Alice vem sempre às quartas.
Alice vem sempre às quartas. Chega por volta de 8 e meia. Dissera que são três ônibus da sua casa até aqui. Então levanto mais cedo que o habitual. Preparo tudo. Fico pronta. Limpinha. Deixo a mesa do café posta com algo para comer e beber. Ela chega, mas um pouco mais tarde. Recebo-a na porta com um bom dia. Ela retribui, desvia o olhar, baixa a cabeça e diz que por causa da chuva os ônibus atrasaram. Dou uma toalha para que se seque e digo que há um presentinho para ela no banheiro da lavação. Um roupão atoalhado. Branco como o meu. Aguardo-a na cozinha. Sem demora ela aparece com a toalha enrolada na cabeça. O roupão lhe caiu bem, digo e ela agradece, procurando por as mãos nos bolsos, um pouco encabulada. Pergunto se não ela não quer comer algo antes, um suco talvez. Ela diz que não, que depois come. Parece sem jeito, e então diz: “Vamos fazer, então! Tudo pronto?”. Como se não estivesse ansiosa por aquilo, dou-me por surpresa e digo “Ah, sim, claro, vamos então!”. Como já havia deixado tudo pronto, nos dirigimos ao quarto, eu na frente, e comentamos sobre o tempo, da chuva que não pára há dois dias. Deixei o ar condicionado do quarto ligado para aquecer o ambiente já que a temperatura caíra um pouco. No quarto ela observa a cama disposta de maneira estranha. Percebo sua expressão de dúvida. Digo a ela que ela já vai entender o porquê dos travesseiros estarem de ponta cabeça. Invertidos sobre a cama. Ela comenta baixinho que não sabe se está bem limpa, mas que utilizou a mangueirinha do chuveiro durante o banho antes de vir, como eu sugerira. Tranqüilizo-a dizendo que as toalhas sobre os lençóis são para eventualidades. “Não se preocupe, pois tudo irá sair como planejado”. Digo para ela ficar tranqüila e bem relaxada. Antes de começarmos, convido-a para assistirmos a cena que iremos reproduzir. Apenas parte de um filme, coisa de 6 ou 7 minutos. Sentamos na beirada cama uma ao lado da outra. Ela assiste sem comentar nada. Vez ou outra olha para mim e volta para a telinha. Sorri com um pouco de timidez. Passo meu braço por sobre seu ombro. Ela põe a sua mão sobre a minha. Comento sobre o calor da sua mão. É uma mão macia e está mais quente que a minha. Eu me excito um pouco, parte pela cena do filme, parte por vê-la assim, assistindo. Termina a cena. Ela me olha e balançando a cabeça afirmativamente, diz: a-ham, entendi. Eu tiro meu roupão e passo um pouco de hidratante no meu bumbum e sugiro que ela também passe. Ela atende, ainda sem muito jeito, e despe-se do seu roupão. Seu corpo parece-se com o meu. Nossas curvas indicam que estamos acima do peso, observo. Mas para quarenta e poucos estamos bem. Seus seios são grandes, maiores que os meus. Chamam-me a atenção, sobretudo me atraem suas aréolas. Enormes e escuras, mais que a sua pele. Uma genuína descendente de africanos. Nossos olhares se encontram e rimos inseguras ainda. Dou a ela uma luva de látex. Auxiliamos uma à outra para colocar na mão direita. Eu continuo tomando a iniciativa. Mostro a ela o que fazer. Deito-me de lado, apoio um dos braços sobre o travesseiro, dobro o joelho da perna de cima e estendo a debaixo. Em seguida, estendo o braço direito e passo a mão levemente sobre minhas nádegas, medindo a distância. Ela me segue e faz o mesmo, mas no sentido invertido. De costas uma para a outra. Nossos bumbuns se tocam, deixando a exata distância para que nossas mãos alcancem as nádegas uma da outra. Alcanço o tubo de gel e, de forma bastante generosa, carrego nossos dedos cobertos com as luvas. E então começamos. Alerto-a sobre o gelado do gel. E começamos a massagem preliminar. Uma massageando com a ponta dos dedos a região anal uma da outra. Bem devagar e delicadamente. Até nos acostumarmos com o geladinho do lubrificante. Ela repete meus gestos como uma excelente aluna. Meu coração está em disparada. Estou excitada demais. Solto meus primeiros suspiros. E já começamos a dar sinais de que estamos vivas. São os primeiros