No escuro, o sangue falou mais alto MAKING OFF
INTRODUÇÃO
Esse conto é criação minha, nem por isso posso dizer que ele é inventado. Só que dizer que aconteceu seria mentira, então qual definição poderia lhe dar? Acho que a mais apropriada seria: Uma visão do futuro!
O tempo inteiro a vida acontece em grandes, e na maioria, pequenos detalhes. Eu como um leitor, procuro ser sempre observador e isso é algo que há muitos anos passei a adotar na minha vida também. Sócrates foi quem disse: O homem tem dois olhos, dois ouvidos e uma boca. Para ver mais, ouvir mais e falar menos.
Na faculdade de medicina existe um juramento, é chamado de Juramento de Hipócrates, acho que na informática deveria haver algo semelhante, mas em prol de outro tipo de ética. Talvez devêssemos inovar com o Juramento de Sócrates! Não que eu já não o siga, pelo contrário, em determinados setores que eu trabalho minha maior credencial é sem dúvida minha discrição. Mas sempre achei que o que Sócrates realmente quis deixar claro com o que disse era a importância de falar menos sobre o que sabemos só que como eu disse antes: a vida acontece em grandes e pequenos detalhes e em um desses pequenos detalhes que me aconteceram eu cheguei a pensar que talvez fosse melhor saber menos do que falamos.
FICHA TÉCNICA
O conto Na escuridão, o sangue falou mais alto foi feito quase que imediatamente, lembro-me de levantar apenas para beber água ou café, queimar alguns cigarros no cinzeiro e depois posta-lo. Nas minhas impressões pessoais duas coisas me chamaram muita atenção:
A primeira foi escrever sob a perspectiva de uma mulher, neste caso a menina Carla, por alguma razão que eu não sei explicar, acabei me sentindo mais livre para criar, talvez pelo fato de ser homem e sempre acabar colocando meus próprios conceitos em meus personagens masculinos, eu tenha acabado me enveredando por uma aventura muito mais criativa uma vez que eu não me sentia obrigado a colocar meus pontos de vista, pelo contrário, deveria evitá-los afim de não contaminar a personagem.
A Segunda foi mais técnica, esse sem sombra de duvidas foi o conto que eu menos fiz correções ou alterações. Após terminá-lo, examinei-o por duas vezes e poucos erros eu encontrei. Depois de publicado eu até já estive relendo, mas ainda assim não tive vontade ou necessidade de mudar nada, mesmo que apenas em pensamento.
SOBRE OS PERSONAGENS, LOCAÇÕES E ARGUMENTO
Jorge Inspirado em um cliente, sua personalidade em parte é deste mesmo cliente, o tipo físico é de um amigo com quem trabalhei na adolescência e que alguns anos depois veio a se tornar caminhoneiro.
Carla Inspirada na filha desse cliente, a verdadeira atualmente tem 13 anos, eu alterei apenas sua idade e seu físico, mas mantive as demais características da personalidade pra manter a carga emocional.
Mônica De uma amiga eu tirei a aparência, mas não me preocupei muito em traçar um perfil psicológico, uma vez que sua participação na estória só teria utilidade em desencadear novas perspectivas em Carla e impulsionar o desenrolar dos fatos.
A Casa de Jorge Usei como referência uma casa que morei dos 4 aos 9 anos, mas aproveitei apenas o pavimento superior, para que eu tivesse uma base em um ambiente reduzido já que eu precisava de uma casa com apenas 1 quarto, e a minha em questão possuía 2. Essa casa fica em Nova Iguaçu RJ, e apesar de não pertencer mais a minha família, ainda existe até hoje.
Argumento Essa estória começou na minha cabeça após um serviço que realizei para o cliente que inspirou o personagem de Jorge. Após fazer um backup no disco rígido de seu computador encontrei algumas fotos da filha dele de calcinha, a menina que inspirou Carla. Essa menina tem 13 anos e o que me chamou atenção nas fotos é que todas foram tiradas por ela mesma diante de um grande espelho.
Quando vi essas fotos eu lembrei de um diário virtual que essa menina mantinha salvo esse mesmo computador, e que eu tinha visto em uma manutenção há mais de um ano atrás. Eu lembrei que nesse diário ela falava muito mal da madrasta, e que queria que fosse só ela e o pai. Na época achei isso normal, afinal tenho uma filha e sei o quanto às meninas costumam ser apegadas com os pais. Só que quando vi essas fotos eu comecei a pensar mais longe... Minha filha, por exemplo, nunca disse que queria eu, sempre eu e a mãe dela, ou seja, realmente é normal os filhos sentirem ciúmes de seus pais quando os mesmos começam novas vidas ao lado de novos parceiros, mas as fotos daquela menina se exibindo com uma calcinha fio dental, e aquela frase queria que fosse só eu e meu pai..., aquilo ali estalou dentro da minha cabeça.
