A chama que consome

Um conto erótico de Gabriel
Categoria: Gay
Contém 884 palavras
Data: 21/02/2025 20:31:35
Última revisão: 21/02/2025 20:38:15
Assuntos: Gay, Drama, Romance

Os dias seguintes foram como um sonho. Roberto e Daniel se entregaram a um amor intenso, desenfreado, como se fossem os únicos habitantes de São Paulo. Cada encontro era marcado por beijos urgentes, corpos entrelaçados em madrugadas silenciosas, mãos inquietas explorando cada centímetro da pele um do outro. Os dias eram banhados pelo sol dourado que iluminava suas caminhadas pelo centro da cidade, e as noites eram imersas em um desejo febril que não conhecia limites.

A cidade parecia conspirar a favor deles. O som dos carros na avenida Paulista, o burburinho dos cafés e o cheiro de chuva evaporando do asfalto se misturavam à sua paixão. Conversavam por horas sobre seus sonhos, suas memórias de infância, as dores que carregavam e os desejos mais secretos. O mundo externo tornava-se um borrão, irrelevante diante do que sentiam.

Mas a felicidade é efêmera. E, em meio à euforia, veio a primeira fagulha de dúvida.

Quinze dias depois, Daniel começou a se sentir estranho. Febre, suores noturnos, um mal-estar persistente. Inicialmente, ignorou os sintomas. Talvez fosse apenas o cansaço, a exaustão causada pelas noites sem dormir, pela intensidade do que viviam. Mas o desconforto não passava. A febre aumentava, os calafrios se tornavam mais frequentes. Seu corpo doía, como se estivesse sendo consumido por dentro.

— Deve ser alguma virose — comentou Roberto, preocupado, acariciando os cabelos de Daniel enquanto este descansava a cabeça em seu colo. O toque era suave, mas não conseguia dissipar a sombra que se formava entre eles.

Mas não era uma virose.

Os sintomas pioraram. O cansaço era incapacitante, os olhos de Daniel perderam o brilho. Quando finalmente decidiu procurar um médico, o diagnóstico veio como um golpe brutal: HIV positivo. O vírus que estava devastando uma geração havia encontrado um novo hospedeiro.

Daniel ficou em silêncio por longos minutos após receber a notícia. O consultório parecia girar ao seu redor. O médico continuava a falar, explicando tratamentos, estatísticas, possibilidades. Mas as palavras eram apenas ruído distante.

Quando finalmente conseguiu sair da clínica, a cidade que antes pulsava vida parecia apagada, distante. As luzes dos postes pareciam mais frias, o movimento das pessoas era um borrão sem sentido. O ar parecia pesado. Ele caminhou até a casa de Roberto, sentindo-se pequeno, frágil.

Ao vê-lo, as palavras escaparam de sua boca como um sussurro sufocado:

— Eu estou com HIV.

O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Roberto franziu a testa, descrente.

— Isso não é possível…

— Eu refiz os exames. Deram positivo — Daniel murmurou, os olhos vermelhos, a respiração entrecortada.

— Mas… como? — Roberto sentiu o coração disparar. E se…?

Os dois se olharam, a incerteza queimando entre eles. No dia seguinte, Roberto fez os exames. E então veio a revelação inesperada: ele também era positivo. Mas havia um detalhe que ninguém poderia prever. Roberto carregava o vírus sem sintomas, um caso raro de infecção de infância. Uma transfusão de sangue contaminado quando era criança havia selado seu destino sem que ele jamais suspeitasse.

Daniel desabou.

— Foi minha culpa... — sussurrou, o rosto enterrado nas mãos.

— Não, por Deus, não diga isso — tentou Roberto, mas o fogo da culpa já queimava tudo dentro dele. Ele se sentia uma sentença de morte, uma chama devastadora que consumia aqueles que amava sem sequer perceber.

A partir daquele dia, tudo mudou. A paixão deu lugar ao medo. O calor dos beijos foi substituído pelo frio da incerteza. O toque, antes ávido e faminto, tornou-se hesitante, carregado de dúvidas. Mas Roberto não iria abandoná-lo. Não agora. Ele se recusava a deixar Daniel enfrentar aquilo sozinho.

A decadência de Daniel foi cruel. O vírus consumia sua energia, seu riso se tornou raro, seus olhos, antes cheios de sonhos, se tornaram vidrados em um futuro que nunca chegaria. Em poucos meses, o hospital se tornou sua segunda casa. Roberto ficava ao seu lado, segurando sua mão enquanto ele sofria.

— Eu não quero morrer — Daniel sussurrou certa noite, a voz fraca como um sopro de vento.

— Eu sei… — respondeu Roberto, com a garganta apertada. Queria prometer que tudo ficaria bem, mas não conseguia mentir.

Os hospitais eram frios, impessoais. O sistema de saúde era cruel, os medicamentos escassos. Roberto estava ao seu lado, sempre. Ele segurava sua mão, acariciava seus cabelos, murmurava promessas de que tudo ficaria bem, mesmo quando ambos sabiam que era mentira.

Nas últimas semanas, Daniel mal conseguia falar. Respirava com dificuldade, e cada palavra era um esforço monumental. Em um fim de tarde melancólico, quando o sol tingia o céu de tons alaranjados, ele reuniu suas últimas forças para sussurrar:

— Obrigado por me amar…

— Sempre — Roberto respondeu, engolindo o choro, apertando sua mão como se pudesse impedir que ele fosse embora.

Então, o último suspiro veio.

Roberto sentiu o momento exato em que a vida deixou o corpo de Daniel. O vazio foi instantâneo, avassalador. A mão que segurava agora estava fria, inerte. O peso da perda caiu sobre ele como um tsunami, arrastando todas as cores do mundo consigo.

A cidade, antes vibrante, tornou-se um labirinto de lembranças e fantasmas. Cada rua, cada esquina, cada café trazia consigo um eco do que havia sido. O cheiro de chuva sobre o asfalto agora era apenas um lembrete do que não voltaria.

E dentro dele, a chama do luto queimava sem piedade, consumindo tudo o que um dia havia sido amor.


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UAU. Pesado. Você fez eu reviver uma triste realidade que eu vivi de bem perto e vi pelo menos 90%, isso mesmo quase todos os amigos irem embora um a um sem nenhuma esperança. Horríveis anos 80 e 90.

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década de 90 suspeitava HiV/AIDS poderia ser um tema escolhido.

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