e sinceros suspiros. E ela vai me seguindo. Eu introduzo o indicador vagarosamente. Um vai e vem até sentir a musculatura mais relaxada. Acostumando o esfíncter. Em seguida dois dedos, fazendo tudo igual. Ela me retribui fazendo o mesmo. A sensação era esperada e realmente maravilhosa. Só ouvimos o barulho suave do gel e nossos suspiros. Então três dedos. Um vai e vem bem lento e agradável. Posso sentir o calor da sua mão entre minhas nádegas. É muito gostoso. A seguir é a vez do mindinho e paralelo com os demais. Bem devagar e num vai e vem de alguns bons minutos. A musculatura do ânus acostumando com a dilatação. Estamos quase lá. Interrompo para mais uma dose de lubrificante. Ela me segue e estende a mão. E retornamos. Aproveitamos para lubrificar o dorso da mão e voltamos de onde estávamos. Três dedos e em seguida quatro novamente. Atingimos o limite para que curvemos levemente a mão. Dobramos o polegar entre os demais dedos. Agora estamos prestes ao limite. Bem devagar e forçando. Não sei quem introduziu primeiro toda a mão, pois houve um gemido forte de ambas. A sensação de um prazer quase indescritível. Extremo. Intenso. Forte. Começo a girar minha mão dentro dela. Ela me segue. E ficamos assim por bons minutos. Proporcionando muito prazer uma à outra. Até que lentamente vamos reduzindo o ritmo. Devo ter tido vários orgasmos. Nunca imaginei sentir tanto prazer com aquilo, mas ela me proporcionara e eu retribuí. E então vamos tirando lentamente as mãos, para curtirmos até o último momento. E nesse momento Alice me surpreende. Pede que eu mude de posição. Que eu fique com o bumbum para cima. Joelhos dobrados. Atendo-a. Ela passa a toalha para tirar o excesso de gel. Com ambas as mãos afasta minhas nádegas e aproveita que meu ânus está bastante dilatado. Começa a passar sua língua em movimentos circulares. Depois, esforçando-se ao máximo, introduz o quanto pode sua língua na região anal. Sinto o calor e a umidade. O movimento da penetração. Não me contenho e começo a gemer. A gemer alto. A sensação é fantástica também. Ela me faz gozar e com uma das mãos massageia minha vagina. E caio de bruços sobre a cama. Ela pára e estranhamente me diz: “eu só faço isso com a senhora... Eu gosto!” Agradeço-a pelo que me proporcionou e convido-a para um banho. Ela diz que não. Que irá adiantar o serviço. Não insisto e vou para o banheiro. Tomo uma ducha bem quente. Penso no que fazemos, no que temos feito e no seu comportamento sempre tão arredio. Quando saio, o quarto já está arrumado. Ela está na lavação arrumando algo. Visto-me, seco o cabelo, me maquio, ponho meu melhor perfume. Quando passo pela cozinha, ela cruza por mim com balde e rodo nas mãos. Diz que vai limpar o banheiro. Elogia o meu perfume. Deixo o dinheiro da diária sob o seu celular, numa das prateleiras da cozinha. Saio para o trabalho. Começo às dez no caixa de um banco. Durante o trabalho, seguidamente Alice me vem à mente. Seu comportamento. Nosso relacionamento. E aquele comentário: “eu só faço isso com a senhora... Eu gosto!”. Faço um esforço para me concentrar nos afazeres. Não quero ter diferença no caixa no final do dia. À tardinha, de volta ao apartamento, encontro tudo muito bem organizado, limpo, arejado, como ela sempre deixa. Sobre a minha cama, um bilhete de Alice, em letras trêmulas e irregulares, no qual pede se pode vir na quinta na próxima semana, pois tem que levar um dos filhos ao médico na quarta, o marido não tem tempo, e se eu poderia dar um pequeno aumento de 5 reais no valor da diária, pois aumentaram os passes dos ônibus. Pede que eu confirme no seu celular. Fico rindo sozinha pelo pedido e por sua simplicidade. Se ela soubesse o quanto a prezo e que daria qualquer aumento para mantê-la comigo. Afinal é tão difícil conseguir alguém confiável hoje em dia. Ainda mais para mim que estou sozinha há mais de dez anos. Uma eternidade para mim. E tenho agora um dia a mais para planejar o que iremos encenar na próxima semana. Emails para