De fato as fotos estavam na pasta dela, é um computador compartilhado pela família. Só que elas não estavam em um local padrão protegido por senha, não, na verdade estavam em uma pasta na raiz, bem fácil de serem encontradas. Pode ser que toda a malicia esteja somente em minha cabeça, mas eu tive um pensamento muito forte que aquela menina tentava desesperadamente se exibir pro próprio pai. Sei que isso parece conclusão do tipo de quem quer ver coisas até aonde não existe. Mas se vocês soubessem como essa menina é reservada e as vezes um pouco triste, saberiam que fotos daquelas não são do feitio dela, pelo contrário, para tira-las e sorrindo como estava, com certeza ela teve um bom motivo.
Da parte dele? Acho que nada, na verdade ele não possui nenhum tipo de deficiência, a que eu criei, por assim dizer foi uma analogia ao fato dele ainda não ter enxergado as coisas que acontecem debaixo do nariz dele. Só agradeço por não ter encontrado fotos que sugerissem algum tipo de abuso por parte dele, isso teria me feito muito mal, aquela história da ética entendem? Ver e não poder falar, isso teria me deixado louco da vida! Mas ainda bem que não, tive muita sorte. Tudo que encontrei foi uma menina tentando fazer o pai enxergar que ela cresceu e já não é mais criança!
Os detalhes da deficiência visual, da adaptação e do desempenho sexual do personagem eu tirei de uma amiga, que me falou sobre um relacionamento que ela teve com um rapaz que por motivo de doença ficou cego já em idade adulta.
OPINIÃO DO AUTOR
Passo bem longe de tentar explicar, justificar ou menos ainda recriminar tais tipos de relações. O que sei é que elas acontecem, e ao contrario do que muitos pensam que isso é uma febre de agora, ou que a internet é a impulsionadora desses casos, e principalmente de pedofilia, posso garantir que não é!
Quem gosta de História, não aquela contada na escola, mas as dos livros, documentários e varias outras fontes de pesquisas não contaminadas, sabe bem que mesmo antes de Cristo as coisas já aconteciam. Aqui no Brasil, há menos de 200 anos atrás, 15 anos era uma idade que uma moça já deveria ter no mínimo um noivo, com risco de se não tivesse, ficar mal vista ou ser rotulada de arvore seca, titia, e mais um monte de adjetivos que colocavam a prova a capacidade que a menina teria de formar uma família.
Passaram-se esses dois séculos e hoje você é no mínimo difamado se declarar que sente atração por uma moça em tão tenra idade! Pergunto eu... E as de 13 que ao se descuidarem com namoradinhos da mesma idade acabam grávidas? Será que isso não parece estranho? Houve o desejo, houve a consumação, mas não houve o crime? Acho que tudo tem sua hora, com certeza ver a filha grávida aos 13 não é meu desejo como pai, e creio que tão pouco o de vocês caso tenham filhas também, mas a verdade é que leis servem apenas como promessas de punição, e o que realmente qualquer menina ou menino precisa nessa idade é informação e educação.
Ai entra a parte que toca direto na pedofilia... Primeiramente acho esse termo esdrúxulo, incoerente e sensacionalista. Veja bem, um cara (desgraçado) pega uma criança de 9, 10 anos e transa com ela, logo: PEDOFILIA... Errado! ESTUPRO! Estupro é estupro em qualquer idade, e com certeza deve ser punido sem misericórdia. Agora, esse mesmo cara transa com uma de 14,15... ESTUPRO? Não sei, ela deu parte? Fez exame de corpo delito?
É, muitos pais não querem ouvir isso, preferem culpar os outros, mas uma moça, formada e que não tenha recebido carinho e atenção em casa quando criança, agora adolescente pode querer encontrar na rua, e talvez não vai achar como deveria, mas de uma forma ou de outra, ela já tem direito a escolha e eu só acho que isso passaria a ser crime se ela escolhesse NÃO fazer e ainda assim alguém fizesse algo com ela.
Quanto ao incesto, que também é uma coisa bem antiga por sinal, já se critica mais a questão da confiança e do abuso dela. Alguns psicólogos acreditam que as moças e rapazes de 13 a 18 anos não podem sentir realmente desejo por um membro da família, e que se isso vier a acontecer, no caso dos jovens é uma transferência de valores, trocando em miúdos uma leve confusão na maneira de pensar. Mas se ao contrário, ou seja, o adulto sentir tal desejo por um familiar menor que 18 anos, ai sim esse coitado merece ser chicoteado em praça pública ou tratado de tal doença tão horrível! Será?
Não sei como acontece tal desejo, pois eu mesmo não tenho tal experiência pessoal pra contar, mas vocês querem saber como mesmo sem ter vivido tais experiências eu consigo escrever e descrever uma cena de incesto? Simples! Não penso em pai e filha, mãe ou filho... Não, na hora que o desejo está desperto tudo que eu vejo na minha cabeça são dois seres que se amam e precisam um do outro. Posso estar errado como já estive em tantas outras vezes na minha vida, mas acho que em uma casa onde more o amor e o desejo, nunca haverá um quarto vago para o pecado!
Um abraço à todos, e obrigado pelo carinho de vocês!
E.D Lancaster