Meu Amigo me Amava – Capítulo 71
Ficamos tanto eu quanto o Jhonny boquiabertos com a presença do Estevão a casa dos pais do Kadu, mais ainda com a intimidade que ele tinha com os pais DO Kadu , a maneira como foi recebido algo realmente inacreditável. Porém, ele não perde a oportunidade de nos atingir, de nos desestabilizar, onde quer que nos encontre. Vem em nossa direção e é calorosamente recebido por Jéssica, namorada do insuportável do Mathias, que por ironia do destino é tio da jovem.
Jéssica - Oi tiozinho lindo.
Estevão - Como vai minha sobrinha mais linda.
Jéssica - Para tio, assim fico sem graça.
Estevão - Por que sem graça, é a verdade mesmo, você é linda.
Jéssica - O senhor que continua um gato, sempre em forma. Nossa tio vou te contar um segredo se o senhor não fosse casado, várias das minhas amigas iriam dar em cima do senhor.
Estevão - Para de me chamar de senhor Jessica, soa como seu eu fosse um velho.
Jéssica - Velho é uma coisa que o senhor não é. Aí tio desculpas. Mas elas dizem que o senhor é um homem comível, é pegável.
Estevão - Nossa sobrinha, assim você deixa o tio sem graça.
Ficamos ali, eu e o Jhonny ouvindo aquela conversa tosca, sendo alimentada pelo Estevão no único intuito de enaltecer sua vaidade, é u homem egocêntrico e não esconde de ninguém. Quando Jéssica sai abraçada pelo Mathias que não tirava os olhos nem de mim e tão pouco do Jhonny, o canalha do Estevão morde os lábios em vem em nossa direção. No momento em que o Jhonny se aproxima, e ficamos ali em pé ouvindo a conversa, não havíamos até antão trocado nem um oi. Estevão aproveita para nos irritar.
Estevão - Se eu fosse um homem neurótico diria que essas coincidências todas, esses encontros, não passam de uma perseguição acirrada de meus dois maiores inimigos.
Jhonny - Você sempre soube que sou amigo do Kadu, sempre soube disso, sabia que o Kadu tinha organizado um churrasco aqui com os amigos, logo deduziu que estaríamos aqui, e como é um homem neurótico, doente, veio aqui para nos encher o saco com seu cinismo irritante.
Estevão - Nossa, nem parece o ingênuo Jhonny falando. Como diz as escrituras, me diga com quem tu andas que eu te direi quem és. Vi o Brenhinho purinho agora nas suas palavras meu cunhado, cunhado não, meu enteado, meu amante, nossa, nem sei mais. Você é tudo meu,é todo meu né Jhonny.
Jhonny se irrita com as provocações do Estevão e avança com toda ira, disposto a brigar com ele, Estevão vendo que dessa vez estava conseguindo tirá-lo do sério, sorri de satisfação, seus olhos verdes começam a ficar negros, algo até assustador de arrepiar, como uma pessoa consegue ser feliz vendo o outro sofrer, ele é desse tipo de pessoas, que infelizmente existe, e que fazia parte de nossas vidas, nós querendo ou não.
Estevão - Nossa enteado, vai agredir o seu padrasto. Onde está aquele menino meigo, educado, gentil, todo cheio de sonhos, que eu conheci um dia, que eu ensinei os prazeres da vida, lembra, sua primeira transa, sua primeira gozada, seu primeiro orgasmo, tudo isso quem te proporcionou foi eu.
Jhonny - E você não sabe o quanto eu me arrependo disso, o quanto me sinto mal por saber que durante meses tive qualquer tipo de envolvimento com uma pessoa tão baixa, tão suja como você.
Breno - Vamos Jhonny, não dê importância a esse monstro, ele não merece nossa atenção, e sim nosso desprezo.
Estevão - Breno, ainda vou abaixar essa sua alto estima você vai ver, ainda vou te ver no chão, pra baixo, derrotado. Ninguém é tão dono de si, ninguém é tão forte, tão seguro, tão confiante assim por muito tempo.
