakira! Vai super encaixar... Eu já testei em casa! – Júlia parecia meio leve pela bebida. Sem o consentimento de Igor e Dani, ela correu até o DJ e pediu para ele colocar a música.

Ela voltou super eufórica. A música estava acabando e ela fez os outros dois se ajeitarem. De certo se Igor estivesse sóbrio não faria aquilo, mas estava consciente que queria se divertir, talvez provocar Matheus na frente do seu namorado, estava com um pouco de raiva de Júlio Cesar.

E quando os primeiro hits da música “Loca” começaram a estourar nas caixas de som, os três comeram a transformar os passos anteriormente de “Don’t Cha” em “Loca”. Os colegas de turma logo atrás começaram a imitar e dançar juntos, era uma cena muito legal e sensual. Uma dança tão sensual e que Matheus conhecia por Igor já ter feito a tal dança para seduzi-lo numa das noites em que fizeram sexo até o amanhecer. Aquilo mexeu com a mente de Matheus a ponto de ele ficar excitado, era visível que ele desejava Igor. Júlio Cesar percebendo aquilo, começou a não ficar com uma cara muito bonita.

Igor percebeu que Matheus o olhava, mas aquilo só o incentivava a ficar mais provocante, foi quando percebeu que outro rapaz o olhava diferente, talvez da mesma forma que Matheus o olhava, mas não era possível, era um rapaz muito parecido com o próprio Matheus, talvez um ou dois anos mais novo, um pouco menos forte. Mas, ao mesmo tempo em que esse rapaz olhava Igor dançando, se esfregava em umas meninas. Igor em seus pensamentos sabia que se tivesse oportunidade, ficaria com aquele rapaz.

Sensual, masculino, sedutor, era o modo de Igor dançar. Matheus o olhava com fome, se pudesse o devoraria ali mesmo, a bebida o ajudava a querer mais aquilo que amava. Mas um puxão no braço o fez acordar do transe sexual e emocional que se encontrava.

- Vamos sair daqui! Esse garoto adora chamar a atenção! Já não bastar ter sido homenageado e ter a amizade da sua mãe! Quem ele acha que é!? – Júlio ia dizendo enquanto arrastava Matheus para o banheiro.

Ao entrar no recinto, não havia ninguém no banheiro. Júlio percebendo a excitação de Matheus após assistir a dança provocativa de um Igor um pouco alcoolizado, o jogou dentro de um dos reservados e ferozmente beijou o namorado. Matheus estava tão excitado pelo momento, que se deixou levar pela situação. Com a língua percorrendo os lábios, afoitamente irrompendo pela boca na busca da outra língua, avançando ao sair da boca até chegar à orelha de Matheus, e com a voz mais sensual possível de expressar-se:

- Tira o pau pra fora! Vou tem mamar aqui, meu macho!

- Tá louco... Nós estamos no banheiro... Alguém pode entrar aqui... – Matheus estava ofegante e ligeiramente afetado também pelo efeito do álcool.

Mas Júlio sabia bem onde queria chegar... Abriu o zíper da calça social e colocou o pênis de Matheus para fora da cueca, expondo-o em tamanha excitação.

- Isso é por causa dele... Mas não tem problema não Matheus, eu te prometi que faria esquecê-lo e assim farei! – A mão de Júlio percorria o corpo musculoso de Matheus, que estava mais forte que antes por cima do smoking.

A porta do banheiro se abriu. Igor estava muito suado e precisava urinar. O banheiro estava vazio, exceto por um dos reservados ocupados. Foi até a pia do banheiro e lavou o rosto antes de seguir até o mictório, mas foi ao levantar a face pela segunda vez, que viu dois pares de pernas dentro do reservado. Curiosamente, percebeu que não se movimentavam, talvez tivesse percebido a sua chegada. Calmamente foi até o mictório, urinou, fechou o zíper e lavou as mãos, tudo sempre fazendo barulho de sinalização. Caminhou firme até a porta e a empurrou para fora, fazendo um barulho dela abrindo e fechando, como se estivesse saindo.

Sorrateiramente, caminhou até o reservado ao lado, onde manteve a porta a porta aberta para olhar pelo espelho a movimentação das pernas no reservado ao lado e ali escutar o que estava acontecendo.

- Isso, seu puto, só esperou o cara sair pra me mamar! Seu safado! – Matheus dizia bem baixo, mas por estar ao lado, Igor conseguia compreender e reconheceu a voz do seu ex-namorado.