Breno - Estevão minha mãe já dizia que cachorro que late não morde, seu latidos são de um vira lata sardento, não me assustam, só me faz sentir pena.
Estevão - Aproveita enquanto você pode falar rapazinho, eu vou descobrir seu ponto fraco, vou acabar com essa amizade doentia de vocês, não perdem por esperar.
Breno - Estevão não se esqueça que ainda temos o vídeo, está lembrado, de você com o Gileno, no hotel, aquela transa toda filmada. Gostaria de saber o que o pai do Kadu, seus amigos ilustres aqui de Búzios, Cabo Frio, o que eles achariam de receber uma cópia daquela transa assim, num DVD misterioso enviado pelos correios, sem remetente, ou deixado debaixo da porta, algo interessante não acha?
Estevão - Eu odeio você seu desgraçado, odeio.
Breno - Chega, mete o pé, sai.
Estevão começa a ficar vermelho, segurando o Jhonny percebo o quanto estava tenso, trêmulo diante da situação, logo chega o Vinicius.
Vinicius - Perdi mais algum babado Breno?
Breno - Não, apenas o idiota do cunhado do Jhonny enchendo a paciência.
Vinicius - Nossa ele é tudo de bom. Sério, olha o corpo do desgraçado, as pernas, os braços. Delicia, delicia pura.
Vinicius sai, indo atrás do Estevão, já mexendo com ele né, o pior que o idiota se acha, dá um sorriso, Vinicius sai sorrindo e nos olha. Maior comédia.
Ficamos mais uns instantes no churrasco, até que a maioria começam a se despedir, como viemos de carona, ficamos esperando o Kadu nos levar de volta a Cabo Frio. Nisso vai saindo Jéssica e seu namorado, Mathias, que passa por nós nos olhando com uma cara nada amigável, Vinicius o encara, faz caras e bocas, não consigo controlar aquela palhaçada e começo a sorrir.
Breno - Vinicius você não vale nada, deixa o cara.
Vinicius - Ele me deu um soco na cara, tudo bem que ele é um namobofe, mas me deu um soco na cara, e isso não vai ficar assim. Só não caí no braço com ele agora por que vocês me segurariam e odeio barracos, acho que já extravasei minha meta por hoje. A sorte dele foi que o soco não me deixou marcas na cara, se não meu filho, o tempo iria fechar, ninguém sabe mais eu luto tay Ken dor.
Breno - Você luta o que Vinicius?
Vinicius - Tay Ken dor. To com dor na cara, com dor nas pernas, com dor no corpo todo.
Breno - Palhaço.
Nesse momento nem o Jhonny consegue conter o riso, e caímos na gargalhada, Vinicius adorava quando suas piadas surtiam efeitos, mas para manter a pose de durão, ele não deu confiança e mandou a indireta.
Vinicius - Breno vou me afastar pois o ar está poluído, tem pessoas que entregam amigos, contam segredos, que não são dignas de confiança no meio, e como não quero me contaminar vou me ausentar, quando o taxi chegar por favor mande a subalterna me chamar nos meus aposentos.
Breno - Vinny nos vamos de carona, e aqui não tem subalterno nenhum.
Vinicius - Breno você é tão sem graça. Não precisa vir com os choques de realidades não meu amor, não é carona é táxi, e se não tem subalternos que seja você lindo, sou pobre, ferrado, mas mantenho a pose, estou por cima. Breno aprenda uma coisa, e olha que isso eu aprendi apanhando, levando porrada da vida. Olha meu amigo, pois você eu considero meu amigo, não os falsos. Coma ovo frito todos os dias, ande de buzão, mas olhe sempre por cima. Empina a bundinha, estufa a barriga, levante a cabeça e olhe pra cima... Olhou, dê meia volta, carão, e bata a foto.
Breno - Cara você é um comediante, não existe.
Vinicius - Existo... o pior é que existo.
Vinícius sai, ficamos eu e o Jhonny que ainda aborrecido comigo abaixa a cabeça e se afasta, não querendo discutir mais uma vez para não piorar ainda mais a situação delicada em que nos encontrávamos decido votar a ficar próximo a piscina admirando os raios do luar que refletiam sobre as águas. A musica ainda continuava mas desta vez menos animada como antes, pois muitos já tinham saído. Me assusto quando o Mathias passa novamente próximo a mim, fico irritado e falo com ele.
Breno - O que foi agora cara, vai ficar me sondando, toda hora me encarando, desencana pow, coisa chata.
Mathias - Isso não vai ficar assim carioca, me humilhou, me deixou na vontade, me esculachou na frente de geral, isso não vai ficar assim.
Breno - Cara você que começou, já deu, esquece isso.
Mathias - Já deu uma ova cumpade, está apenas começando. Vai ter troco você vai ver só, vai ter troco.
No momento em que o Mathias pronuncia essas palavras sinto um arrepio por todo corpo, ele sai sorrindo, se reúne com uns amigos, deixando a entender que iria planejar alguma coisa, respiro mais aliviado por que hoje não iríamos mais pra lugar nenhum, e amanha, domingo, voltaria para o Rio de Janeiro, e tudo iria voltar ao normal, tiro os maus pensamentos da cabeça e vou em direção ao Vinicius que estava conferindo as fotos de todo o dia em sua câmera. Logo chega o Kadu desta vez de banho tomado, cabelinho penteado. Um novo Kadu. Ele não é forte, mas tem um corpo legal, normal, não anda feito um playboyzinho mas poderia perfeitamente pois o pai dele tem grana pra isso. Estava de camisa branca, bermuda quadriculada e sandália, usando um perfumo delicioso que ia longe.
Kadu - Vamos meus amigos, vou levar vocês pra casa.
Breno - E a Camila Kadu, ela não vem?
Kadu - Camila foi chateada comigo pra casa, nem me falou nada, se o Guilherme não tivesse me ligado.
Vinicius - Ela foi no carro do Gui, com os meninos?
Kadu - Sim, a Jéssica também foi?
Breno - E por que o Mathias não foi com a namorada?
Kadu - Os pais dele tem casa aqui em Búzios, derrepente fique por aqui, bebendo mais, enfiando a cara na maconha.
Breno - Ele usa drogas?
Vinicius - Queridinho acorda. Breno as vezes você é tão inocente. Se usa anabolizante, não vai dar uns tapas numa maconha? Lindo, ele tem grana pra isso, quem não pode somos nós.
Kadu - Graças a Deus né Vinny, graças a Deus.
Breno - Nossa, então a vida desse rapaz é mais enrrolada do que eu pensava.
Kadu - Deixe esse idiota pra lá, vamos nessa.
Kadu entra para conversar com seus pais, nisso vou chamar o Jhonny que estava sentado do lado oposto da piscina, conversando com um de seus amigos, o chamo para irmos embora, ele nem pra minha cara olha, balança com a cabeça e sai. Nisso o Vinicius já estava próximo ao carro quando Mathias e seus amigos saem em disparada, tirando meio fio do carro do Kadu e derrubando o Vinicius que assustado se joga ao chão.
Vinicius - Filho da puta desgraçado!
Saímos correndo, eu, Jhonny e Kadu, preocupados com Vinicius, pois do nosso ponto de visão, parecia que o carro tinha o atingido em cheio.
Breno - Está tudo bem Vinicius?
Vinicius - Doente, esse cara é um desequilibrado, não é possível, pensei que o carro fosse me atingir em cheio.
Kadu - Quer entrar Vinny, vê se tem algum machucado.
Vinicius - Não, está tudo bem, só foi o susto mesmo e me joguei na grama.