Igor sentiu que aquilo o dava mais consciência do que viera fazer de fato, encerrar aquele sofrimento por Matheus. Mas o Malvado que existia em si, havia acabado de renascer como das cinzas de uma fênix, mesmo que fosse só por uns instantes. Pegou seu celular, colocou no modo câmera e devagar subiu em cima da privada. De olhos fechados, Matheus e Júlio não viram Igor fotografá-los ali. Júlio chupava Matheus dentro do reservado.

Igor desceu da privada e olhou no espelho, seus olhos brilhavam, não de lágrimas, mas de raiva por tudo que havia passado por causa de Matheus, e ainda tinha o fato de não ter suportado Júlio. O olhar sério de raiva, se transformou numa risada silenciosa e triunfal. Seguiu até a porta silenciosamente, mas antes viu pelo espelho que Júlio continuava ajoelhado e Matheus com as pernas bem abertas. Abriu a porta e viu um segurança passando por perto.

- Moço, por favor, pode me acompanhar até o banheiro, tem algo de errado acontecendo em um dos reservados! – Igor tinha em sua voz um tom de insatisfação.

O segurança o acompanhou e assim que eles entraram no banheiro, Igor indicou o reservado e mostrou pelo espelho ao segurança que havia duas pernas que davam para serem vistas pelo vão de baixo do reservado. O segurança se aproximou da porta e começou a bater ordenando que eles saíssem do reservado agora. Igor estava dando risada! Assim que abriram a porta, já recompostos, Matheus ficou muito branco ao perceber a situação.

- Matheus! Você! – Igor fez uma cara de surpresa totalmente ao ver o seu ex saindo com Júlio Cesar do reservado. - Não imaginava que andava praticando atos ilícitos em banheiros públicos!

A cara de Júlio Cesar para Igor foi de ira total, se ele pudesse, talvez naquele momento, mataria Igor. Matheus estava visivelmente sem graça.

- Os senhores sabem que esse tipo de coisa não pode ser feito em locais públicos, se o senhor não fosse um dos formandos – disse o segurança apontando para Matheus – eu lhe expulsaria da festa agora e chamaria a polícia por tal ato!

- Me desculpe! – Disse Matheus ligeiramente sem graça.

- Nós estávamos no reservado... Esse garoto... – Júlio falava olhando em direção a Igor, com um olhar que o fuzilava e para o segurança.

- Não piore as coisas Júlio, o que fizemos foi errado! Desculpe. – Matheus parecia totalmente sem graça, agarrou Júlio pelo braço, afinal esse ainda tentava se explicar e olhava para a cara de Igor, que nesse momento expressava um ar de vitória.

Antes de sair, Júlio olhou uma ultima vez para Igor e o viu mexer os lábios e dizer:

- Um a zero!

Júlio fez menção de voltar, até tentou se desvencilhar de Matheus. Perdeu totalmente a linha:

- Um a zero! Eu vou lhe pegar Igor e você vai ver o que vai lhe acontecer!

Com cara de vítima, Igor olhou para o segurança e disse:

- Estou sendo ameaçado, por ser um bom menino! Isso não é justo! Se você quer fazer sexo, querido, pague um motel!

Matheus num acesso de basta puxou Júlio e disse num tom de voz alto:

- Chega Júlio! Vamos. – E antes de fechar a porta, olhou para Igor e com uma carinha de menino carente e arrependido, disse:

- Me desculpe, não só por isso, me desculpa por tudo!

E a porta se fechou. O segurança checou os demais reservados e saiu. Igor sozinho se olhou no espelho, estava completamente arrependido do que havia feito, havia prometido a si mesmo não entrar mais na onda de ser Malvado, de fazer coisas que prejudicasse a qualquer outro, mesmo que esse outro o tivesse feito sofrer. Sentiu-se envergonhado, e num súbito retorno a sua consciência normal, pensou em apagar a foto do celular, quando pela porta entrou ele.

Não era o Matheus, mas era alguém muito semelhante a ele, mais magro, um pouco mais baixo, não era musculoso, mas parecia ter um corpo definido. Igor não poderia deduzir nada, pois ele vestia um terno, talvez fosse apenas magro. Era o mesmo rapaz, que estava cercado de meninas, que Igor havia visto antes do ocorrido no banheiro, enquanto dançava na pista. Tinha o mesmo ar sedutor de Matheus nos olhos, isso atraiu com certeza todas elas.