Entramos no carro, surge novamente maior silencio, ninguém fala nada, Eu sento na frente com o Kadu, e Vinicius e Jhonny atrás, afastados um do outro, sem falar nada. Estava uma noite linda, uma lua cheia que iluminava toda a estrada escura neste momento. Quando saímos da cidade e pegamos uma pista que vai direto a Cidade de Cabo Frio, deserta o Kadu aproveita para ligar o rádio. Mas nem as musicas quebravam o clima que se instalou naquele trajeto de Búzios a Cabo Frio. Muitas coisas aconteceram neste churrasco que de certa forma havia marcado a amizade daquele trio. Kadu descobriu o motivo das implicâncias do Vinny e da Camila, sabe que seu amigo o ama, Vinny sabe que seu amor pelo Kadu jamais será correspondido pois o Kadu além de amar a Camila, é heterossexual. Jhonny decidiu contar tudo, não por fofoca, mas por que não agüentava mais ver o sofrimento do Kadu. Então decidiu contar, não por mal, mas para esclarecer, abrir a mente do Kadu, que de certa forma conversou com o Vinicius, mas quem disse que uma relação delicada dessas se resolve apenas numa simples conversa, muitas coisas ainda tinham que ser ditas, esclarecidas. Vinicius não está com ódio do Jhonny, muito pelo contrario, gosta muito dele, mas está ferido, se sentiu traído e por isso espezinhava o amigo, ou seja, esse era o clima da viagem.
Quando entramos no final do trajeto da saída de Búzios, entramos numa estrada um tanto quanto assustadora, escura mesmo, sem nenhum poste de iluminação, mata de um lado e um campo aberto por outro, locais de alguns assaltos. Kadu nos pede para abaixar os vidros pois aceleraria um pouco até chegar na entrada de Cabo Frio. Kadu vai acelerando, até que sai um carro preto, de dentro da mata e nos fecha na pista, Kadu freia em cima, os ânimos se alteram, sinto um frio por todo o corpo pois penso em ser um assalto ou coisa parecida. Fico tenso pois mesmo morando tantos anos no Rio, nunca fui assaltado ou coisa parecida por incrível que pareça. Vinicius entra em desespero, abraça o Jhonny, eu também fico tenso, mas na minha, Kadu é o mais tranqüilo.
Breno - O que será isso meu Deus.
Descem 4 caras do carro, todos de toucas pretas na cabeça, um aponta uma arma e faz sinal para descermos. Kadu abre o carro, põe as mãos no carro, logo é revistado por uns dos caras, um momento horrível, o coração bate aceleradamente, as pernas tremem você não pensa em nada a não ser coisas ruins, só quem já foi vitima de um assalto ou coisa parecida consegui descrever e entender.
Bandido - Anda carteira, relógio, e quietinho, qualquer movimento leva chumbo nos cornos.
Kadu - Calma, não temos dinheiro aqui, pode levar meu relógio, o carro também, celular aqui.
Kadu todo calmo vai conversando com os bandidos, olho pra cara do Jhonny que estava em pânico, neste momento meus olhos enchem de lágrimas, fico desesperado, Vinicius por sua vez travou, não conseguia nem descer do carro, Jhonny o pega na marra, no colo mais precisamente, e o coloca para fora do carro.
Bandido 2 – De pé boneca, de pé.
Kadu - Não precisa machucar ninguém, pode levar o carro, pode levar tudo.
Até que o cara de mascara que estava armado nos assusta ainda mais.
Bandido - (armado) Pro mato os três.
Kadu - Não precisa disso cara, podem levar o que quiser.
Bandido - (armado) Pro mato os três ou começo a distribuir tiros aqui mesmo.
No desespero do momento
Continua...
Galera obrigado pelos comentários, gostaria mesmo que todos que lêem meus contos fizessem conta no site e comentassem, desse sua opinião, criticas são sempre bem vindas, seja ela qual for, é por vocês que continuo a escrever aqui e vocês sabem, seguem abaixo o meu e-mail, o link com todos os contos publicados até hoje e o endereço do blog que atualizarei em breve, forte abço, Breno.
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