Ao seu olhar encontrar com o de Igor, sorriu e Igor correspondeu. Seguiu direito ao mictório e começou a urinar. Igor paralisado com a semelhança daquele rapaz com o Matheus que conhecera há quatro anos e meio. Igor lavou o rosto mais uma vez e enquanto saia do banheiro, o rapaz se afastou do mictório e se encaminhava para a pia. E nesse meio caminho disse algo a Igor:

- Então, você é o ex-namorado do meu primo!

Na porta, com a mão na maçaneta, Igor virou-se de volta, espantosamente a voz também era muito parecida com a voz de Matheus.

- Seu primo... É, se for do Matheus, sim sou! – Igor respondeu gentilmente. As semelhanças estavam agora bem explicadas.

- Um idiota, te trocar por aquele babaca! – O rapaz lavava a mão e logo pegou umas toalhas de papel para secar as mãos. – Minha tia sempre disse que você era uma excelente pessoa. Ela ainda sonha que vocês vão voltar! Hoje na colação, quando ela te viu e assistiu ao Matheus lhe entregar a placa, ela ficou cheia de esperanças.

O rapaz agora já se aproximava da porta, onde Igor estava parado e resolveu falar:

- Acredito que isso já tenha dado o que tinha que dar...

O rapaz mexeu as sobrancelhas do mesmo modo como Matheus fazia quando aprovava algo que Igor dizia.

- Desculpe, eu nem me apresentei, me chamou Pedro! – disse o rapaz estendo a mão direita.

- Eu me chamo...

Mas antes que Igor falasse algo, a voz de Pedro o interrompeu:

- Igor! Eu sei!

Eles saíram do banheiro juntos e foram até a pista onde estavam antes. Igor estava ao mesmo tempo sem graça, mas sentia-se estranho, sentia-se ao lado do velho Matheus, mas sabia que não era ele, era outra pessoa, com outro ritmo de vida. Achava engraçado como todos da família de Matheus o aceitavam, era uma família muito culta e bem moderna, apesar de toda tradição que traziam consigo.

Na pista Igor e Pedro se separam, e Igor voltou a se aproximar de Dani e Júlia. Caminharam até o balcão do open bar e, enquanto isso, contava às meninas o que havia ocorrido.

- Nosso malvado está de volta! – Disse Júlia ao fim da história morrendo de dar risada!

- Eu quero ver a foto, Igor! Por favor, não apaga antes de me mostrar, tudo bem? – Dani acompanhava a amiga nas risadas após escutar o fato.

- Mostro, mas não aqui e depois apago! Não quero ser mal novamente, me sinto bem sendo uma boa pessoa! – Igor sentou-se no bar e ficou olhando Pedro dançar com algumas meninas enquanto aguardava a sua bebida.

- Ele se parece muito com o Matheus quando começamos a faculdade, né? – disse Júlia interrompendo a contemplação de Igor.

- Sim, parece muito.

Em silêncio, Igor bebericou a bebida. Júlio Cesar estava mais uma vez por perto. As meninas logo ficaram em alerta, sabiam que ele tentaria algo contra Igor, ele era vingativo, talvez pior do que o próprio Igor já fora em tempos passados.

Os fatos que aconteceram foram muito rápidos. Após beber um pouco mais da sua bebida, Igor começou a se sentir muito mal, uma queimação que vinha de dentro, subindo para sua cabeça numa imensa velocidade. A cabeça de Igor tombou da cadeira e juntos com seu corpo.

No chão estava Igor, desacordado, desmaiado. Sobre seu corpo Dani desesperada tentava reanimá-lo. Uma Júlia totalmente apavorada gritava:

- Pelo amor de Deus, alguém ajuda! Chame a EMERGÊNCIA! Ele está morrendo! Ele o envenenou, eu tenho certeza!

Matheus não tinha como não se aproximar, quando viu Igor tombado no chão, seu rosto ficou totalmente perplexo de medo. Não suportaria vê-lo morrer, mas talvez não estivesse morto. Olhou para Júlio que estava a um canto com cara de assustado, a acusação de Júlia fora muito séria, e Júlio Cesar tinha uma face de culpado, ele havia prometido se vingar. Matheus então se aproximou de Dani e Júlia que estavam próximas ao corpo de Igor e ali permaneceu até poucos minutos depois a ambulância da emergência chegarQUER CONHECER OS MENINOS MALVADOS?

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Comentários

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Cara, como eu faço pra ler desde o inicio? Já procurei por todo lugar e não encontrei

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Parabéns!linda historia.....continue logo e por favor não deixe o Igor morrer.

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Estou amando sua história, mas nao me deixe ansioso, continue a escrever

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